Fraude eleitoral: partes da máfia, STF e PGR fazem confissão ao mentirem para negar impressão do voto
Da Redação do Duplo Expresso
- É certo que a fraude nas urnas eletrônicas não é feita de forma amadora e displicente. As fraudes nas urnas eletrônicas brasileiras acontecem principalmente no voto proporcional, o voto para deputados e vereadores. Como não há pesquisas, em especial pesquisas de boca de urna para voto proporcional, os fraudadores deitam e rolam.
- Mas isso não significa que não haja fraude em eleição majoritária. Apenas, nessa hipótese, ela não pode afrontar em demasia as pesquisas de boca de urna, indo muito além das suas margens de erro. Caso contrário, levantar-se-iam suspeitas gravíssimas, conduzindo necessariamente à impressão do voto.
- Nesse caso, um salto muito maior do que as pernas poderia colocar em risco o multimilionário mercado de compra e venda – pela Justiça Eleitoral – de cadeiras nas Câmaras e Assembleias Legislativas Brasil afora.
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Esse artigo é a continuidade do texto publicado sobre esse mesmo assunto de autoria de Samuel Gomes, “La garantía soy yo”.
É assim que um ator que representava um vendedor paraguaio em uma propaganda da saudosa Gradiente respondia quando o freguês brasileiro perguntava qual era a garantia do aparelho de som que ele tinha acabado de comprar.
É exatamente assim que o TSE – Tribunal Superior Eleitoral, cujo atual presidente é Luiz Fux e que foi Gilmar Mendes até outro dia, explica as razões pelos quais devemos confiar nas atuais urnas eletrônicas e porque não é necessário nenhum tipo de papelzinho que registre o voto fisicamente para que seja possível uma auditoria. Eles sempre reafirmam, “não precisa de auditoria, eu garanto”.
A Carminha do Supremo é um exemplo. Segundo ela, “é preciso que a gente aprenda a confiar nas instituições brasileiras, especialmente nas que dão certo, e a Justiça Eleitoral tem dado certo. O processo de voto eletrônico e da urna eletrônica tem dado certo”.
Que falta faz a liberdade da Carminha para dar as suas tesouradas…
Isso me lembra um amigo comerciante de sapatos que dizia que o maior segredo de um empresário é não matar a “galinha de ovos de ouro” que é a credibilidade perante o cliente. Mesmo quando sabia que a sola do sapato descolaria na próxima esquina, é claro…
Enfim, por mais inverossímil que seja sua garantia, o comerciante tem que fazer cara de sério e afirmar sua credibilidade para manter viva a “galinha dos ovos de ouro”.
É verdade que, se há fraudes nas urnas eletrônicas, ela não é feita de forma amadora e displicente. As fraudes nas urnas eletrônicas brasileiras acontecem principalmente no voto proporcional, o voto para deputados e vereadores. Como não há pesquisas, em especial pesquisas de boca de urna para voto proporcional, os fraudadores deitam e rolam.
Mas não respire aliviado: para o Executivo também tem fraude. Mas nesse caso eles precisam respeitar a “margem de erro” das pesquisas nas fraudes para não destruir o que resta da credibilidade do órgão gestor das eleições no Brasil. Mas quando não tem pesquisa eleitoral ou ela é feita só por uma empresa que seja manipulável, a fraude no Executivo não teria muitos limites.
Porém, normalmente, a fraude precisa respeitar a “margem de erro” das pesquisas no voto para o executivo. Por exemplo, é óbvio que se as pesquisas de boca de urna dão a vitória para determinado candidato, eles não vão inverter e colocar outro, porque aí o sistema perderia complemente a credibilidade e o Congresso aprovaria uma lei para obrigar que as urnas fossem passíveis de auditoria física, como em todos os outros países do mundo.
Opa! Peraí!
Na verdade, o Congresso já aprovou – pelo menos 2 vezes – o voto impresso e ele foi derrubado ilegalmente pelo STF e pelo TSE. Sim, o STF, responsável em dizer o que é constitucional, toma decisões contrárias à Constituição. Não vamos entrar nesse assunto, que daria muito pano para manga e não é nosso objetivo, mas sobre o assunto, sugerimos que assistam as incríveis entrevistas do jurista Luiz Moreira neste blog.
Se tem uma palavra que explica ontem, hoje e sempre a PGR – Procuradoria Geral da República é desfaçatez.
No governo FHC havia um engavetador geral da República. A política da PGR na época era não investigar nada. A menos que fosse do interesse de FHC a investigação: seus inimigos ou seus “bodes expiatórios” perfeitos. Mas na prática mesmo até isso era difícil. Era um órgão ocioso. Não se fazia quase nada.
O PT se aliou aos supostos “jovens turcos” moderninhos da PGR que queriam substituir a turma do engavetador geral da República. Eles eram chamados de os “tuiuiús” do Ministério Público Federal.
Leitor, se você nunca ouviu falar dos “tuiuiús” do Ministério Público Federal então busque estudar o assunto urgentemente, porque sem saber o que são eles e o que eles fizeram e fazem não será impossível entender nada do que aconteceu no Brasil nos últimos 10 anos. Mas se prepare para ouvir toda tática de desinformação e todos os tipos de “opiniões” e informações contraditórias sobre o assunto, a começar pelo nome. Segundo alguns os “tuiuiús” do Ministério Público Federal têm esse nome porque começou com um grupo de procuradores do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Outros dizem que o nome é atribuído aos procuradores que queriam achar denúncias contra os tucanos no governo FHC (como se os tuiuiús fossem verdadeiros inimigos dos tucanos…).
Fizemos uma rápida seleção de alguns textos sobre o assunto com perspectivas políticas totalmente diferentes pela esquerda e, principalmente, pela direita: Conjur, Estadão, 247, Carta Capital, congresso em foco, congresso em foco 2, defesanet, o Globo, G1, conteúdo jurídico, politicareal.
Entre as muitas alucinações dos tuiuius está a “obrigação” – válida só para Presidentes da República petistas – de engolir como Procurador Geral da República o chefe do sindicato dos procuradores do MPF.
Outra é criar seu próprio serviço secreto de inteligência. Obviamente gerido exclusivamente pelo chefe do sindicato dos procuradores.
De aliados de petistas a caçadores de petistas, esse é o resumo da louca história dos tuiuiús. Talvez algum dia alguém investigue e escreva um livro sobre isso. Obviamente não é só uma história de concurseiros que se descobriram “deuses”, tem muita geopolítica nessa história… Mas esse não é o nosso assunto aqui. Queremos falar de fraude eleitoral.
Esse parêntese sobre a PGR foi só para lembrar que “de onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo”[1]. Ninguém no Brasil espera mais nada de bom da PGR. Exceto talvez a turma do ex-Ministro Zé Cardozo. Eles não desistem nunca!
Recentemente a PGR – Raquel Dodge, aquela do marido americano sem fotos na internet, se projetou como um Titanic contra a enésima decisão do Congresso de escolher em nome do povo brasileiro que as urnas eletrônicas sejam auditáveis com verificação em papel, como em todos os outros países do mundo.
Segunda ela, os mecanismos de segurança para viabilizar auditoria nas eleições atentam contra a constituição e o voto secreto. Segundo a esposa do Dodge, a urna auditável seria o caminho mais rápido para a volta do “voto de cabresto”, já que voltaria a “identificação do eleitor”.
Eu não me lembro de uma proposição tão estúpida e lunaticamente cínica feita oficialmente por um funcionário público.
Se ela falasse a partir de um hospício, eu entenderia…
Mas pensando bem, será que não é isso? Afinal, um lugar onde todo mundo se acha um “deus” é o quê? Um lugar onde o pastor Dalagnol[2] e aquele seu amigo feioso cujo nome ninguém lembra (mas todos lembram o quão feio[3], cínico e prepotente ele é) são levados a sério e são até chefes é o quê?
Como alguém pode ter o cinismo de dizer que o registro físico do voto, guardado em urnas lacradas para fins de auditagem, pode ser inconstitucional ou violar o segredo do voto?
Os cínicos da PGR querem dizer então que em TODOS os países do mundo e no Brasil até 18 anos atrás quando se guardava o voto em papel (registrado à caneta) em urnas lacradas o voto não é secreto?
Sim. É exatamente isso que a PGR está dizendo. Mas não só ela. A Carminha, sempre ela, também disse o mesmo: “O segredo do voto foi conquista impossível de retroação. (…) A quebra desse direito fundamental – posto no sistema constitucional a partir da liberdade de escolha feita pelo cidadão, a partir do artigo 14 – configura afronta à Constituição, e a impressão do voto fere, exatamente, esse direito”.
Para o bem do país, alguém tem que dar liberdade para Carminha dar suas tesouradas em paz…
Já que o assessor da Carminha e o assessor da Raquel, cujo marido é o misterioso Dodge gringo que ninguém nunca fotografou, não gostam de pesquisar na internet, vamos fazer um pequeno resumo de como funcionam as urnas eletrônicas:
(1) A maioria dos países desenvolvidos ainda tem votação em papel, porque eles têm serviços secretos e sabem muito bem que nada exclusivamente eletrônico é plenamente confiável e não vulnerável a fraudes. Países “pouco avançados” tecnologicamente como Japão, Canadá, Suíça e EUA na maioria dos estados não querem nem ouvir falar dessas caixinhas mágicas do TSE. Afinal eles já ouviram falar de NSA, Wikileaks e maquininha de cartão de crédito…
(2) Urna eletrônica é adotada em muitos países do mundo, especialmente naqueles em desenvolvimento. O problema é nossa urna ainda ser de 1° geração. Todos os outros já estão na 2ª, 3ª e discutindo 4ª geração de urnas eletrônicas. A diferença entre a 1ª geração, paraguaia do TSE, e a de outros países, é que nas outras há crescentes possibilidades de auditoria e segurança.
(3) 2ª Geração – Na tese, foi proposta a possibilidade de auditoria contábil da apuração por meio de uma segunda via de registro do voto em papel, além do registro eletrônico usual. Este novo registro deveria ser gravado em meio independente que não pudesse ser modificado pelo equipamento de votação e deveria poder ser visto e conferido pelo eleitor antes de completar sua votação.
(4) 3ª Geração – E2E. A partir de 2008, várias iniciativas começam a apresentar sistemas eleitorais independentes do software, que aprimoravam e/ou facilitavam os procedimentos de auditoria, tanto do registro do voto como de sua apuração e totalização. Na Argentina (2010) foi apresentada uma cédula eleitoral com um chip de radio-frequência (RFID) embutido, onde, num só documento, estão presentes o registro digital e o registro impresso do voto. Nas urnas de 3ª geração não é permitido que a votação seja totalizada pelo órgão gestor das eleições, mas pela sociedade civil, imprensa e partidos. No Brasil esse órgão gestor é a aberração absolutista do TSE, o único órgão eleitoral do mundo que legisla, planeja, administra, executa, fiscaliza, totaliza e julga as eleições e si próprio, afinal é composto por membros do STF e STJ. Quem inventou essa loucura só poderia estar pensando em criar um monstro antidemocrático e que pudesse fraudar à vontade, se quisesse, é claro…
(5) 4ª geração. As urnas de quarta geração, que ainda estão só em projeto, além de todos os mecanismos de segurança anteriores são equipadas com sistemas de blockchain para evitar que os códigos e resultados sejam manipulados. Mas a Carminha e a esposa do Dodge só querem saber de dizer que “La garantía soy yo”.
(6) Os tecnologicamente “atrasados” Japão, Canadá, Suíça e EUA, ao invés de toda essa complicação, preferem mesmo é a simplicidade do voto manual. Para eles, esse negócio de endeusar aparelhos eletrônicos como “bezerros de ouro” é coisa de vira-latas.
Para que ninguém pense que essas informações sejam de esquerdistas lunáticos, podem conferir na própria “Veja”.
E antes que algum defensor de “Plano B”, mal-intencionado, diga que agora a gente cita até a Veja, vou citar abaixo alguns bons artigos sobre o assunto que estão no Blog do Nassif. Sim, Nassif é aquele que aluga sua pena, inclusive para publicar um dossiê fake “sobre” um dos editores do Duplo Expresso, a partir de mera consulta ao LinkedIn (!) e muita… hmmm… “criatividade”, digamos. Citamos seus artigos porque partem de informações relevantes levantadas por terceiros verdadeiramente engajados na luta pela transparência nas eleições – a quem o Duplo Expresso também tem acesso e em quem confia. Esses, no passado, as repassaram ao GGN para publicação, de forma que nos poupamos de ter de reescrever o relato de tais fontes:
“Pedro Rezende, um dos maiores especialistas em urnas eletrônicas, PHD em Matemática Aplicada, professor do Departamento de Ciência da Computação da UNB e que integrou o CMind (Comitê Multidisciplinar Independente) que investigou o voto eletrônico em 2014, nos ajudou a entender a complexidade e fragilidade do sistem de segurança e computação dos votos.
Concluiu que se tratava de “um sistema excessivamente vulnerável a falhas ou erros – involuntários ou não – de programação” e, ainda, que a própria apuração em caso de fraudes seria manipulável: “As possíveis provas materiais podem ser blindadas pelo dono do sistema, contando com a virtualização completa do registro individual de votos, e se os meios possíveis para a fraude forem descobertos, eles podem ser rearranjados como se fossem meros erros ingênuos de programação”.
Á época, destacava que para combater ou prevenir tal situação não tinha como obstáculo a falta de ferramentas “disponíveis a especialistas em segurança computacional, para detectar contaminações em programas capazes de produzir fraudes automáticas durante o funcionamento da urna ou outros componentes do sistema”.
Mas que “o problema é a concentração de poderes no dono do sistema, que até hoje impediu, e poderá continuar impedindo, qualquer investigação que seja independente o suficiente para ter ao mesmo tempo eficácia e legalidade” [Leia o artigo, a entrevista completa e comentário adicional de Pedro Rezende].
A menção do especialista dizia respeito a reportagens publicadas em uma série especial preparada pelo GGN, que revelou o histórico de favorecimento e irregularidades nas licitações das urnas eletrônicas. Levanamos o histórico de licitações e contratos com o TSE e descobrimos que os serviços de manutenção e segurança das urnas estavam, há pelo menos 14 anos, nas mãos de dois únicos consórcios.
Uma delas, a Módulo Security Solutions S/A prestava serviços de informática ao Tribunal Superior Eleitoral desde 1996, quando o sistema eletrônico foi implantado no Brasil, e que por treze anos (de 2000 a 2013) um único contrato foi firmado com infindáveis prorrogações. Diversas irregularidades relacionadas à empresa foram divulgadas pelo GGN [relembre aqui].
No quadro de sócios da Módulo Security, o empresário Sergio Thompson-Flores, que chegou a comprar oito usinas entre 2006 e 2007, fechando parcerias com Henri Phillipe Reichstul, então fundador da Brenco e ex-presidente da Petrobras durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Outra empresas que teve contratos intermináveis com o TSE foi a Probank, que de 2006 a 2011 teve prorrogações sucessivas em contratos, sem direito a concorrência por outras empresas. Um dos donos da Probank, Paulo Camarão era, até um ano antes, Secretário de Informática do TSE. Ele criou o serviço de totalização dos votos (E-VOTE) e ampliou a influência em acordos comerciais.
O último proprietário da Probank, antes que a empresa foi decretada falência em 2013, foi Wilson Nélio Brumer, que atuou como secretário de Aécio Neves, na pasta de Desenvolvimento Econômico nos dois mandatos do tucano, e trabalhava no Comitê tucano e como cabo eleitoral, arrecadando recursos de empresários para a então candidatura de Aécio em 2014.
Uma terceira empresa assumiu as contratações do TSE desde então, a Engetec, que foi caracterizada pela Justiça como parte de um mesmo grupo econômico da Probank. No ramo, a Engetec integra o Consórcio ESF, com a parceria de outras empresas favorecidas em contratos e licitações, como a Smartmatic Brasil Ltda.
Pedro Rezende, o mesmo especialista que nos concedeu entrevista auxiliou o Congresso no ano seguinte, em 2015, com artigos publicados, para defender a impressão do voto, em conjunto com a urna eletrônica e, assim, garantir mais transparências nas eleições.
A partir dessas constatações, o GGN tentou entender como se poderia manipular os resultados eleitorais de urnas eletrônicas. Para isso, conversamos com a advogada Maria Aparecida Cortiz, outra integrante do CMind (Comitê Multidisciplinar Independente), formado por especialistas em tecnologia.
O grupo passou a investigar o caso com a ajuda de um jovem hacker da UNB recém formado que, em menos de três meses, conseguiu acessar o sistema de urnas do TSE e descobriu um arquivo que possibilita a instação de programas fraudados, o “Inserator CPT” [relembre aqui].
Além disso, o Comitê também identificou que o programa de segurança então comandado pela empresa Módulo Security S/A era transmitido de Brasília a outros estados por meio da insegura rede de Internet. As conclusões do CMindo foram enviadas ao TSE na forma de petição, que foi arquivada por um juiz da Secretaria de Informática.”
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Também se registra o descaso do TSE com o dinheiro público:
Em março, a assessoria jurídica do Tribunal Eleitoral pediu a anulação da medida imposta pelo minirreforma eleitoral, ainda que já tenha dado início à implantação gradual das impressoras em algumas seções eleitorais, que contariam com o equipamento.
Para este ano, a Justiça Eleitoral já está providenciando 30 mil impressoras que serão acopladas às urnas, em uma compra já autorizada no valor de R$ 57,4 milhões. Mesmo assim, a assessoria jurídica do TSE encaminhou um parecer à ação direta de inconstitucionalidade, defendendo o fim da medida e classificando-a como “inegável retrocesso no processo de apuração das eleições”.
“A reunião de todas as escolhas do eleitor em um único documento impresso facilita a identificação e quebra do segredo constitucional do voto”, diz o texto, que segue a mesma linha sustentada pela PGR, Raquel Dodge.
Não é verdade. O voto impresso não é para ser escrutinado, mas para garantir a recontagem nos casos de dúvidas e de indícios de fraude. Bastará o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) garantir o sigilo dos votos e eles permitirem a recontagem apenas em casos de dúvida ou por amostragem.
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Também é registrado o cinismo do TSE ,que finge fazer avaliações periódicas sobre as ameaças de fraudes externas ao sistema, quando até as pedras sabem que em todo sistema eleitoral as verdadeiras ameaças de fraudem provém de dentro do próprio órgão gestor:
Periodicamente, há testes para conferir a solidez do sistema contra ameaças externas. Em dezembro passado, testes apontaram três falhas no sistema, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não viu riscos (clique aqui).
Ora, os testes apenas apontam riscos externos ao sistema. E os riscos internos?
Não há dificuldades maiores em manipular sistemas eleitorais. Bastam duas condições:
- A participação dos desenvolvedores do sistema.
- O cuidado em montar algoritmos que não afrontem as pesquisas de opinião, distribuindo a manipulação de forma imperceptível, dentro da margem de erro.
Já se tem um caso histórico, da manipulação das eleições e 1982 pela Globo em auxilio ao regime militar. A Proconsult, empresa que desenvolveu os sistemas para apuração paralela das eleições, incluiu um algoritmo – chamado na época de fator X – que desviava votos dos demais partidos para a Arena.
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Há ainda o relato de uma série de inconsistências verificadas pelos especialistas no assunto, que mostram claramente que as fraudes não devem vir de fora, mas de dentro do órgão gestor das eleições, como em todos os outros países e momentos históricos:
Desde que passou a ser implantado em massa, nas eleições de 2.000, as urnas eletrônicas foram objeto de vários relatórios sobre suas vulnerabilidades.
O mais relevante deles foi o Relatório Brisa (clique aqui), cujos resultados foram mantidos em sigilo por muitos anos. O Relatório concluiu que o principal engenheiro, desenvolvedor do software, não atendia aos parâmetros internacionais de transparência.
A essas mesmas conclusões chegou o Relatório CMIND e o Relatório UNB (clique aqui) que atestou a possibilidade de quebra de sigilo e uma possível adulteração dos votos.
- Formulação equivocada do modelo de atacante: há ênfase demasiada no projeto de mecanismos resistentes apenas a atacantes externos, quando agentes internos representam risco muito maior;
- Processo de desenvolvimento defeituoso: práticas inseguras permitem a inserção acidental ou maliciosa de vulnerabilidades de software, claramente atestando que o processo de desenvolvimento adotado pelo TSE é imaturo do ponto de vista de segurança.
Recentemente, pesquisadores indianos e norte-americanos analisaram a segurança das votações eletrônicas. E chegaram à conclusão de que o único controle efetivo é o voto impresso, permitindo recontagens em casos de dúvida (clique aqui).
Juntando todas as peças, chega-se ao seguinte quadro:
- Sistema suscetível às manipulações internas.
- Facilidade em inserir códigos maliciosos.
- Falta total de transparência do engenheiro responsável pelo sistema.
- Informações de que um jovem hacker, em uma ação planejada pelo CMIN (Comitê Multidisciplinar Independente), formado por especialistas em tecnologia, descobriu, entre 90 mil arquivos do sistema, um software que possibilitava a instalação de programas fraudados, o “Inserator CPT” (clique aqui).
Em 2014, um dos maiores especialistas no tema, o engenheiro Pedro Rezende, escreveu um artigo especial para o GGN (clique aqui).
Segundo ele, o TSE impôs uma blindagem tão pesada ao sistema que “as possíveis provas materiais podem ser blindadas pelo dono do sistema, contando com a virtualização completa do registro individual de votos, e se os meios possíveis para a fraude forem descobertos, eles podem ser rearranjados como se fossem meros erros ingênuos de programação”.
Continua ele:
O problema não é a falta de ferramentas, disponíveis a especialistas em segurança computacional, para detectar contaminações em programas capazes de produzir fraudes automáticas durante o funcionamento da urna ou outros componentes do sistema. Essas ferramentas e especialistas existem, inclusive no CMInd. O problema é a concentração de poderes no dono do sistema, que até hoje impediu, e poderá continuar impedindo, qualquer investigação que seja independente o suficiente para ter ao mesmo tempo eficácia e legalidade.
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Há também a demonstração de que empresas que fazem a programação e gestão das urnas não parecem nada idôneas:
Toda a segurança do sistema, então, passa a depender do aval técnico da empresa responsável por seu desenvolvimento e de seus engenheiros.
Trata-se da Modulo Security Solutions S/A.
Uma auditoria realizada em janeiro de 2013, assinada pela advogada especialista em processo eletrônico eleitoral, Maria Aparecida Rocha Cortiz, mostrou que a empresa Módulo prestava serviços de informática ao Tribunal Superior Eleitoral desde 1996, quando o sistema eletrônico foi implantado no Brasil, e que por treze anos (de 2000 a 2013) um único contrato foi firmado com infindáveis prorrogações (clique aqui). Os contratos são fechados na modalidade “inexigibilidade de licitação”.
A Módulo foi adquirida por Sérgio Thompson Flores, um aventureiro que enriqueceu nos processos de privatização de Fernando Henrique Cardoso. Sempre foi ligado ao sistema PSDB. Depois, se meteu em inúmeras aventuras pesadas, tentando assumir o controle da Gazeta Mercantil. Finalmente, montou na Bolsa de Londres um fundo para investimentos em bioenergia no Brasil, o Infinity. Era um fundo aventureiro, que fez aquisições sem pé nem cabeça, de usinas sem nenhuma viabilidade econômica. E depois quebrou.
Sérgio reapareceu como controlador da Módulo. Note-se que é a mesma empresa contratada por Eduardo Paes para processar as passagens de ônibus no Rio de Janeiro e calcular o valor dos subsídios devidos pela Prefeitura às empresas. Quando estourou a operação contra a associação os ônibus, seu nome apareceu de relance.
Antes da módulo, uma das empresas que fabricava urnas foi adquirida por Wilson Brummer, ex-presidente da Usiminas e tesoureiro das campanhas de Aécio Neves.
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Para mostrar como a situação da justiça e gestão eleitoral no Brasil é surreal, também é exposto que o TSE não faz questão de esconder que não é um tribunal imparcial em relação aos diferentes lados da disputa política:
Os desenvolvedores de sistemas são antigos técnicos egressos da SEI, a Secretaria Especial de Informática do regime militar e há anos ocupam cargos de assessoria tecnológica no STF e no TSE.
Coincidentemente, os dois tribunais padecem das mesmas suspeitas em relação aos algoritmos que distribuem os processos entre os Ministros.
O TSE tornou-se um tribunal partidário. Ficou nítido no julgamento das contas do PT e de Dilma Roussef nas eleições de 2014. Houve uma pressão pesada do relator Gilmar Mendes sobre os técnicos do TSE, visando criminalizar até classificação de equipamentos.
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Fontes na política levantam hipótese, relatada por Nassif, com a qual também concordamos aqui no Duplo Expresso:
Tenho para mim que Aécio Neves perdeu as eleições de 2014 por erros finais de cálculo na manipulação
[Duplo Expresso: na totalização]
Tanto que foi informado antecipadamente da sua vitória e ensaiou a comemoração
[Duplo Expresso: não foi à toa, que até seu inimigo Serra pegou o avião e para abraçar o quase futuro presidente Aécio em Belo Horizonte junto com Luciano Huck, Accioly e demais amiguxos caipiras ou bicho grilo de Aécio que ele, Serra, certamente do alto de sua soberba intelectual paulistana abomina.
Nassif esqueceu de dizer, ademais, que os resultados das eleições de 2014 no primeiro turno foram muito estranhas, e, principalmente, que o segundo turno das eleições presidenciais de 2014 foi a primeira vez em muito tempo que nem Data Folha e nem IBOPE fizeram pesquisas de boca de urna, por isso no último minuto a Vox Populi foi chamada para fazer a pesquisa de boca de urna e acabou apurando que estava Dilma em primeiro lugar no dia das eleições. A publicação desse fato provavelmente prejudicou o planejamento da fraude e para não matar a “galinha dos ovos de ouro” o TSE acabou não mexendo nos números]
Todas essas suspeitas foram levantadas na ocasião. Mas Dilma Rousseff e o PT eram tão ingênuos no trato com o poder, que se passasse um leão faminto na sua porta, seriam capazes de convidá-lo para entrar e tomar um cafezinho.
[Duplo Expresso: a suposta “ingenuidade” começa com Zé Cardozo, responsável pelo assunto]
De qualquer modo, se a PGR pretender dar uma contribuição para a democracia…
[Duplo Expresso: piada?]
… mais eficaz do que impedir a posse em Ministérios de deputados do baixo clero, faria bem em estudar melhor esse tema. Principalmente porque o novo presidente do TSE, Ministro Luiz Fux, tem lado político.
[Duplo Expresso: nada disso. Fux é, na verdade, um malandro. E, assim como Carminha, vítima de chantagem. Quem bem conhece o que Fux esconde embaixo da sua peruca é o “primo” Messer…]
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(De nariz tapado) foram citados trechos dos seguintes artigos do GGN:
https://jornalggn.com.br/noticia/supremo-suspende-voto-impresso-nas-eleicoes-de-outubro
https://jornalggn.com.br/noticia/stf-pode-por-fim-ao-voto-impresso-e-expor-a-riscos-relembre-historico
https://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-do-fator-urna-eletronica-nas-proximas-eleicoes-por-luis-nassif
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[1] O autor dessa frase é o Barão de Itararé.
[2] Não sei se está escrito certo, porque nunca me lembro do nome de remédio para prisão de ventre.
[3] Tão feio que até a mulher dele, que abria contas CC5 do Banestado, que ele “investigou” (aspas!) em família, se separou dele!
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