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Orlando: a dor indizível de um proto-genocídio que “ousa dizer o próprio nome”, por Romulus


Por Romulus


atualizado 18h

– Diante da indizível dor de um exercício de proto-genocídio, deixo então, como prece, minha homenagem à educação e aos educadores.

– Um dia a gente consegue levar um exército de Profas. Elaines, Rosalinas, Rosanes e Celéias a todas as crianças do Brasil. Às pobres, mas também às ricas. Porque todas, independentemente de classe social, estão em recuperação na disciplina Humanismo.

– Alguma dúvida de que a universalização de um currículo humanista, desenvolvido por profissionais de tal quilate, faria massacres como esse de Orlando coisa do passado?


Resumo de Tiago Nunes para o post: a esquina entre o massacre em Orlando, o golpe no Brasil e a (falta de) educação.

* * *

Orlando: a dor indizível de um proto-genocídio que “ousa dizer o próprio nome”

Ocupado denunciando o golpe no Brasil, não escrevi nada sobre o massacre de Orlando ainda. Bem, devo dizer que o golpe aqui não deixa de ter a ver com o assunto. Na base de apoio do golpe na sociedade e no Congresso há um forte contingente de homofóbicos – de verdade ou que jogam para a plateia* – e disseminadores de discursos de ódio.

[*Há, por exemplo, um proeminente deputado evangélico, pai de uma estrela da música gospel que ataca de profetiza do apocalipse em véspera de eleição, que é também pai de criação de um rapaz gay – e muito bem resolvido com isso. Bem resolvida com a orientação sexual do rapaz também é essa família. Quer dizer… isso da porta de casa para dentro. Da porta para fora hipocritamente promove o discurso de intolerância em que não acredita, mas que é sucesso de venda.]

Para coroar esse retrocesso, José Serra, não satisfeito em tentar fazer cada perninha de cada viagenzinha gerar manchetes – por que será, né? – não quis desagradar a base obscurantista do governo. Assim, fez mais mal ao Itamaraty, obrigando-o a emitir nota abjeta sobre o massacre que não menciona homofobia.

Oi?

Corretamente agiu a Presidente legítima, aquela que derrotou Serra nos tempos em que escolha de governo cabia ao povo. Dilma emitiu nota contundente pontuando claramente a dimensão de intolerância religiosa e homofobia do massacre, o que José Serra tentou esconder com o seu “trololó”.

Por dica da amiga Elaine, chego a um post de uma jovem de 17 anos, Thabata Riani, no Facebook. Lendo-o, quem poderia adivinhar que a autora não é sequer maior de idade?

Forma e conteúdo irretocáveis, que José Serra seria incapaz de articular aos 8 ou 80 anos. E tampouco em todo o intervalo no meio desses extremos.

Uma mosquinha me contou que Thabata tirou 940.00 na redação do ENEM.

Mentira… não foi uma mosquinha não. Foi uma coruja: a Professora – e amiga – Elaine. Ela contou que teve “o privilégio de começar com essa turma no início do colegial” e que desde cedo partiram para “as artes cênicas e debates para a construção do cidadão”. Mas Elaine observa:

– Alguns já vieram prontos. Thabata veio pronta.

Diante da indizível dor de um exercício de proto-genocídio, deixo então, como prece, minha homenagem à educação e aos educadores. Assim, volto hoje à discussão de ontem, sobre a relação mestre/discípulo, proposta pela Maria Montes no post “STF, ouça o latim que presta: requiem aeternam missa pro defunctis (cantada e rezada para si)”.

Caso queiram ler sobre a vivência que tive numa escola pública de qualidade, e sobre os mestres que lá me marcaram para sempre, vejam o post “Selfie com Bolsonaro: prova documental da falências dos valores”.

Um dia a gente consegue levar um exército de Profas. Elaines, Rosalinas, Rosanes e Celéias a todas as crianças do Brasil. Às pobres, mas também às ricas. Porque todas, independentemente de classe social, estão em recuperação na disciplina Humanismo.

Alguma dúvida de que a universalização de um currículo humanista, desenvolvido por profissionais de tal quilate, faria massacres como esse de Orlando coisa do passado?

* * *

Atualização:

Sou corrigido pela Profa. Elaine, que detectou grave omissão no texto. Elaine fala não em tom professoral, mas quase missionário. Lembra ela:

– A escola conta com uma direção inovadora, gostaria de dar crédito a ela também. A forma como gerencia a escola faz toda a diferença. Tenho liberdade de fazer projetos e debates que levam os alunos a pensar de forma mais cidadã. As diretoras Marinalva e Viviane fazem projetos fantásticos!

Registro feito.

Mas…

A lição foi aprendida?

* * *

Para fechar com esperança a minha parte do post, antes de passar para o pedaço do futuro aí debaixo, recorro ao registro em imagem da missão de vida da Profa. Elaine:

Desse Brasil eu sinto enorme saudade.

* * *

Atualização (2):

Prefiro filho terrorista, morto e assassino a filho viado”

Informações preliminares levantadas pelos investigadores dão conta de que o carrasco proto-genocida de Orlando teria inclinações homo ou bissexuais. Isso porque frequentava amiúde a boate cujo chão encharcou de sangue e usava aplicativos para conhecer homens gays. Testemunhas dizem que em outras oportunidades ele agia como qualquer outro frequentador: à vontade, falando com conhecidos e até mesmo fora uma vez acompanhado de outro homem, para assistirem juntos a um show naquela boate.

Ou seja, há agora duas hipóteses que podem ou não convergir: a hipótese de motivação terrorista, sob inspiração do grupo Estado Islâmico, e a hipótese de homofobia secular, na modalidade “autofobia”. Nessa hipótese, como disse um seguidor meu no twitter, o atirador teria tentado exterminar na boate aquilo que não conseguiu matar dentro de si.

“Ah, mas então nós heterossexuais do ‘orgulho hétero’, que nos opomos às reivindicações de cidadania dos LGBTs, não temos nada com isso… era apenas um gay (mais) doente!”

Desculpa, esse discurso não vai colar não.

Caso vivêssemos na tal sociedade com mais Humanismo e com direitos das minorias conquistados e consolidados – e não ameaçados! – ninguém chegaria a tal grau de ódio por si mesmo apenas por ser gay.

Quer entender melhor esse grau de ódio, com o qual o atirador cresceu?

Segundo o Guardian, seu pai, quando perguntado sobre os rumores de que seu filho seria gay, respondeu:

– Isso não é verdade. Por que, se ele fosse gay, faria isso?

Não vou respeitar a cegueira semi-voluntária do pai e, dessa forma, traduzirei a fala livremente como:

– Prefiro filho terrorista, morto e assassino a filho viado!

Diante desse depoimento, que leva a homofobia ao paroxismo, entendem por que a única saída é a educação, em todas as suas dimensões?

***

Do Facebook de


Thabata Riani





Demorei a me pronunciar sobre o massacre na boate lgbt em Orlando, pois é algo que não entra na minha cabeça, algo que ultrapassa a minha compreensão, e que por mais que eu tente, não consigo me colocar no lugar do homem que matou todas aquelas pessoas sem motivo algum.

Me sinto triste e impotente, tantas vidas/sonhos foram destruídas por causa da intolerância, do preconceito, de doutrinas que deveriam pregar o bem, mas o ser humano só leva em consideração a parte do ódio, do repugno, do que eles pensam ser anormal…

Sinto lhes informar que temos parcela de culpa sim, nas mortes de orlando, e em todas que acontecem diariamente no Brasil e no mundo. Enquanto aceitarmos essa sociedade preconceituosa, enquanto criticarmos a sexualidade/gênero dos outros , enquanto nos calarmos em meio de tanta hipocrisia, compactuamos com a violência. Por isso, amiguinhxs, se você aceita político que quer doutrinar as pessoas em religião X, se você ri de piadinha homofóbica, se você vota em político lgbtfobico, se você tem atitudes que podem oprimir de alguma forma a comunidade lgbt, você também é culpado, e não me venha colocar a culpa no estado islâmico, pois nossa bancada evangélica tá aí mostrando que não precisa ser islâmico para ser intolerante.

Enfim, gostaria do fundo do meu coração que vocês refletissem sobre o assunto. Não precisa ser gay, lésbica, bi, trans, não precisa nem achar correto também , você só tem que respeitar e cuidar da SUA vida, você só precisa entender que independente do que você acha e do que você gosta, são seres humanos LIVRES que tem seus direitos e deveres como qualquer pessoa. Se você não gosta que tire os seus direitos, não tire o dos outros!

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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