Pagar o Mico
Arte e texto por Sama, para o Duplo Expresso
Você não vai querer Pagar o Mico, vai?
Ainda me lembro dos adultos em casa, nas noites de carteado, na casa de Tia Zélia… Quando se fartavam do Buraco ou do Pôquer (de cacife baixíssimo, diga-se de passagem), partiam para a mais pura diversão de mesa: o jogo do Mico ou do Fedorento, como também é conhecido dependendo da região do Brasil. Este jogo consiste em fazer circular o maior número de cartas de um baralho entre os jogadores, a fim de que cada um tente fazer a mão certa primeiro para bater e vencer a rodada. Entretanto, a graça era se livrar do Mico, que era uma carta maldita escolhida previamente em acordo com todos os jogadores.
Terminar a partida com ela retida nas mãos, significaria a derrota absoluta, uma grande perda de pontos no caso de um jogo com várias rodadas, ou ainda, a marcação do “micado” com uma rolha queimada.
É comum esta carta ser representada pela a do Coringa, mas frequentemente, para evitar marcações, pode ser representada por qualquer outra menos óbvia. Há uma certa preferência por cartas com figuras como: Ás, Valete ou o próprio incorruptível Rei de Copas. O importante era não “Pagar o Mico”, ou sair com a pecha de “Fedorento”. Título que duraria até um próximo azarado angariar a alcunha.
Saudações Samânicas!
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