A voz do povo e o desespero dos coadjuvantes

Por Wellington Calasans, para o Duplo Expresso

As recentes pesquisas de opinião pública apontam para um cenário de caos institucional. Numa análise mais isenta, qualquer pessoa pode perceber que não tem como acabar bem essa estratégia do Regime Temer de realizar eleição sem que o candidato do povo, Lula, esteja entre os concorrentes.

Corre por aí uma notícia da realização de uma reunião onde os representantes dos “partidos de esquerda” tentaram fechar questão em torno do “candidato único”. Mais uma vez cumprimos o nosso papel de informar que não existe vácuo na política. Falar hoje de candidato de esquerda excluindo o desejo do povo de ter Lula como o seu representante é legitimar a farsa da direita. O povo já sabe disso.

O candidato único do povo é Lula! Quem rompeu o pacto social foi a turma que está no poder. Excluir Lula para dar lugar aos fraquíssimos Ciro, Haddad, Manuela e Boulos é decretar rendição antes mesmo de lutar. Qual a verdadeira razão para que essa esquerda tente legitimar esta farsa em curso? Como explicar este esforço dos que abandonam o povo e Lula para dar a aparência de que “as instituições estão funcionando normalmente”?

O povo, incluindo boa parte da classe média, afirma nas pesquisas que a economia só melhora com Lula. Os reajustes da mensalidade dos planos de saúde chegam perto dos 50%. Como achar que ficarão quietos os quase quinze milhões de desempregados, somados aos que foram enganados pela Globo e apoiaram cegamente este estupro contra eles mesmos? 

Lula é o representante ideal para praticamente metade dos brasileiros, 40% nas pesquisas. A quem interessaria que fosse ele (Lula) a ser sacrificado e excluído das urnas? Aceitar essa barbárie é um atentado contra a democracia. Apoiar, legitimar e aceitar que Lula siga preso e perca seus direitos políticos, impedindo milhões de brasileiros de votar nele, é um ato de guerra. Uma guerra contra o povo.

O que mais querem entregar? Entregaram o Brasil! O Pré-Sal, destruíram o setor de petróleo e gás, reduziram as conquistas trabalhistas num mero “erro de Getúlio Vargas”. Querem agora legitimar uma farsa? Preferem a rendição? O momento é dos corajosos. Vivemos hoje, no Brasil, uma situação em que abandonar Lula virou sinônimo de frouxidão.

Com todo esse cenário, razão principal da necessidade de Lutar por Lula, precisamos evitar que agora uma parte da “esquerda fogo amigo” faça exatamente o contrário e aceite entregar o seu maior líder político, Lula, em troca de três candidatos com performances pífias, que não têm a experiência política, a biografia e o reconhecimento internacional, fatores inseparáveis do próximo nome a presidir o nosso país, pois somente assim haverá um caminho para tirarmos o Brasil do canil dos vira-latas.

Se “a voz do povo é a voz de Deus” ninguém consegue afirmar, mas que “povo” em ano eleitoral é “eleitor”, disso todos sabem. Inclusive é preciso tentar descobrir a razão para que setores da esquerda estejam tão alinhados com o pensamento dos bancos. “Anônimos da esquerda” devem deixar a vaidade de lado e assumir imediatamente que “defender Lula é defender a soberania popular”.

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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