O mal que ela nos faz

No recente artigo – Moinhos de Vento ou Reflexões sobre a Eleição de 7 de outubro de 2018 – referi-me ao triunfo do sistema financeiro internacional, a banca, em colocar temas irrelevantes para a discussão política nesta eleição.
Mas não aprofundei esta ação de mudar o foco e mesmo o entendimento das verdadeiras questões nacionais.
Denomino “pedagogia colonial” esta desinformação, entranhada no conhecimento e no imaginário de todos os brasileiros, ricos e pobres, populares ou da elite.

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Lula, a face do povo: “voltará para de onde nunca deveria ter saído”?

É com profunda tristeza e imenso estarrecimento que assisto às manifestações públicas de amigos íntimos e não tão próximos assim, às de ex-professores de graduação e pós-graduação de uma das universidades federais mais antigas do Brasil, de eleitores de esquerda, do PT. Em muitos momentos, buscava compreender os reais motivos de todos os que se dizem de esquerda e que, até há pouco tempo defendiam a liberdade de Lula, como em um passe de mágica, cegos, agarrarem-se à candidatura de Haddad como tábua de salvação. Talvez por ser doloroso demais compreender a gravidade da situação de nosso país? Ou talvez porque não consigam ter uma visão mais complexa da realidade mundial? Foram essas e tantas as perguntas que me fiz. Não deixam de ser, até certo nível, aceitáveis. Coube-me, como louca, bradar nas redes sociais: “É golpe ou não é golpe?”, “Rasgaram ou não a nossa Constituição?”. Daí, o mais perverso e cruel, entre os que me cercam, revelaram-se, nos inúmeros comentários, postagens dia a dia, e era eu quem não queria enxergar o que, de fato, está por trás da não luta por Lula. E, nesse caso especificamente, recai uma singularidade da construção histórica e sociocultural do Brasil.

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Os Hitlers já estão entre nós!

Falar de fascismo é falar sobre o aspecto humano da liberdade e sobre a conjuntura histórica-social que favorece a renuncia individual à liberdade e a assunção do caráter autoritário, pois ao contrário do que muitos pensam, o fascismo não é uma patologia dentro de um corpo social saudável, nem muito menos, um momento de loucura em um contexto de sanidade, mas uma característica própria da condição humana à espreita de todo indivíduo saudável.

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A versão 2.0 de “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Brasileiro querer ir embora é notícia nacional, EBC

Ao manifestarem o desejo de fuga – numa versão 2.0, mas espontânea, do “Brasil, ame-o ou deixe-o” – estas pessoas revelam que para elas o problema não é tirar Temer, o problema é Lula não ter morrido. Alimentadas pelo ódio, sequer percebem que são os pobres, principalmente de espírito. Sequer percebem que irão levar esta pobreza na bagagem para qualquer destino escolhido.

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Mandarins do Serviço Público: o dia em que Confúcio, sem querer, inventou Moro e Dallagnol

Como na China imperial, aqueles oriundos dos extratos sociais privilegiados obviamente têm acesso à melhor educação desde a pré-escola aos cursos universitários. E podem, terminada a graduação nas melhores instituições de ensino, passar anos sem trabalhar. Ora, os concursos para a Magistratura ou para o Ministério Público Federal significam, em média, três a quatro anos de investimento e esforço, pagando cursos e livros e viajando pelo Brasil, em busca dos editais abertos.
Fator extra de empoderamento: o Golpe de 2016. Hoje, como em qualquer Estado fascista, o Direito é o que os golpistas dizem que é o Direito. E, nesse curioso golpe, que não foi perfilhado e que foi incapaz de produzir líderes, eles, os novos mandarins, deixaram os bastidores e ocuparam o vácuo deixado. É uma República juristocrática de Mandarins.

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A classe média, o sequestro ideológico e o cativeiro midiático

No Brasil, um dos principais obstáculos à melhoria de condições de vida da maioria esmagadora da população é a classe média tradicional. Aquela que nasce com um bilhete premiado na loteria da vida, mas não hesita um segundo sequer em afirmar que tudo o que conquistou foi fruto do próprio esforço, que nada lhe veio de graça.

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