A destruição sistemática do PT e a Justiça. Ou: Delenda est Carthago
– A operação contra o Partido dos Trabalhadores – bastião no sistema partidário da esquerda – é “delenda PT”. Terra arrasada. Querem demolir e queimar a cidadela, não sem depois do fogo salgar o solo em que ela se erguia, para que nada mais nasça ali. Da mesma forma que a seu tempo os Romanos fizeram com Cartago.
– Fernando Pimentel, Fernando Haddad, Jacques Wagner… é tudo isso tentado contra esses nomes por acaso? De onde vem esses senhores, agora na berlinda?
– Resposta: MG, SP, BA… interessante: segundo, primeiro, e quarto colégios eleitorais do país.
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(comentário ao post “Celso de Mello nega HC de Fernando Pimentel contra indiciamento“)
Vi a chamada para este post na home de Luis Nassif Online.
O conteúdo era tão previsível que li o titulo e depois o restante na diagonal apenas.
Não vou entrar na analise da jurisprudência citada – ou mesmo de leis. Ora, isso no Brasil atual é secundário.
Só serve de biombo, de álibi, quando convém para agir – ou não agir (Alô, STF!) – conforme as conveniências politicas (Alô, Gilmar e Toffoli) e pessoais (Alô, bonde do Expresso para o Reino Encantado de Nárnia! – ver comentário abaixo).
De forma que vou me limitar a:
(1) fazer uma singela constatação:
A operação contra o Partido dos Trabalhadores – bastião no sistema partidário da esquerda – é “delenda est PT“. Terra arrasada. Querem demolir e queimar a cidadela, não sem depois do fogo salgar o solo em que ela se erguia, para que nada mais ali nasça.
Da mesma forma que a seu tempo os Romanos fizeram com Cartago.
Não se surpreendam se, depois de inviabilizar Fernando Pimentel e Fernando Haddad eleitoralmente, as baterias se voltarem para outro bastião eleitoral local e promessa na esfera nacional: Jacques Wagner. Os petardos atirados contra ele na Lavajato até agora foram só um prenuncio.
Mas é tudo isso, tentado contra esses nomes, por acaso?
Vejamos de onde vêm esses senhores, agora na berlinda:
– MG, SP, BA…
Interessante: segundo, primeiro, e quarto colégios eleitorais do país.
Ah, mas há uma ausência importante aí, certos dirão.
Se há de fato um esforço coordenado, onde está o Rio de Janeiro, o terceiro colégio eleitoral? Afinal, o Estado tantas vezes deu expressivas votações ao petismo em disputas presidenciais. Foi, inclusive, um dos dois únicos, junto ao RS, Estados da federação a dar vitória a Lula em 1989 no segundo turno contra Fernando Collor.
Respondo que ali não é necessário fazer nada. O próprio PT nacional, ao longo de anos de intervenções diretas e massacres das deliberações locais, já destruiu a seção fluminense da sigla. Não tem mais expressão. Só restam ecos do passado, como Benedita da Silva e Jorge Bittar, entre poucos outros.
O ocaso final foi a adesão como coadjuvante à hegemonia do PMDB de Cabral/Picciani/Paes no Estado. Ali o que restava do partido divorciou-se em definitivo de “sua” base social. A maior parte gravitou em direção ao PSOL de Chico Alencar/Freixo/Wyllys.
O trabalho ali já está feito e o PSOL ainda não joga “o grande jogo” (the great game).
(2) reproduzir pequenas “definições” sobre os ministros do STF, escritas depois de ver os julgamentos da semana passada sobre a votação na Câmara do impeachment.
Não vou dizer a qual cada definição corresponde.
Apenas vou me limitar a grifar a minha preferida no dia de hoje:
Extrato do Post: “STF, Gilmar e a negação do voto em manada, por Romulus“:
“Outros 5 Ministros votaram com a dissidência de Teori:
– quer porque também quisessem ir rápido para Nárnia;
– quer por insegurança palpável;
– quer por essshhhhperrrrrrrteza conhecida de malandro;
– quer por oportunismo de cínico;
– quer porque em tom professoral quisesse dar aula para noviças sobre como deve funcionar o convento das Carmelitas Descalças. Esse, o Professor “Rolando Nero”, toca fogo no circo com rapapés, entoando latinismos, muitas vênias e muitas saudações aos imperadores de outrora, já descidos ao Hades…“
Pois bem. É este – e não qualquer diploma legal ou jurisprudência – a ratio da maioria das decisões judiciais envolvendo figuras de expressão política na atualidade.
Tudo tão previsível que já começo até a perder o interesse em analisar. Fácil demais.

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