Extra! Dilma acaba de renunciar à Presidência (!) – detonando Referendo Revogatório (do Lula)
Por Romulus Maya, para o Duplo Expresso
- Foi “Golpe” ou não foi, Dilma?
- Atualização: ainda por cima detona o Referendo Revogatório!
Ontem à noite, dando fim às especulações, saiu a confirmação de que a Presidente eleita Dilma Rousseff será mesmo candidata ao Senado em Minas Gerais:
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) confirmou nesta quinta-feira, 28, que irá se candidatar ao Senado por Minas Gerais nas eleições 2018. Essa foi a primeira vez que petista falou como pré-candidata, desde que transferiu, em abril, o domicílio eleitoral para o Estado onde nasceu.
“Eu não vou me furtar a participar de uma luta do ponto de vista eleitoral”, explicou a petista, argumentando que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, além do processo de impeachment sofrido em 2016, foram os motivos que pesaram na decisão.
“Essas eleições serão muito importantes, pois elas podem interromper um processo de golpe, de deterioração das condições econômicas, políticas, sociais e civilizatórias”, afirmou.
Aqui no Duplo Expresso questionamos a conveniência política – e histórica – desse movimento. Afinal, pela obrigação legal de desimcompatibilização, determinando a exoneração de cargos do Executivo para concorrer ao Legislativo até 6 meses antes da eleição, isso significa que Dilma Rousseff renunciou – pelo menos a partir de março deste ano – à pretensão de ser a Presidente do Brasil no atual mandato.
Perguntas:
– Dilma desistiu do Mandado de Segurança pela anulação do impeachment? Aquele patrocinado pelo laranja podre do PT, José Eduardo Cardozo, pendente de julgamento no STF?
– Se sim, avisou a quem por aí ainda luta por “volta, Dilma”/ “Anula, STF”?
Em saindo candidata nestas eleições, Dilma reconhece – de fato e de direito – não ser mais Presidente do Brasil. Assim, avaliza tacitamente a legalidade da sua destituição.
Foi “golpe” ou não foi, Dilma?
Como ficam os livros de História?
Interessante notar, ademais, que – “honesta, sem nada a temer e orgulhosa do seu legado de combate à corrupção” – não deixa de buscar, no Brasil da Lava Jato, a proteção do foro por prerrogativa de função. A mesma proteção que negou a Lula não o indicando para o Ministério logo após a sua segunda posse, ainda em janeiro de 2015.
Fez isso mais de um ano depois, aos 48 do segundo tempo, quando Lula já sofrera a infame condução coercitiva determinada por Sergio Moro em março de 2016.
Pior: com o Brasil incendiado, foi – involuntariamente, esperamos – parte de um flagrante armado para cima do Presidente Lula, com aquele grampo na conversa entre ambos ao telefone. Conversa essa em que se abordava, justamente, a nomeação de Lula para o Ministério.
Sobre isso observamos tempos atrás:
Muitos questionam, inclusive, a natureza do “grampo” da conversa entre Dilma e Lula, criminosamente vazado na Globo por Segio Moro. Isso porque se capta não apenas o sinal sonoro da chamada a partir do aparelho de origem – do Planalto! – como inclusive – sobreposto – capta-se também o áudio ambiente de conversa da funcionária da Presidência que fazia a ligação com quem estava, fisicamente, ao seu lado! Note-se: tudo isso ANTES de a ligação sequer se completar, o que seria impossível caso o telefone grampeado fosse o do destino da chamada – o celular de Moraes, o segurança de Lula – com base em ordem judicial e a consequente interceptação pela companhia telefônica, para posterior degravação pela PF:
Ou seja, mais um dos inúmeros casos em que o déficit cognitivo de Sergio Moro e a pressa do seu cúmplice, o filho de Miriam Leitão, em levar o áudio ao ar na Globo quase colocaram tudo a perder, para exasperação dos gringos. O silêncio de Moro diante do caso e os sucessivos adiamentos do julgamento do juiz de Curitiba sobre esse episódio no CNJ ampliam as suspeitas em Brasília de patrocínio estrangeiro e de colaboração de uma quinta coluna na colocação do grampo no Planalto. Aliás, é possível que a rápida identificação e divulgação do áudio se devam à atuação de traidores, que não apenas podem ter avisado os inimigos de que ela existiu como podem até mesmo tê-la sugerido a Dilma, num flagrante armado para cima de Lula!
Nisso tudo, onde estava o GSI, o Gabinete de Segurança Institucional, encarregado da segurança da Presidência?
Bem, havia sido extinto por Dilma, ainda em 2015!
Quem terá aconselhado Dilma a derrubar as paredes do galinheiro, para facilitar o “trabalho” (?) das raposas?
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Se lembrarmos que, em 2014, Dilma saiu candidata à reeleição rompendo entendimento para que abrisse espaço para a volta de Lula à Presidência – e portanto ao foro do STF – a sua busca por 8 anos de foro privilegiado fica ainda mais feia na foto.
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“Entre mortos e feridos salvaram-se todos”?
Bem… teve um que não…
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ATUALIZAÇÃO (1): Dilma vai detonar o Referendo Revogatório?
Para piorar, em não mantendo a pretensão de ser a Presidente DE DIREITO do Brasil até 1/janeiro/2019, Dilma ainda enfraquece a argumentação em favor da nulidade dos atos do governo golpista até aqui, bem como a bandeira do Referendo Revogatório.
Ainda tem isso. Prejudica nosso argumento pela nulidade dos atos desde a sua destituição. https://t.co/LXGwv0MWH1
— Romulus Maya (@romulusmaya) June 29, 2018
A @dilmabr quer cancelar o Referendo Revogatório do @LulaOficial??https://t.co/P6yDu4fJw1
— Romulus Maya (@romulusmaya) June 29, 2018
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ATUALIZAÇÃO (2): a falácia do “é para barrar Aécio”
Geuvar S. Oliveira • 4 horas atrás
Não sei o que pensar, mas de qualquer forma, não acredito que os bandidos do STF iriam colocar isso (impeachment) em pauta. O que deve ser feito? Pôr o pé na parede e dizer que foi golpe e o STF tá cagando ou chutar o balde e tirar a volta do Aécio ao senado? Pois pela pesquisa realizada, ainda tem gente querendo votar no cheirador de qualquer jeito.
É, você levantou outro ponto interessante… mas eu ainda tenho a dúvida sobre essa súbita preocupação de Dilma com seu Estado natal. Afinal, ela mantinha domicílio eleitoral no RS, salvo engano, desde a década de 1970. Veja bem, tendo a concordar mais com o seu comentário do que com o próprio texto do Romulus, só tenho mais perguntas do que respostas.
Romulus • 8 minutos atrás
Bem pragmática. No RS não tinha chance, mesmo com 2 vagas.
Essa ideia que estão disseminando nas redes de que “era preciso pra ela barrar o Aécio” é falaciosa.
Já é vacina contra a nossa crítica.
(1) outros nomes do PT, mais ligados a MG (como Patrus Ananias), sairiam eleitos.
(2) São 2 vagas. Ela não vai barrar ninguém.
(3) O que é mais importante? “Barrar Aécio” (sic) – que não é mais ninguém nacionalmente? Ou não detonar o Referendo Revogatório??
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