Hy-Brazil: os Porões da Ditadura no Palácio do Planalto
após o fracasso eleitoral em 2018 de todas as máscaras de civilização de uma sempre bárbara lumpenburguesia brasileira (colocando ao chão Alckmin, Dória, Amoedo e Luciano Huck), então os Porões da Ditadura receberam passe livre para se alçarem até o Palácio do Planalto.
o Capitão do Mato assumiu como encarregado da gestão da Casa Grande, num grotesco, macabro e revelador sintoma da falência política da classe dominante brasileira.
o monstro criado por Golbery está de volta: o regime BolsoNazi é o retorno do SNI e a restauração dos DOI-Codi.
a dupla Capitão Presidente e General Vice representa uma dupla vingança:
– a de seu herói torturador Ustra. como o revanchismo dos porões da Ditadura Civil-Militar contra uma “abertura lenta, gradual e segura”, que embora até hoje mantenha intocado o entulho autoritário desmontou de vez com o próspero negócio da tortura executado pelos DOI-Codi;
– a do ultra-liberalismo selvagem do Chicago’s Oldie Paulo Guedes contra Geisel e o II PND. a lumpenburguesia brasileira e seus sócios majoritários transnacionais jamais se conformaram com a criação de diversas estatais, a consolidação da indústria pesada e da infraestrutura energética e de telecomunicações, o fim do tratado militar com os EUA e o acordo nuclear com a Alemanha.
qual o segredo oculto na Casa da Morte?
o DOI-Codi da Ditadura jamais poderia operar sem bater continência aos Generais Ditadores, e muito menos sem o patrocínio dos grandes empresários.
Bolsonaro é o Capitão do baixo-clero da tortura: sargentos, policiais, milicianos, grupos de extermínio, esquadrões da morte.
Mourão é o General do grande capital: esta lama tóxica que expropria e destrói nossos recursos minerais e humanos.
Mourão e Bolsonaro não existem um sem o outro. assim como os grandes empresários não existem sem os dois.
o governo BolsoNazi não é um governo de si, por si e para si:
– o mesmo grande empresariado antes patrocinador da OBAN (Operação Bandeirantes) foi também o financiador de sua campanha eleitoral, como investimento a ter um retorno altamente rentabilizado na forma de expropriação da renda e do patrimônio públicos.
sempre foram muitos em nossa História os “Cidadão Boilesen”, uma síntese emblemática do estrangeiro naturalizado brasileiro, para otimizar um projeto extrativista espoliador e somente viabilizado pela tortura sistemática do Brasil, tanto do povo quanto da natureza.
em “Uma Tempestade como a sua Memória”, Maria do Carmo Brito (VPR) descreve o horror das tardes de sábado na OBAN (Operação Bandeirantes), quando então lá os empresários quatrocentões se reuniam, para em meio a orgias se excitarem com o suplício dos torturados.
todos aqueles que financiaram diretamente a tortura:
– Banco Mercantil de São Paulo, Sudameris, Viação Itapemirim, Grupo Folha de São Paulo, Mappin, Gasbrás, White Martins…
e todos aqueles que da tortura se beneficiaram indiretamente:
– Guinle, Simonsen, Klabin, Lafer, Gerdau, Bouças, Marinhos, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Odebrecht, Moreira Salles, Setúbal, Aguiar, Villela, Sarney, Lemann, Armínio Fraga, Goldfajn, Safra, Steinbruch, Henrique Meirelles…
também todos aqueles que os servem mansamente, como seus ferozes cães de guarda:
– Mendes, Barroso, Neves, Marinho, Moro, Dallagnol, Dodge, Janot, Fux, Lebbos, Flores…
assim como a Ditadura que os pariu, seus Porões foram um empreendimento civil-militar. financiados pelos grande empresários de São Paulo Ltda., comandados pelos Generais, sob gestão local dos Coronéis e execução operacional a cargo dos Delegados.
No final de 1980, foi realizado um evento oficial no Hotel Glória, Rio de Janeiro, promovido pela International Police Association, que serviu de biombo para uma outra reunião, esta clandestina, fazendo parte do contexto da Operação Condor.
Foram três dias de reuniões oficiais e duas noites de conspirações. Foi então traçada uma estratégia violenta de combate à abertura democrática no Brasil.
Para preservar altas patentes militares brasileiras, das reuniões conspiratórias participaram apenas os operadores do porão da Ditadura.
Foram eles também os principais executores dos diversos atentados ocorridos posteriormente. Entre eles, a explosão da carta-bomba na OAB e o caso do Riocentro.
Também se planejou uma explosão de todo o quarteirão do prédio do JB (Jornal do Brasil).
Participariam desta operação membros do mesmo grupo que em 27/05/1977 partiu de Pernambuco num avião Hércules da FAB. Seu destino foi Luanda, em Angola, onde explodiram a Rádio Nacional de Angola, a pedido do governo dos EUA.
fonte: “Memórias de uma Guerra Suja”, depoimento de Cláudio Guerra.
como se orgulha o General-Vice, os heróis deles não morrem de overdose, matam torturando. nada de facada sem sangue…
a bem da verdade, por ter virado “arquivo morto” numa ordem direta do “herói” Ustra, o “herói” Fleury não teve tempo de morrer de overdose, mesmo já então completamente entregue ao vício da cocaína.
mas não só ele… outros “heróis” já estavam abraçados com o tráfico e o jogo do bicho.
vários “heróis’ também foram removidos: Malhães, Molina, Baumgartem, Tenente Odilon, equipes inteiras da PM, Zé do Ganho, Pejota, Mariel Mariscot…
os “heróis” remanescente formaram um pavoroso batalhão de desgraçados mortos-vivos:
“Eu costumo até dizer: nós somos 300 desgraçados, 300 miseráveis. Se você pegar a ficha de um por um, profissionalmente, nunca foram nada, como eu. Os do Exército nunca chegaram ao Generalato. Nem um único. Os da PM também passaram a vida num esquecimento geral. Um bando de infelizes. Ninguém é nada. Um virou meio psicopata. Uns outros dez morreram de tanto beber. Esse perdeu a mulher. Esse a mulher corneou. Esse o filho virou viciado. Esse a filha virou puta. Se todos pudessem falar a verdade, você iria ouvir: ‘Seu eu pudesse voltar no tempo, eu não teria entrado naquela casa. Na rua Tutóia. A OBAN.'”
“Capitão Lisboa” – em “Mulheres que foram à luta armada”, de Luiz Maklouf Carvalho
os Porões da Ditadura permaneceram como células dormentes, em compasso de espera, para reconquistarem as prerrogativas perdidas com a exoneração do então Ministro do Exército Sylvio Frota pelo Ditador-Presidente Ernesto Geisel, em 1977.
após sua demissão, Frota divulga um manifesto para expor sua incompatibilidade com Geisel, tendo em vista “a deformação e o abandono dos objetivos da Revolução”, tais como relaciona:
– estabelecimento de relações com a República Popular da China;
– voto de abstenção, quanto ao Ingresso de Cuba, na Organização dos Estados Americanos;
– reconhecimento precipitado do governo comunista de Angola;
– voto anti-sionista de caráter discriminatório;
– maldosas campanhas de descrédito dos órgãos de Informações e segurança, visando a apresentar seus componentes como bestiais torturadores.
– existência de um processo de domínio, pelo Estado, da economia nacional.
qualquer coincidência com os Generais Bolsonarianos não se trata de mera semelhança. a Ditadura nunca acabou e o entulho autoritário jamais foi removido, e sim aperfeiçoado.
impiedosas ironias da História: se jamais foram trazidos à luz do dia, agora os Porões, eles mesmos, se colocaram em plena evidência.
por outro lado, aclimatados com as trevas, como podem os operadores dos Porões se adaptarem ao primeiro plano da gerência da crise do Capitalismo no Brasil?
e se há consenso quanto a pauta econômica ultra-liberal, a grande questão momentânea é: Bolsonaro ou não Bolsonaro? Fora Bolsonaro ou Fica Bolsonaro?.
sintomaticamente a mesma questão colocada após as Eleições de 2014: Dilma ou não Dilma?
como Dilma não se mostrou submissa o suficiente para implementar as contra-reformas e privatizações na velocidade, abrangência e profundidade exigidas pelo setor dominante, o impasse se resolveu com o impeachment.
{lembrete: mesmo assim, até o final de 2015 Dilma contou com o apoio de importantes segmentos, entre eles os banqueiros.}
os Porões conseguirão se enraizar no Palácio do Planalto ou mais uma vez serão defenestrados? como fazer submergir novamente os Porões abaixo da linha d’água? como reagirão ao serem novamente descartados?
o regime BolsoNazi presta uma enorme serviço ao país. tudo agora está exposto como é. como sempre foi. e como precisa deixar de ser. desde uma classe dominante tosca, grotesca, inculta, incompetente, violenta, servil aos interesses externos e com seu imenso ódio ao Povo e à Nação. até uma Esquerda pelega, institucional, eleitoreira, obsoleta, incapaz de inteligência estratégica para encarar a Guerra na Era da Informação;
Brasil em Transe: SitRep BolsoNazi – 01
para nosotros, porém, a questão é:
– sai Bolsonaro, entra Mourão;
– sai Mourão e entra… muito pouco mudará nosso status com Huck, Dória, Witzel… ou mesmo Haddad, Flávio Dino…
o ultra-liberalismo de Bolsonaro é concretização no Brasil da necropolítica de uma lumpenburguesia global. é a “solução final” para erradicar a todos os goys! é uma sociedade de castas, na qual alguns são os “eleitos” enquanto os demais se tornaram obsoletos e descartáveis!
é o espectro da dominação total, de uma Nova Ordem Mundial que através da estratégia da Guerra sem Fim já não pode mais dissimular sua palavra de ordem: viva la muerte!
nenhuma pax nos salvará. ou lutamos ou não sobreviveremos. ou se devora ou se é devorado. só a Antropofagia nos une.
ao lema sinistro da necropolítica, “Viva la Muerte!”, nosotros devemos bradar: “Muera la Muerte! Gracias a la Vida!”.
tão antiga quanto o início da jornada humana na Terra, aquela entidade esticou sua mão retorcida, com pele enrugada e unhas amareladas, para então sussurrar num tom incisivo:
“- Parem de reclamar que estão em tempos de muita escuridão. Vocês não poderiam estar mais enganados. Vivemos em tempos de muita luz. Tanta luz que tudo aquilo antes oculto nas trevas agora está claramente revelado.”
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anteriormente em Hy-Brazil:
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