Dilma no Senado – balanço da 2ª parte, por Romulus
Dilma no Senado – balanço da 2ª parte
Por Romulus
– Destaques: a egotrip de Aécio. Chico Buarque. Magno Malta: retórica híbrida de bar pé sujo + púlpito de igreja neo-pentecostal, tudo num look bicheiro da Baixada Fluminense. A volta do bacharel de província: Cássio Cunha Lima. Mais uma vez a competência das mulheres: Vanessa Grazziotin e Gleisi Hoffman.
– E a conclusão apoteótica: “Eu acuso 2016”, por Lindbergh Farias.
– Bônus: a lição de humildade que Darcy Ribeiro – nome que engrandeceu esse Senado como nenhum outro – deu ao Min. Barroso, do STF.
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Link para o post anterior:
Dilma no Senado: balanço da 1ª parte, por Romulus
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Aécio
Inacreditável: Aécio tenta fazer sessão do impeachment ser sobre si! Volta à eleição de 2014. Vários outros fazem isso também – para o tal “conjunto da obra” e “estelionato eleitoral”.
Mas sendo ele a fazer isso fica cabotino. O que transparece? A egotrip do “garotão”, tipo “avisei a vocês que era o melhor, não avisei?”.
A seguir Aécio pendura crise em Dilma sozinha. Ela desmonta apontando golpismo pós-eleição – dele – já no dia seguinte, pautas bomba de Cunha e o boicote total da sua Câmara às medidas do ajuste Levy.
Na sequência, Dilma “lembra” a Aécio: “precisavam ‘estancar a sangria’, certo, Senador? Não sou eu que digo. Foi gravado” (Jucá grampeado por Sérgio Machado).
Penso que Dilma foi bastante elegante. Diante das tantas lições de moral de Aécio sobre cometimento de crimes (?), poderia ter citado outro trechinho do grampo de Jucá:
– Aécio vai ser o primeiro a ser comido.
Lembram?
Dilma é uma lady. Se fosse Aécio estaria quietinho. Em Liechtenstein, talvez.
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Chico
Em resposta a Lídice da Mata/PSB, Dilma cita um certo “poeta”:
– O povo “falando de lado e olhando pro chão”.
E aí registra a presença do tal poeta – e “grande músico” – nas galerias do Senado.
Fofo.
Chico ganhou ainda citação de outros 3 senadores em suas falas.
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Magno Malta
Já o conheço da Comissão.
Ou seja: Magno pegou o microfone? Hora de ir fazer um lanche.
Não… não posso com a retorica híbrida bar pé sujo + púlpito de igreja neo-pentecostal. Tudo numa composição “perfeita” com o look bicheiro da Baixada Fluminense patrono de escola de samba.
Ouro amarelo?
“Menos é mais”, Magno.
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Vanessa Grazziotin
Outra conhecida da Comissão…
Aí forma e conteúdo se casam perfeitamente. Traz questão de gênero para o debate. Lembra o fato de Dilma ser mulher num meio misógino.
Mas destaca:
Contrariando o papel social pré-determinado a uma mulher numa sociedade patriarcal, Dilma não é vítima. É altiva. Digna.
Após detonar a misoginia, parte para os argumentos técnicos, que domina como pouquíssimos ali. Acompanhei seu trabalho na Comissão e escrevi post, inclusive, sobre o desempenho fenomenal das mulheres Senadoras. Vanessa é destaque.
Provoca a bancada do golpe, lembrando os $ 45 mil (45!) pagos a Janaína Paschoal.
Segue-se pequeno tumulto.
E aí…
Lewandowski se faz de “isentão” (bem atrasado), cassa a palavra e repreende Vanessa por fazer defesa do “conjunto da obra” de Dilma.
Ora!
Caiado, Magno Malta e José Medeiros puderam bater livremente no “conjunto da obra”, sem admoestações do “Presidente do STF”.
Por que vira problema apenas quando Vanessa defende o tal “conjunto”?
Eu, hein, Lewandowski…
A Senadora, que não leva desaforo para casa, argui a contradição no comportamento do “presidente da sessão” no ato.
Vanessa fecha a intervenção levantando a bola para Dilma abordar eleição antecipada e reforma politica.
Nesse bate bola, as duas alfinetam com muita sutileza a Executiva do PT, que dias atrás puxou o tapete de Dilma. Derrotou a proposta por 14 votos a 2!
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Cassio Cunha Lima
E eis que chega ele: Cassio Cunha Lima. Com a sua inconfundível fala empolada e retórica de bacharel de província.
“Bacharel de província”?
Mas peraí…
Será que alguém avisou que me referi assim a ele pela manhã ontem, aqui no GGN?
Reparem: ele faz questão de terminar a sua intervenção justamente comentando que sua fala foi feita “formalmente”.
Para Cássio, Dilma “respeitar” o Senado é “dialogar” ali, e apenas ali. No covil das cobras. Aceitar calada o script da conspiração. E não denunciar a própria.
Ah, bom!
– Cassio, não repara não, mas acho que você errou de Presidenta…
A propósito:
Já que a minha dica anterior lhe foi de serventia, aqui vai mais uma:
– Procure um otorrino. Sua respiração pesada incomoda bastante. Não prestamos atenção na elaborada retórica de coreto de pracinha.
Que desperdício!
Na resposta, Dilma dá um novo tapa na mídia familiar corporativa, depois do de sua fala inicial:
– A imprensa registrou a chantagem de Cunha, apesar de todos os preconceitos contra o meu governo.
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Sen. Cidinho Santos (Oi?)
Provoca Dilma com um tal de “fim do Minha Casa Minha Vida”.
Toma de volta:
– Acabou sim. Temer criou “Minha MANSÃO Minha Vida”, né?
Afiada, pega outra contradição: o Senador reclama de um alegado “fim dos programas sociais pelo contingenciamento”.
Dilma retorque: ora, a acusação não imputa a ela justamente não ter feito contingenciamento suficiente?
E roga aos Senadores:
– Ou eu sou acusada de gastar a mais ou de gastar a menos. Vocês têm que decidir. Não dá para ser acusada de gastar a mais – e – a menos!
A partir daí fica claro que a estratégia da bancada do golpe é cansar Dilma. E também a nós, o público.
Bem… quanto ao público eu não sei… mas Dilma?
Duríssima na queda. Imagino Dilma pensando:
– Preparem-se para mais de 13 horas dessa brincadeira, “meus queridos”!
Aliás, “13”? Hmmm
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Armando Monteiro
Vem como Kátia Abreu: dá testemunho pessoal com relação ao governo. Postura tão digna quanto. Aponta riscos à institucionalidade brasileira e arremata apontando a grande contradição do golpe:
– A irresponsabilidade fiscal sem precedentes hoje no Congresso.
E aí, na resposta, Dilma vai ao busílis da questão. Aponta o dedo para a razão chave para o acordo das elites econômicas – financeira, industrial e agrária – em torno do golpe.
Para mim esse um dos pontos altos de sua participação.
Constata que um contexto de crise traz em si um “conflito distributivo”. Traduzindo: “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
É exatamente assim que as elites veem o orçamento da União, necessariamente reduzido pela queda vertiginosa das arrecadações. Ou tomavam de assalto o cofre do Estado, ou seriam forçadas de fato a pagar – parte – do pato.
Imagine, ora!
Dilma vai além. Ousa no nível do tabu: lembra que o Brasil, desde a mudança de 1995 introduzida por FHC, é o único país do mundo, ao lado da Estônia, a não tributar lucros e dividendos auferidos por sócios de empresas.
Intolerável, não?
Toda a queda de arrecadação deve ser suportada pelo andar de baixo da sociedade, não é mesmo?
Hein, Henrique Meirelles?
Gastos – que não com juros, bem entendido! – congelados por 20 anos, a despeito de avanços do PIB.
Suspiro e lembro, com pesar, de uma fala do Min. Barroso, de coisa de 2 meses atrás. Asseverou então:
– Na economia [os golpistas] escolheram os melhores nomes.
Melhores para quem, Min. Barroso?
Economia também é a sua praia?
Lembra-se da valiosa “lição de humildade” que o Sr. dizia ter aprendido com o saudoso Darcy Ribeiro?
Meu antigo mestre contava o seguinte causo em sala de aula:
Em 1986, na campanha para a sucessão de Leonel Brizola no governo do Rio, formou-se um amplo consenso nos meios jurídicos progressistas para que se apoiasse o candidato do brizolismo: Darcy Ribeiro.
Para consagrar tal apoio, organizou-se grande evento, onde Darcy se dirigiria à nata dos juristas cariocas.
Pois bem.
Chega Darcy ao local e passa duas horas falando apenas sobre índios do Xingu. Muito Kuarup e pajelança.
Com a sua notória amabilidade e simplicidade, fala, termina o discurso, levanta-se e vai embora.
Há, então, uma perplexidade no recinto. Todos esperavam ouvir o que Darcy tinha a dizer sobre o Direito para os juristas ali reunidos.
Barroso conclui o causo com um ar de ironia e provocando risos em seus interlocutores:
– Não deixa de ser uma lição de humildade, não é mesmo? Ia ele falar de Direito para os juristas? Não… falou do que sabia melhor que ninguém: índios do Xingu e Kuarup. E ponto final.
Pois é, Ministro Barroso.
O causo é engraçadinho sim.
Mas mais pelo confronto de tipos de personalidade que ali se viu: pavões autocentrados vs. a humildade encarnada, como se fora personagem de um Auto medieval!
Sim… esse choque é muito mais interessante do que propriamente uma suposta “falta de noção” de “bicho-grilo”, que não se digna a mudar a si para agradar o meio em que se encontra e atender a expectativas que não as suas.
Sim… humildade… integridade e fidelidade a si, através do tempo e do espaço… ausência de deslumbramento ou intimidação…
Grande Darcy Ribeiro!
Que exemplo, não, Min. Barroso?
Aliás, olha o que mais ele costumava falar:
Como Darcy é atual, não? Tanto as suas lutas, como as suas “derrotas” e as suas lições. Sem falar, é claro, do exemplo de vida.
Chefe da Casa Civil de Jango… criador do Parque do Xingu… fundador da UnB… Senador…
E pode terminar a sua vida colecionando tamanhas “derrotas”.
Bem-aventurado! Esse entrou para a História pela porta da frente!
E por falar em História e em como entrar nela, uma das “derrotas” de Darcy, como o Min. Barroso bem sabe e deve ter lamentado então, foi para Wellington Moreira Franco, naquela eleição para o governo do Estado.
E “a humildade encarnada”, quando perguntado por jornalistas “como alguém da sua estatura perdera para alguém como Moreira Franco”, respondeu:
– Faltou voto, ora.
(novo suspiro…)
Em tempo: as voltas que o mundo dá…
O companheiro de Barroso hoje, vizinho na Praça dos 3 Poderes, é não outro que o mesmo Moreira Franco!
Irônico, não?
Diante da dura realidade, parafraseio um famoso áudio vazado de Barroso:
“Meu Deus… [essa é sim] a nossa alternativa de poder”!
Quer dizer… a do Min. Barroso.
Não a minha.
Nem a de Darcy.
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Fecho esse parêntese sobre Darcy Ribeiro, Senador que engrandeceu – sem rivais – o Senado, para ir a outro, cujo nome sequer anotei. Um baixo-clero qualquer da bancada do golpe. Perdoem-me. Havia tantos assim ontem…
O tal baixo-clero fez – sem essa intenção, como costuma acontecer com esses tipos – um enorme favor a Dilma. “Atilado”, tentou fustiga-la com “o tema que despertou a sociedade”: a “corrupção”.
Dilma têm então a oportunidade de registrar em seu discurso histórico outra componente fundamental do golpe.
Reafirma o óbvio: a corrupção não surgiu em seu governo. “E nem no do Presidente Lula”. Ela passou, isso sim, a ser investigada. Lembrou suas práticas republicanas, como nomear PGR primeiro de lista tríplice, em vez de “engavetador geral”, bem como a autonomia e estrutura que ela e Lula proporcionaram à PF. Compara o enorme número de operações policiais nos governos do PT vs. o número diminuto dos 8 anos precedentes, sob o PSDB. Salvo engano, diferença “apenas” da ordem de 10 para 1.
Acrescenta todas as mudanças legislativas que promoveu – por iniciativa do Executivo – na área do combate à corrupção. Cita, inclusive, a lei que introduziu as infames “delações premiadas”, tão importantes para o cerco jurídico-policial de quase 3 anos ao seu governo.
Isso mesmo: cita a “delação premiada”!
Ironia – involuntária? – diante de tantos delatados ali presentes, inquirindo-a como “juízes naturais”, como reafirmavam.
Sim, vários delatados… até mesmo ao seu lado, na mesa composta pelos “Presidentes dos 3 Poderes”.
Aliás, sempre repetiam essa fórmula: “Presidentes dos 3 Poderes”. Tentativa vã de “carteirada” institucional, pretensamente legitimadora daquela farsa.
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Longo suspiro…
Isso é Brasil!
Aceita que dói menos, Romulus…
Só um tolo como você para supor que já tínhamos evoluído o suficiente para aguentar – sim, “aguentar” – uma presidente tão honesta e intolerante com corrupção quanto Dilma Rousseff.
Bem-vindo à realidade!
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Acir Gurgacz
Na qualidade de relator, lembra a “verdade inconveniente”: as contas do governo de 2014 foram rejeitadas pelo TCU, mas aprovadas em seu relatório, na Casa a quem compete fazer esse juízo.
Lembra que a denúncia referente a 2015, que embasa o pedido de impeachment, é apenas um espelho daquela antes arguida com relação a 2014. Num ajuste tosco e apressado do texto por parte da Dra. Janaína – 45 mil – Paschoal.
Aliás, por falar em texto apressado e tosco:
– “Arno Augustin” em 2015?
(Risos constrangidos)
Gurgacz segue pontuando que as contas de 2015 sequer foram examinadas pelo TCU.
Aliás, análise essa posta em xeque nesta semana, com a revelação desastrada do auditor do TCU de sua armação com o Procurador militante para garantir a reprovação das contas de Dilma.
Sem problemas: o golpe segue como se nada houvesse acontecido.
Isso é Brasil! (2)
Gurgacz fecha sua fala anotando que Dilma perdeu a governabilidade e indagando da Presidenta o que fará a respeito, caso volte ao cargo.
Dilma aproveita a grande deixa e expõe sua lógica constitucional:
– Um impeachment sem crime romperia pacto social de 1988.
– A única maneira de refazer o pacto com a sociedade é na urna.
– O programa aprovado pelo povo em 2014 foi o seu. O do “governo não eleito” é outro: a “Ponte para o Futuro”, ultraliberal.
– Que não ganha eleição: até mesmo a sua versão “pílula dourada” – à la PSDB – foi derrotada 4 vezes seguidas nas urnas. Imagine a versão Meirelles: sem anestesia ou sedativo!
– Daí a inutilidade do argumento primário de que “quem votou em Dilma votou também em Temer”.
– Registra a necessidade da reforma política para a governabilidade, diante da fragmentação inédita e crescente: 35 partidos políticos.
– Traça comparativo claríssimo:
FHC tinha maioria simples com 3 partidos. Maioria de 3/5 (emenda à Constituição) com 4.
Lula com 8 e 10, respectivamente.
E Dilma?
– Maioria simples com 14 partidos (!!!) e qualificada de 3/5 com 20!
Pobre Dilma… tão “inábil”, não é mesmo?
Fala sério! Assim – com 14 partidos para maioria SIMPLES! – nem Churchill governava!
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Gleisi Hoffman
Mais uma vez forma e conteúdo casados: brilhou ali como brilhara na Comissão por meses. Traz de volta gênero para o debate e lamenta o momento do Senado. Como Kátia e Armando, lembra sua passagem pelo Ministério. Lembra a biografia de Dilma, a qual ilustra com a icônica foto do seu julgamento no tribunal militar.
Aponta os rostos cobertos dos algozes de então e traça paralelo com incômodo da bancada do golpe com a presença de cinegrafistas e documentaristas registrando aquela sessão sórdida para a História.
Bate na mídia corporativa familiar (manipuladora) e faz contraponto com a imprensa estrangeira, unânime em apontar a farsa e asseverar: “é golpe!”
Traz para o debate o PAC vs. o fim do investimento público nas mãos de Meirelles. Como os senadores explicariam isso aos prefeitos nas bases?
Em sua resposta, Dilma aproveita a memória social recente para mencionar o sucesso do bolsa-atleta e do bolsa-pódio. Todas as obras de mobilidade urbana, aeroportos, Minha Casa Minha Vida e o orgulho de ter, em seu governo, tirado o Brasil do mapa mundial da fome.
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Tudo passado?
Apenas memórias a acalentar diante do abismo?
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Lindbergh “Zola” Farias: “Eu acuso!”
Aí o clímax da oratória.
Em discurso inflamado, no tom pelo qual a militância ansiava, o Senador dá, no curto espaço de 5 minutos, nomes a todos os bois. Aponta todos os atores da conspiração para o golpe. Dos interesses estrangeiros no pré-sal à sanha da elite nacional pela eliminação da CLT. Da dupla Temer-Cunha ao golpismo do PSDB. Da FIESP à Rede Globo.
Por essa razão, em vez de descrever, linko ao post o vídeo do memorável pronunciamento de Lindbergh.
Fica para o golpe de 2016 como o de Mário Covas ficou para a instituição do AI-5
E não tenham dúvidas: se pudessem, os golpistas de 16 também fechavam o Congresso. Para eles mesmos!
Dilma assina embaixo da fala de Lindbergh e ressalta, mais uma vez, o grampo de Machado: era preciso “estancar a sangria da Lavajato”. Volta ao conflito distributivo da crise e traz o infame pato amarelo para o debate.
Quem é que vai pagar então?
Reforça que o que há é um programa ultraliberal na economia e reacionário contra o avanço das minorias: mulheres, negros, LGBTs, índios, quilombolas, pobres.
E lembra o óbvio: é agenda não aprovada nas urnas. E sem chance de sê-lo!
– Ora, Presidenta Dilma! Mas é justamente por isso que tem que ser via golpe!
Por fim, lembra da origem maculada do impeachment: Eduardo Cunha.
E, com sorriso irônico, se pergunta a quantas anda o processo do deputado-símbolo da corrupção no Brasil. “Foi para as calendas gregas?”
– Foi sim, Presidenta. Apenas o pagamento pelo golpe de Estado dado na senhora.
Nota: a oratória brilhante de Lindbergh incomodou bastante o “bacharel de província”, coitado. Para mostrar que é sabido e capta referências (nada) sutis – que garoto esperto! – Cassio Cunha Lima faz questão de registrar uma gracinha. Disse que acabava de saber que “Émile Zola nasceu na Paraíba e se mudou para Nova Iguaçu”.
Nossa! Quanta perspicácia! Fico agora na certeza de que o bacharel leu “Germinal”.
No original!
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Dilma no Senado: balanço da 1ª parte, por Romulus
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