Guerras Híbridas : Brasil, China e Irã

Por Lejeune Mirhan*, para o Duplo Expresso

Os acontecimentos políticos que ocorrerão no Brasil no próximo dia 26 de maio, quando o presidente da República, usando o cargo que ocupa e seus espaços na mídia e seus seguidores em redes sociais – chamada militância digital – convocou a população que o apoia a ir para às ruas não são fatos isolados de uma situação internacional.

Aliás, nada do que ocorre em um mundo cada dia mais globalizado, seja o país que for, reflete nas relações e na política internacional. Nada mais está isolado. Na verdade nunca as coisas estiveram isoladas. Elas guardam uma relação umas com as outras, sejam fenômenos sociais, grandes mobilizações de massa ou derrubas de presidentes e governantes.

As tensões políticas no campo internacional se elevam a cada dia que passa. Se momentaneamente podemos dizer que os EUA perderam a sua guerra contra a Venezuela, agora eles voltam-se de forma mais violenta possível contra a China. E a violência aqui não é – e provavelmente não virá a ser – propriamente militar, mas apenas comercial. Não deixa de ser uma ,verdadeira guerra.

No comentário que faço hoje para o site Duplo Expresso eu analiso as chamadas Guerras Híbridas, apresento uma definição do seu significado, seus componentes que envolvem luta política, manipulação da mídia, fake news, lawfare, poder judiciário politizado e engajado, guerra comercial, e até agressões militares.

Após abordar com certa profundidade o tema das guerras híbridas – não convencionais – eu entro no tema da China, que vive sanções e seus produtos são sobretaxados nos EUA em alíquotas absurdas de 25%. Abordo ainda a questão do Irã e o tensionamento da região do golfo Pésico-Arábico para onde foi deslocado o porta aviões da classe Nimitz (nuclear) com a sua esquadra de mais de dez navios.

O NYT noticiou semana passada que os EUA iriam enviar ao Golfo Pérsico 120 mil soldados. Acho pouco provável isso, mas pode ocorrer. O Irã, que é país de paz e não quer nenhuma guerra e conflito, também não demonstra nenhum medo. Ao contrário, todas as suas forças armadas estão em regime de prontidão.

Por fim, abordo o resultado – como previmos – das eleições indianas, onde Narendra Modi ganhou o direito de comandar a Índia por mais quatro anos. Eles ampliou imensamente a sua já grande bancada de deputados. A apuração é parcial, que teve início em 23 de maio de 2019, mas as projeções indica,m vitória esmagadora de Modi, com mais de 340 deputados (elegeu 282 em 2015). Modi é homem de direita, conservador e reforça esse campo mundialmente falando. Mas, tal qual nosso Brasil, não vislumbro possibilidade da Índia deixar deixar o bloco dos BRICS.

Assista ao vídeo do Professor Lejeune:


Lejeune Mirhan é sociólogo, escritor e analista internacional. Foi professor de Sociologia da Unimep (por 20 anos). Presidiu a Federação Nacional dos Sociólogos do Brasil (1996-2002).  É colaborador dos portais Fundação Grabois, Vermelho, do Duplo Expresso, entre outros, e da revista Sociologia, da Editora Escala.

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