Mourão, o pigmeu tupiniquim com complexo de Deus

Por Wellington Calasans, para o Duplo Expresso

Com sentidos opostos, duas coisas acontecem quando Bolsonaro (e seus filhos) ou Mourão abrem as suas bocas (de latrina): no primeiro, entretenimento que dá munição à falsa esquerda para que sejam levantados debates supérfluos, sobretudo comportamentais e morais; No segundo, uma sequência de sérias ameaças à democracia e ao Estado como o conhecemos, mas que são contestadas pela falsa oposição com o mantra “1964”.

Cobrar o papel institucional das Forças Armadas é obrigação de todo brasileiro. Os militares são pagos pelo povo e devem proteger o nosso país e os seus cidadãos. Como o atual cenário político é consequente de uma fraude eleitoral suprapartidária, sabemos que não há esquerda ou direita. O que temos são entreguistas que choram (lágrimas de crocodilo em forma de lamento) e entreguistas que riem (exercício pleno do complexo de vira-lata).

Por isso, devemos olhar com muita preocupação, e repúdio, para as recentes palavras do “pigmeu tupiniquim”, vice-presidente da república das bananas do Brasil, Mourão, em entrevistas dadas ao PIG. Com um discurso distorcido, carregado de falso moralismo e visivelmente catequizado pelos seus patrões estrangeiros, este entreguista de estatura menor tenta normalizar os seus pretensos atos de destruição do estado social, da democracia e da constituição como um remédio para “a cura das falhas” que secularmente são praticadas no Brasil: corrupção, nepotismo, etc.

No lugar da cura, a curra! É isso que pretende este “Deus anão” com uma empáfia de intelectual. Mourão poderia ser chamado de Mourinho quando abre a boca e nos faz lembrar a célebre frase vinda de um governo militar: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Se os atuais militares pensam assim, cabe ao povo brasileiro fechar essa porcaria e refundar a Nação.

Bolsonaro quer abraçar o decadente Trump, quando nos EUA Michelle Obama já foi escolhida pelos bancos para ser a nova presidente da república. Tenta transportar dinheiro para o governo corrupto de Israel e jogar a política estrangeira brasileira no mais completo abandono.

Mourão (Mourinho) tem no seu complexo de Deus a certeza de que pode tudo. Com a segurança de quem já ocupou militarmente as instituições e de quem elegeu (via fraude eleitoral suprapartidária) políticos com rabo preso para fazer de reféns, acredita mesmo que vai matar o povo e ainda será chamado de herói.

O certo é que em poucos dias estaremos com um presidente fantoche (para todos os efeitos, eleito pelo voto popular – ainda que pela via de uma fraude legitimada por setores corruptos da pseudo esquerda). No novo governo teremos no presidente e no vice o mesmo discurso fascista sobre patrimonialismo, populismo e corrupção. Não há nada que possa ser bom para o Brasil ou para os brasileiros.

Enquanto nos EUA nem mesmo a CIA tolera Trump, no Brasil temos nos cachorrinhos eleitos para a presidência e vice uma idolatria inaceitável e injustificável ao idiota que envergonha o povo norte-americano e constrange o mundo, calado ou quando abre a boca para falar. O Brasil é muito maior do que estes vira-latas que querem – mesmo contra (no mínimo) a vontade de 66% dos brasileiros – transformar o nosso país numa colônia.

O cenário é preocupante e exige estratégias e esforços muito grandes dos brasileiros que ainda querem ter um país para “chamar de seu”. Não temos justiça, pois o STF é hoje tutelado do exército. Não temos democracia (nunca tivemos) na comunicação social, pois os meios de comunicação trabalham para enganar o povo. Temos ministros militares em pontos chaves e, a despeito de alguns terem algum histórico de nacionalismo, tudo indica que a defesa dos interesses do Brasil é tema proibido.

Mourão (Mourinho) na entrevista ao PIG se insere nos temas levantados sempre falando na primeira pessoa e deixa claro que o presidente eleito e o Congresso terão que submeter os seus trabalhos ao crivo da sua equipe,  do seu “Dream Team”. Um governo paralelo, uma ditadura descarada que devemos repudiar desde o primeiro dia.

De volta ao fantoche Bolsonaro, o caso Queiroz é visivelmente uma revelação armada para desestabiliza-lo. Todos sabiam que o “Bozo” e seus familiares eram corruptos, mas com a chegada ao poder estavam muito cheios de si. Visitas a Trump, entrevistas na Fox, insinuação de que Mourão (Mourinho) poderia assassinar o Bozo, etc. Pecaram pela vaidade!

O caso Queiroz é um nada quando comparado ao financiamento ilegal de campanha, ao caso de uma facada que não existiu, etc. Ainda assim, serviu para dar à falsa esquerda alguma ocupação. A possibilidade de ter um slogan para entreter a manada e desviar a atenção para que os verdadeiros problemas e ameaças sejam abandonados. Sorte a nossa que o SBT fez aparecer o Queiroz e forçou a pseudo esquerda a tentar se ocupar de algo mais digno do que invadir as redes sociais perguntando pelo motorista do “Bozo”.

Não podemos esperar da justiça, de partidos políticos, das Forças Armadas ou da imprensa a solução para impedirmos a destruição total do Brasil e dos brasileiros. Devemos apoiar juízes, militares, médicos, jornalistas e políticos que se insurjam e – a partir deles – formar grupos de resistência. Mobilizando os pobres e miseráveis, mostrando que sem luta eles são apenas “o aborto que deu errado”.

A cereja do bolo para as pretensões de Mourão (Mourinho) está na escolha de Alexandre Garcia para comunicação. É o que faltava para coroar a visível intenção do pigmeu tupiniquim de passar a perna no “Bozo” e se transformar num Napoleão entreguista. Alexandre Garcia está para o regime militar, assim como a família Bolsonaro para a alfafa.

Por tudo isso, o foco principal da resistência está na discussão política sobre o resgate do Brasil e a inclusão do povo nas decisões. O resto é diversionismo para impedir que o povo consiga alcançar e entender essa realidade. Estamos prestes a legitimar uma ditadura civil-militar com uma falsa realidade de que “as instituições estão funcionando normalmente”.

Precisamos impedir desde o dia 1° de janeiro que a reforma da previdência seja aprovada. Temos que oferecer toda a resistência possível para impedir a implantação do Estado Mínimo. As Forças Armadas com a missão de entregar as nossas riquezas e destruir o estado social estará limitada ao papel de “porteiro de puteiro”. No lugar de lutar para impedir uma aproximação da Rússia e China com a América Latina, deve se ocupar de evitar que as nossas riquezas sejam entregues e que o nosso povo morra na miséria.

Mourão (Mourinho) se esforça para mostrar não ser apenas um cachorrinho de Trump, mas está muito claro que é um cachorrinho do establishment e do deep state norte-americano. Temos que recordar, inclusive, uma relação histórica de cooperação e participação dos EUA no golpe de 64.

Somos hoje o subproduto de uma guerra não anunciada, uma guerra híbrida que destruiu o Brasil através do aliciamento do nosso judiciário, da invenção da Lava Jato com a colaboração de Dilma Housseff (Via Enccla), da prisão de Lula (Sem crime, pelo juiz Moro que foi o beneficiário direto da vitória de Bolsonaro), do desmonte do estado social, do roubo do Pré-sal, da destruição das grandes empresas nacionais (minando inclusive suas parcerias com outros países como os da África). Precisamos reagir imediatamente! E sempre há como fazê-lo.

A desculpa e manipulação do discurso da corrupção, populismo e patrimonialismo como principais causas dos problemas brasileiros não irão empregar ninguém ou botar comida na mesa. Reside nesse abandono do povo a nossa chance de reação imediata. Aproveitando o ódio que foi plantado pela Globo para eleger Bolsonaro e voltar este mesmo ódio contra todos esses criminosos lesa-pátria.

Esse Mourão (Mourinho) sonha em virar ditador. Temos que impedir que a propaganda e o discurso falso desse pigmeu tupiniquim com complexo de Deus seja vendido como solução para o povo – o mesmo povo que é abandonado por este pigmeu. Mourão (Mourinho) contará com a ajuda da sempre parceira Globo para fazer da falsa propaganda uma realidade. Cidadãos que amam a democracia devem barrar a criminalização dos políticos e cobrar deles o exemplo.

Foi graças ao acordo suprapartidário da fraude eleitoral que a chegada ao poder de políticos medíocres levou o povo a pedir a volta dos militares, eleger um capitão desertor. O único politico que poderia equilibrar este quadro está preso e isolado e, por isso, devemos ter na sua liberdade uma luta de resgate democrático. Mas sem a patente do PT, o partido que está corroído por dentro com Zé Cardozo, Haddad e tantas figuras bizarras que querem “dar mais poderes à justiça” e tirar do povo o direito de escolher o próprio destino.

Tempos sombrios são anunciados e somente com luta de verdade (sem micaretas, slogans fáceis e outros truques) iremos superar as dificuldades que batem à porta. Se Mourão (Mourinho) desdenha dos políticos (de certo modo, com razão) cabe ao povo tirar os políticos corruptos através de eleições livres, justas e transparentes (auditáveis). Na lógica do pigmeu tupiniquim,  acabando com a política quem sobra é… ELE! Um “jênio”!

Na estratégia do Mourão (Mourinho), jogar para o povão ao narrar a falta de sensibilidade do judiciário sobre o aumento dos próprios salários, não inclui o debate sobre como isso foi possível. É mais um canastrão com discurso fácil que todos os analfabetos políticos concordam.

Mourão (Morurinho) é um gigante para falar de quem tem como refém, mas é do próprio tamanho (um pigmeu) quando não fala da corrupção dos bancos, dos juros, da sonegação de impostos ou da auditoria cidadã da dívida. No sentido oposto, tenta convencer de que tudo de ruim está no Estado. O mesmo Estado que deu e dá aos militares brasileiros uma condição que poucos militares do planeta possuem. Para fazerem o quê? Entregar as nossas riquezas e escravizar o nosso povo?

Devemos repudiar o velho discurso perigoso dos fascistas. Como aceitar pacatamente corruptos que dizem condenar a corrupção? Como tolerar isso? Muito cuidado com o pigmeu tupiniquim Mourão (Mourinho), mesmo sendo muito previsível, ele tem muitos reféns e vai se utilizar disso para ser um ditador legitimado. Com Bolsonaro fora, esse piloto de autorama vira ditador. Façamos oposição política ao “Bozo”, pois assim – com o fantoche presidente no jogo – ainda temos chance de resgatar a política e a soberania popular. É hora de agir com o cérebro.

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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