Por que Lula jamais deveria entregar-se a Moro?

Da Redação do Duplo Expresso

Todo este processo envolvendo o ex-presidente Lula está mais do que provado e caracterizado como uma implacável perseguição política ao que ele representa. Há uma aliança da mídia com a justiça para atender os interesses internacionais. A mesma aliança que acabou vitimando a sua esposa.

Lula continua em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais para presidente. Nós não podemos esquecer deste importante e fundamental detalhe: ele representa hoje mais da metade da população brasileira. Como ele mesmo afirmou antes de se entregar aos seus algozes: “Eu sou uma ideia”! E uma ideia, bem sabe-se, não pode ser presa! A ideia vive livre!

Lula representa o povo brasileiro que agoniza na miséria e na exclusão. Qualquer leigo com um mínimo de conhecimento, ao ler a sentença do juiz Moro, ficará escandalizado como ficou o ex-presidente Lula. Um homem condenado sem provas, num processo ilegal, por um julgador notoriamente parcial. Se isto aconteceu com um ex-presidente da República que deixou o governo com 87% de aprovação, imagine o que ocorrerá com os brasileiros comuns.

O que algumas pessoas tem dificuldade de entender é que se deixarmos passar este tipo de arbítrio, estaremos oferecendo legitimidade a esse Estado de Exceção. Exatamente como faz a mídia todos os dias. Resistência e integridade de Lula são as nossas também. Porque ele nos representa. E estão tirando essa nossa representação um pouco a cada dia.

O que acontece no Brasil hoje será escrito nos livros de história. Daqui a 20 anos, nossos filhos e netos conhecerão este período como a “Ditadura da Toga”. Será nessa ditadura que uma operação chamada Lava-Jato terá lavado a jato nossos direitos, que nossas garantias fundamentais serão suprimidas, que a Constituição Cidadã de 1988 será rasgada página por página, que pessoas serão presas por tempo indeterminado sem julgamento, que a presunção de inocência terá acabado. E tudo isso nessa ditadura ocorrerá com um único objetivo primordial: prender, silenciar e matar politicamente o maior líder popular da história do Brasil.

Dito isto, afirma-se com total convicção, como as nossas instituições estão sequestradas e a democracia no Brasil está suspensa, não seria prudente e inteligente o ex-presidente Lula entregar-se a seus algozes. Isso apenas serviu para legitimar o arbítrio. Quem aconselhou Lula, aproveitando-se do calor do momento, certamente não queria o seu bem. Outros interesses – nunca os do ex-presidente e do povo brasileiro – estavam em jogo naquele momento no qual sua cabeça-troféu era negociada!

Lula deveria asilar-se em uma embaixada com a sua família. Assim, de lá, denunciaria ao mundo que o Brasil vive em outro Estado de Exceção. Neste momento gravaria vídeos, concederia entrevistas, atestaria um sucessor de sua confiança capaz de assinar o referendo revogatório, enfim, atuaria dentro da arena política! Não entende-se os benefícios de Lula ser transformado em mártir. Não entende-se que ele sirva como um mero cabo eleitoral sem voz ativa, Não admite-se sua colocação ao alcance de uma morte por envenenamento ou radiação quando começarem a esquecê-lo.

Lula é importante demais. É grande demais para a nossa débil democracia. Jamais deixar-se prender. Preso com ele também estão milhões de brasileiros, todos fadados à miséria em um pais refém dos interesses antidemocráticos!

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