“Plano B” nervoso: a base – e Gleisi – impedem sabotagem a Lula

Por Romulus Maya, para o Duplo Expresso
Publicado em 9/mai/2018 – 0:08
Atualizado em 9/mai/2018 – 13:23

  • O fato de Gleisi e a base terem fechado questão em torno da candidatura de Lula forçou os apoiadores do “Plano B” – na política e na “GloBosfera” – a saírem do armário. É evidente que todos, por conveniência político-eleitoral, queriam poder seguir dizendo, ad eternum, que “lutaram” pela candidatura de Lula, mas… “não deu”. Acreditavam que seria fácil dobrar o Presidente com a prisão.
  • Na verdade, o apoio a Lula em vez de arrefecer só faz é crescer. Com isso, o binômio Gleisi-Lula segue tendo em suas mãos a última cartada para tentarmos derrotar o Golpe nesta geração política: colocar em xeque o projeto de eleições fraudulentas – em que o Golpe deseja escalar os times… hmmm… “adversários” (aspas!), à direita e à “esquerda” (novas aspas!).
  • Paradoxalmente, quanto mais os partidários do “Plano B” veem-se forçados a expor – já agora, mais de 3 meses antes do registro das candidaturas – a sabotagem que vinham fazendo (até aqui insidiosamente) a Lula, mais dependentes ficam do “dedazo” do ex-Presidente para levarem a indicação do PT. Isso porque mais se queimam com as bases fieis a Lula. Que ironia!

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RESUMO AUDIOVISUAL:

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O Duplo Expresso celebrou ao registrar, na última quinta feira, o fortalecimento da posição da Senadora Gleisi Hoffmann, fiel bastião de Lula (e da manutenção da sua candidatura), diante da ala no PT que articula o “Plano B” (de “B’ola nas costas” e de “B’astardo do golpe”):

Resumo da ópera:
– Gleisi Hoffmann sai desta semana fortalecida dentro do PT. E, por tabela, sai também fortalecido aquele a quem ela tem dado sustentação na disputa que se trava dentro da sigla: o Presidente Lula. Ainda por tabela, sai também fortalecida a resistência democrática, que tem na candidatura de Lula – “até as últimas consequências” (apud Gleisi Hoffmann) – as suas melhores chances de sucesso contra o Golpe.
– No verso da moeda, saem enfraquecidos os articuladores do “Plano B”. Com “B” de “B’ola nas costas” e de “B’astardo do golpe.
– Não fosse o ex-Ministro de confissão judaica, poder-se-ia dizer que Jacques Wagner, que acompanhava Gleisi, “beijou a Cruz”.

 

Sem surpresa, as células que tentam emplacar o “Plano B” passaram recibo. Ato contínuo, acionaram penas na ‘GloBosfera’ para o contra-ataque.

 

Um dos articulistas, num sincericídio que só Freud explica, chega a confessar em seu texto que o fez por encomenda de… “amigos” (na verdade, “amigo$$$”). Outro, sem medo do ridículo, diz em alusão velada ao Duplo Expresso que esse seria a “maior ameaça” à “reconstrução da centro-esquerda” (!)

Nossa! Quanto poder, não é mesmo? Um site de menos de 4 meses de vida! Que sucesso, companheiro Wellington Calasans & comunidade DuplEx (!)

(Aliás… “alusão velada”?
Curiosa tal timidez, repentina, em quem não hesitou em, meses atrás, em grave falta ética, tentar assassinar a nossa reputação publicando, sob encomenda, com um
dossiê fajuto)

Tais artigos têm como alvo, é claro, quem – dentro e fora do PT – se mantém fiel a Lula. E à sua candidatura.

“Curioso” notar que se trata dos mesmos veículos que promoveram duros ataques ao Duplo Expresso quando, no início de março, cometemos o “erro” de publicar documento que comprova crimes de Sergio Moro. Em especial o de fraude processual.

 

Houvesse Lei no Brasil, tal documento ensejaria até mesmo a prisão cautelar do “magistrado”. No entanto, por motivos que ficam mais claros a cada dia que passa, células no PT – e as penas que alugam na “GloBosfera” – entraram numa campanha febril para desacreditar o documento. O problema – agora bem o vemos – é que tal documento, fosse ele devidamente explorado política e administrativamente, poderia ter ajudado Lula a não ir preso.

Percebem?

Notem: Lula foi cercado pelo Golpe. Para tanto, conta ele há bastante tempo com a sabotagem sistemática, interna, de uma quinta coluna. Em vez de travar um combate aberto internamente contra o ex-Presidente, de maneira muito mais efetiva (reconheçamos), a quinta coluna preferiu operar de maneira insidiosa, em dobradinha com os algozes de Lula no Judiciário. Enquanto um oferecia a “cenoura”, o outro dava com o “porrete”.

 

“Cenouras” sucessivas, que visavam a sufocar a necessária resposta – po-lí-ti-ca – a ser dada com o tensionamento, no limite da ruptura, do discurso de “as instituições funcionam normalmente”. Numa retrospectiva longe de ser exaustiva, e pegando apenas o passado mais recente:

(1) em janeiro veio a estória de que haveria um “voto divergente no TRF”;

(2) depois, a ideia de que “entendimentos no STF”, via Sepúlveda Pertence, trariam os Ministros de volta para o lado da Lei;

(3) na sequência, o discurso de que a condenação, já confirmada em segunda instância, seria de “pouca importância”, devido à “separação absoluta entre a esfera judicial criminal e a eleitoral”. Com direito, inclusive, a artigo publicado na Folha de S. Paulo pelo ex-Ministro do STJ Gilson Dipp (sim, o patrono de Moro!);

(4) depois, Lula deveria se entregar em São Bernardo porque “seriam julgadas em questão de dias” as ações da OAB e de partidos políticos contra a prisão em segunda instância. Assim, haveria “já, já” base para um novo pedido de habeas corpus. Pois estamos a esperar até hoje;

(5) por último, a “libertação de Lula” viria já depois de amanhã, “no dia 10 de maio”, com a conclusão do julgamento (virtual!) de Reclamação da defesa de Lula na Segunda Turma do STF.

“Cenoura”?

Pois o que veio foi o porrete:

 

“É a desmobilização, estúpido”: temporalmente, entre essa última cenoura e o porrete que não tardou a chegar esteve, providencialmente, o “1º de Maio”. Sim, aquele 1º de Maio, em Curitiba, para o qual o PT – de São Paulo – não enviou uma caravana sequer.

Precisa desenhar?

Pois agora a nova cenoura, devidamente plantada em “notinha” por “agro-jornalista” de dedo mui verde, é um tal “indulto presidencial a Lula”. Na verdade, graça presidencial – que nunca virá:

PT quer propor a candidatos de centro-esquerda que defendam indulto para Lula
3.mai.2018

O único que prometeu o perdão judicial a ele até agora foi Guilherme Boulos, do PSOL

 

[Romulus Maya: presidente conceder “perdão JUDICIAL”? Oi?? Calma que ainda piora…]

 

O PT pretende propor aos candidatos de centro-esquerda que defendam o indulto para Lula na campanha eleitoral. O único que prometeu o perdão judicial a ele até agora foi Guilherme Boulos, do PSOL.

DE NOVO
Esse deve ser um dos pontos centrais do discurso de campanha do partido, caso tenha candidato próprio: tirar Lula da cadeia para que possa concorrer em 2022.

 

[Romulus Maya: eu avisei que piorava. Diferentemente da anistia, votada pelo Legislativo, nem o indulto (destinado a um coletivo, definido em termos abstratos) nem a graça (individual) apagam a ficha criminal do apenado.
Assim, a cassação dos direitos políticos de Lula, pela Lei da ficha limpa, subsistiria.
Fora que…
Em 2023 Lula estaria com 77 anos!
Esse pessoal nem mentir mente direito!
Aliás, assim como naquela estória plantada em São Bernardo por José Eduardo Cardozo (et caterva!), seguindo a lógica singular de que “Lula deveria ir preso… para não ficar preso” (!), posto que “em prisão preventiva não caberia habeas corpus por 81 dias” (sic!).]

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Como já observamos em outras ocasiões, a “agro-jornalista” em questão, apegada às coisas da roça, opera como se estivesse em quadrilha de festa junina. Num dia grita “olha a cobra!”… somente para no outro confessar que “é mentira!”.

Lembram da última? No final de abril? Quando num dia afirmou que Haddad seria “o novo advogado de Lula”? Somente para, já no dia seguinte, negar esse balão de ensaio?

Pois vejam que o padrão se repete com essa estória de “indulto” (sic). Novamente já no dia seguinte vem a agro-jornalista fazer hedge pra balão que não sobe:

Ideia de defender o indulto a Lula não é consensual no PT
4.mai.2018

Ideia é considerada ambígua pois enfraqueceria o discurso ele ser candidato em 2018

SERÁ?
A ideia de defender o indulto a Lula não é consensual no PT. Embora tenha apoio da direção do partido [??], ela é considerada ambígua pois enfraqueceria, neste momento, o discurso de que ainda há esperança de o petista ser candidato a presidente em 2018.

ESTANDARTE
Já dirigentes [??] argumentam que a bandeira só será levantada se Lula for mantido preso e dizem duvidar que alguém se coloque publicamente contra a proposta.

*

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Esse pessoal deve pensar que trata com descerebrados…

Ora, como esquecer o que o Ministro Barroso, do STF, fez ainda outro dia com o indulto natalino editado por Michel Temer, no uso de prerrogativa exclusiva (!) de Chefe do Executivo (!) federal?

 

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Ainda no tema da dinâmica de “cenoura” + “porrete”, o Governador Flávio Dino deve explicações:

Primeiro tempo – 26/jan/2018:
Declaração dada logo após a confirmação da condenação de Lula pelo TRF-4. Ali, o tal “PT Judiciário” mostrava nervosismo, lutando para fazer Lula recuar da (mais que bem-vinda) subida de tom da véspera, quando o Presidente dissera, em ato do PT que reafirmara a sua candidatura, que “não respeitaria” aquela decisão judicial.

Diz então Flávio Dino:

 

 

Versus…

 

Segundo tempo:
Com Lula já preso (há 31 dias), os partidários do “Plano B” percebem que não será nada fácil dobrar – em ordem crescente de determinação – Gleisi Hoffmann, Lula e, principalmente, os apoiadores do Presidente, dentro e fora do PT.

Diz então Flávio Dino:

Sem Lula, PT, PC do B e PSOL devem apoiar Ciro, diz Dino
Para comunista, governador do MA, insistir em candidatura de ex-presidente é derrotismo
8/mai/2018
Thais Bilenky
SÃO LUÍS

Governador do Maranhão e aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Flávio Dino (PC do B) defendeu que o seu partido, o PCdoB, e ainda o PSOL e o PT abram mão de suas pré-candidaturas para apoiar Ciro Gomes (PDT) na eleição para a Presidência da República.

Para Dino, a multiplicidade de candidaturas ameaça o seu campo político de perder já no primeiro turno. “Está chegando o momento de admitir uma nova agenda. Se não oferecermos uma alternativa viável, você pode perder a capacidade de atrair outros setores do centro que se guiam também pela viabilidade“, disse na sexta (4), na sede do governo.

 

[Romulus Maya: “Centro” que ele diz é isto aqui, ó:

]

 

Segundo Dino, a união da esquerda hoje se daria em torno de Ciro, porque ele “é hoje e o melhor posicionado”. Lula está inabilitado e “o PT não tem nome capaz de unir nesse momento“, disse.

 

[Romulus Maya: tem, sim, Governador: “Lula”!
Aliás, quem uniu a esquerda – apesar dos melhores esforços desse pessoal do “Plano B” – foi justamente a luta pela liberdade e pela candidatura de Lula!
A propósito…
O Ciro Gomes partilha tal objetivo estratégico?
Não?
E por acaso existe “união” possível com quem tem objetivo estratégico antagônico?]

 

Sem Lula nas pesquisas de intenção de voto, entre os nomes identificados como de esquerda, o cearense é o que herda a maior parcela do eleitorado lulista — 15% no cenário mais favorável medido pelo Datafolha em abril. Manuela D’Avila (PC do B) atrai 3% dos votos do ex-presidente.

Dino disse que a prisão de Lula é “muito dilacerante, muito traumática, uma tragédia política, a maior derrota da esquerda brasileira desde o golpe [militar] de 1964”.

“É pior que o impeachment [da ex-presidente Dilma Rousseff (PT)] pelo simbolismo de o maior líder popular do país ao lado de Getulio Vargas está fora da eleição“, afirmou.

Pela dramaticidade do episódio, argumentou, foi necessário a simpatizantes viver o “luto para processar a perda”.

Agora, um mês depois, aproxima-se o momento de Lula e aliados admitirem que sua candidatura se tornou inviável e começarem a traçar estratégias para vencer a eleição. Do contrário, sustentou o governador maranhense, a divisão pode resultar em tragédia ainda pior, que seria a derrota para a direita.

“O ponto de interrogação que está dirigido sobretudo ao PT é se nós queremos uma eleição apenas de resistência, de marcar posição, eleger deputados, ou ganhar a eleição presidencial”, disse. “Temos chance de ganhar, a eleição porque o pós-impeachment deu errado. O fracasso do Temer é o fracasso da alternativa que se gestou a nós.”

Sem nominar, o comunista discordou da postura de setores do PT, inclusive da presidente do partido, Gleisi Hoffmann, de insistir na candidatura de Lula. A tática de marcar posição é derrotista e não honra a importância do Lula, porque abre mão da possibilidade de haver uma virada geral na sociedade que possibilite julgamentos racionais dele“, afirmou.

 

[Romulus Maya: “julgamentos racionais” de Lula… mas o “PT judicial” – no caso, o aliado dele das antigas no PCdoB – não perde UMA chance de exibir a tal “cenourinha” … elusiva. Incrível!]

(…)

*

Novamente:
O Governador Flávio Dino deve explicações.

– Por que sua opinião era tão favorável ao prognóstico na Justiça Eleitoral quando Lula estava solto…

– … e passou a ser tão sombria – depois! – que se logrou êxito (com mentiras!) na tentativa de induzir o ex-Presidente ao erro de se entregar em São Bernardo?

*

“A VERDADE CHEGA PRIMEIRO”

Cumpre registrar, não com olhar retrospectivo mas (principalmente) prospectivo, que mais uma vez o Duplo Expresso avisou:

 

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(1) Reforço da mensagem da entrevista de Dino à Folha no Twitter:

 

[Romulus Maya: Governador, não se disputa herança de quem está – mui – vivo!
O nome disso é pacto corvino!]

 

 

 

…e…

(2) A “retificação”, 4 horas depois, diante da repercussão ruim. Note-se, contudo, que não se procurou desmentir nem uma sequer das ASPAS publicadas pela Folha:

 

[Romulus Maya: faltou “repetir” isso então pra Folha de S. Paulo, Governador…
Ou então revelar que a repórter inventou todas aquelas aspas… e que sequer estava em São Luís do Maranhão (!)]

*

No outro evento político do dia, Joaquim Barbosa “desistiu” de concorrer à presidência:

 

Deve ter descoberto que os tais “8%”-“10%” (rs) que lhe atribuíam em “pesquisas” eram tão somente… contrafação. Visavam a forçar o PSB a lançar uma candidatura para a “Juristocracia” chamar de sua. Com o bônus de nela amarrar os políticos socialistas do Nordeste que apoiam Lula.

Mas…

Reparem na escolha curiosa das palavras: “não pretendo ser” em vez de… “não serei”!

Será que quer valorizar o passe?

Afinal, Luciano Huck já foi, desistiu, foi de novo e desistiu mais uma vez, não é mesmo?

É… parece que Jânio Quadros fez escola…

O perigo é, tal qual ocorreu com o ex-Presidente, os interessados prontamente aceitarem a renúncia!

*

DINO RECEBE APOIO DE MANUELA

A candidatura do PCdoB era para valer? Ou era um buffer?

Observadores atentos da política supunham que a candidatura de Manuela D’Ávila não era pra valer. Mas sim, apenas, um buffer. Um tampão. Um agente neutralizador. Uma forma de passar alguma vaselina antes de romper décadas de aliança com o PT, para ir de Ciro Gomes.

Certos ou errados, tais observadores acabam de ganhar, hoje, novos indícios:

Presidenciável do PCdoB, Manuela D’Ávila divulgou nota nesta terça (8) apoiando a declaração do governador do Maranhão e correligionário Flávio Dino, que disse em entrevista à Folha que o ideal seria que os partidos de esquerda abrissem mão de seus candidatos para apoiar Ciro Gomes (PDT) para o Planalto.

Na nota, Manuela diz que Dino fez um “chamado à razão” e que ela está “aberta” a construir uma saída para a crise atual de maneira que “una o conjunto da esquerda”.

No informe, a presidenciável ainda criticou o PT por atacar Ciro de maneira “desnecessária”.

Leia, abaixo, a nota completa,

“O mais importante da declaração do Flávio Dino é o chamado à razão, ao diálogo. Ele falou isso depois de uma semana na qual PT e Ciro se atacaram de forma desnecessária, digo isso fraternalmente. E diria mais: nossas diferenças são pequenas diante dos desafios do nosso país e de nosso campo. Estou aberta – e todos deveriam estar também – para a construção de uma saída que una o conjunto da esquerda. Eu e meu partido pensamos no Brasil em primeiro lugar, a luta pela unidade popular é a marca da nossa história de 96 anos. Eu estou me esforçando muito nesse sentido. Se não der certo, podem ter certeza, não terá sido por falta de iniciativa e boa vontade de nossa parte.”

*

CONCLUSÃO: PARABÉNS PARA VOCÊ, LULISTA FIEL!

E o que se extrai disso tudo?

Principalmente para quem, como o Duplo Expresso, é Lula de A a Z, “até as últimas consequências” (apud Gleisi Hoffmann)?

Estamos ganhando ou perdendo terreno?

Ora, evidente que estamos ganhando!

Volto ao início: a semana passada consagrou o fortalecimento de Gleisi Hoffmann. E, por tabela, de Lula.

 

Como dissemos dias atrás:

“A ala pelega no PT vendeu o pescoço de Lula ao Golpe. Só tem um problema: as bases – do próprio PT (e além!) – não permitem a entrega da ‘mercadoria’!”

 

O fato de Gleisi e a base terem fechado questão em torno da candidatura de Lula forçou os apoiadores do “Plano B” – na política e na “GloBosfera” – a saírem do armário. É evidente que todos, por conveniência político-eleitoral, queriam poder seguir dizendo, ad eternum, que “lutaram” pela candidatura de Lula, mas… “não deu”. Apenas porque acreditavam que seria fácil dobrar o Presidente com a prisão. Acreditaram, ademais, nas promessas de vendedor da ala pelega no PT. De fato, essa tudo faz para prejudicar a defesa – necessariamente po-lí-ti-ca – de Lula. Como vimos, conta para isso com os inestimáveis serviços prestados pelo tal “PT judicial” (“cenoura” + “porrete”).

Contudo, por mais que venha se esforçando, a ala pelega não está conseguindo entregar a desmobilização das bases. Na verdade, o apoio a Lula em vez de arrefecer só faz é crescer. Com isso, o binômio Gleisi-Lula segue tendo em suas mãos a última cartada para tentarmos derrotar o Golpe nesta geração política: colocar em xeque o projeto de eleições fraudulentas – em que o Golpe deseja escalar os times… hmmm… “adversários” (aspas!), à direita e à “esquerda” (novas aspas!).

Como dissemos no final de abril:

O “Plano B” só vinga se for ungido “por aclamação” (sic). Ou seja, se o nome de Haddad [ou Ciro; ou Haddad + Ciro, no “Plano FH-C”] sair do bolso do colete. E não, em hipótese nenhuma, de uma primária no PT, com zero chance de ser vencida pelo “B” [Ou “C” ou “FH-C”]. Sua única chance é ser “incumbido” (sic), “no desespero” (sic), de carregar o “ônus” da candidatura, diante do impedimento (combinado!) de Lula pelo TSE. Notem bem: impedimento pelo qual o “Plano B” [e “C”]… trabalha!

 

Paradoxalmente, quanto mais os partidários do “Plano B” veem-se forçados a expor – já agora, mais de 3 meses antes do registro das candidaturas – a sabotagem que vinham fazendo (até aqui insidiosamente) a Lula, mais dependentes ficam do “dedazo” do ex-Presidente para levarem a indicação do PT. Isso porque mais se queimam com as bases fieis a Lula. Portanto, se o fazem é porque não veem outra opção. Temem, com razão, a impossibilidade de fazer as bases engolirem uma candidatura “anticlímax” – Haddad/ Ciro – já quando o TSE der a primeira negativa ao registro da candidatura de Lula, algo praticamente certo. Sem o aval “do cara”, será então impossível “combinar com os russos”, revoltados. E mesmo com tal aval não será tarefa trivial. Afinal, há lideranças que, aos olhos das bases, mantem-se fieis a Lula, como Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann.

Melhor portanto, desde já, forçar as bases a – nas palavras de Flávio Dino – viver o “luto para processar a perda” (!)

Certo?

Calcularam seus movimentos partindo da premissa de que a prisão enfraqueceria a posição de Lula no jogo. Pois o feitiço virou contra o feiticeiro: ela só se fortalece!

Pior – “o cara” segue botando pilha:

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É o paradoxo registrado acima, dando conta da dependência cada vez maior dos sabotadores da candidatura de Lula do seu “dedazo”, que explica declarações como as do Governador da Bahia hoje:

(Obs: desconsiderar a manchete dada pelo 247 – a “Central do Plano B” – na sua tentativa peripatética de desgastar Gleisi Hoffmann, a fiadora de Lula. Como se constata facilmente, houvesse ética (e limites ao esforço de manipulação), o próprio texto que a seque não a autorizaria)

Bahia 247 – O governador Rui Costa disse, nesta segunda-feira (7), que a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, não tem “legitimidade nem autoridade” para discutir uma alternativa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo Palácio do Planalto.

Reação de Rui vai de encontro a senadora Gleisi, que havia dito – após o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT) sinalizar que o PT pode abrir mão da candidatura a presidente da República para apoiar o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) – que o pedetista não “passa no PT nem com reza brava”.

Para o governador, a iniciativa de decidir o substituto caberá única e exclusivamente ao presidente Lula. “Ele, que mesmo depois das perseguições, ainda lidera com folgas todas as pesquisas de opiniões. Cabe a ele a iniciativa deste debate. Por enquanto, a tarefa nossa é de lutar pela liberdade do Lula, que está sendo injustiçado e perseguido”.

Segundo Rui Costa, “nenhum de nós, nem governador nem presidente do PT tem, nesse momento, legitimidade nem autoridade para discutir qualquer alternativa. E, se isso ocorrer, dever partir dele próprio”, segundo reportagem de Rodrigo Daniel Silva, no Tribuna da Bahia (leia aqui).

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DE NOVO: PARABÉNS PARA VOCÊ, LULISTA FIEL!

Você divide esta vitória tática com Gleisi e com o Presidente Lula!

Falta de opção, resta aos sabotadores apenas expor ainda mais a sabotagem, alienando-se ainda mais das bases. E, com isso, dificultando até mesmo o sucesso de eventual uso do “dedazo” de Lula em seu favor, lá na frente. Ou isso ou voltam a se limitar à sabotagem insidiosa, vendo a candidatura de Lula tornar-se um fato consumado a cada dia.

Que dilema!

Que ironia!

Em Curitiba, mesmo ofendido e isolado, “o cara” sorri:

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ATUALIZAÇÃO 9/mai/2018 – 12:43: Lindbergh explica por que Gleisi está sendo atacada: “não cedeu!”

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Em tempo: sabe desde quando o DuplEx defende a importância de dar suporte a Gleisi, Senador? Desde (muito) antes deste artigo, de mais de duas semanas atrás:

  • Os inimigos de Lula sabem que enquanto ele puder contar com a fidelidade da Senadora – e esta se mantiver numa posição de força dentro do PT – menores serão as chances de que as sucessivas tentativas de extorsão – agora já mediante sequestro (de Lula) – tenham êxito. Os ataques de que Gleisi é objeto visam a pressioná-la fora – e dentro – do PT. Flagelar o seu moral. Tudo isso para que, finalmente, sucumba e suplique ao Pai que afaste dela o cálice: a manutenção da candidatura de Lula – “até as últimas consequências” (apud Gleisi Hoffmann).
  • Atualização: resumo audiovisual e mais sobre “agro-jornalismo” e a carteirinha da OAB de Fernando “B” Haddad. Tudo isso no final do artigo.

 

Ou seja: mais uma vez “a verdade chegou primeiro” no Duplo Expresso. Aqui escrevemos hoje mirando o amanhã. E até agora – infelizmente – nossas análises e previsões têm se mostrado certeiras. Quem, como o Senador Lindbergh, conhece os bastidores bem o sabe. Infelizmente, tal qual Cassandra, antever os resultados ainda não os têm evitado.

 

Para isso, evidentemente, só mesmo com lideranças políticas deixando a dinâmica de repercutir a manchete do dia. E passando, em vez disso, a praticar a meta-análise, tanto do Partido da Imprensa Golpista (algo mais óbvio) como da ‘GloBosfera’ (algo inabitual), para ter a exata noção de para onde a “pinça” que operam (juntas) quer nos empurrar. Com esse expediente, que se exercita, é possível captar os sinais das “jogadas” – enquanto ainda estão sendo armadas. É necessário, da mesma forma, visão estratégica, do todo do tabuleiro. E do entrelace entre os fios da trama, que correm separadamente mas que se entrecruzam em diversos pontos. É preciso ver a floresta, para além de um conjunto de árvores individuais.

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ATUALIZAÇÃO 9/mai/2018 – 13:23: VÍDEO – “ironia: sabotando Lula, “Plano B” fica cada vez mais dependente do Presidente”

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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