Expresso da Meia Noite- Apresentação

Um novo projeto surge no ambiente do Duplo Expresso, como mais uma ferramenta para ajudar os Expressonautas a refletir e discutir ideias, sobre os temas que nos aproximam enquanto comunidade:

 

A luta pela Soberania do nosso país e a atuação em busca da construção de possibilidades para a organização de um Projeto de Desenvolvimento Nacional, orientado para atender as necessidades da sociedade brasileira, livre de qualquer ingerência externa sobre nosso território, riquezas, empresas e patrimônios, cujo maior e mais importante expoente é o Povo brasileiro.

 

A ideia desse projeto surgiu a partir da compreensão de que os debates estabelecidos no Grupo Duplo Expresso – no Telegram-  geram uma riqueza de diálogos e discussões de temas que podem ser melhor aproveitados e usufruídos pelo coletivo do grupo como uma síntese das construções semanais ali estabelecidas, como um caderno semanal.

 

Com um o  grupo, logo logo chegando a marca de 2000 integrantes, e com uma participação ativa e vibrante como é o nosso, os administradores (destacadamente na figura de nossa querida Saravá) pensaram na possibilidade de se fazer um levantamento dos principais temas e debates no grupo e organizar um diário semanal.

 

O projeto conta com o apoio de Romulus, que vê com bons olhos essa iniciativa que nasceu no grupo e disponibilizou um espaço no site nos acolhendo para que possamos realizar nossas publicações, cujo objetivo é destacar abordagens que às vezes se perdem ao longo do tempo para que possam ser revisitadas de acordo com o interesse dos Expressonautas.

 

Os temas serão escolhidos de maneira a tentar traçar uma representatividade dos debates estabelecidos no grupo, não necessariamente em ordem cronológica e sem destacar os nomes dos debatedores, mas sim a temática discutida.

 

Quando essa síntese em forma de texto for apresentada ao grupo, ela estará aberta não só a reflexão e debate, mas à possibilidade de se acrescentar – de acordo com a ótica de quem for comentar –  outros temas e discussões estabelecidos no grupo,  visto que representa um recorte feito por um editor para uma abordagem coletiva no grupo, sendo essa possibilidade de abertura uma das premissas do projeto.

 

A mim, Ricardo Guerra, foi incumbida a tarefa de iniciar essa atividade e executar a sua estruturação prática, organizando o material na forma de um texto publicado todas as quartas-feiras, ao qual denominamos “Expresso da meia-noite”.

 

Caderno Semanal

 

Apresento agora o texto piloto para que possamos avaliar a aplicação deste projeto e convido todos a participarem emitindo opiniões e oferecendo sua colaboração.

 

Ao longo das últimas semanas, muito foi discutido, sobre a pandemia do Covid 19,-   Engtretanto, as discussões sobre temas cruciais para os Expressonautas, como Desenvolvimento Nacional, Trabalhismo, Soberania e Revolução Brasileira, continuaram a ser também bastante abordados.

 

Quanto a pandemia do Coronavirus, as discussões foram pautadas inicialmente em relação a teorias de conspiração, a origem do vírus e sua utilização intencional ou não pelos governos, para exercer um controle total sobre a população.

 

Teorias sobre a possibilidade de ser um vírus criado pelos EUA ou pela China foram aventadas e até questionamentos sobre ação de reptilianos ou de ser um vírus espalhado através da tecnologia 5G surgiram, mas acabaram  sendo descartadas.

 

Seria então, uma estratégia da banca financeira transnacional para ajustar as distorções do sistema capitalista? Ou um experimento social para dar um reboot sob parâmetros de controle? Talvez não, mas é bem possível e provável que a banca e governos estejam se utilizando da situação para implantarem suas agendas de ajustes e controle populacional.

 

Como forma de expressão de repúdio a instituição de qualquer forma de controle, se colocou em pauta o exemplo da insurgência popular no Chile e uma discussão sobre o fato de que se há possibilidade de trabalhar, há também de se protestar.

 

Em torno dessa questão de controle e também em virtude da falta de uma posição  governamental de apoio às pessoas mais vulneráveis (desempregados, vendedores autônomos, comerciantes informais, etc.), assim como aos pequenos e médios negócios, ocorreu um debate vidas vs economia e a política de distanciamento social . Isso gerou muita polêmica com teses em defesa da liberação total da circulação das pessoas e favoráveis ao isolamento vertical sendo defendidas. , Por fim, prevaleceu a defesa da importância do distanciamento social como forma de achatar a curva de contaminação e assim preservar o sistema de saúde e seus profissionais, salvar vidas e garantir o atendimento com qualidade aos acometidos de forma mais grave.

 

A partir desse contexto, surgiram propostas de visualização e compreensão do problema e de apoio aos vulneráveis, apresentação de projetos e ações solidárias como a Pia do bem, mobilização para arrecadação e distribuição de alimentos, suportes psicológicos, orientação sobre confecção de máscaras caseiras, propostas para fortalecer a imunidade, inclusive com coleta de áudios sobre este tema e o projeto Diários da Pandemia trazendo relatos de experiências às vezes impressionantes e outras vezes alentadores e fomentadoras de esperança.

 

Dessa forma, superado o embate quanto ao tema vidas x economia, começou a ser  destacada a importância de refletir sobre o sistema capitalista como verdadeiro vírus a ser enfrentado e o foco na desarmonia que esse sistema causa como fonte geradora de todos os problemas da humanidade. 

 

Uma interessante discussão, nesse sentido, levantou a necessidade de um movimento de volta ao campo e derivou em abordagens sobre agroecologia e ecoagricultura e a importância de se entender o funcionamento dos sindicatos dos produtores rurais, hoje capturados pela agroindústria e a necessidade de eliminação dos atravessadores e investimento em experiências como a da rede ecológica Rio.

 

No que se refere às questões relacionadas ao Desenvolvimento Nacional Soberano e a necessidade de fortalecimento de uma abordagem de cunho trabalhista, surgiram debates sobre a realidade da Revolução Brasileira e as ideias debatidas por Maurício Mulinari, Angélica Lovatto e Nildo Ouríques sobre as estratégias para superar o mito da conciliação de classes, a necessidade do resgate da unidade e independência política dos trabalhadores e excluídos e a indispensável organização – no sentido de controle –  da produção ainda no capitalismo,  como visto na interessante e promissora experiência de ocupação de fábricas por trabalhadores no Brasil.

 

Nessa mesma temática, foi discutida a possibilidade de criação de uma rede grupos de nacionalistas e defensores da ideia do Desenvolvimento Soberano do Brasil.  Essa é a bandeira que pode unir brasileiros de todos os campos ideológicos, sendo sugerida a organização de redes por área de atuação ( como justiça, serviço público, etc), como objetivo de um direcionamento unificado futuro a esses grupos. Sendo viável a criação dessas redes, se pode discutir estratégias de articulação com forças internacionais, para ter respaldo para  enfrentar o imperialismo estadunidense de forma paritária e que não incorra em risco de se trocar de imperialista.

 

Ainda ressaltada a importância de se pensar em  possíveis modelos de desenvolvimento para o Brasil dentro do próprio sistema capitalista, considerando a nossa Soberania e independência em relação aos países capitalistas centrais, e ação do imperialismo norte americano sobre nosso país.

 

 Se fez releituras de projetos de desenvolvimento adotados por diferentes governos sob a tutela de um Estado forte –  como na era Vargas – o legado do Nacional Desenvolvimento Trabalhista, as grandes empresas estatais e suas obras e ações estruturadoras, assim como a importante organização camponesa e a preocupação com o enfrentamento aos latifúndios, além da  necessidade da reforma agrária no Governo Jango.

 

A industrialização dependente ocorrida no projeto 50 anos em 5 de JK e na ditadura militar, também foi discutida e foi destacada a forma como o Estado foi fortalecido com Geisel e os importantes investimentos em infraestrutura desses dois governos, assim como os erros cometidos por eles, que determinaram problemas de endividamento, concentração de renda e inflação.

 

O Neocorporativismo  dos overnos Lula e do PT,  com a proposta de reestatizacão através dos fundos de pensões com apoio do BNDES foi também debatido  assim como a importância dos projetos de inclusão social, a interiorização do desenvolvimento e a Integração Nacional promovidos nesses governos,  os quais não suplantaram os erros cometidos por não romper com a estrutura econômica neoliberal.

 

Esse debate foi estabelecido com o propósito de estudar erros e acertos do passado para pensar na construção de um futuro promissor para o país. Ele desencadeou uma reflexão sobre a necessidade de compreender a formação histórica do capitalismo dependente, no Brasil e na América Latina, com a discussão da “Teoria Marxista de Dependência” de Ruy Marini,  a importância de se romper com a subordinação aos interesses imperialistas e a dependência do desenvolvimento subordinado aos interesses dos países capitalistas centrais, que determina um saqueamento de nossas riquezas e a superexploração do nosso povo.

 

Ainda foi discutida  a possibilidade de se pensar em modelos de Desenvolvimento Nacional como os projeto de economia solidária. Isso  suscitou a apresentação de um documentário sobre os bancos populares, com a experiência de Palmas e a sua relação com os comitês comunitários na Venezuela.

 

Também, a partir de uma sugestão entre Expressonautas, foi apresentada uma síntese das ideias sobre Desenvolvimento Nacional do economista Celso Furtado, e a importância de se pensar um modelo Desenvolvimentista próprio e independente para o Brasil. Este último pautado nas características da cultura local e nas  necessidades nacionais livres das amarras  com os países capitalistas centrais.  Uma discussão sobre as ideias de Desenvolvimento apresentadas por Alberto Acosta e Sumak Kawsay também surgiu desse debate,  apresentando uma contraposição à  concepção de processo linear de desenvolvimento ou de estado de subdesenvolvimento a ser superado, a qual não associa a concepção de pobreza ou de  subdesenvolvimento à carência de bens materiais, assim como  não vinculam a  riqueza à abundância desses bens, mas  propõe uma ideia de desenvolvimento orientada para o “Bem Viver” em oposição a concepção que consideram orientada para e pelo consumo desenfreado que denominam “desenvolvimento para viver melhor”.

 

Expressonautas apontaram que a crise que enfrentamos hoje está relacionada à  crise do Estado (que se deixou ser mínimo e, portanto, sem capacidade de enfrentar os problemas) e a necessidade de se recuperar o protagonismo do mesmo.

 

Esse debate reforçou a tese de fortalecer o Estado para seja orientado para o investimento em obras estruturadoras para o investimento na auto suficiência material, cultural e no bem estar social, reestatizando e mantendo empresas estratégicas, principalmente nos campos energéticos e ligados à segurança nacional, e de interesses da população e do trabalhador, como alavancadoras do Desenvolvimento Nacional.

 

Um Estado que atue implacavelmente contra o rentismo e o capital improdutivo, que invista em pesquisas e tecnologias e favoreça a criação de um sistema tributário mais justo e menos desigual –  tema sobre o qual Expressonautas defenderam propostas como a  taxação sobre fortunas, dividendos e lucros de empresas, suspensão do pagamento da dívida e amplo apoio a Auditoria cidadã da Dívida (ACD).

 

Relacionado a ACD, também foi debatida a importância do trabalho meticuloso que está sendo feito na Auditoria das contas CC5 do Banestado e a necessidade de se gestar esforços para construção de estratégias para a difusão da mesma capitaneadas no Duplo Expresso.

 

Dessa forma, diante da riqueza do conteúdo aqui apresentado,  percebemos quão profícuas e geradoras de sinergias são as nossas interações no Grupo D.E. do Telegram e como, ao longo das nossas postagens e debates de ideias, traz a representatividade do que vamos construindo e consolidando como base de unificação e identidade do nosso grupo e podem gerar ações e organizações com inúmeros desfechos tanto no sentido individual, quanto coletivo e social, com possibilidades de resultados positivos para a melhora na qualidade de vida das pessoas e de modificações na estrutura social em sentido micro, médio e macro no nosso país. 

 

Forte abraços a todos e participem, comentem e opinem!

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