“Siga o dinheiro” – Pistas para entender o que acontece hoje no Brasil
Por Wellington Calasans, para o Duplo Expresso
Como já citado em outros textos, acredito que o PT sem Lula seria um PDT sem Brizola. Por isso, recorro ao comentário de uma seguidora do Duplo Expresso que afirma ter perdido a esperança:
“Agora nos resta saber se Lula é apenas popular ou também um líder. Vamos saber também se o PT usou o seu maior ícone, Lula, como moeda de troca”.
Para mim a resposta já foi dada pela senadora Gleisi Hoffmann neste vídeo histórico, onde ela reafirma seu apoio incondicional a Lula. Confira o vídeo no final deste texto.
Falo em uma página que dialoga com o público. Este texto reforça a nossa bandeira que é “Lula de A a Z”. Entendemos que a apresentação de um “Plano B” seria apenas uma formalidade para obedecer ao capital financeiro internacional que precisa legitimar a destruição da soberania nacional, estado social e democracia sem avisar ao povo brasileiro e sem dar um único tiro com armas convencionais.
Assim como a senadora, vamos todos defender Lula.
Na verdade, aos olhos do povo, o cenário era de resistência zero, frases desconexas e lamentos dos que fingem estar surpresos com os sucessivos resultados negativos da defesa de Lula nesta justiça viciada. O roteiro tem sido o mesmo desde a farsa do “mensalão”. De lá até aqui mudaram alguns atores, mas a tragédia seguia intacta, sem política e com bandeira.
Mas hoje, já com a liderança bem definida, a presidenta do Partido dos Trabalhadores Gleisi Hoffman fala e está dito.
Rotulado de “conciliador”, Lula ficou engessado na confusão entre ser visto como radical por se defender das injustiças versus se manter pacificamente ocupado com a defesa do próprio pescoço.
Era preciso que outra pessoa tomasse as rédeas. Gleisi sabia disso e o fez.
Lula recebe do povo o carinho nos “Showmícios” das caravanas, onde é ele mesmo a grande estrela a ser idolatrada. Entre admiração e compaixão, pessoas de todas as idades e classes sociais, com notável maioria dos mais pobres, parecem implorar por sua volta. Ninguém aguentava mais vê-lo ser perseguido por uma justiça desmoralizada e corrupta.
Ao falar sobre “Plano B”, que seria algo além da rendição, uma espécie de declaração de culpa a Lula, foram necessárias criticas externas. Elas não foram bem vindas, o que é compreensível, mas não são menos necessárias.
Acertadamente, por sua vez, Lula apostou na própria popularidade. Fez a escolha que pode mudar o jogo. Ponderou a possibilidade de que dentro do seu próprio partido podiam existir alguns que queriam utilizar-se desta mesma popularidade, e que pensam mais na própria biografia do que na luta nacional. Lula segue toureando os contratempos.
Direitos trabalhistas, congelamento dos gastos, redução do salário-mínimo, etc. Os trabalhadores brasileiros estão como ratos do laboratório do capital financeiro internacional.
Desamparados, apegam-se ao sonho de resgatar a “memória recente” onde o emprego e a comida na mesa eram uma realidade. Esta memória tem nome e é Lula. Esta é a bandeira empunhada pelas pessoas hoje desempregadas.
Lula já disse que está “matutando”… Sabe que tem uma popularidade incomum no mundo. Isso é muito?
Será muito se for unificado o discurso no seio do partido. Gleisi Hoffmann em um vídeo já deixa claro que a Justiça quer ir até o fim com a perseguição e alerta para a resistência, uma excelente noticia.
Retirar Lula e apresentar um candidato apoiado pelo próprio é o sonho da elite. Nenhum cenário é mais fácil de ser vendido para a sociedade como “uma grande vitória da democracia”.
Foi assim na África do Sul na negociação da liberdade de Mandela. Naquele país africano, à elite branca foi dado o controle do dinheiro, aos negros o controle de uma política refém deste mesmo dinheiro.
Filmes que já assistimos várias vezes.
A história não pode ser repetida como farsa. Recentemente Lula recebeu o apoio do argentino Adolfo Perez Esquivel (ganhador do prêmio em 1980) à indicação ao Nobel da Paz. Este mesmo filme foi visto em 1993, quando Nelson Mandela e Frederik Willem de Klerk foram agraciados com este mesmo prêmio “pelos seus esforços para acabar com o apartheid na África do Sul”.
Neste cenário em que todos denunciavam apatia, alguns devem desejar até que Lula vá dividir o Prêmio Nobel da Paz com Sérgio Moro “pelos seus esforços para acabar com a corrupção”. Para ampliar o debate, nunca é demais lembrar que isto ocorreria na Noruega, primeira Nação autorizada a roubar nosso Pré-Sal, em 2017.
Parabéns senadora Gleisi Hoffmann! Que tenha forças sobre-humanas para suportar a investida final do mercado financeiro internacional neste momento.
Lula 2018, sempre!
Vídeo da Senadora Gleisi Hoffmann
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