Belas monstruosidades: elementos para uma contraofensiva progressista # 1

Esconder a realidade das pessoas só faz com que elas estejam despreparadas para enfrentar os eventuais desafios que venham a surgir. Imensa parte do nosso problema de incapacidade de luta efetiva vem de que a esquerda hoje é uma esquerda institucionalista, lacradora, cheirosa e no pom-pom, dominada por um bando de universitário classe média branca social-banana que arrota palavras de ordem e conclusões sofisticadíssimas, mas na hora do “vamo-ver” deixa o povão tomar na tarraqueta sozinho. O campo progressista de luta ou engrossa o couro ou não terá qualquer chance de vencer. Como diria minha mãe: se não quer brincar não desce pro playground.

Belas monstruosidades: elementos para a organização de uma contraofensiva progressista no Brasil # 1

Por Fernando Nogueira Martins Jr., para o Duplo Expresso

“É mil vezes mais fácil se tornar um acadêmico radical do que um operário militante: o primeiro curso de ação leva à editora Penguin Books Ltd., e o segundo à lista negra.”
Jock Young, “Criminologia da Classe Trabalhadora”

1. Hoje, agora, não há qualquer resistência de fôlego ao avanço do estado de exceção antipovo e antinacional no país. Apesar de textos fortes, de vídeos bacanas, de falas engajadas, (quase) nada é feito de efetivo e eficaz para barrar a ofensiva ultradireitista liberal-conservadora. Mesmo o incansável combate do Duplo Expresso ainda é muito pouco para que se consiga bater de frente pesadamente com a banca entreguista genocida lambe-botas da gringalhada. Caso o quadro não se reverta, de alguma maneira, no curto-médio prazo (ou apenas no curto prazo – talvez seja mais tarde do que pensamos…), não haverá país para se salvar, não haverá Brasil para nossos filhos e netos e bisnetos.

2. O diagnóstico é claro, e vem sendo repetido à exaustão por muita gente: o campo progressista está bovinamente apático, não entra na luta, e as massas devastadas pela pobreza e pela humilhação assim permanecem, bovinamente aceitando a hiperexploração (típica de um país dependente e subdesenvolvido como o nosso) e mesmo o extermínio (cada vez mais intenso e impune, em especial contra a juventude negra, pobre e periférica). O Brasil, reprimarizado em sua economia, também é reprimarizado politicamente: um fazendão cada vez maior, cheio de gado nos latifúndios, e cheio de gado nos progressismos – atuais e potenciais.

3. Como sair do chororô eterno – e tão confortável – de se reconhecer impotente, mas “do lado certo da História”? Estar “certo” NADA significa se tal certeza não tem efetividade e realidade no concreto da vida cotidiana das pessoas. Por exemplo, de nada adianta saber da ilegalidade da violência policial se esse saber não tem força para parar a matança dos nossos jovens. E esse é um dos problemas mais graves do nosso campo: sabemos o que acontece, analisamos bem, mas não nos preocupamos o bastante para transformar nossos saberes e nossas análises em instrumentos (ou mesmo armas) nas mãos do povo, aptos a imprensar contra a parede – com direito a faca no pescoço – a canalha vende-pátria racista e elitista que hoje guia os rumos do país. Nosso problema, já desde há muito tempo, é o PODER, sem o qual tudo é ilusão. E parte da nossa desgraça é determos um saber (acadêmico, militante, popular) que não se traduz em nenhum poder social real. Somos bocós bem pensantes debatendo as misérias do país enrolados em requintados cachecóis, tomando um bom vinho com boas companhias. No fundo, um suave jazz-samba nos leva a lembrar, ainda que involuntariamente, que o horror dos cadáveres pretos e mutilados não se apresentará à nossa branca e bem ordenada porta.

4. Podemos pensar alguns elementos para sairmos da letargia e da paralisia política. E algumas pessoas, ao ver o teor brutal e polêmico desses elementos, podem achar que falar desse tipo de coisa “não ajuda em nada”, pois assusta as pessoas e faz com que alguns recuem do necessário enfrentamento político. Eu discordo. Por duas razões: 1) Porque esconder a realidade das pessoas só faz com que elas estejam despreparadas para enfrentar os eventuais desafios que venham a surgir. Imensa parte do nosso problema de incapacidade de luta efetiva vem de que a esquerda hoje é uma esquerda institucionalista, lacradora, cheirosa e no pom-pom, dominada por um bando de universitário classe média branca social-banana que arrota palavras de ordem e conclusões sofisticadíssimas, mas na hora do “vamo-ver” deixa o povão tomar na tarraqueta sozinho. O campo progressista de luta ou engrossa o couro ou não terá qualquer chance de vencer. Como diria minha mãe: se não quer brincar não desce pro playground. 2) Porque espantar quem quer que seja não irá piorar nossa situação. Não temos como estar mais derrotados e arrebentados e de mãos amarradas do que já estamos. Estamos no fundo do poço: impotentes, infiltrados até as entranhas pela quinta-coluna direitista (tanto a pós-moderna quanto a liberal-conservadora, que no fundo são a mesma coisa) de dentro e de fora do país, sem grana, sem poder institucional, sem movimentos sociais vibrantes e na ofensiva (MST e MTST incluídos), com um Estado de Exceção policial-penal de perfil protofascista avançando rápido e violentamente. Estamos catastroficamente derrotados. E daqui do fundo do poço agora só temos como subir. Ou reagimos ou seremos aniquilados. E nesse quadro terrível sempre se mostra uma boa opção enxotar os progressistas de ocasião, que não tremem de indignação diante da destruição do Brasil e que não estão dispostos a arriscar nada em nome do nosso país e do nosso povo.

5. Talvez o primeiro elemento a se apresentar seja passar pelo nosso horizonte necessário, caso nossas lutas se prestem a ser efetivas. E esse horizonte é a criminalização, a repressão policial, a tranca. Ou pior. Sintetizando: toda e qualquer luta social que incomode a elite, o status quo, os interesses imperiais, será tratada como criminosa e seus membros serão tratados como bandidos. SEMPRE foi assim, hoje não vai ser diferente. As agências do sistema penal (Polícias, MP, Judiciário, Sistema Prisional) SEMPRE foram usadas não para proteger direitos da população, mas para defender, à força e pelas armas, a “ordem”, entendida esta como a situação em que os que têm muito ganham cada vez mais e os que têm menos ganham cada vez menos. E quem não têm nada (ou quem se rebela contra o estado de coisas) ganha algo : tranca e bala na cabeça. A título de ilustração, e apenas quanto à história da luta por direitos no século XX dentro do marco do chamado “Estado de Direito”: Mahatma Gandhi era um criminoso, e passou vários anos encarcerado por buscar a independência de seu povo diante de uma dominação colonial assassina e racista[1]; Martin Luther King também foi preso muitas vezes, brutalizado pela polícia, e era vigiado sem interrupção pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) e por setores da Inteligência do Exército estadunidense por ser uma “pessoa perigosa”[2]; Angela Davis, filósofa e criminóloga norte-americana[3] ainda viva, quando era próxima do Partido dos Panteras Negras na década de 1960 e lutava fortemente em prol dos direitos da população negra em seu país, entrou para a lista dos dez mais procurados pelo FBI e foi alvo de uma das maiores caçadas humanas já realizadas. Foi absolvida de todas as acusações (internacionalmente reconhecidas como infundadas), principalmente devido à mobilização mundial para sua soltura[4]; Nelson Mandela, Prêmio Nobel da Paz, ex-presidente da África do Sul, amargou vinte e sete anos de cadeia simplesmente por exigir o fim da discriminação racial assassina e humilhante que imperava em seu país – o que lhe custou o título de “terrorista internacional” perante os órgão de segurança dos EUA até meados dos anos 2000[5]. Militantes em prol do direito à informação como Julian Assange ou mesmo pessoas comuns com espírito democrático como Edward Snowden são considerados criminosos perigosíssimos e altos traidores, perseguidos implacavelmente por todo o globo, coagidos ao exílio ou ao mais opressivo cárcere privado, correndo o risco de serem condenados até mesmo à morte, apenas por terem informado o público sobre os gravíssimos crimes que certas potências estatais cometeram e cometem contra a humanidade[6]. E no Brasil podemos ver claramente isso se desenrolar: ilustrando, temos os militantes de base, populares, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sendo sumariamente executados devido às suas reivindicações de direitos já previstos na Constituição da República: direito à segurança alimentar, à moradia, ao cumprimento real e concreto da função social da propriedade (de onde decorre o justo direito à terra), neste país das concentrações de terra protegidas legalmente, das grilagens e dos escandalosos latifúndios[7]. Dentre inúmeros outros casos, em vários momentos da História, dentro e fora do Brasil. Enfim: se o campo progressista não levar essa NECESSÁRIA realidade em conta, não saberá construir tática e estratégia adequadas, não saberá gerir racionalmente os riscos e será derrotado uma e outra e outra vez. Se der bom (na efetividade da luta), vai dar ruim (na necessária reação do aparelho policial-penal de Estado). E se não estivermos preparados, seremos neutralizados ou destruídos.

6. Um outro elemento a se verificar é a imbecilidade que é fazer enfrentamentos políticos na base da ciranda e do bate-fofo pós-moderno bicho-grilo “artístico” e cheio de amor e dancinhas e saraus de péssima poesia. Dentre as inúmeras críticas a se fazer quanto a essa palhaçada infantilóide filoestadunidense travestida de ação política “avançada” vale a pena a gente fazer uma, das mais indigestas: nem só de amor se faz a luta. Aliás, talvez nem seja o amor – ou a esperança – o afeto central para o enfrentamento político eficaz e sustentável. Em palavras mais diretas: precisamos de mais ÓDIO a nos mobilizar para a luta. Se você ama seu país, seu povo, as pessoas que junto a você vivem e tentam construir suas famílias e o Brasil com dignidade e generosidade, você necessariamente ODEIA tudo o que nega isso: a corja liberal-conservadora entreguista, o protofascismo governante, a rapina imperialista. Veja: a questão não é ser crítico ou desgostar. A questão é ODIAR. Um ódio domado pela Razão e pela clareza política, é certo. Mas ódio mesmo assim, em chamas, forte e potente. É esse ódio que vai te fazer continuar na luta, mesmo depois de uma grande derrota; é esse ódio que vai te manter focado quando um monte de distrações tentar te confundir ou te desestabilizar; é esse ódio que vai te dar forças para continuar mesmo quando tudo parecer perdido. Perdemos tão retumbantemente as últimas eleições porque, dentre outras coisas, não soubemos mobilizar o justo ódio, a santa ira do povo brasileiro, massacrado, humilhado, cuspido na cara todo dia pelas elites. Aí me vem um retardado como Bolsonaro e, com um discurso alucinante e beirando o neonazismo, conseguiu capturar esses afetos em massa, intensos mas sem direção ou clareza de conteúdo, que tomam dezenas de milhares de brasileiros e brasileiras. As pessoas queriam “uma dose violenta de qualquer coisa”, para que não se sentissem tão abandonadas, para se sentirem potentes, capazes de lutar contra o que as massacra; Haddad só tinha o bom mocismo típico do neoliberal classe-média intelectualizada branca chic estilo New York/Paris que come na mão da banca financeirista; Bolsonaro apontou um inimigo para as massas pisoteadas pelo estado de coisas: o “Sistema” – corrupto, contra o povão. E identificou esse Sistema com a esquerda (como antes o fascismo e o nazismo já tinham feito). Ganhou de lavada. Moral da história: se nós não mobilizarmos o Ódio do Povo e apontarmos o Inimigo a ser combatido (e esse inimigo existe sim[8]) alguém vai fazer isso – mesmo que seja um Inimigo inventado, como fez Bolsonaro e como antes fez Hitler e Mussolini[9].

7. A ciranda babaca pós-moderna fragmentária, em meio à sua militância ensolarada e saltitante, valoriza como única forma de comunicação e mobilização do povo a horizontalização das conversas e o diálogo. Nada mais fofo e democrático. E nada mais inefetivo. Como a prática da comunicação social nos mostra (com amparo em estudo de Semiótica e de Psicologia e na tradição honrosa da AgitProp revolucionária) a força dos meios de comunicação de massa vem, dentre outras fontes, do seu caráter unidirecional, impositivo, vertical. Se algo está errado, é preciso dizer “NÃO”, “BASTA!”, “ISSO É INACEITÁVEL” – sem espaço para falseamento ou discussão, e não “colocar isso para discussão e debate para ver como chegamos a uma conclusão consensual”. Construir narrativas e visões de mundo dialogicamente, conversando e convencendo um por um é bom para refinar valores democráticos, nunca para consolidá-los em massa. Primeiro vem a apresentação e a persuasão sobre quais são os valores e as conclusões a que temos que chegar; o diálogo vem depois, para aprofundar e para sofisticar os argumentos e as compreensões que já foram tomadas como suas pelas pessoas, pelas massas. Primeiro a apresentação/persuasão/convencimento; depois o diálogo/debate/discussão. Isso porque o diálogo coloca emissor e receptor das mensagens em um mesmo nível, e isso necessariamente retira legitimidade da mensagem do emissor (“como alguém ‘no meu nível’ pode dizer para mim como as coisas são e como eu devo interpretar certos fatos e fenômenos?” Não, não, não…”). Quem fala de igual pra igual comigo não pode me impor verdade alguma. A impotência do campo progressista no Brasil vem também dessa covardia de não querer dizer a verdade, doa a quem doer.[10] Dizer a verdade para o outro – pra essa cachorrada pseudoprogressista – é algo “violento demais”, “violência simbólica autoritária”, “não respeita a visão de mundo do outro, tão respeitável quanto a minha”. Portanto, dizer com todas as letras que o imperialismo estadunidense está dando um golpe no Brasil e que temos que combatê-lo com todas as nossas forças (afirmando, por consequência, que qualquer pessoa que não concorde com essa conclusão está ERRADA) é algo “ditatorial”, “não cabível para a esquerda democrática”. Pra resumir: precisamos ter a coragem de DIZER A VERDADE, aquela que temos apresentar não para debate, mas para esclarecimento geral da população. É preciso emitir diretamente e numa direção só (de emissor para receptor) – num verdadeiro “bombardeio semiótico progressista”[11] – para as massas do povo brasileiro a palavra da resistência, da democracia real, da dignidade humana, do antifascismo, do nacionalismo progressista. Sem abrir para debate. Sem espaço de incerteza ou dúvida. Sem espaço para que nosso povo permaneça parado, ou desesperançado, ou rebaixado na concepção que tem de si mesmo (“não adianta fazer nada”, “pobre nasceu pra se lascar mesmo”, “de que adianta lutar?”). Hoje, mais do que nunca, é preciso ser violentamente democrático, bombardeando sem interrupção o nosso povo com as melhores analises, com as melhores conclusões, com as melhores aspirações e desejos, com o melhor que o genuíno amor ao povo e à Nação pode produzir. Só assim o trabalhador e a trabalhadora, soterrados sob a hiperexploração, a mídia golpista e a indústria cultura, vai poder ter alguma chance de um dia parar – mesmo embaixo desse soterramento – e concluir que o Brasil é deles também, que essa vida miserável econômica e espiritualmente não é o que Deus reservou para eles, e que é possível sim ter um país de todos para todos, com liberdade, igualdade, solidariedade e dignidade.

Continua…

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Notas:

  1. Gandhi foi preso 13 vezes entre 1908 e 1942, tendo permanecido encarcerado por 5 anos, 2 meses e 10 dias aproximadamente. Cf. BOMBAY SARVODAYA MANDAL; GANDHI RESEARCH FOUNDATION. Years of arrests & imprisonment of Mahatma Gandhi. Disponível em: <http://www.mkgandhi.org/arrestofmahatma.htm>. Acesso em: 30 mai. 2019.
  2. Martin Luther King foi preso por 29 vezes, sendo conduzido para carceragens policiais (jails) e não penitenciárias (prisons). Cf. KING, Coretta Scott. The meaning of the King Holiday. The King Center. Disponível em: <http://www.thekingcenter.org/meaning-king-holiday>. Acesso em: 30 mai. 2019.
  3. Angela Davis é uma das grandes referências no feminismo interseccional (que articula gênero, raça e classe). Sobre o tema, vide DAVIS, Angela Yvonne. Mujeres, raza y clase. Madri: Ediciones Akal, 2005. Para o pensamento criminológico da pensadora, vinculada à linha abolicionista, vide, p. ex., DAVIS, Angela Yvonne. A democracia da abolição: para além do império das prisões e da tortura. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009.
  4. HAILER, Marcelo. Angela Davis: a mulher mais perigosa do mundo. Revista Fórum, 28 jan. 2015. Disponível em: <http://www.revistaforum.com.br/2015/01/28/angela-davis/>. Acesso em: 30 mai. 2019; DAVIS, Angela Yvonne. Angela Davis: an autobiography. Nova Iorque: Random House, 1988.
  5. NELSON MANDELA FOUNDATION. Biography of Nelson Mandela. The Nelson Mandela Foundation. Disponível em: <https://www.nelsonmandela.org/content/page/biography>. Acesso em: 30 mai. 2019; MANDELA, Nelson. Long walk to freedom. Boston: Little, Brown and Company, 1994. Por causa do rótulo de “terrorista”, Mandela só podia entrar nos EUA – no mais das vezes, para comparecer à sede da ONU – com uma autorização especial do governo americano; essa situação só mudou em 2008, quando um senador americano denunciou o descalabro da situação toda e pediu a retirada do nome de Mandela do rol de “terroristas internacionais”. Vide WINDREM, Robert. US government considered Nelson Mandela a terrorist until 2008. NBC News, 7 dez. 2013. Disponível em: <http://www.nbcnews.com/news/other/us-government-considered-nelson-mandela-terrorist-until-2008-f2D11708787>. Acesso em: 30 mai. 2019; DEWEY, Caitlin. Why Nelson Mandela was on a terrorist watch list in 2008. Washington Post, 7 dez. 2013. Disponível em: <https://www.washingtonpost.com/news/the-fix/wp/2013/12/07/why-nelson-mandela-was-on-a-terrorism-watch-list-in-2008/>. Acesso em: 30 mai. 2019. A atitude conservadora do governo dos EUA era compreensível dentro do contexto da luta contra o apartheid: durante os anos em que ficou preso, e mesmo depois da libertação, Nelson Mandela tinha como companheiros militantes no CNA (Congresso Nacional Africano) muitos membros do Partido Comunista Sul-africano; e mais, Mandela e o CNA não abandonaram a luta armada – empreendida pelo braço militar do CNA, o Umkhonto we Sizwe (“Lança da Nação”) – enquanto o Apartheid não foi completamente desmantelado. LAING, Aislinn. Nelson Mandela’s Spear of the Nation: the ANC’s armed resistance. The Telegraph, Johanesburgo, 5 fev. 2011. Disponível em: <http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/africaandindianocean/southafrica/8304153/Nelson-Mandelas-Spear-of-the-Nation-the-ANCs-armed-resistance.html>. Acesso em: 31 mai. 2019.
  6. ASSANGE, Julian. Cipherpunks: a liberdade e o futuro da internet. São Paulo: Boitempo, 2013; COURAGE Foundation. Free Snowden: in support of Edward Snowden. Disponível em: <https://edwardsnowden.com/>. Acesso em: 31 mai. 2019.
  7. SCALABRIN, Leandro Gaspar. O crime de ser MST. In: BUHL, Kathrin; KOROL, Claudia. Criminalização dos protestos e movimentos sociais. São Paulo: Instituto Rosa Luxemburgo Stiftung, 2008. p. 247-252; BARREIRA, César. Crônica de um massacre anunciado: Eldorado dos Carajás. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/spp/v13n4/v13n4a14.pdf>. Acesso em: 31 mai. 2019; ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO TERRA DE DIREITOS. Trabalhadores rurais sem terra são mortos no Paraná em massacre com a participação da Polícia Militar. Terra de Direitos, 08 abri. 2016. Disponível em: <http://terradedireitos.org.br/2016/04/08/trabalhadores-rurais-sem-terra-sao-mortos-no-parana-em-massacre-com-a-participacao-da-policia-militar/>. Acesso em: 31 mai. 2019.
  8. “Ter um inimigo é importante, não apenas para definir a nossa identidade, mas também para arranjarmos um obstáculo em relação ao qual seja medido o nosso sistema de valores, e para mostrar, no afrontá-lo, o nosso valor. Portanto, quando o inimigo não existe, há que construí-lo.” ECO, Umberto. Construir o inimigo e outros ensaios ocasionais. Lisboa: Gradiva, 2011. Nós não precisamos fazer essa construção, pois o inimigo existe e faz seus estragos: é a elite rapineira antipovo brasileira, é a banca financista nacional e internacional, é o imperialismo estadunidense.
  9. Tese nº 12 sobre o Conceito de História, de Walter Benjamin (é minha tese preferida, e vai com meus destaques): “O sujeito do conhecimento histórico é a própria classe combatente e oprimida. Em [Karl] Marx, ela aparece como a última classe escravizada, como a classe vingadora que consuma a tarefa de libertação em nome das gerações de derrotados. Essa consciência, reativada durante algum tempo no movimento espartaquista [de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, cujo nome homenageava o escravo gladiador trácio Spartacus, líder de uma histórica revolta na Roma antiga], foi sempre inaceitável para a socialdemocracia. Em três decênios, ela quase conseguiu extinguir o nome de [Auguste] Blanqui [célebre revolucionário francês do século XIX, hoje bastante esquecido], cujo eco abalara o século passado. Preferiu atribuir à classe operária o papel de salvar gerações futuras. Com isso, ela a privou das suas melhores forças. A classe operária desaprendeu nessa escola tanto o ódio como o espírito de sacrifício. Porque um e outro se alimentam da imagem dos antepassados escravizados, e não dos descendentes liberados.”
  10. BRECHT, Bertolt. As cinco dificuldades para escrever a verdade. In: Revista Prosa Verso e Arte. Disponível em: <https://www.revistaprosaversoearte.com/as-cinco-dificuldades-para-escrever-verdade-bertolt-brecht/>. Acesso em: 15 jun. 2019.
  11. FERREIRA, Wilson Roberto Vieira. Bombas semióticas brasileiras (2013-2016): por que aquilo deu nisso? Cinegnose. Disponível em <https://cinegnose.blogspot.com/2017/07/bombas-semioticas-brasileiras-2013-2016.html>. Acesso em 11 jun. 2019.

 

 

 

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