C.Q.D.: Plano Etchegoyen – Moreira Franco! – reprisa RJ/1986 no Brasil/2018
Publicamos ontem o artigo “Plano Etchegoyen: Globo e entreguistas armam arapuca com bancada do pó?“. Nele traçamos um paralelismo com a (mesma!) farsa encenada num passado não tão distante. Com os mesmos atores e o mesmo cenário (inicial!), inclusive:
“Eu vejo o futuro repetir o passado”
Líder nos anos 80 da facção criminosa carioca Comando Vermelho, o traficante “Escadinha” (aquele que escapou do presídio de Ilha Grande de helicóptero!), executado em 2004, afirmou em livro publicado pelo próprio nos anos 90 que o “CV” teria recebido malas cheias de dinheiro pra “tocar o terror” antes das eleições de 1986.
Resultado (objetivo):
Derrotado
– Darcy Ribeiro, vice-governador e candidato de Brizola à sua sucessão no governo do Estado. Como sabemos todos, um grande (enorme!) humanista.
Brizola marcara a sua administração por uma política de respeito aos direitos humanos, resumida pela máxima “polícia não sobe mais o morro”.
Concomitantemente, seus correligionários na prefeitura da capital encerraram a política de remoção e reassentamento de favelas.Eleito
– Wellington Moreira Franco, o “Gato Angorá”, que prometia na propaganda eleitoral “resolver o problema da segurança pública em 6 meses!”, com tática de “guerra total à criminalidade”.
Evidentemente, tal qual o Plano Cruzado, a validade de tal promessa expirou tão logo terminou a apuração das urnas!*
Ora, e quem é que está hoje na retaguarda de Michel Temer?
– O mesmo Moreira Franco!
Coincidência?
Ou a História se repete?
(como farsa & tragédia?)
*
Resta saber se as forças populares se encaminham para encenar o papel escrito para si pela direita…
– … ou não!
Opor-se abertamente, agora, à intervenção militar – que só falhará no médio prazo (notem: todos sabemos que falhará!) – equivale a desistir de 2018.
E, por tabela, da Petrobrás, do pré-sal, da CLT, da previdência, da soberania nacional, do…
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– Acorda, minha gente de esquerda!
– Quem dá voto em eleição majoritária?
– Professor de Antropologia?
– Ou o povão??
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Pois vejam que o C.Q.D., ou “como queríamos demonstrar”, desta vez não tardou nem 24h!
C.Q.D.: “Como (o @duploexpresso) Queria Demonstrar”! – querem reprisar RJ/1986 no BR/2018!
Se “não tem amador” do lado de lá (não é bem assim), do nosso lado tampouco pode ter!
Entenda:https://t.co/Z8bYhC4ul3 pic.twitter.com/lINs1bLamc— Romulus Maya (@romulusmaya) February 20, 2018
E o resultado desse expertise, que saiu em 6 meses, comprova a fala do Gato Angorá.
7×1 para Romulus.— VoltaDilma⚘ (@FridaGalo13) February 20, 2018
Link Brizola , Moreira, globo foi na mosca e até parece q o angorá é ouvinte do Duplo expresso.
mas sua afirmação de q PT deveria votar a favor da intervenção causou bastante espanto aqui. alguns colegas estão revoltados,hehe. Eu, apenas instigado.— Observotário do PIG (@observotariopig) February 20, 2018
Ñ era p/votar “a favor” da intervenção per se.
E sim fazer destaques!
SUBVERTER: votava p/intervenção NAS POLÍCIAS – E NA POLÍTICA (PMDB)! – CORRUPTAS E MANCOMUNADAS C/CRIME!
Antagonizar FFAA, tratando-as como monolito às vésperas da sucessão?
-Entreguista/ Etchegoyen agradecem!— Romulus Maya (@romulusmaya) February 20, 2018
Em tempo: referia-me ñ à sucessão da Pres.-em out.-mas à no Comando do Exército em 31/3 / 1/4.
Olha data!
Antagonizar FFAA em bloco em x de apoiar posição de legalistas/patriotas cmo @Gen_VillasBoas equivale a fortalecer na disputa interna entreguistas/extrema-direita: Etchegoyen— Romulus Maya (@romulusmaya) February 20, 2018
não sei se acho o link mas acabo de ler q existe anunciaram q vão mexer nas cúpulas e nas delegacias de PM e civil . Acho q os milicos também andam ouvindo Duplo expresso. por outro lado vejo compas falando q não ouvem mais. coisa de loko.
— Observotário do PIG (@observotariopig) February 20, 2018
Ñ temos rabo preso c/ng.
Ñão temos medo de entrar em dividida.
Msm pq se ñ entrarmos ng entrará.
Sim, sabemos q desagradamos ao apontar verdades inconvenientes.
Tiramos políticos da zona de conforto.
Em especial aqueles q gostam de falar PELO povo em vez de falar COM o povo.— Romulus Maya (@romulusmaya) February 20, 2018
Quem deu 4 vitórias à esquerda?
Filiados ao PT?
Ou o pobre?
Prova do pudim: vejam se @LulapeloBrasil, q sabe td de política e td de falar COM o pobre (p/poder ENTÃO falar PELO pobre!) vai repetir oq deputados do PT falaram ontem sobre intervenção.
Ai ai… oq será do PT sem Lula!— Romulus Maya (@romulusmaya) February 20, 2018
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O que querem os militantes de esquerda?
Ter sucesso nas rodinhas do DCE (diretório central dos estudantes), nos congressos reunindo pesquisadores de ciências humanas e no bate-papo no intervalo de festivais de filme-cabeça?
Não me levem a mal: amo muito tudo isso!
Mas…
Sei algo que deveria ser óbvio: não sou o pobre!
Não sou sequer seu procurador!
Para pretender falar por ele, dever-se-ia humildemente buscar ouvi-lo primeiro, não?
Olha quem, na esquerda, ouve o pobre:
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– Será o único?
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– O que será das esquerdas sem Lula?
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Espero, sinceramente, que demoremos muito para descobrir a resposta!
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Porque, afinal…
– A gente quer eleger meia dúzia de deputados bacanérrimos?
Ou…
– … ganhar eleição majoritária?
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A esse propósito…
O que, exatamente, quer dizer forças populares, hein?
Hmmm…
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Outros extratos do artigo de ontem, bastante oportunos:
– Interlocutor na esquerda (B), do RJ.
– Interlocutor na esquerda (D), em Brasília:
– Mensagem a interlocutor na esquerda (E), em Brasília:
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Recomendo, por fim, artigo que saiu aqui no Duplo Expresso há não tanto tempo. A extrapolação não é muito própria, mas ajuda a pensar o problema subjacente à questão “forças (de fato!) populares” vs. “vanguardas (da vanguarda, da vanguarda, da…) ‘populares’ (sic)”:
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C.Q.D.: Plano Etchegoyen – Moreira Franco! – reprisa RJ/1986 no Brasil/2018 https://t.co/HVm3YNlpGS
— Romulus Maya (@romulusmaya) February 20, 2018
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Atualização – mais uma vez estamos em linha com Ricardo Cappelli, lá no Blog do Esmael:
Todos brincando com fogo: A complexidade da questão Militar
Por Ricardo Cappelli
O silêncio do general Villas Boas fala muito. Comandante do Exército, permaneceu calado desde o anúncio da intervenção. As forças armadas foram arrastadas para uma situação que não queriam.
A imagem do general Braga Neto, “o interventor”, assustado durante as entrevistas, é a expressão de quem foi retirado correndo de uma praia para uma roubada.
Acusá-lo de ser partícipe de uma conspiração golpista é delírio ou má fé. Temer fez dos militares peça de seu jogo político. Resolveu brincar com fogo. Sabe como começa, não tem a menor ideia de como vai terminar. Decidiu jogar roleta russa com o medo da população.
O exército foi empurrado para uma sinuca de bico. Se questionar a autoridade de Temer estará incorrendo em indisciplina e insubordinação. Ao assumir a missão não tem para onde correr.
Se der errado carregará para sua imagem a pecha de incompetente. Vejam, é bem diferente de uma missão especial, de apoio pontual ou emergencial. Não é a segurança da Copa do Mundo. Agora é o exército que está no comando. E eles não costumam brincar em serviço.
É como soltar Leões no meio de cervos gordinhos e pedir que não ataquem os bichinhos. A culpa é dos leões ou de quem os soltou?
Não por acaso, na reunião do conselho da república realizada nesta segunda feira, o general Villas Boas afirmou ser necessário “dar aos militares garantia para agir sem o risco de surgir uma nova Comissão de Verdade.” Se vão soltar os Leões…..
Por outro lado, parte da esquerda resolveu escolher os militares como alvo. Concentram a crítica no fato do interventor ser militar, como se só este fato já fosse um risco à democracia, como se fossem os militares golpistas por natureza.
Ao cutucar e provocar, reforçam internamente os setores mais atrasados das forças armadas. Brincam com fogo também.
A defesa do interesse nacional aproximou durante um tempo a esquerda dos militares. José Genoíno, Aldo Rebelo e outros quadros progressistas viraram palestrantes recorrentes na Escola Superior de Guerra.
Na onda de desmonte nacional e das forças armadas pela ofensiva neoliberal, uma aproximação natural. Sem Estado Nacional, para quê exército? “A com B”.
Esta aproximação foi contaminada pela desconfiança suscitada a partir da Comissão da Verdade. Não se trata de defender encobrir bárbaros crimes praticados pela Ditadura. Mas na política é preciso fazer escolhas.
Entre a construção de uma eventual aliança futura com um setor estratégico “armado” em torno de um projeto nacional e a execração pública de torturadores e assassinos caquéticos e decadentes como o coronel Brilhante Ulstra, a esquerda ficou com a segunda opção.
Militares usados por políticos de direita e atacados por políticos de esquerda. Uma crise profunda de credibilidade no país, com instituições trocando tapas e esfarelando cotidianamente em praça pública.
Uma população esgotada, no meio de uma grave crise econômica.
É bom todos agirem com responsabilidade. Quem resolver brincar com fogo pode acabar incinerando o país com consequências imprevisíveis.
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