Sabotagem impediu Lula de resistir – com STF ficando livre para descumprir promessa
Da Redação do Duplo Expresso
- Gostemos ou não disso, a grande São Paulo não é Eldorado dos Carajás – PA. Lula, a Presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, demais Senadores, Deputados, Governadores de Estado, assessores, líderes de movimentos sindicais e sociais, artistas e juristas não são militantes “sem nome” do MST. A ideia de que chegariam a invadir a sede do sindicato atirando, sob as lentes da imprensa internacional, é simplesmente ridícula – quando não mal-intencionada.
- Em quem confiar? Além de Lula, que evidentemente não tem formação jurídica, a operação de confusionismo pseudo-“jurídico” articulada por José Eduardo Cardozo logrou confundir Gleisi Hoffmann, João Pedro Stédile, do MST, e Lindbergh Farias, entre outros. Apesar do grande incômodo expressado desde ontem por – certos – apparatchik do PT com mais uma “verdade inconveniente” revelada pelo Duplo Expresso, sendo eles mais ou menos responsáveis – por ação ou omissão – pelo sucesso da operação que enredou a liderança da resistência em São Bernardo, contra vídeos e áudios (abaixo) não há argumentos.
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A “resistência” de Lula, de 24 horas, em relação ao prazo fatal imposto sadicamente pelo “imparcial” de Curitiba foi muito bem trabalhada e conseguiu plantar no povo menos informado uma maior simpatia para sua posição. Também produziu boas fotos para a imprensa internacional e um discurso memorável do Presidente. Ajudou também a motivar um pouco a combalida militância, que está ansiosa por alguma campanha efetiva ou no mínimo um sinal consistente chamando para mobilização e resistência.
A militância se empolgou com a aparente volta de um partido de mobilização popular. Mas teve que amargar o gosto do coito interrompido. 24 horas foi muito pouco. E só não juntaram 200 mil pessoas ali nesse tempo porque passavam a cada 15 minutos a mensagem de que Lula iria se entregar em breve, ou seja: “não venham pra mobilização, porque quando chegarem aqui Lula já estará na prisão”. Durante o dia não deram nem água nem acesso a banheiros químicos para quem estava do lado fora. De noite, sequer colchonetes – vendidos a R$ 20,00 no comércio da vizinhança. Ou seja, passaram a mensagem: “vão pra casa”. Mesmo assim, apesar da falta de apoio, o povo deitou no asfalto, ao relento, para impedir que levassem seu querido líder embora. Estavam dispostos a tudo pela Pátria, que hoje se confunde com a simbologia de Lula.
Se, ao contrário, os agentes operativos da comunicação do PT tivessem passado a mensagem: “venham proteger Lula, vamos ficar aqui até o STF julgar a constitucionalidade de sua cláusula pétrea”, certamente teria 500 mil pessoas lá até domingo. Caravanas já eram organizadas – espontaneamente – em todo o Brasil. Não teria como a polícia invadir, sem que as centenas de milhares de celulares mostrassem ao mundo o absurdo da prisão do Lula. Todos os jornalistas do mundo seriam obrigados a explicar o “mérito” do julgamento e da resistência de Lula e de seu povo. Esse mérito e essa resistência são coisas que, no Brasil, fazem de tudo para esconder debaixo do tapete.
Mais: gostemos ou não disso, a grande São Paulo não é Eldorado dos Carajás – PA. Lula, a Presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, demais Senadores, Deputados, Governadores de Estado, assessores, líderes de movimentos sindicais e sociais, artistas e juristas não são militantes “sem nome” do MST. A ideia de que chegariam a invadir a sede do sindicato atirando, sob as lentes da imprensa internacional, é simplesmente ridícula – quando não mal-intencionada.
Nas altas rodas da política brasileira, onde não tem bobo, a maioria também concorda que Lula deveria ter resistido até quarta, porque essa seria a única forma de fazer o STF cumprir sua promessa de votar a constitucionalidade da prisão em segunda instância. Seus membros prometeram colocar em votação na quarta-feira dia 11.
Mas como não houve nenhuma resistência, nenhum custo contra a pusilanimidade dos juízes, mais uma vez o Judiciário descumpriu sua promessa de cumprir a lei, a Constituição, os regimentos, a jurisprudência, os compromissos, o bom senso e a lógica. Mais uma vez os advogados superotimistas do “PT judicial”, ótima expressão criada por Luiz Moreira, viram frustrada a sua eterna aposta: “agora vai”. Não foi. De fato, já podemos concluir, há muito tempo, que eles são infalíveis em errar suas previsões sempreotimistas. Embargo do embargo do embargo do embargo…
Wilson Ferreira, do blog Cinegnose, mostrou claramente que a dita “grande vitória” de 24 horas de resistência foi passada – pelo monopólio da Globo – para a grande maioria que não entende o que está acontecendo como uma mera pirraça ante a “justa” condenação pelos “bravos” justiceiros.
O pior de tudo é que agora, por meio de diversas declarações de protagonistas da resistência, devidamente registradas em áudio e vídeo, percebemos que os advogados do PT judicial, apud Luiz Moreira, confundiram deliberadamente os políticos para convencer Lula e seus bravos companheiros a fazer o contrário do que a lógica política exigia: resistir ao arbítrio e ao fascismo judicial.
O corajoso senador Lindbergh Farias, em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim, nos diz que Lula queria resistir, assim como ele próprio, Gleisi Hoffmann, Guilherme Boulos e Welligton Dias, governador do Piauí. Mas os advogados, mais uma vez, jogaram muita pressão para que Lula se entregasse à decisão ilegal de Moro. Pior: como o Duplo Expresso ousou apontar pioneiramente, baseados em uma “fake news”. Ou melhor, na “fake law” – mentira jurídica – de que haveria a decretação de uma prisão preventiva para a qual “não poderia haver concessão de habeas corpus por 81 dias” (sic) – articulada por José Eduardo Cardozo. E não refutada, ao menos não claramente, pelo batalhão de advogados – mais de 30! – que lá estava.
É de se perguntar para quê, não é mesmo?
Em quem confiar? Além de Lula, que evidentemente não tem formação jurídica, a “operação” de confusionismo pseudo-“jurídico” articulada por José Eduardo Cardozo logrou confundir Gleisi Hoffmann, João Pedro Stédile, do MST, e Lindbergh, entre outros. Apesar do grande incômodo expressado desde ontem por – certos – apparatchik do PT com mais uma “verdade inconveniente” revelada pelo Duplo Expresso, sendo eles mais ou menos responsáveis – por ação ou omissão – pela operação de confusionismo jurídico que enredou a liderança da resistência em São Bernardo, contra vídeos e áudio (abaixo) não há argumentos:
Listening to ‘Podcast com Lindbergh: Lula tinha que ter resistido!’ at https://t.co/gm42JChKHZ
— Romulus Maya (@romulusmaya) April 12, 2018
Paulo Henrique Amorim, no min 1:45 do vídeo abaixo, confirma – de forma independente – o furo do Duplo Expresso, com base no relato de 5 fontes que tudo testemunharam: o papel protagonístico de José Eduardo Cardoso na articulação da “fake law” que confundiu a liderança da resistência.
Diz PHA: “(José Eduardo Cardozo) aconselhou Lula a se entregar na bandeja para o Moro”.
Eis os furos do Duplo Expresso – que não é assessoria de comunicação nem de partidos nem de políticos individuais – posteriormente reverberados por veículos não engajados na tática de “mandelização” de Lula para dar voto a “Plano B”/ subprojeto de “Macron” brasileiro – tocada por grupos minoritários mas que “jogam pe$ado” (apud membro digno da Executiva do PT):
- Lula foi enganado pela claque de José Eduardo Cardozo, para que desistisse de resistir e se entregasse aos seus algozes. Usaram a fake news – ou melhor: a fake law (!) – de que não poderia haver concessão de habeas corpus para Lula por 81 dias (!) caso Moro decretasse prisão preventiva em vista da sua insubmissão em São Bernardo do Campo ao “juiz” do Paraná. Mentiram para o Presidente, para derrubá-lo. Como verão ao final, em vídeo, enganaram com tal mentira até mesmo o bravo João Pedro Stédile, do MST! Que fase. Como diz o parceiro Wellington Calasans, para cobrir – e aparentemente também para fazer – política no Brasil hoje é preciso ser PhD em direito (!)
- Alvo perfeito para manipulação e para cair vítima da tática da pinça na batalha da comunicação (explicada no final): o incrível desespero da “militôncia” – não apenas hoje… isso vem de longe – para se agarrar a qualquer “grife” – da direita – (alegadamente) lhe dando razão. E depois quem tem “complexo de vira-lata” é (só) a classe-média “coxinha”, sabe…
- Subtexto – nem tão “sub” assim: “desmobilizem-se… estamos muito melhor agora – com Lula preso – do que estávamos antes com ele solto. A cadeia lá em Curitiba, na verdade, é um santuário… Lula que é bobo de ter resistido tanto, até aqui, em ir pra lá fazer um mero… ahn… ‘retiro espiritual’, sabe…
- As células no PT entreguistas – do Brasil e agora, literalmente, de Lula – sempre viverem do peleguismo político-social. Ou seja, da capacidade de vender ao capital, ao longo do tempo, a rica mercadoria de impedir levantes. Em suma, traficam as nossas esperanças. A nossa luta. Contra (gordo) pagamento, é claro.
- Em vez de tentarem negar a realidade e reclamar do alerta, aceitem – ou melhor, façam algo a respeito: a vida de Lula está, sim, em risco!
- O Duplo Expresso seguirá dando nome aos bois. Falando o que as pessoas precisam ouvir, em vez de o que querem ouvir. Por óbvio, verdades inconvenientes não desaparecem pela sua simples negação. Mais uma vez: não somos assessoria de comunicação nem de políticos individuais nem de partidos. Somos independentes. Aliás, independência e emancipação: o mesmo por que o Brasil – e os seus pobres – anseiam. E por isso nos bateremos. Todos juntos com Lula. “Até as últimas consequências”.
- Membro da Executiva do PT sobre articulação (moribunda!) do “Plano B”: “jogo pesado”.
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Extra:
Wilson Ferreira, do Blog Cinegnose, também iniciou uma série de artigos sobre a prisão de Lula. Os dois primeiros são: “Na prisão de Lula mais uma vez a esquerda perde a guerra semiótica” (8/abr/2018); e “Vazamento de áudio de Chico Pinheiro foi um não-acontecimento” (11/abr/2018), corroborando a hipótese de fraude no “vazamento” (sic), aventada em primeira mão pelo Duplo Expresso.
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— Romulus Maya (@romulusmaya) April 12, 2018
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