Histórico: o primeiro (grande) debate presidencial da França

Histórico: o primeiro (grande) debate presidencial da França

Por Romulus

– Pela primeira vez na História há um debate presidencial na França ainda no primeiro turno, reunindo os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas (de onze no total). Antes, houve apenas debates de segundo turno (obviamente com apenas dois candidatos).

– Igualmente, pela primeira vez a Frente Nacional participa de um debate (em 2002 Jacques Chirac recusou-se a debater com Jean-Marie Le Pen no segundo turno).

– Mais de 3h de duração com audiência altíssima: 10 milhões de telespectadores (num país de 67 milhões de habitantes), 50% de share (oh, inveja…).

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De notar:

– A timidez (um tanto constrangedora) do antes (tão) altivo François Fillon (candidato da direita), sob a “Espada de Dâmocles” do processo judicial movido contra si e sua família. Pisava em ovos… parecia temer que a qualquer momento algum candidato ou jornalista soltasse a “lâmina” sobre a sua cabeça. Lembrava o abatimento do Lula de 89 após a instrumentalização de sua filha Lurian pela campanha de Collor dias antes.

– A polarização precoce entre Marine Le Pen e Emmanuel Macron, que concentraram, inclusive, os ataques dos demais adversários, “periferizados”. Dois polos: Marine, pintada como a “besta-fera anti-globalização… a candidatada do ‘caos’ da saída do Euro e da União Europeia”; e Macron, pintado como “o candidato do capital, da globalização e do status quo… enfim, da França que vai bem”.

– A sorte (sempre!) sorrindo para Macron, ~sorte~ado para fechar o debate com sua mensagem de encerramento. O “neófito”, que nunca disputara sequer eleição para o grêmio estudantil, desviou das cascas de banana e manteve-se seguro diante dos assaltos dos outros quatro candidatos, todos raposas profissionais da política, com décadas de currículo. Sua juventude, no entanto, ficou ainda mais evidente na confrontação. Será isso bom ou ruim??

– Analistas da mídia mainstream dão hoje Macron e Le Pen como os candidatos que teriam conseguido se destacar. Não é falso… mas não deixa de ser a combinação de candidatos que a mídia ~quer~ ver no segundo turno.

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Dúvida perturbadora:

– Estará a mídia correta na sua torcida, ao dar como ~certa~ uma vitória de Macron sobre Le Pen num eventual segundo turno?

A propósito, vale lembrar esta esquete do SNL de 2015… um ano (!) antes da eleição americana do ano passado. Nela, Hilary Clinton comemora ao saber que Donald Trump (“ele?!”) seria o seu adversário: “ha-ha! Finalmente serei eleita presidente!”.

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Haverá mais 2 debates. Mas, dessa vez, ambos com os onze candidatos.

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Extratos:


– Le Pen vs. Macron (1):

– Le Pen vs. Macron (2):

– Bis da “punch line” de Le Pen sobre Macron – “é o vazio absoluto… capaz de falar por 6 minutos sem que se retenha qualquer coisa da sua fala”:

– Análise do Le Parisien:

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Preguntas:


– A falta de substância, a fluidez e a vontade de não se comprometer “nem com uma coisa nem com outra” de Macron resitirá a um segundo turno, com debate mais profundo, diante de uma muito bem definida Marine Le Pen?

– Caso a sua indefinição fique evidente ~demais~, mesmo assim a rejeição a Le Pen ainda será suficiente para garantir a vitória de Macron? (ou melhor: a ~derrota de Le Pen~ ?)

Oremos, Senhor!





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Entenda a disputa:

(http://www.romulusbr.com/2017/03/impotencia-diante-da-trumpizacao-global.html)

Achou meu estilo “esquisito”? “Caótico”?

– Pois você não está só! Clique na imagem e chore as suas mágoas:

(http://www.romulusbr.com/2016/12/que-poa-e-essa-vol-2-metalinguagem.html)

(http://jornalggn.com.br/blog/romulus/que-p-e-essa-ora-essa-p-e-romulus-por-o-proprio)

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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.