Globo e Moro vão eleger Rodrigo Maia Presidente? E Temer? Ruim sempre pode piorar! (Parte 1)

Globo e Moro vão eleger Rodrigo Maia Presidente? E Temer? Ruim sempre pode piorar! (Parte 1)



Por Romulus




– Brasil: sucessão de golpes e contragolpes. “Do mal”, mas também “do bem” (!)



– Segundo turno (literalmente? rs) dos infernos: “Fora, Temer” vs. “Fica, Temer”



– Notem: a alternativa (?!) é… Rodrigo Maia!



– Binarismo “do bem”: Globo a favor? Sou contra!



– Churchill e Simone Veil: aliança ~tática~ até com o diabo, se Hitler invadisse o inferno



– Parênteses – Simone Veil faz o feminismo avançar até na morte!



Item (A): a “rodada” do “jogo” tomada no “atacado”



– Marco Aurélio Mello e Delfim Netto



– Núcleo duro debate: a marcha da História política no Brasil – golpes e contra-golpes



Item (B): a “rodada” tomada no “varejo”



– Os Juristocratas se autodefinem: Carlos Fernando, Dallagnol e Moro. Sem pudores



– O vai ou racha do acordão: o HC de Palocci no STF



– Armas de dissuasão para alvos distintos: “o fantasma de Lula Presidente” vs. “Parlamentarismo já” vs. “intervenção militar”



– Nas mãos hábeis de certo peemedebismo, a combinação desse arsenal nuclear incentiva o acordão.



– O drama dos blogueiros de esquerda: antes “perdidinhos” (?), agora alguns começam a “se encontrar”



– Mas os políticos ~profissionais~ da esquerda continuam com o… ~amadorismo~



– Natural ou (bem) cultivado?



– Cassandras continuarão gritando e arrancando seus cabelos, mas…



– O contra-ataque juristocrático e o “lock-in” jurídico: deixar um fait accompli para os seus sucessores



– A temeridade política de agir como se “toda a direita e todos os neoliberais fossem iguais”



– Globo e Dallagnol confirmam, revoltados: Lula ~está~ contemplado no acordão!



– ~Está~: fotografia do momento…



– E no filme? Lula ainda restará, no final?



Item (C): golpes do futuro



– O “lock-in” via Tratado internacional



– A farsa ~e~ a tragédia da operação “Macron/ En Marche!” brasileiros



– A blindagem do STF contra um novo Presidente de esquerda



Valha-nos…



(ao gosto do freguês)



– … Deus/ Espíritos de Luz/ “Design inteligente”/ “Energias ‘do bem’ ~não~ antropomórficas”/ “Universo”/ caos aleatório randômico…



– Tá valendo qualquer apelo!

*

Parte (1)



Brasil: sucessão de golpes e contra-golpes. “Do mal”, mas também “do bem” (!)



No Brasil, a cartada política do “respeito à legalidade e à institucionalidade” é, via de regra, usada por quem se encontra no poder e enfrenta contestação. Assim, tomando partido, providencialmente, de uma análise superficial, quem a utiliza evidentemente não debate “que legalidade” e “que institucionalidade” são essas a serem… “respeitadas”.



Diante da velha dicotomia “legalidade” vs. “legitimidade”, ~todas~ as forças políticas do Brasil, sejam elas de direita ou de esquerda, ~sempre~ flertaram com o golpismo – e, no verso da moeda, com o contragolpismo – a depender das circunstâncias históricas.



Ou seja:



(i) do papel que ocupavam então no jogo político – governo ou oposição;



(ii) da correlação de forças – a dar esteio ao golpismo e ao contra-golpismo, conforme o caso; e



(iii) as ~maquiavélicas~ virtù e fortuna – aptidão e sorte.



Pessoalmente sempre acreditei que a Constituição de 1988 – e principalmente, indo além do que está no… “papel”!, a ~prática~ constitucional subsequente – apesar de todas as suas limitações estruturais e dos defeitos de “implementação”, representou um avanço em relação a esse quadro, que vinha desde a independência: golpes e contragolpes.



Tanto acreditei, que baseei a minha tese de doutorado nessa premissa!





Romulus: Não existe meia Constituição… não existe meio Estado de direito!
Tania: Ora, se existe “meia democracia”…
Ciro: Romulus, exceto que no Brasil nunca houve nem uma coisa nem outra…
Vai arrumando uma tese nova!
?
Romulus: Ciro diz isso porque originalmente a minha tese de doutorado aqui na Europa tinha, como uma de suas premissas, o “fato” (!) de que o Brasil apresentava – na comparação com outros países emergentes de porte similar – uma “razoável” efetividade do Princípio da Legalidade e do Estado de Direito.
Principalmente em vista:
(1) da independência do Judiciário (!);
(bem… em 2010 eu não tinha como saber que seria ~tanta~ independência, né… ?)
(2) do teste “final” para a maturidade da democracia e da institucionalidade brasileiras: a primeira transição política ~real~, com a chegada do PT à Presidência da República em 2002.
“Sem traumas” e com a manutenção da “estabilidade” política, institucional e econômica.
Bem… pelo menos, assim eu argumentava na tese… lá atrás… (!)
Portanto, como podem ver, o meu problema com o Golpe vai além das minhas convicções políticas, jurídicas, econômicas, geoestratégicas, morais, éticas, filosóficas… … …
Tenho de admitir para vocês o meu viés:
– Comigo o problema é também… PESSOAL!!
– O Golpe DESTRUIU a minha tese de doutorado!
(além, é claro, de ter destruído, junto, a minha convicção genuína em todas aquelas “premissas”… (suspiro)… ai, ai…)



Pois é: veio o golpe de 2016 e, numa tacada apenas, matou essa minha crença e também a minha tese.



Mas, como verão a seguir, parece que não foi apenas a mim que o golpe deixou em “crise de identidade cívica”, num tormentoso “soul-searching” político-institucional-legal interior.



Acometeu também “grandes nomes” da República: de constituintes de 1987-88 a guardiões daquela Constituição, que os primeiros escreveram “convocados pela soberania popular”.



Bem… se não ~todos~ os constituintes e guardiões, ao menos um representante de peso de cada “categoria”:



– O ex-deputado constituinte Antonio Delfim Netto; e



– O Ministro do STF Marco Aurélio Mello.



(manifestações de ambos reproduzidas e comentadas mais adiante)



Esses, era de se esperar.



Ambos, apesar das inúmeras (merecidas) recriminações a episódios de suas trajetórias, sempre transpareceram um senso de “Estado”…



Preocupações ~estruturais~, para além do ~varejo~ das circunstâncias do jogo político de ocasião.



É evidente que as “inovações” e particularidades do golpe de 2016 fizeram ambos franzirem a testa.



Nunca antes o Judiciário – de mãos dadas com o Ministério Público – tinha sido ator ~central~ na engrenagem golpista.



Sim… é certo que a casta jurídica do Estado sempre ~aderiu~ aos golpes ao longo da nossa História.



Mas essa é justamente a questão: sempre “aderiu”.



Nunca antes fora uma ~coautora~ do golpe.



Pior, com “bis”!



A juristocracia foi…



(1) coautora do golpe “original”, ~político~midiático-judiciário, dado em Dilma Rousseff por PSDB/ PMDB/ Globo/ PIB/ Judiciário/ MPF;



(contando, ademais, com a luxuosa contribuição financeira, logística e de inteligência americana. Estatal e paraestatal (petroleiras, finança, Soros, Koch, ONGs…))



E…



(2) coautora do “golpe no golpe”, ~institucional~midiático-judiciário, tentado pelos entusiastas da Juristocracia/ Globo/ (parte da) Finança contra a ~totalidade~ da classe política.



(Bis: com a luxuosa contribuição financeira, logística e de inteligência americana. Estatal e paraestatal)

Sim… contra a classe política…



E, por tabela, contra a – própria – política!

(i.e., a política extra-corporações do Estado…)

E, ainda por tabela, contra a soberania popular!



Afinal, essa última, na visão do juristocrata, “não saberia votar” (!)



Precisaria, portanto, da sua tutela, sabe…



Para “iluminá-la” e dizer em quem ~pode~ e, principalmente, em quem ~não~ pode votar.



Igualzinho à…



– … República Islâmica do Irã (!)



Temos batido nessa tecla no Blog desde o início, certo?



As linhas gerais encontram-se reunidas no post com a nossa tese central:



– o “Moro Globeleza, como porta-bandeira da Finança global do Império”.



(ou seria “Império da Finança global”?
Tem diferença??)





Pois bem.



Parece que, depois de mais de um ano!, algumas outras vozes na blogosfera progressista passaram a entender que nem todos os atores do(s) consórcio(s) golpista(s) de 2016/2017 têm o mesmo grau de periculosidade.



Ou, ao menos, passaram a expressar esse nível maior de “sofisticação analítica” (?) publicamente, o que não é a mesma coisa…



Rezemos para que não seja tarde, né?



Da mesma forma, parece que:



– A direita política, a “ideológica” (aspas!) – PSDB – e a fisiológica – PMDB e genéricos;



– Parcela do PIB; e



– Parcela do Cartel Midiático…



(como, p.e., os editorialistas do Estadão e Reinaldo Azevedo)



– … deram-se conta de que o “gênio” que tiraram da garrafa para fustigar o PT fora mordido pela célebre “mosca azul”.



Rezemos para que não seja tarde… (2)



– Depois da vitória política ~de~ 2016, conjuntural, passaram a mirar numa vitória ~total~, inapelável… ~institucional~… estrutural.



Como?



– Com a consolidação da (ainda) incipiente tutela dos outros dois Poderes – ~políticos~ ! – pela Juristocracia.



– Afinal, a Juristocracia é “ilustrada, concursada, ‘meritocrática’, e, portanto, sabe o que é melhor para o país” (!)



– Estável, inamovível, vitalícia e com (gordos) salários irredutíveis, prescinde da renovação de seus mandatos de 4 em 4 anos.



– Renovação essa que, nos dois Poderes políticos, se dá com o apelo – coisa ordinária! – ao votos do “povão”!



– Imunes a esse “óbice” ~popular~ e à accountability, o juristocrata pode então tomar as decisões “certas” para o país, sem ceder ao tal do “populismo” – coisa terrível!



Só tem um “probleminha”:



– Economia ~política~ não é uma ciência exata.



(malgrado todo o esforço propagandístico dos neo-clássicos nesse sentido…)



– Os seus operadores – e suas escolhas – não são neutros.

E isso não é sequer exclusivo dos economistas!



Como temos chance de testemunhar em primeira mão no Brasil atual, tampouco são neutros o Direito e os seus operadores!



Aliás…



O grau de afinidade nessa ~não~ neutralidade entre economistas e juristocratas é ainda maior.



De novo, vimos batendo nessa tecla desde o ano passado:





– O irmanamento dos gêmeos xifópagos da “NOOCRACIA” (*):
– JURISOCRACIA; e
– TECNOCRACIA ECONÔMICA (“liberal” (com aspas)-financista-globalizante).
– Políticos de direita são só a “pinguela” até o 1% chegar nesse “Estado” dos sonhos, livre de política.



(…)





Noocracia
La noocracia es un sistema social y político que está basado “en la prioridad de la mente humana”, según Vladímir Vernadski. (…) En este contexto, el sistema político resultante será referido como una noocracia.
Etimología
La palabra se deriva del griego ‘nous’, Gen. ‘noos’ (νους) significado ‘mente’ o ‘intelecto’, y ‘kratos’ (κράτος), ‘autoridad’ o ‘ poder’.
Historia
Sócrates ya sugirió este sistema. El primer intento de aplicar esa política es tal vez el sistema de Pitágoras, “ciudad de los sabios”, que planteaba desarrollar en Italia junto con sus seguidores, el orden de “mathematikoi.” (…)
Según la definición de Platón, noocracia se considera como el sistema político del futuro para toda la raza humana, sustituyendo a la democracia (“la autoridad de la multitud”) y a otras formas de gobierno. La aristocracia de los sabios (consultar: Sofocracia), tal como la definió Platón, es un sistema noocratico.



(…)



– “Democracia” não é ~ditadura~ da maioria.



– É, na verdade, o ~governo~ da maioria, ~com~ o respeito às minorias e aos indivíduos.



“Problema” estrutural:



– ~Sempre~ haverá a tensão entre, de um lado, o impulso do Judiciário rumo à “Noocracia Juristocrática” e, do outro, dos ~2~ Poderes Políticos, Executivo e Legislativo, rumo à ~ditadura~ da maioria.



Ora, não é por outra razão que o sábio Montesquieu propôs a separação entre os Poderes!



Reconheceu que ~apenas~ o Poder pode colocar freios no… Poder!



Como maravilhosamente resumiu o Ciro outro dia…
– … um Estado em que “política” (com aspas mesmo!) – se limita a decidir se “bicha”/ “crioulo”/ “vadia” têm mais ou menos direito.
(viva o “progressismo” (só) identitário!)
Ou seja: onde só se escolhe – CNTP! – entre Hilary/ Bill Clinton’s vs. George (pai)/ George (filho)/ Jeb Bush’s.
(Sim, eu sei… em 2016 “deu ruim” lá na “matriz”, né…)





(…) o sonho de consumo do mercado é esvaziar o espaço do poder político.
E, indiretamente, da soberania popular.
Afinal…
<<~Demo~cracia é uma droga quando você é (o)…
-… (apenas) “1%”>>





(…)
(III). Como chegamos aqui (1)
A demonização da política logra pouco a pouco o seu intento: um grau ainda maior da já alarmante alienação da população brasileira, alheia a tudo e a todos nas instâncias do poder.
A população está:
(i) Saturada da política e dos políticos, todos “farinha do mesmo saco”; e portanto…

(ii) dessensibilizada/anestesiada diante dos sucessivos fatos políticos; e portanto…

(iii) indiferente, cínica.
– Tanto faz como tanto fez…
*
(IV). Patrimonialismo versão millennial
E assim, sem o contrapeso mínimo das urnas – magrinhas, magrinhas, coitadas… – e de bases eleitorais atentas, ativas e mobilizadas, fica mais fácil ainda impor a agenda dos lobbies dos diversos setores da economia em prejuízo do todo da sociedade. Trata-se da versão millennial do velhíssimo patrimonialismo… lá do Weber e do Raimundo Faoro, lembram?
Se o Estado mínimo e a “privataria” não passam no teste das urnas, dá-se golpe, todos (já) sabemos.
Mas isso não significa que antes, durante e depois do golpe não se possa aproveitar a estrutura existente do Estado em favor de certos interesses particulares, não é mesmo?
(a) Como?

– Com a autoridade devidamente “capturada” pelos lobbies (regulatory capture).
(b) O entrave:

– O poder político… “essa gente” eleita que “não entende nada da parte técnica”, escolhida de 4 em 4 anos por “gente que entende menos ainda!”. Imaginem: a maioria deles não tem nível superior, não passou por disputados concursos, não tem pós-graduação no exterior… sequer frequenta colóquios bacanas dos stakeholdes todo mês, ora!
(c) A solução:

– A busca cada vez maior de independência – em face desse tal “poder político” – dos órgãos do Estado judicantes, com poder de polícia e reguladores.
Notem que “coincidência”:

– Não parece muito mais fácil implementar essa agenda independentista num contexto de (i) desgaste da classe política, (ii) vácuo de poder, (iii) déficit de representação e (iv) cinismo da população, culminando numa democracia sem vigor, abatida pela indiferença e caracterizada por baixas taxas de votação?
Evidente que sim!
Resistir à sanha independentista quem haverá de?
(d) Exemplo de captura?

– A famosa porta-giratória (revolving door), que faz o diretor do Banco Itaú (e antes desse o do Bank Boston e antes desse o do George Soros e antes desse…) virar Presidente do Banco Central do Brasil. Apenas para amanhã voltar ao Itaú (e congêneres…) com o passe ainda mais valorizado.
(e) Sonho de consumo dos independentistas?

Escrever “em pedra” a pretendida independência diante da sociedade e de seus representantes eleitos.
Como?

Com leis de boa governança que consagrem essa “independência” – aliás, “boa governança” segundo quem mesmo, hein?
Mandatos fixos de diretores e presidentes… indemissíveis pelo poder político…
– Oh, glória!
Sim, “independência”…
Mas, impertinente que sou, ouso perguntar:
– “Independência” de quem, cara-pálida? Do Itaú – da ida e da volta da porta-giratória – é que não haverá de ser, não é mesmo?
O Banco Central é apenas o exemplo mais evidente, em um Estado cuja metade do orçamento foi capturada por rentistas. Mas isso se repete em todos os segmentos econômicos regulados pelo Estado: CVM, CADE, SUSEP, ANVISA, ANP, ANA, ANAC, ANTAQ, ANATEL, ANEEL, ANS, ANTT… ou nos segmentos em que o Estado atua através de estatais (Petrobras, BB, CEF, Eletrobrás…).
E não apenas…
O Supremo não autorizou juízes (!) a embolsar cachês pagos por palestras sem que o seu valor tenha de ser tornado público? Aliás, bota – caché – nisso… nunca uma denominação foi tão adequada!
Para além de “cachês” – escondidos – por “palestras”, que dizer de cursos no exterior pagos por “terceiros generosos” (quem?)? Dentre os quais até mesmo interesses estrangeiros, incluindo governos que não o nosso?
– Captura do regulador?

– Conflito de interesse?

– Risco moral do regulado (moral hazard)?

– Abuso de poder de mercado dos regulados?

– Ineficiência do mercado viciado?

– Busca de renda por quem é “amigo do rei” (rent seeking)?
Será tudo isso preocupação de marxista radical?
Ou até de quem leu os manuais de Economia (bastante) ortodoxos e que crê – de coração – no capitalismo?
Digo, o capitalismo verdadeiro: com seus “mercados competitivos”, livre entrada de novos competidores e livre saída de empresas ineficientes.
Está aí a telefônica “Oi” para não nos deixar esquecer de como o “capitalismo” (entre aspas mesmo) e seus “riscos” (novas aspas…) “funcionam” (mais ainda…) no Brasil.
E isso não é tudo:
Trata-se apenas de uma das modalidades de captura das autoridades, na classificação proposta por Engstrom. No caso, a captura material. Além (a) da porta giratória e (b) da propina, essa modalidade engloba também (c) os “célebres” financiamentos de campanha e (d) a ameaça de boicote econômico-financeiro ao Estado em caso de “desacordo” com o lobby.
Soa familiar?
Pois é…
Segundo o autor, todas essas sub-modalidades equivalem em alguma medida a corrupção política. Ou melhor: corrupção da política.
Já a captura não material é mais sofisticada: pode ser também denominada “captura cognitiva” ou “cultural”, na qual o regulador – e/ou o juiz e/ou o procurador! – começam a pensar da mesma maneira que o lobby!
– “Lobby”?

– Seria esse apenas o privado?

– Por que não se incluiriam aí também governos estrangeiros?

– Ou terceiros “generosos” querendo iluminar o pobre Brasil de sabedoria?
A assimilação da catequese advém (i) da proximidade (indevida?) entre lobby e autoridades; bem como (ii) da embalagem bonita do “presente” que “generosamente” é dado.
– Aliás, “presente”… será presente de grego a troianos ávidos e ambiciosos?
– Troianos antes circunscritos por uma fronteira, digo, muralha, que impedia o ato de generosidade de se realizar?

– Hmmm…
Saga homérica ou não, chega-se finalmente ao ponto em que as autoridades são pautadas – agora já involuntariamente, na fronteira entre o seu consciente e inconsciente – pelo lobby catequizador.
Exemplo 1:

O lobby já entrega o trabalho pronto – bonitinho e até com grife de banca chique! Assim, como não haverá de prevalecer a lei do menor esforço, tão bem resumida por dois comandos: “Ctrl + C” / “Ctrl + V”?
Algo a ver?
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E aqui?
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Exemplo 2:
Em tática mais sofisticada ainda, e de longo prazo, o lobby, através do financiamento de pesquisas, colóquios entre pares e lisonjas – tais como premiações – consegue estabelecer – não a sofridas marretadas mas a deleitáveis queijos, vinhos e “verdinhas” – o “consenso científico” em determinado domínio técnico.
Mas notem bem: não qualquer consenso científico, aleatório… trata-se de um consenso científico específico: aquele que o lobby tem por “certo”… aquele para chamar de seu.
Aliás, como acadêmico não posso deixar de me perguntar:
– Se o ponto de chegada já é pré-estabelecido na saída, há que se falar ainda em “cientificidade” para esse “consenso” (olha as aspas aí de novo…).
Pois é… também digo que não.
A maneira como o credo neoliberal impregnou – mediante generosos financiamentos – os maiores centros do conhecimento econômico, do final dos anos 70 até a primeira década do século XXI, é o exemplo de manual (textbook case) dessa tese.
Para quem comungava do credo: dinheiro, fama e glória.

Para quem o criticava: penúria, opróbio e ridicularização.
Fácil chegar a um “consenso” (aspas) “científico” (de novo…) assim, não é mesmo?
Foi preciso a maior crise econômica e a maior recessão desde os anos 30 para que esse “santo graal” caísse no chão e se estilhaçasse. Mas não sem deixar profetas atrasados na Periferia do mundo, ignorantes da (nova) “Boa Nova” do Centro.
Lisonjas… lobby… captura não material… corrupção da política…
Algo a ver?
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ttps://1.bp.blogspot.com/-Li_JcKBs48k/WC4VNEdRLKI/AAAAAAAANZA/qu0_VMGoX8UUsTSO7QKCUMWc2LiJg_uzACEw/s640/
ttps://4.bp.blogspot.com/-cTRwEs-YAug/WC4VNFEClnI/AAAAAAAANZE/dnv9RuQY0nYmFYqT-rfc9z7AvRaodOKeACEw/s640/
(exemplos – infelizmente – não exaustivos)



*





Segundo turno (literalmente? rs) dos infernos: “Fora, Temer” vs. “Fica, Temer”



Notem: a alternativa é… Rodrigo Maia!



Do lado esquerdo, ainda não há vozes firmes (ao menos não publicamente…), além do Blog, apontando o óbvio:



– Para a esquerda e para os setores populares da sociedade o “Fora, Temer” é ~pior~ que o “Fica, Temer” se for para Temer ser sucedido por Rodrigo Maia.



– E isso taticamente, mas, até mesmo, finalisticamente!



Por quê?



Ora, porque…



(1) Temer (e Meirelles!) – pela incompetência e pelo filme queimado – é o melhor cabo eleitoral para as candidaturas de esquerda em 2018.



(2) Temer – rifado pela Globo e pelos juristocratas – não tem mais nada a perder. Portanto, não é mais objeto da chantagem desses.



O mesmo não pode ser dito de Rodrigo Maia. Não só está “providencialmente” pendurado (até ~agora~ “apenas”…) na delação-“coringa” do MPF, a da Odebrecht, como seu sogro, Moreira Franco, está pendurado nessa e em todas as outras!



Notadamente na da CEF-FI FGTS e na ~nova~ delação-“coringa” do MPF, a da JBS.



Dessa forma, Rodrigo Maia tem muito a perder: seu mandato, sua liberdade!, e a possibilidade de ter de levar seus filhinhos para visitar “vovô” Moreira Franco…



– … na penitenciária!



– Imagina  a pressão que vai rolar no “domicílio conjugal”!



Rodrigo Maia é, portanto, alvo preferencial de chantagem da dupla Globo-Lava a Jato. Assim, não é surpresa nenhuma que Ricardo Noblat e Merval Pereira tenham, incorporando os patrões, escrito em favor de Rodrigo Maia como “solução” para a sucessão de Temer.



(3) Temer, enfraquecido, não consegue passar as Reformas. Ou ao menos não em suas versões “puras”, ultraliberais.



Já Rodrigo Maia chega:



(A) “virgem” de desgaste;



(i.e., na medida do possível na atual quadra do Brasil…)



e…



(B) com a força da “pressão” (eufemismo, eu sei…) da Globo e da Juristocracia para ~cabalar~ os votos do PSDB, do PMDB e do “Centrão” em favor das Reformas.



Reformas “cheias”!



*





Binarismo “do bem”: Globo a favor? Sou contra!



Lembram os meus queridos leitores da regrinha de ouro do Brizola?



Aquela que eu não canso de repetir por aqui?



Que “não falha NUNCA”?



E que, justamente por isso, permite a quem tem preguiça de pensar um pouquinho mais adotar ~sim~ um binarismo?



E SEM medo de ser feliz?



Olha ela aqui de novo:



Silogismo:



Seguindo a máxima desse líder visionário – que em 1992, mais sozinho do que nunca!, alertara para o precedente perigosíssimo do ~golpe~ parlamentar perpetrado contra Collor:



(1) a Globo quer tirar Temer ~para~ colocar no lugar Rodrigo Maia.



+



(2) “Se a Globo é a favor, seja contra. Se é contra, seja a favor”.



Subsumindo (1) e (2) concluo que ~eu~ devo ser ~contra~ o “Fora, Temer” – SE a alternativa a ele for Rodrigo Maia.



“Simples assim”.



M-e-s-m-o!



Mais: devo ser ~a favor~ do “Fica, Temer”, contra o “Fora, Temer” da Globo – SE o resultado prático político-eleitoral (2018) e de fundo (Reformas) de sua permanência for “melhor” (aspas!) para a esquerda e para o povão.



E isso dada a ALTERNATIVA ~real~: Rodrigo Maia!



E não sonhos de uma noite de verão…



(~nossos~ sonhos…
Eu também os nutro, ora!
Mas de manhã eu ~acordo~…
E cedo…
Todo dia!)



*





Churchill e Simone Veil: aliança ~tática~ até com o diabo, se Hitler invadisse o inferno



Em vista de quem é o inimigo (maior) ~neste~ momento, permito-me repetir a lição que me deixou a saudosa Simone Veil, na semana passada:



(30/6/2017)



– Uma grande mulher.
– Uma grande política.
– Uma grande… pragmática!
Não hesitou em compor com a oposição, de esquerda, para aprovar, em 1973, a lei de descriminalização do aborto na França, rejeitada por 2/3 (!) da base de sustentação do ~seu~ governo, de direita.
Da mesma forma, judia, mesmo tendo perdido o pai e o irmão no Holocausto!, sendo ~ela~ mesma uma sobrevivente de Auschwitz, ~não~ hesitou em compor com os ~alemães~ para se tornar a PRIMEIRA PRESIDENTA do Parlamento Europeu, em 1979.
E sabe o que ela diria sobre essa aparente contradição, décadas depois??
Justamente que “construir a Europa” a tinha reconciliado com aqueles mesmos horrores do Séc. XX.
ATENÇÃO:
– Vítima da tragédia, ela viu a realização em se tornar a arquiteta da… solução. Não em se tonar, em vez disso, a sua… vingadora!
Unanimidade e personalidade política mais admirada da França, na sua senioridade o país, agradecido, leva-a à Academia Francesa, em 2010.
LEGADO (para mim):
Mais do que nunca, num momento de ódio e radicalismo no Brasil – de parte a parte! – com pessoas querendo fazer política com o fígado… olhando PARA TRÁS e não PARA A FRENTE… Simone Veil é uma referência de o que é fazer – A GRANDE – POLÍTICA!
“Pacto” se faz com… (ex!) inimigo!



Vai com Deus que a sua parte você fez aqui, Simone Veil!



*





Parênteses – Simone Veil faz o feminismo avançar até na morte!



Atualização:



– Refletindo o seu prestígio ~consensual~ na sociedade francesa, Simone Veil vai repetir feito raríssimo.



Assim como Victor Hugo, será sepultada DIRETAMENTE no Panteão da República!



Em geral, esperam-se décadas para o traslado do corpo de eventuais “candidatos” para aquele mausoléu nacional – cívico e laico.



Isso porque em regra é o distanciamento histórico, liberando do calor das paixões, que permite o exame mais acurado do ~saldo~ das suas contribuições individuais para a construção republicana.



Notem: eu disse “em regra”.



Evidentemente, bastaram horas para surgir o consenso nacional de que Victor Hugo deveria rumar direto para o Panteão.



Sem deixar nem… “o corpo esfriar”!



Pois agora o mesmo fenômeno acometeu a grande Simone Veil.



E com um bônus para esse ícone do feminismo – “selo” do qual não só não se envergonhava como, até mesmo, reivindicava, malgrado sua filiação política à centro-direita.



Qual bônus feminista é esse?



O Presidente – a quem compete determinar essa distinção – teve de entrar em entendimento com os filhos de Simone Veil para que ela rumasse para o Panteão. Isso porque os filhos não permitiriam que sua mãe descansasse afastada do amor de sua vida, seu marido.



Dessa forma, o Presidente Emmanuel Macron determinou que o marido, falecido há alguns anos, ~siga~ também a esposa…



Rumo ao panteão.



Houve apenas um precedente de situação semelhante, no início do Século XX.



Evidentemente, naquela oportunidade, foi a ~esposa~ quem seguiu o Marido.



Vai com Deus que a sua parte você fez aqui, Simone Veil! (2)



Fecha parênteses.



*



Tudo o que vai acima reflete fielmente as ~minhas~ conclusões a partir de mais uma análise, a várias mãos, do Núcleo Duro.



Desta vez, as discussões englobam os eventos desta última “rodada”, longa…



Jogada desde o final de junho até aqui, neste rescaldo do início do recesso do Judiciário.



Obviamente, esta análise exclui o seminal (!) “julgamento” (aspas!) da delação da JBS pelo Pleno do STF, que foi objeto de artigo específico.



Vambora para mais um bate-bola do Núcleo Duro?



Onde não tem perna de pau??



Partiu!



*



Fim da Parte (1).



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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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