Vamos às praças com as nossas “Rádios-Falantes e Rebeldes” para Lula livre e Presidente!

Da Redação do Duplo Expresso,

Recebemos este texto de antigo quadro da esquerda que prefere ser identificado por pseudônimo (aqui respeitamos o sigilo da fonte).

Por entendermos que toda ideia plausível deva ser difundida, publicamos aqui este texto escrito com exclusividade para a nossa página.

*Ricardo Reis e Ernesto G. de la Serna, para o Duplo Expresso

Isolados em bolhas. Cada um numa bolha. E uma bolha maior, por cima de nós, isolando a gente aguerrida, do nosso povo sofrido e subempregado.

Um povo calado. Desanimado, porque é mantido desinformado. Desinformado para ser manipulado e, por isso, preparado cuidadosamente pela mídia para ser indiferente e isolado.

Isolado de nós que poderíamos ser os anticorpos, nosso povo virou um corpo sem ânimo e sem anima. Sem reação e sem alma. Mesmo às maiores maldades e sofrimentos.

Um povo que passou a ter sintomas de catalepsia – que é a morte aparente. A morte em vida.

Um povo isolado daqueles que poderiam ser e gostariam de ser a sua alma. Isolado de nós mesmos e por nós mesmos. Nós aqueles que, de forma inconsciente – movidos por alguma coisa ou pensamento indeterminado –  terminamos nos contentando em querer ser apenas “a consciência do povo”, mas não a sua alma, o que seria muito melhor e muito mais importante.

Digam-nos, por favor, companheiros, respondam: como pudemos cair nessa esparrela?

Como não sabíamos antes da Guerra Híbrida? Como desprezamos tanto o trabalho da mídia golpista? Como a alimentamos tanto? Como não a enfrentamos com suas próprias armas?

Nós, os que pensamos e sentimos a revolta, quem diria, fomos nós mesmos que nos auto isolamos na estreiteza dos teclados.

Nós, os que poderíamos e saberíamos organizar a revolta, a revolta “espontânea”, material e urgente, a revolta que tanto esperamos e que sozinha nunca vem, fomos nós mesmos que nos isolamos do povo.

Não é por acaso que muitos de nós, cada vez em maior número e com mais intensidade, terminamos culpando o próprio povo por não se revoltar. Como se o povo fosse culpado por não estarmos junto dele. Como se o povo fosse o culpado por não se auto-organizar, não se automobilizar. Não se auto conscientizar.

“A culpa é do povo. O povo é o nosso maior inimigo, esse povinho sem-vergonha que não se mobiliza, que não faz nada!”.

De frases assim, chorosas e desesperadas, já estão cheias as redes sociais. Que são redes só sociais e não populares. São redes que funcionam exatamente como os elevadores em condomínios de luxo, divididos claramente em dois tipos. Os “de serviço” e os sociais.

Se nós, que nos achamos populares, esquecemos ou optamos por viajar apenas nos elevadores “sociais” da comunicação, usando tecladinhos, de quê exatamente nós estaremos queixando quando reclamamos que o nosso povo “não se rebela contra o Temer” como fizeram os “coxinhas” em 2013, esquecendo o papel da Rede Globo e de toda a mídia nacional e valorizando os celulares e iPhones que as patricinhas e mauricinhos usavam para combinar o modelo das camisetas e fantasias que iriam usar em suas “idas às ruas” e “selfies”?

Vamos deixar muito claro! Nenhum de nós está dizendo que devemos abrir mão de usar as redes sociais para nos comunicarmos entre nós, entre os “revoltosos”, os “conscientes” e “preparados”.  Para combinar e organizar, para programar e até mesmo para debater. Para nos informarmos de tudo o que está acontecendo com rapidez e com opiniões abalizadas, de gente de confiança.

Mas essas redes, que são só sociais, de pequenos grupos que se estabeleceram entre amigos e conhecidos, não substituem, não substituirão, nem podem nunca substituir os poderosos canhões que são os meios de comunicação de massa. Estes foram criados, pensados, produzidos e organizados para falar, mostrar imagens e sons, ao mesmo tempo, para milhões de pessoas. Tudo sem precisar de intermediários ou voluntários que percam tempo em repassar vídeos, “memes” e mensagens.

Tudo isso chegando a todo lugar num raio de alcance de forma instantânea, fazendo milhões que viram e ouviram, ainda por cima, comentarem tudo aquilo, animados, (ou, agora, desanimados?) em seu trabalho, no bar, no aniversário do afilhado ou da afilhada.

Vamos deixar claro. Não importa se não gostamos do papel que os meios de comunicação de massa desempenham hoje. Nós temos que admitir que eles são importantíssimos, indispensáveis e que precisamos urgentemente deles se realmente quisermos libertar Lula e vencer as eleições.

E meios de comunicação de massa são: as emissoras de rádio, as de televisão, os outdoors e os sistemas de auto falantes e carros de som.

Os dois primeiro são quase inacessíveis em estados não governados por governadores do nosso lado. Mesmo assim governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores, que realmente quiserem ajudar a libertar Lula e fazê-lo ganhar as eleições, tem acesso a eles mesmo em outros estados.

Os dois últimos, outdoors e carros de som, todos nós podemos acessar.

Caminhões de som então, qualquer sindicato tem ou aluga bem barato. Mas fazer o quê com um carro de som? Quem vai falar o quê?

De discurseira sem fim, o povo já está cheio! Lembra comício. E comício lembra a política rançosa e ultrapassada.

Nós estamos falando de “Rádio falantes”.

Isso é o que temos que fazer.

Uma rádio popular, montada em cima de um caminhão de som. Irradiando ondas sonoras por falta de ondas de rádio. Onde? Cada sindicato escolhe um terminal de ônibus, todos os dias. Na mesma hora. Na saída do serviço. Como nas favelas, como nas cidades do interior, as “rádios do padre”, com um alto-falante na torre da igreja.

Lembram? E qual o conteúdo? Discurseira? Claro que não!

Humor (muito humor!), notícias, pequenas peças teatrais e músicas, muita música boa e de raiz. Muito “sarro” da cara do Temer, do Bonner, dos donos da velha mídia.

Vindo pela internet por celular, podemos retransmitir a excelente programação noticiosa deste Duplo Expresso, da TVT, da rede Brasil Atual, da Rede Brasil de Fato e tantos outros canais populares que ficam restritos ainda às redes que são só sociais.

Entrevistas? Nas redes também estamos cheios de excelentes depoimentos de artistas, militantes, intelectuais, professores e lideres sindicais e dos movimentos populares. Vamos retransmitir tudo isso pelos alto-falantes das nossas “Rádios Rebeldes”!

Sem falar de artistas e personagens locais, que poderiam somar-se e participar da programação, cantando ao vivo na mesma “emissora de rádio” em que cantam Chico Buarque, Gil ou os ídolos atuais…. E estes em gravações ou até mesmo, pessoalmente. Por que não?

Falta tudo isso chegar ao povo através de seus próprios ouvidos.

E onde o povo iria ouvir essas “Rádios Ambulantes” que poderiam resgatar a sua alma, a sua consciência, seu sentido de coletivo e pertencimento?

Principalmente nos terminais de ônibus, das 6 da tarde às 8 da noite, onde o povo espera nas filas, cansado, onde se encontra com colegas, amigos e desconhecidos. Onde poderá comentar algo que escuta de nós. De nossas “rádios”. E tudo isso, antes do Jornal Nacional! Já pensou?

Onde cada um pode receber um panfleto, um jornalzinho, um convite para alguma atividade. Onde pode contribuir com alguma campanha, onde pode assinar um abaixo assinado. Ou receber apenas um sorriso nosso.

Onde cada um pode sentir-se menos isolado. Inclusive nós mesmos!

“Rádio Lula Livre, a sua emissora de verdade!”

Pensemos nisso, militantes e dirigentes – partidários, sindicais e populares. Podemos em poucos dias ter dezenas, centenas ou até milhares de “Rádios Rebeldes” operando em cima de caminhões que estão tristes e parados nas garagens dos sindicatos, com tantos artistas, tantos radialistas, jornalistas, poetas, sambistas, humoristas, parados, querendo ajudar.

E desanimados.

Porque ninguém os animou com trabalho real de ser e de sentir-se exercendo a sua função de alma do povo e não apenas a sua consciência, pois isso – ser consciente – é um ato unilateral, independe do povo. Já querer ser a sua alma, depende de interação, de sentimento e de proximidade.

De pertencimento.

“Rádio Falante Rebelde Lula Livre de Caratinga” .

Ou de Carapicuíba. De Osasco. Da Cidade Industrial.

Uma rede que só vai crescer! Basta um caminhão de som, boa vontade e umas horinhas dos dirigentes sindicais, partidários e populares que quiserem sentir-se mais como parte da alma do povo.

Fomos nós que fugimos das ruas durante décadas para as nossas bolhas confortáveis. Cada um na sua bolha sua. Na bolha segura, vibrante, mas isolada dos que são iguais a nós mesmos. Onde teclamos e trocamos entre nós mesmos, de forma compulsiva, quase viciada, quase o dia todo, não só muitos “memes”, artigos, vídeos e piadas, mas lamúrias.

Lamentos e desânimo.

Muito desânimo, como disse Isaias Dalle, da Fundação Perseu Abramo em seu excelente artigo “Desânimo, doença senil do neoliberalismo”. https://fpabramo.org.br/2018/07/31/desanimo-doenca-senil-do-neoliberalismo/

Gostou da ideia das Rádios Falantes e Rebeldes, em cima de caminhões de som?

Aplique-a hoje mesmo! Chame os demais dirigentes e militantes do seu sindicato, do seu diretório municipal e adotem um terminal de ônibus hoje mesmo, às 6 da tarde, para colocar a sua rádio rebelde e falante no ar! Abra o microfone para o povo, de vez em quando. Retransmita o noticiário da TVT que você acessa do celular, da Rede Brasil Atual, da Rede Brasil de Fato, as entrevistas do Duplo Expresso, do Conversa Afiada, do Esmael Morais, do Breno Altman e de tantos outros blogueiros e blogueiras corajosos que enfrentam a mídia golpista dia e noite, num combate que é desigual, por não contarem com nossa ajuda.

Repasse a ideia. Alguém “lá em cima” ou aqui “embaixo” na militância com certeza vai ler. E pode entender. E pode colocar em funcionamento hoje mesmo, em outros bairros, em outras  cidades.

Não espere comando. Não espere autorização ou organização vinda de “cima”! Porque com certeza não virá! Um caminhão de som, um celular e um locutor! E hoje mesmo entrará no ar a Radio-Falante e Rebelde Lula Livre de seu bairro, de sua cidade!

Mas lembre-se: não espere uma autorização “de cima” porque não virá. O pessoal está cada um em sua própria bolha, trocando mensagens entre si, sem dizer nada para o povão, cabisbaixo, desanimado e isolado em sua dor e em sua angústia…

Que tal? Vamos falar com o povo? Vamos ligar nossos carros de som, agora mesmo?

E quando alguém lhe perguntar: “Quem teve essa ideia? De quem é essa ideia?”, apenas diga: “Não sei. Só sei que é boa, fácil e eu vou fazer! Por que você, companheiro, no seu sindicato, não faz também?”

Che Guevara, quando fundou a “Rádio Rebelde”, foi quem primeiro teve essa ideia, mas usando um equipamento de rádio amador e do alto da Sierra Maestra. Diga que foi ele então o autor da ideia: Ernesto Guevara de La Serna. Foi ele o autor intelectual dessa ideia.

Mas isso não importa. Todo mundo já teve essa ideia óbvia e ululante. Só que em horários e datas diferentes. Agora, que estamos todos tendo a mesma ideia, ao mesmo tempo, hoje mesmo… Vamos transformá-la em realidade?

“ Quando Deus quer e o homem sonha, a obra nasce!”

*Isso já ensinou Fernando Pessoa, o poeta português, que também se chamava a si próprio de Ricardo Reis, que fica sendo nosso co-autor intelectual, junto com o Che, da ideia das “Rádios Falantes e REBELDES Lula Livre”.

Lula Livre e Lula Presidente em 2018!

Pátria ou Morte, Venceremos!

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