Infiltração, “Plano B”, Macron e Haddad – Pepe Escobar no Duplo Expresso

Trecho da entrevista com o jornalista Pepe Escobar no Duplo Expresso desta manhã:

Integralidade aqui.

*

A essse propósito:

“Meninos, eu vi”: síntese Macron/Hollande, Haddad matará PT como dupla matou PS
(originalmente publicado em 11/mar/2018)

Por Nina Lima

(Comentário a fala de Romulus Maya no Programa Duplo Expresso de 9/mar/2018)

Olá Romulus,

A questão do PS na França é algo que me toca fundo, porque morei na França alguns anos e sempre admirei o partido (mais a história – quando morei lá o PS já estava meio “terceira via” – rs). Estava no continente quando Hollande foi eleito, acompanhei a campanha, assisti ao famoso discurso (“meu inimigo é a Finança!”; “A mudança é agora!”), chorei na posse (rs), afinal o primeiro presidente socialista depois de Mitterrand!

E ainda esperança de contraponto forte ao poder de Angela Merkel. Que desilusão! Tanto a política interna quanto a política externa um desastre do ponto de vista da esquerda.

Se eu me senti traída (rs), imagine as bases do PS francês. E o resultado foi o que deu, [Hollande, com 4% de intenções de voto sequer pôde se reapresentar à sua sucessão, não disputando a reeleição e] nem mesmo com o candidato do PS [Benoît Hamon], que ganhou as primárias [contra toda a máquina partidária e a grande mídia] por ter uma posição mais à esquerda no Partido (digo isto no contexto do quadro do partido [a ala de Martine Aubry, de quem foi pupilo]), houve como recuperar o desastre feito. É importante frisar isto: o candidato do PS à presidência escolhido nas primárias do partido (para quem não sabe, há eleição direta para escolher o pré-candidato e, todo francês apto, que se considera de esquerda, pode votar) tinha um discurso mais a esquerda, um discurso de voltar aos valores socialistas e crítica a Hollande, e, mesmo assim, não convenceu.

[Nota RM: tendo iniciado sua militância política no movimento estudantil, Benoît Hamon, que sempre pertenceu à ala esquerda do PS, fora Ministro da Educação no segundo governo formado durante a Presidência de François Hollande (governo Manuel Valls I). Rompeu quando da formação do terceiro governo (Valls II), quando o neoliberalismo do Hollandismo perdeu os últimos pudores e ousou, mais que falar, gritar o próprio nome, com a chegada de Emmanuel – “Rothschild” – Macron à pasta da Economia (saído da Secretaria da Presidência, onde era o Conselheiro econômico de Hollande). Hamon tornou-se, então, parte da “Fronde” no PS, termo histórico (1648) ainda utilizado na análise política na França para nomear dissidências/ rebeliões nas próprias hostes contra o comando central]

A analogia que você faz entre PT-PS e Haddad-Macron, para mim, é uma de suas melhores análises. Acho ela muito pertinente e que serve mesmo de exemplo para o que um partido de esquerda não deve fazer. Por mim, acho que você deve continuar “batendo nesta tecla”, já que isto não tem implicações apenas eleitorais, mas estruturais para o campo da esquerda e, consequentemente, para o combate ao golpe (atual e futuros).

Com relação a Haddad, eu tinha bastante admiração por ele, mas como muitos já disseram, depois daquela entrevista em cima do muro na Piauí, fiquei com uma pulga atrás da orelha com as posições dele, e depois a bendita carta de lançamento da sua candidatura para mim foi o bastante: é óbvio que o lançamento teve a assinatura (invisível) dele!. Assim, quando você chamou a atenção pela primeira vez da proximidade (ou seria melhor dizer a imitação?!) entre os movimentos de Haddad e o de Macron, eu achei muito boa a analogia.

Ampliando agora no vídeo com as consequências disto para o partido. Acho que poder-se-ia dizer que a analogia agora é dupla entre Haddad(presente)-Macron e entre Haddad(futuro)-Hollande.

[Exato! Seja na forma “Plano FH”, seja na “FH-C”]

Mas, eu também acho que não se precisa ir à França e ao PS para saber o que acontece quando as bases se sentem traídas: acho que o PT teve um gostinho disso quando Dilma, ao adotar medidas neoliberais na condução da economia, provocou um sentimento de traição entre os seus eleitores, o que de certa forma ajudou e muito o sucesso (rápido) do golpe, já que parte das bases não mais se sentia representada por seu governo. É claro que o golpe não se deu só por causa disto, mas creio que isto enfraqueceu e muito a resistência. A sorte, ainda, é que as bases tem a lembrança/ memória de um governo que não é visto como traição, mas como cumprimento de promessas, que foi o governo de Lula (eu avalio que o primeiro governo de Dilma, na memória do povo, fica englobado pelos anos Lula, quase como continuidade dele, sendo o segundo mandato o que mais é identificado a ela), apesar da acusação de conciliador que muitos esquerdistas fazem a Lula. Enfim, é esta memória do governo Lula, creio, que “salvou” o partido, já que Lula nunca deixa de lembrar da relação dele com o PT.

*

A fala que deu origem ao comentário acima:

 

A candidatura Haddad, que agora tenta se relançar depois de ter queimado a largada, representa a capitulação – em todos os cenários.
Representa ou (i) perder a eleição (candidato fraco, descolado das bases); ou (ii) (paradoxalmente) pior ainda: ganhar e representar o fim do PT. Que seria destruído por dentro assim como François Hollande destruiu o Partido Socialista francês. Elegeu-se com o slogan “a mudança é agora” e dizendo, em seu comício de encerramento da campanha, “a finança é o meu inimigo”. Entrou. E a finança reinou. Inclusive com a sua mistura de dauphin/ Édipo particular,  o “petit génie” Emmanuel Macron, na pasta da Economia, vindo diretamente do Banco Rothschild.
Com um “Hollande/ Macron” na Presidência, o PT do resto do Brasil vai ficar parecendo o que é hoje o PT do Rio de Janeiro, depois dos anos de casamento com o PMDB de Sergio Cabral: uma micro-legenda histórica. Vai abrir espaço pra representação muito pior para o campo popular. No caso do Rio, quadros do PSOL como Freixo. Em nível nacional, não sei o que seria. Para isso, tem que ver quem conseguirá herdar o voto (verdadeiramente) “popular” – tipo do Nordeste, favelas, periferias, áreas rurais.
E mais: ninguém garante que será a esquerda!
Pode bem ser a extrema-direita…
Basta ver que no Rio de Janeiro – de novo ele (antecipando o Brasil?) – 40% dos votos de Lula, em caso de inabilitação, migram para… Bolsonaro!
Os míopes não conseguem ver, mas lutando contra a traição ao “Lula de A a Z” estou lutando – mais que pela eleição de 2018 – pela sobrevivência do PT enquanto partido relevante PARA ALÉM DE 2018.
E pela manutenção do voto “popular” na sua esfera – ao menos majoritariamente.
Se ganhar a direita, o PT será destruído pouco a pouco como está sendo, nas mãos da dobradinha Judiciário/ mídia.
Ganhando a “esquerda” fake, tipo Haddad/ Ciro, o PT será destruído por dentro, como foi o PS francês com o Holladismo/ Macronismo.
E como, no Equador, Lenin Moreno – traidor! – está destruindo o sonho da “Revolução Cidadã” de quem o apadrinhou e levou ao poder: Rafael Correa.
Acho que essa última hipótese, a da destruição do PT por dentro, é ainda pior do que a primeira. Pois é definitiva. E não sobra nem ao menos o capital político da vitimização.

*

O “macronismo” à la (falsificação) brasileira:
(trecho do artigo “‘Plano B’ de… B’ola nas costas! Haddad trai Lula para encarnar ‘Macron brasileiro’. Falta combinar com o povo!” – 22/fev/2018)

(…)

Pois eis que agora, finalmente, chegamos ao título do artigo:

– “Plano B” de… B’ola nas costas! – Haddad trai Lula para encarnar…

– … o “Macron brasileiro”!

– Tal qual o original francês, até o padrinho político ele já traiu!

– Falta combinar com o povo!

*

Passemos à analise do “manifesto dos intelectuais”:

(in Folha de S. Paulo!)

SP 247 – Intelectuais lançaram um pedido pela candidatura de Fernando Haddad à Presidência em 2018.

Em artigo publicado nesta quarta, o antropólogo Ricardo Teperman, o engenheiro Luis Rheingantz e o economista André Kwak

[Nossa!
Só nome de bacana, hein?
Não tem um sobrenome “popular”, lusitano, para “poluir”…
Tipo “Silva”, “Sousa”, “Oliveira”…
Nada disso: só “Teperman”, “Rheingantz”, “Kwak”!
C’est chic!]

– … explicam as razões de sustentação do movimento “Eu voto no Haddad, me pergunte por quê”.

Confira abaixo a íntegra do texto:

Em tempos de esgotamento da chamada política tradicional

[Alerta Macron: narrativa de “esgotamento da política tradicional”]

– … Fernando Haddad representa renovação

[Alerta Macron: ele é a “renovação” (sic)]

– … ao mesmo tempo

[Alerta Macron: até o “en même temps” do original já trataram de traduzir!]

– … em que detém reconhecida experiência na administração pública.

[E qual foi a avaliação – certa ou errada – dos “não intelectuais” a esse respeito?
Vamos combinar:
– Em 2012 Haddad foi eleito por Lula + João Santana!
Em 2016, sem nenhum dos dois:
– 14%!]

Além disso, é a principal liderança com a transversalidade necessária para reunir a oposição do atual governo.

[“Transversalidade”?
Achei que a Marina tinha o copyright (!) desse álibi!
Digo, “palavra”!]

Seu trânsito entre as salas de aula do Insper

[Sobre o Insper, o insuspeito Elio Gaspari:

O EXEMPLO DA PLUTOCRACIA NO INSPER
Elio Gaspari
23/12/2012
Folha de S.Paulo

Em 1999, o economista Claudio Haddad…

(é parente?)

– … comprou a instituição de ensino superior que hoje é o Insper, em São Paulo. Conhecido pelo horror que tem a dinheiro público, transformou uma escola de administração e economia que tinha 660 alunos num educandário exemplar, hoje com 5.000 matriculados.
Em vez de pedir dinheiro à Viúva, busca recursos na plutocracia nacional. A cada ano arrecada cerca de R$ 2 milhões, destinando R$ 700 mil para um fundo de bolsas que ampara 110 estudantes.
Em 2010, Haddad teve a ideia de criar uma faculdade de engenharia que abrisse suas aulas em 2015, com 150 alunos no primeiro ano e 300 no seguinte. Novamente, foi buscar uma coisa na qual ninguém acredita: filantropos na iniciativa privada. Precisava de R$ 80 milhões.
Em um ano, arrecadou compromissos de R$ 85 milhões. Entraram na vaquinha quatro grupos industriais (Ultra, Votorantim, Camargo Corrêa e Gerdau), três bancos (Itaú, Bradesco e BTG Pactual), mais duas fundações (Lemann e Brava), e quatro doadores individuais.
Quando Haddad fundou o Insper, tinha patrimônio suficiente para levar a vida al mare. Nunca tirou um tostão da entidade (botou nela um ervanário cujo tamanho não revela), e desde que fundou o Insper jamais tocou em dinheiro da Viúva. Simplesmente acredita que o capitalismo funciona e que há no Brasil milionários que pensam como ele”.]

– … e os acampamentos do MTST é cada vez mais raro no Brasil polarizado de hoje.

[Sei…
En même temps” – bis.
Mas agora o “En même temps” dos “En même temps”!
A máxima macroniana:
Ni de gauche, ni de droite, mais de gauche et de droite (!)
En même temps (!)
Ou seja:
– “Nem de esquerda, nem de direita, mas de esquerda e de direita” (!)
– Ao mesmo tempo (!)]

Em suma, ele encarna como ninguém a proposta de quebrar as barreiras ideológicas e dar novo ímpeto ao pacto nacional da Constituição de 1988.

[Alerta Macron: despolitização!
Tudo se resume a uma questão de “ímpeto” (ou não), sabe…
(e, para isso, boa estampa e jovialidade são uma maravilha de cartão de visita, não é mesmo?)
Para quebrar “velhas barreiras”!
Porque, afinal, livre da “velha clivagem ideológica” (sic), as escolhas podem, finalmente, ser meramente… “técnicas” (!)
Convenhamos: o que faltava até aqui era, “apenas”, “ímpeto” + “capacidade técnica” de petit génie – de um “geniozinho” (!)]

Dentre os legados da era Lula, com a devida exceção da luta contra a fome, o mais notável e de impacto transformador incontestado é a educação, área que Haddad comandou durante quase uma década.

Os inúmeros campi e escolas técnicas inaugurados, associados às cotas, ao Prouni, ao Fundeb e ao Enem transformaram o país, empoderando milhares de jovens.

O caráter inovador de sua gestão em São Paulo está sendo redescoberto graças à resiliência de projetos e realizações como a Controladoria Geral do Município, a renegociação da dívida com a União e as parcerias público-privadas.

[Olha aí a sigla mágica: “PPP”!
A tchurminha do INSPER vai à loucura!]

Também se nota a percepção (tardia) por parte da opinião pública do acerto de medidas inicialmente polêmicas, como o novo plano diretor e as políticas de mobilidade urbana (diminuição da velocidade nas vias, corredores de ônibus, ciclovias), de direitos humanos, de desenvolvimento sustentável e de democratização do espaço da cidade.

Admirado e respeitado mesmo por antipetistas

[Opa!
Não entreguem o cara assim!]

– … está bem posicionado para liderar a transição do partido….

[“Transição” do partido…
Hmmm…
Rumo ao que, hein?]

– … depois da possível, e deplorável, inviabilização da candidatura de Lula.

[Sim, claro…
Bem imagino o quanto esse circuitinho USP-INSPER-Av. Paulista-Faria Lima “deplora” essa (muito “oportuna”) “inviabilização” (sic!) – repito: “inviabilização” (sic!) – da candidatura de Lula!

Estão a verter copiosas lágrimas de fato (!)]

Coordenador do programa do PT, tem uma relação de confiança com lideranças tão antagonistas quanto Marina Silva e Guilherme Boulos, Ciro Gomes – que chama a aliança com Haddad de “dream team

[Opa!
Não entreguem o cara assim! (2)]

– … Fernando Henrique Cardoso para quem Haddad é o melhor interlocutor da esquerda…

[Opa! – bis
Será que ambos – Haddad e FHC – pertencem à mesma… “esquerda”?]

– … e Manuela DÁvila, do PC do B, partido que foi parceiro indispensável de sua gestão em São Paulo.

A renovação e a abertura política que definem a atuação de Haddad são as únicas alternativas do PT para evitar a obsolescência – destino que tiveram os partidos sociais-democratas europeus que recusaram a se rever.

[haha
Obrigado por fazerem a minha vida mais fácil!
Quer dizer que Haddad quer para o PT a “renovação” e a “abertura” impostas à “socialdemocracia” (?) europeia, né??

– Tony & Maggie Thatcher.

Agora bem vemos para onde ruma essa tal “transição” por que Haddad quer fazer passar o PT…
Partido nascido do casamento de:
– Chão de fábrica + comunidades eclesiais de base + ex-guerrilheiros + intelectualidade…
Só coisas destinadas à “obsolescência” (sic) mesmo, né, Haddad?
Afinal…
– … a onda – agora – lá na matriz é o “New Labour” (!)

Quer dizer]

O movimento “Eu voto no Haddad, me pergunte por quê” foi criado durante as eleições de 2016. Ao longo do mês de setembro daquele ano, centenas de pessoas se empenharam em defender os avanços de sua gestão conversando com paulistanos pelas ruas da cidade.

[Parabéns pelo sucesso da iniciativa!
Quer dizer…]

O fato de ser uma iniciativa sem vínculo com estruturas partidárias

[Alerta Macron: (autoproclamado) “apartidarismo”…
“Movimento” (sic) em vez de “partido”…
Vindo “da sociedade” (sic)!]

– … e tampouco com o candidato…

[Ah, bom!
Até vi que Haddad correu a desautorizar essa “iniciativa” (sic )…
“Espontânea” (sic) …
Bem como a negar a “notinha” da Monica Bergamo!
Quer dizer…]

– Legenda:

“Vish!
Pegou mal pacas, né?
Pessoal tá falando horrores!
Pega logo uma foto qualquer com o Lula!
Álibi!
Contenção de danos, gente!
Vambora!
Ímpeto!
Ímpeto!!”

– … permitia que o diálogo se estabelecesse de maneira mais aberta. Essa independência e liberdade de debate dão força para que o movimento continue ativo desde então.

Haddad se distancia da figura do político profissional

[Alerta Macron!
Demonização do tal “político profissional” e, por tabela, da política!
Pergunta:
– De que estratos da sociedade advêm pessoas que têm os meio$ para se tornarem, “apenas”, políticos “diletantes”, “não profissionais”, hein??]

– … pela trajetória acadêmica, à qual retornou após a passagem pela prefeitura…

[C’est chic!
Melhor mesmo só se, como o Macron original, ostentasse a dobradinha Science-Po + ENA no CV!
Mas isso já era pedir demais, não é mesmo?
Pro Brasil basta…

USP + INSPER!]

– … pela franqueza e serenidade de suas colocações; pela parceria produtiva com sua companheira Ana Estela, professora e gestora pública destacada.

Muito mais do que um “plano B”

[Sabia!!]

– … Haddad tem tudo para ser o líder de uma frente ampla republicana

[Alerta Macron!
Gente!
Pode plagiar nesse nível??
Ainda mais em sendo um “acadêmico”??

Até “front républicain” (!) os caras deram um “Ctrl C + Ctrl V” e jogaram no Google translate!
Tô chocado!]

– …preocupada mais com os princípios programáticos do que com o velho pragmatismo, que se coloque como alternativa competitiva aos vários cenários regressivos à vista.

[Alerta Macron: nunca se comprometa, concretamente, com absolutamente nada!
Apenas repita, sempre, que você representa o “progresso” (?)…
– … contra o(s) “regresso(s)” (?)
À direita e à esquerda!
Aos “extremos” (sic)!]

*

– Consultor junior

Uma dúvida…

Tem rolado uma consultoriazinha básica do – macronófilo! – (e amigo) Mathias Alencastro??

(filho do (grande!) Luiz Felipe Alencastro?)

 

Aquele mesmo que, tempos atrás, viu no Ciro Gomes um Jean-Luc Melénchon?

Que, dizia Mathias, colocaria “o prego no caixão” do PT??

*

– Consultor sênior

E mais…

Foi sobre “macronismo” (e traição!) que Haddad conversou – por 5h! – com FHC??

*

C’est fini!

I rest my case!

Coitada da galerinha descolada do “Plano B” nas redes sociais, minha gente!

Haddad abriu o jogo!

(quer dizer…
“Abriu” da sua maneira tucano-uspiana, não é mesmo?)

É exatamente o que dissemos 3 semanas atrás:

– “Plano B” é, sim, traição – mesmo que “envergonhada” (?) – a Lula!

– Haddad, CNB-SP e Washington Quaquá (CNB-RJ) querem ver Lula pelas costas!

– De preferência, na cadeia do Moro!

– Que é pra potencializar a transferência de votos!

– E, assim, finalmente fazer o PT sofrer a tão sonhada… “transição” (sic)!

*

– Lula, meu querido!

– Passa a mão nesse telefone e liga urgente pro François Hollande!

– Ele tem uns negocinhos aí pra te contar, meu companheiro!

– Abre o olho!

*

*

*

P.S.: podem anotar mais uma na conta desta Cassandra aqui!

Trecho de “Haddad digerido: análise do ‘desabafo’ do Ex-Prefeito de SP” (5/jun/2017):

(…)
Parênteses: isso é a cara daquela tal de “Terceira Via” do Tony Blair!
Despolitiza-se o discurso.
Não há mais “esquerda e direita”.
Como disse Jorge Roberto Silveira, o candidato do Brizolismo à reeleição na Prefeitura de Niterói no ano 2000 (Ah, essa memória que me persegue…) – durante auge da “terceira via” do Tony Blair:
– O buraco não é de esquerda nem de direita…
– … o buraco tem que ser tapado!
Ou, no ~original~, vejamos Tony Blair, em seu primeiro ano de mandato (1997), dirigindo-se ao Parlamento da França (em francês!) em sessão solene.
Parlamento esse então sob a maioria ~socialista~ do Primeiro-Ministro Lionel Jospin, mas em coabitação com o direitista (mais para centrista) Jacques Chirac, na Presidência.
Notem como Blair arranca aplausos ~unânimes~ – da “esquerda” (aspas) e da direita! – com o lema do ~seu~ New Labour / Terceira Via:
– A gestão da Economia não é nem de direita nem de esquerda.
– Ela é boa ou ruim!

E segue Blair:
– Como, diante da transição econômica e dos enormes impactos sociais que a seguem, podemos permanecer como os garantes da segurança?
– Pois aqui vai a ~minha~ definição de “Terceira Via” ou “New Labour”:
– Devemos ser de uma fidelidade absoluta aos nossos ~valores~ fundamentais (?).
– Para entrarmos, juntos, num “novo mundo”…
– … sobre o “Velho Continente”!
Pergunto eu (retoricamente):
– Ora, quem haverá de se colocar contra “isso”??
Como disse Marine Le Pen de Emmanuel Macron em debate eleitoral neste ano:
– É o vazio absoluto!
Romulus: “Complexificar” não é falar em “jargão” para os “iniciados”. É, isso sim, considerar todas as variáveis da política e da economia com a maior objetividade possível, tentando conciliar objetivos contraditórios… e às vezes antagônicos! É bem resumido pelo “en même temps” do Macron – que de fato ~abusou~ da “complexificação” na campanha, como biombo, fumaça!, para não se comprometer com nada.
Traço aqui fulminado por Marine Le Pen, em debate do primeiro turno:
– “punch line” de Le Pen sobre Macron – “é o vazio absoluto… capaz de falar por 6 minutos sem que se retenha qualquer coisa da sua fala” (!):
(Ah, Haddad…
(suspiro…)
O nosso “Macron”…
Quer dizer…
O nosso “Macron viúva Porcina“:
– Aquele que foi sem nunca ter sido
#ProntoFalei ?)
Pois, para meu desalento, sou forçado a repetir Marine Le Pen:
– É o vazio absoluto!
– Não se tira ~nada~ de concreto de todos os longos minutos de fala!
– Nem de Blair…
– … nem de Macron!
Nessa dinâmica político-eleitoral “despolitizada” – entre aspas mesmo, porque convém muuuuito a ~um~ dos lados da disputa política – não há mais esquerda (solidariedade) ou direita (liberdade).
Ou – sequer! – “soberanismo” vs. “globalismo”.
Há…
– apenas! –
quem “faz mais” e “melhor” (!)
Esse, como todos nós sabemos olhando em retrospecto (porque é mais fácil “prever o passado”, né??), o erro fundamental do Lulismo:
– Ceder à armadilha do…
– … “é de esquerda, mas faz”!
Ora, o “mas faz” não é objetivo!
Não adianta sambar e sapatear em cima de montanhas de estatísticas…
Na era da “pós-verdade”, todos sabemos que são (quase) irrelevantes!
O que importa, mesmo, são as tais das “narrativas”…
E, na guerra das “narrativas”, ~nós~ perdemos!
Pouco importou o ~nosso~ “mas faz” ~objetivo~…
Foi descontruído na ~subjetividade~ da sociedade/eleitorado.
Sobrou apenas o…
– “É de esquerda”…
Devidamente transformado, de forma deliberada e concertada, em “palavrão”.
Numa volta anacrônica, coordenada, ao “anticomunismo” dos anos 1950/60.
(que “comunismo”, minha gente? Do Lula?!)
(…)
*

ATUALIZAÇÃO – conterrâneo exilado há 10 anos na belíssima Provence confirma:

*

*

*

Trecho do artigo “Papagaios de pirata: mas e a defesa em Brasília de Lula, hein?” (25/mar/2018):

(…)

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Tiago • 17 horas atrás
Haddad é brasileiro e não desiste nunca. (Gostei da foto em que ele aparece à vontade, descoladão)

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Romulus  • 16 horas atrás
Quem é essa? Deveria conhecer a sujeita?

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Tiago  Romulus • 16 horas atrás
É uma cozinheira desses desafios culinários que estão na moda na televisão.

Eu peguei esse tuíte dela por causa do comentário revelador (do Haddad) sobre “a agenda do Estado acima da agenda do partido”. No melhor estilo “não importa se uma ideia é de esquerda ou de direita, importa se é boa”.

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Romulus  • 16 horas atrás
Bis:

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José Carlos Vieira filho • 17 horas atrás
(Haddad) brasileiro?

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Tiago  José Carlos Vieira filho • 16 horas atrás
Em breve ele vai assinar Fernando Rothschild.

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Romulus  • 16 horas atrás
A identificação pelo DuplEx de que era Haddad – e não Doria/ Huck, etc. – o verdadeiro projeto de Macron brasileiro costurado pela Finança foi um tiro no peito.

Mas eles chegaram muito perto. Era só inviabilizar Lula e acenar – falsamente! – com a sua liberdade em troca de usar o “dedazo” para indicar o dauphin, o “príncipe herdeiro”. E aí, para além de o Golpe seguir, Haddad destruiria o PT por dentro, divorciando-o de forma definitiva das suas bases. Para muito além de 2018!

Entendem a dimensão do plano que estamos implodindo?

O tamanho dos interesses que estamos enfrentando?

*

Notas:

– “Dedazo” – Por décadas foi o virtual mecanismo de eleição do Presidente do México, em que o Presidente que saía levava “apenas” um golden-parachute de USD 1 bi (!) – “não contabilizado” – e tinha a prerrogativa de indicar, via “dedazo”, o seu sucessor. Como o partido, o PRI, um PMDB elevado ao quadrado, controlava todas as instituições, inclusive a encarregada do processo eleitoral, sem nenhum pudor quanto a fraudes, o indicado já saía de fábrica eleito.
El término dedazo (utilizado también en expresiones tales como «aplicar el dedazo») se utiliza a modo de crítica para incidir en que un político o servidor público designa a su sucesor o colaborador sin seguir ningún proceso público y/o democrático de selección.1​ El término se deriva del ademán de señalar con el dedo cuando se elige a alguien”.

– “Dauphin” de França – o “Delfim”: título nobiliárquico do príncipe-herdeiro do reino. Termo ainda utilizado na análise política francesa hoje para designar o sucessor/ protegé do Presidente. Equivaleria ao título “Príncipe de Gales” (Reino Unido), “Príncipe de Asturias” (Espanha), “Príncipe do Brasil” (antes da independência de Portugal).
“Delfim de França (dauphin) era o título do herdeiro aparente da coroa francesa durante as dinastias de Valois e Bourbon. A tradição remonta ao século XIV, quando Humberto II, Senhor do Viennois vendeu as suas terras ao rei Filipe VI de França na condição de que o herdeiro fosse designado por Delfim, em honra do seu brasão de armas que ostentava um golfinho. O primeiro príncipe que usou esta designação foi o futuro rei Carlos V de França, Delfim a partir de 1349”.

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Tiago • 16 horas atrás
Quão ampla é essa articulação (do Plano B) nos estados?

Vi que tem essa história de PT e PC do B apoiarem o Freixo no Rio de Janeiro. Um candidato que não aceitaria Lula no palanque.

Achei reveladora a declaração do Lula em entrevista à rádio Guaíba deixando claro que quem representa ele no Rio Grande do Sul é Olívio Dutra. Nem menção ao Tarso Genro que é entusiasta da aproximação com o PSOL.

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Romulus  • 16 horas atrás
Se eu te mostrar o print de o que o Dep. Pepe Vargas, o Sr. presidente do PT no RS e ex-articulador político (não muito bem sucedido) do governo Dilma, anda falando do DuplEx por aí…

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Luiz Felipe Oliveira Mello  • 18 horas atrás
Segundo Milton Temer, essa aproximação é Fake News. Lançaram pra ver se cola, não procuram o PSOL.

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José Carlos Vieira filho  • 7 horas atrás
Esse balão de ensaio foi lançado por Cafezinho/Nassif. Precisa desenhar?

*

*

*

O bis que, infelizmente, nao fica velho: Sun Tzu!

(…)

Estamos em guerra!

Sob invasão estrangeira de uma sofisticada coalizão “híbrida”/ “PPP”: finança internacional + Deep State americano!

Recorro, portanto, à sabedoria milenar do General chinês Sun Tzu. Como todos bem lembramos, o livro “A arte da guerra” virou modinha – e clichê – nas rodinhas de executivos dos anos 90. Contudo, para virar um clichê – e de milhares de anos – algum valor há de ter:

https://duploexpresso.com/wp-content/uploads/2018/02/sun-tzu-2-300x200.jpg

Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.

 

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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