Motim no Ceará: o que fica?

Por Luiz Carlos de Oliveira e Silva.

1. A crise causada pelo motim dos bolsonaristas fardados no Ceará nos mostrou, de imediato, duas coisas, a meu ver. Uma muito preocupante e outra reconfortante.

2. A coisa reconfortante veio dos irmãos Ferreira Gomes, que mostraram que no campo progressista não há apenas o bom-mocismo de políticos como Lula (PT), Flávio Dino (PCdoB) e Juliano Medeiros (PSOL).

3. Cid e Ciro mostraram que há gente no nosso campo disposta a enfrentar abertamente e sem medo as hordas “fascistas” do bolsonarismo. Valeu, “coronéis”!

4. A coisa muito preocupante ficou por conta de algo que não dá mais para ser ignorado: o emprego das polícias militares com um instrumento político a serviço do endurecimento do regime, a serviço não só do bolsonarismo como também do processo em curso de desmonte de tudo que remeta à “Era Vargas”.

5. Isto ficou claro pelas declarações de Bolsonaro, de Moro e do chefe da Força Nacional que atuou no Ceará. Isto ficou claro também pelo silêncio cúmplice com que este aspecto central do motim foi tratado pela mídia dominante.

6. Quando Bolsonaro declara a intenção de “federalizar” as polícias militares, o motim do Ceará evidencia um iminente “salto de qualidade” na atuação das PMs. De forças locais de repressão, desarticuladas entre si, a um organismo centralizado nacionalmente, ideologicamente orientado e politicamente conduzido: eis o “salto de qualidade”.

7. Se somarmos a este “salto de qualidade” nas PMs a proposta de cobrir com o véu do “excludente de ilicitude” as ações de GLO, teremos aí um avanço significativo em direção a uma ditadura “branca”, sem a necessidade de fechamento de Congresso e outros anacronismos.

8. Como negar que a implantação de uma ditadura “branca”, nos moldes do que insinuam as duas medidas descritas acima não conta com o apoio da plutocracia? Como não reconhecer a necessidade de uma ditadura “branca” para manter o povo subjugado no país que resultará do desmonte em curso desde Collor? Golpe à moda antiga, não, mas ditadura “branca”, sim…

9. A meu ver, é a luz da implantação de uma ditadura “branca” – já em curso – que deve ser entendida a ação de confronto, destemida, dos irmãos Ferreira Gomes.

10. Igualmente, estou convencido, é à luz da implantação de uma ditadura “branca” – já em curso – que deve ser entendido o inaceitável bom-mocismo de Lula, Flávio Dino e Juliano Medeiros, dentre outros…

Luiz Carlos de Oliveira e Silva, professor de filosofia

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