Desmonte do Brasil e pedagogia do trauma: adianta os pais, por cima, combinarem que os filhinhos não vão mais fazer caca nas calças?



Desmonte do Brasil e pedagogia do trauma: adianta os pais, por cima, combinarem que os filhinhos não vão mais fazer caca nas calças?



Comentário ao post: “Democracia boa é a que nos dá razão”: redes sociais, pós-verdades e a irreverência dos invasores bárbaros.





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Olha… Quanto às decisões tomadas pelo povo dentro de um sistema supostamente democrático…



<<penso como minha esposa em relação aos nossos filhos: quem não aprende pelo amor, aprende pela dor>>

Vamos todos nos ferrar aqui no Brasil por conta desse aprendizado?
Sim, vamos todos. À direita e à esquerda. Os pró e antipetistas. Os bolsominions e os que não são.

E com toda a dor que isso vai causar e não entendendo como os pais de minha geração – os “filhos do nada”, como descreveu uma antiga paquera – podem ter rifado a vida de seus próprios filhos, ainda acho isso melhor do que a alternativa da epistocracia.

Propostas como essa assumem que o único defeito da democracia é o ser humano, o qual deve ser “suficientemente evoluído” para ser útil a si mesmo e à sociedade e à própria democracia. Ora, já houve diversas tentativas de acelerar a evolução do homem, à esquerda e à direita, e ambas as direções resultaram catastróficas. Não aceitar a falibilidade da humanidade talvez seja a maior falha do ser humano.

Por isso, não tenho a menor pena das pessoas com 25, 30 e poucos anos e mais que ajudaram quase unanimemente a colocar Temer e sua corja no comando do Brasil e que dia sim, outro também fica incensando a LJ. Um dia entenderão que suas decisões foram equivalentes a estourar uma bomba atômica no pé. Bem feito para eles. Vale aqui outro ditado: “cuidado com o que você quer, porque você pode consegui-lo.” 

De resto, não sei de onde vocês tiraram essa ideia de que “físicos, etéreos e cheios de epifanias, são espiritualistas e místicos.” Convivi com muitos deles durante minha graduação (em física, hehe!) e eles eram tudo, menos “místicos e espiritualistas”. Até porque o que mais se ensina no curso de física é o senso crítico e o questionamento – pelo menos, foi um valor que levei de meu curso de física. Foi justamente a física que me convenceu da desnecessidade de um deus – cuja presença nunca fui capaz de sentir em minha vida, de qualquer maneira.

A única crença que tenho é que um dia os alienígenas chegarão ou para impor a paz universal ou para acabar com tudo, no melhor estilo Independence Day. 🙂 



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O próximo bate-bola a ser subido é sobre um futuro distópico. Não no estilo “Independence Day”, mas “Elysium”.

Mas de fato, na conta do “imponderável”, “pelo qual rezamos”, podemos colocar tb os E.T.s, por que não? Rs

Se não for um “Space Jesus” chegando para nos redimir, talvez um “Independence Day” não seja tão ruim para dona Gaia.

*

Sabia que eu fiz “iniciação científica”, ainda no segundo grau, em física, no CBPF??

*

Enquanto deu, eu, na minha curtíssima segunda vida – de blogueiro e articulista, tentei apontar saídas para evitar chegar até aqui. Ou, ao menos, para reduzir os danos de uma derrota que, por todas as circunstâncias (uma “tempestade perfeita”), era difícil de evitar.

A insistência do Nassif em falar de que, “em algum momento”, será necessário o tal “grande pacto nacional”, “carreado por FHC e Lula” (??), tb vai nessa linha.

Mas ~ hoje ~ estou bem descrente numa saída costurada “por cima”, para evitar a tragédia.

Pegando a sua metáfora de pais e filhos:

<<Adianta os pais, por cima, combinarem que os filhinhos não vão mais fazer caca nas calças?>>

Fecho repetindo o seu início:

“Quanto às decisões tomadas pelo povo dentro de um sistema supostamente democrático, penso como minha esposa em relação aos nossos filhos: quem não aprende pelo amor, aprende pela dor. Vamos todos nos ferrar aqui no Brasil por conta desse aprendizado? Sim, vamos TODOS”.



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O lance de “dar de ombros e abraçar o paradoxo” não é muito diferente de, em física, aceitar certas verdades fundamentais que são frequentemente demonstradas por experiências sem que saibamos o porquê de elas acontecerem. 

Por exemplo, Einstein foi consumido até o fim de sua vida pela necessidade de demonstrar que a mecânica quântica era um caso particular da realidade, a qual seria representada por uma teoria ampliada da relatividade e que ele nunca conseguiu encontrar. No final, o que se descobriu é que a mecânica quântica ERA a realidade – simplesmente porque ela conseguiu explicar fenômenos que a teoria da relatividade não conseguiu. 

Então, a menos que a solução de um paradoxo esteja mais ou menos à vista, já descobri que é melhor abraçá-los em nome de minha sanidade mental. Algumas coisas nunca farão sentido mesmo, ver meu comentário acima sobre o povo atirando no próprio pé. Com uma bomba atômica.



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Isso aí…

Aliás, alguém me ajuda a lembrar de qual livro é essa passagem da “arrogância de dar a outra face”??

De qqr forma, recomendo (muito!) os 3 livros!!



*



Lembrando um post passado…





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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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