Tudo que você deveria saber sobre a corrupção e o Sistema Globo nunca divulgará
Da Redação do Duplo Expresso,
A nossa redação recebe com frequência os textos de Pedro Augusto Pinho, um administrador aposentado que defende valores convergentes com aquilo que esta página acredita e, por isso, está na mesma trincheira.
Neste texto, Pedro merece ainda mais a nossa atenção por comentar um artigo que foi divulgado recentemente pela nossa equipe, em parceria com o Coletivo Vila Vudu. Uma excelente análise que merece a sua leitura e compartilhamento entre os seus contatos.
Por Pedro Augusto Pinho*,
Meus leitores já sabem que “Sistema Globo” é a metonímia que uso para a imprensa oligopolista e hegemônica, que envolve televisão, rádio, jornais, revistas agindo em proveito do mesmo poder: o poder financeiro, nos dias que correm, como foi o poder estadunidense, até 1970.
No mundo real existe a permanente disputa pelo poder. Quando emerge nos noticiários, esta vem sob diferentes e falsas roupagens, ora disputas ideológicas e partidárias, ora de pessoas e suas vaidades.
Tudo é usado para que o poder geopolítico ou econômico, que se esconde, assuma o controle.
Permitam-me, para a analogia, iniciar com as precisas informações do escritor e jornalista francês, Thierry Meyssan, sobre um caso no Oriente Médio.
É muito relevante pois lá se disputa o controle do petróleo, o que começa aqui, a partir da descoberta do pré-sal.
Reafirmo que o poder econômico, preponderante desde 1990, é aquele do capitalismo financeiro, que derrotou o capitalismo industrial, ator principal até 1970, aproximadamente.
Transcrevo, de modo abreviado, o artigo, de 20/06/2018, “A Alemanha e a Síria” de Meyssan. Os interessados no texto original e integral poderão consultar o site “Réseau Voltaire”. Leia a tradução aqui no Duplo Expresso
A disputa do poder, pelos interesses econômicos, supera divergências políticas e métodos de dominação; não há ética, não há ideologias, não há limites para se apropriar das riquezas. É esta a verdadeira corrupção, não a moral udenista de comportamentos pessoais, que chamaria da pequena corrupção, mesmo com os elevados valores atribuídos a José Serra e Fernando Henrique Cardoso, para distinguir daquela que compra Tribunais de Justiça inteiros, partidos políticos à esquerda e à direita do espectro político com objetivo de controlar as finanças, a economia, os recursos da Nação.
Afirma Meyssan: “Durante a Guerra Fria, a CIA recrutou alguns dos melhores oficiais nazistas para sua luta contra a URSS. Entre eles Gerhard von Mende, que recrutara muçulmanos soviéticos contra Moscou. Esse alto funcionário instalou em Munique, em 1953, o chefe dos “Irmãos Muçulmanos” fora do Egito, Saïd Ramadan. No mesmo período, a CIA envia — sob cobertura — oficiais nazistas por todo mundo para enfrentar os pró-Soviéticos. Por exemplo, Otto Skorzeny vai para o Egipto, Fazlollah Zahedi para o Irã e Alois Brunner para a Síria. Todos eles organizam os serviços secretos locais dentro do modelo da Gestapo. Brunner só será afastado muito mais tarde, em 2000, pelo Presidente Bachar al-Assad.
No período que vai da revolução khomeinista de 1979 até aos atentados de 11 de Setembro de 2001, a Alemanha Ocidental mostra-se prudente com a Irmandade. No entanto, a pedido da CIA e quando a Síria reconhece a Alemanha Oriental, ela concorda em dar asilo político aos “putschistas”, que tentaram o golpe de Estado de 1982 contra o Presidente Hafez al-Assad, entre os quais o antigo Guia Supremo, Issam al-Attar (irmão do Vice-presidente sírio Najah al-Attar). Nos anos 1990, a Irmandade reorganiza-se na Alemanha com a ajuda de dois homens de negócios: o sírio Ali Ghaleb Himmat e o egípcio Youssef Nada, que serão posteriormente acusados por Washington de financiar Osama bin Laden”.
Quem está por trás destas ações? Talvez o caro leitor responda que são os Estados Unidos da América (EUA). Parcialmente correto.
São, em primeiro lugar, as petroleiras estadunidenses e inglesas, subsidiariamente os conglomerados industriais dos EUA.
Prossigamos na análise do Oriente Médio. No Ministério das Relações Exteriores da Alemanha reunificada atuam o chefe local dos “Irmãos Muçulmanos” , Ibrahim el-Zayat, e um especialista, Volker Perthes. Este último o Diretor do principal “think-tank” da Alemanha Federal: German Institute for International and Security Affairs (SWP), fundado em 1962.
Em 2005, a Alemanha participa no assassinato de Rafic Hariri ao fornecer a arma que será utilizada para matá-lo. Este crime foi denunciado por Meyssan no Réseau Voltaire (“Révélations sur l’assassinat de Rafiq Hariri, 29/11/2010). Hariri, por duas vezes primeiro ministro do Líbano, promoveu o desenvolvimento de seu país, gozava de enorme popularidade e lutava pela paz no Oriente Médio. O Tribunal Internacional formado em maio de 2007 para julgar aquele assassinato estava composto de dois elementos nele implicados, ambos designados pela Alemanha: Detlev Mehlis, promotor sênior em Berlim, atuante nos serviços de espionagem dos EUA, e o seu adjunto, Gerhard Lehmann, que se encontrava envolvido no escândalo das prisões secretas da CIA.
“Em 2008, enquanto a CIA prepara a «guerra civil» síria, Volker Perthes é convidado pela OTAN para a reunião anual do “Grupo de Bilderberg”. Dela participa com uma funcionária síria da CIA, Bassma Kodmani. Em conjunto, eles mostram aos participantes como será do maior interesse para o Ocidente derrubar a República Árabe Síria e colocar os Irmãos Muçulmanos no Poder.
Tendo adotado a dissimulada linguagem da Irmandade, ele escreve, em 2011, artigo no New York Times para ridicularizar o Presidente Assad que acredita vislumbrar um «complô» contra o seu país. Em outubro do mesmo ano, participa de reunião do patronato turco organizada pela agência privada de informações dos EUA, Stratfor (uma plataforma de inteligência geopolítica e editora estadunidense fundada em 1996). Mostra aos seus interlocutores os recursos petrolíferos (óleo e gás) aos quais eles poderão deitar a mão na Síria” (TM).
Creio que meus caros leitores, com este exemplo, repleto do que a “grande imprensa” chama de “teorias conspiratórias”, já concluíram a falsificação das informações que o Sistema Globo, como a quase totalidade da mídia mundial, divulga para sua doutrinação, para formar em sua mente um mundo inteiramente diferente do real, para levá-lo a lutar contra os interesses de seu País e de seu futuro.
Entendo ser farsante o “movimento popular” do Passe Livre, no Brasil, cujo objetivo foi, tão somente, montar um pano de fundo para destituição dos governos legítimos do Partido dos Trabalhadores (PT), que não se curvaram totalmente às vontades dos colonizadores.
Longe de mim colocar angélicas asas nos membros do PT. Certamente tem seus corruptos e oportunistas, porém muito menos do que os participantes do Partido Progressista (PP), dos Democratas (DEM), do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), para não falar da miríade de partidos neopentecostais e pseudorreligiosos, os partidos do cofrinho: PSL, PRB, PSC e legendas de aluguel.
Além do Movimento Brasil Livre (MBL), criado para arruaças nas ruas, um grande expoente do sistema de golpes estadunidense (CIA, NSA, Departamento de Estado etc) foi o agente Moro e sua Lava Jato.
Ele articulou, pela ameaça, compra, pressão, o judiciário brasileiro, a ponto de transformá-lo num dos “poderes” mais desmoralizados desta golpista República, onde esta disputa é empolgante (!). Lembrar que o judiciário Lava Jato inclui o Ministério Público e a Polícia Federal.
Vamos entrar, após a Copa do Mundo de futebol – outra enorme farsa que aguarda seu desmascaramento – na campanha eleitoral. Surgirão mais do que “fake news”, serão criados movimentos de rua com agentes vestindo camisas do PT ou pró Lula, greves encomendadas pelos empresários, para os quais os cofres do banca no Tio Sam estarão abertos, mortes e assassinatos para que a população ingênua e enganada peça “intervenção militar”.
Vamos viver no mundo de fantasias e fantasmas criados pelo sistema financeiro internacional, pela banca, como o designo, ou, como querem outros analistas, pela nova ordem mundial, a ordem do capital financeiro, para que o pré-sal saia das mãos brasileiras, para que nossa indústria nuclear e aeroespacial seja desmontada, para manter um país pobre, desigual e violento. Violento contra os pobres como demonstra esta intervenção militar no Rio de Janeiro.
E nada disso estará nas telas da Globo. Plim plim.
*Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado.
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