A esfinge Ciro Gomes: “devoro-te (politicamente) ou metralho-te”. Palavra de coronel!

Publicado 16/5/17 – 8:13
Atulizado 16/5/17 – 13:00

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A esfinge Ciro Gomes: “devoro-te (politicamente) ou metralho-te”. Palavra de coronel!



Por Romulus



Ciro Gomes, em passagem pela Inglaterra para a “Brazil (vira-lata) Conference”, deu entrevista à BBC Brasil em que deixa transparecer a sua estratégia político-eleitoral, visando (ao incerto) 2018.



Analisei, junto aos leitores, ontem no Facebook:



A estratégia de Ciro Gomes vai se dividir então em 3 eixos:



(1) Apontar que a perseguição a Lula só o fortalece;



(2) Tentar colar Lula à agenda do golpe (“foi ele quem colocou o PMDB na linha de sucessão”); e



(3) Apontar – corretamente – que a vitória de Lula não pacificará o país, seguindo-se 3o, 4o, 5o, …, “n” turnos .



Mas…


(1) Quem faz o massacre a Lula não ouve a razão há muito tempo. A Globo não quer agora ~prender~ (!) a Dilma por rascunho de email (!!) fajuto?? Para eles é tudo ou nada. Não tem volta. Apostaram todas as fichas;



(2) Ciro pode apontar – corretamente – que foi o (excesso de) impulso conciliador de Lula que abriu as condições institucionais para o golpe (nomeações para vice-presidência, PGR, STF, PF…).



Mas e daí?



De lá para cá o golpe se voltou contra ele: na pessoa física (perseguição implacável) e na “jurídica” (destruição do seu legado).



O povão se lembra com saudade dos anos Lula e não o associa em ~nada~ à agenda do golpe. Pelo contrário: é justamente na comparação com os anos Lula que ele cresce e que a rejeição ao golpe aumenta.



Quero saber quantos eleitores o Ciro Gomes vai convencer com esse argumento “político-causalístico” aí…



(3) Sim… Lula não pacificará o Brasil ganhando não… mas dos que estão aí colocados como pré-candidatos, quem pacificaria??



Bolsonaro?



Dória?



Marina?



O próprio Ciro??



As pessoas já estão radicalizadas – no Brasil como no mundo. É inerente ao espírito do tempo.



Repeteco (nov/2016):



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Voltando:



Para o bem ou para o mal, não existe mais “pessoa de consenso” capaz de promover a “união nacional”.



Muitos – até eu mesmo – julgavam que existia um tanto de rejeição pessoal nos ataques ao governo Lula pela mídia, em virtude do preconceito de classe. Veio a Dilma – família remediada, pai europeu, falante do francês, nível superior, etc. – e nada mudou. O problema (maior) é a agenda mesmo… não o seu portador! (problema sim, mas menor)



É verdade… vai ter 3o, 4o, 5o, …, “n” turnos se o campo popular ganhar a próxima eleição presidencial…



Mas ~não~ ganhar significa seguir na implementação da agenda do golpe (liberalização extrema).



Em velocidade menor (p.e., Marina) …

… ou maior (p.e., Dória).




Essa a questão: os patrocinadores do golpe não aceitarão nada que não seja isso. Como disse acima, não se ouve mais a razão há muito tempo.



Então…



Ou a gente continua lutando na oposição contra essa agenda – o que não nos trouxe nenhuma vitória significativa ~de fundo~ até o momento – ou passamos a fazê-lo sentados na cadeira de Presidente da República.



(Como quando – segundo o próprio Michel Temer em NY – Dilma Rousseff em 2015 recusou-se a implantar o programa “Ponte para o Futuro”, que agora está aí, resultando no início da sua destituição)



Oposição ineficaz ou cadeira de Presidente…



A escolha parece obvia, não??



A tentativa de Ciro Gomes de se colocar como um “pós-Lula”, capaz de “recosturar o tecido social rasgado” seria ingênua… se não fosse esperta!



*



Ressalvas



Evidentemente ninguém sabe hoje se haverá eleição / ~presidencialismo~ em 2018. Muito menos se seriam livres e se Lula poderia disputar.



Não é difícil imaginar por qual combinação desses fatores torce Ciro Gomes, não?



“Sim”: eleição / presidencialista / livres (se não tiver composto com o Poder).



“Não”: Lula podendo disputar.

*


A chamada da BBC:





Vídeo:



*



Algumas reações:



Romulus: “União das esquerdas”, né, Ciro Gomes?? 😉



Tania: Ele só teria uma chance se fosse o indicado de Lula. Mas, espertamente, quer se distanciar para abocanhar uma fatia dos psolistas e outros. Aonde isso vai levá-lo?



Passou por 7 partidos e é a Lula que falta identidade partidária? Essa é boa!



Zeca: Ciro está mudando ao sabor dos ventos, mas não em seu sentido. Vai contra os ventos q empurram Lula a cada dia como única solução vista por muitos para travar o retrocesso. Ciro corre paralelo a Lavajato, esperando q ao final seja o único a chegar e ocupar as duas raias, sua e do Lula. Jogo arriscado.



Valdir: Vamos por partes, ele faz um “bom” serviço quando desconstrói os demais candidatos, o que indica baixa possibilidade de se unir a eles contra o indicado de Lula.



Romulus: Ótimo… e cadê a construção ~dele mesmo~ e a desconstrução da sua rejeição de… 50%? O piso dele de votos ta igual ao do Dória, não? 1 dígito!



Valdir: O que acontece toda vez que ele bate no Lula?
Ele se nivela aos de direita, agregando aliados a ele, e o Lula por outro lado cresce. Tendeu?



Romulus: sei não… o filme dele é queimado na direita também. Mesmo porque é uma metralhadora giratória. E não é de hoje!



Valdir: Sim, ele atira mesmo, mas observe o que ele usa em seus apelos, nacionalismo, desenvolvimentismo e estado equilibrado, quem mais aborda isso?



Romulus: Entendam: não descarto ele como um recurso para o campo progressista. Só quero analisar a estratégia dele. O discurso dele é ótimo mesmo. Mas… é “discurso”, né?



Dorotea: Ainda considero os ataques ao governo Lula decorrentes do preconceito de classe, a despeito de Dilma – família remediada, curso universitário, pai europeu – ter sofrido o mesmo nível de ataque (acrescidos do fato de ser mulher).
Me identificando com ela quanto às origens, nível educacional superior, etc. identifico nos meus pares uma perplexidade quanto ao apoio a Lula, como se fosse uma traição à classe social, ao grupo de médicos (pressões corporativistas), etc. Como apoiar um sujeito q nem sabe falar português?! Aqueles que entendem as diferenças de agenda entre esquerda e direita, menos da 20% dos que têm essa rejeição, estimulam esse discurso raso e pernóstico pq sabem que cola.



Romulus: Sim, todos nós “bem-nascidos” somos tratados como “traidores”. Não é diferente no meio jurídico.



Maria: A observação da Dorotea e dos demais é absolutamente pertinente. O corte de classe pra essa gente fala mais alto que todo o resto. Ou desqualifica (Lula) ou responde por traição (Dilma).



Dorotea: Ciro sabe disso – preconceito de classe – e quer, como o PSOL, a Marina, achar a terceira via. Vamos ver se ele mantém a sua promessa de não se candidatar caso Lula se candidate.



Romulus: vai manter sim. Não por lealdade mas por inviabilidade eleitoral. Sem o 1/3 lulista ele fica com 1 dígito. Se bobear, até no Ceará! rs



Cláudio: Concordo com item 3, mas a esquerda com ou sem Lula ou Ciro, só com eleições, e não as haverá, é o objetivo do golpe. O q Jucá afirmou é sério, tem apoio dos chefes militares e STF. É por isso que os políticos estão votando contra os eleitores, serão mantidos. Todas essas forças já foram devidamente contempladas p garantia do golpe!



Piero: Na minha opinião, se não houver essa solução exterior, tipo-Huck, vão construir a Marina, dessa vez por querer. Ciro já era….



João Antônio: Estratégia errada por parte do Ciro Gomes, que tenta conquistar um eleitorado “murista” e moralista da Marina sem sucesso.



Dorotea: Posso estar errada, mas de qualquer maneira, acho que em termos de agenda política o Ciro se assemelha mais ao Lula e o PT, que a Marina e a Luciana Genro.



O que me parece ser o seu grande problema é ambição pessoal, não conseguindo ver quando é o seu momento e esperar por ele.



Ele é um tipo de Eduardo Campos, ou mesmo (mas não tão burro) Marta Suplicy.



Romulus: O problema é que, em tese, esse seria “o momento dele” com a inviabilização de Lula. Acontece que Lula continua viável eleitoralmente, se não salvo do tapetão. E, ao mesmo tempo, o Ciro Gomes não consegue se viabilizar, o que deve deixar ele danado.



Para piorar tudo, ele tem uma “qualidade” que não pertence a grandes políticos: guarda mágoas e rancores.



Ele mistura “sacanagens” que sofre na pessoa “jurídica” por circunstâncias políticas – como Lula e Eduardo Campos se acertando para ele não ter legenda para disputar contra a Dilma em 2010 – com a pessoa física. Leva para o pessoal.



Dorotea: Assim ele fica parecido com o Dudu e a Martha. Periga acabar no PMDB, kkkk



Raul: O que seria “pacificar” o país? Calar um dos lados? Dialogar com ambos os lados? Esse tal pacificar não é possível nesse momento. Isso é algo que só é possível em longo prazo, com um trabalho de base e com a redução das desigualdades.



Romulus: Totalmente de acordo.



É uma coisa bonapartista: o “homem providencial”.



Dorotea: Obviamente, o termo “pacificar” não combina com o temperamento de Ciro. Esse cara nunca deve ter se deitado num divã e, se deitou, não se conformou com a notícia, e brigou com o analista.



Mais provável o Lula, apesar de tudo o que sofreu, tentar conciliar e procurar consensos.



Ciro (não o Gomes!): “pacificar” o país é não ser absolutamente rejeitado por pelo menos 49% da população. Se 51% da população te aprova (com ressalvas) mas 49% da população te odeia com toda veemência, você não consegue governar. Uma rejeição “TOTAL” de uns 40% da população já considero um país “pacificado”. Não é só questão do “nível” estatístico de rejeição, mas a virulência dessa rejeição, especialmente considerando que nenhum presidente jamais terá maioria programática no parlamento, uma vez que o parlamento é dominado por tudo, menos por programas…



Obama, por exemplo, conseguiu “pacificar” nesse sentido polarizado. A rejeição foi extrema por parte de uns 30-40% da população (especialmente no segundo mandato), mas conseguia uma maioria que pelo menos não desaprovava completamente que ele se mantivesse no poder.



Meu único comentário é que (3) – “Sim… Lula não pacificará o Brasil ganhando não… mas dos que estão aí colocados como pré-candidatos, quem pacificaria??” – existe sim, é o que acaba sendo o “Macron” neoliberal ma non troppo que se demonstra aqui no Brasil pela Marina Silva. O problema é que a Marina é a Marina…



Dorotea: A análise da Marina pelo Ciro, ela ouvindo todo mundo e subindo a montanha para rezar e decidir sozinha, é hilária. ? Nunca mais vou ouvir o nome dela sem imaginar esse cenário e dar muitas risadas.



Maria: Romulus, você se lembra de uma entrevista do Ciro lá pelo fim do ano passado, uma das primeiras em que se falava de eleições e candidatos? Na ocasião, discutimos praticamente todos esses pontos. Talvez
valesse a pena republicar, pra ver o que já estava anunciado e o que mudou agora…



Aqui (dez/2016):



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Ciro: O que vocês acham dessa entrevista do meu xará Ciro Gomes?





Tania: Ele impressiona pela clareza e convicção quanto ao diagnóstico – já bem conhecido de todos nós, é verdade – e das soluções que propõe. A meu ver, pode ser uma liderança viável do lado progressista, desde que consiga agregar um apoio nada óbvio na esquerda ainda atarantada com os ataques sofridos. O que ele diz de Lula faz todo sentido. A rejeição construída pela mídia atrapalharia muito a sua penetração nas camadas mais influenciadas pela mídia, apesar de manter ainda um grau elevado de popularidade. E vai continuar sendo boicotado. Além desses fatores, ele demonstra um grande domínio das questões telativas à economia. Por outro lado, tem um temperamento difícil, nada conciliador, e isso causa dificuldade em termos de diálogo e conciliação.



Ciro – Eu gosto da maioria dos diagnósticos e soluções dele, não gosto de outras, é natural isso.



<<Mas no fundo é um coronel:
com o decorrente autoritarismo
que isso implica>>



Maria: Começo concordando com o Ciro – é um coronel com todo o autoritarismo que vai nisso – e depois com a Tania. Clareza, convicção, experiência são altamente positivos. Discordo com relação ao Lula. Faz certo sentido o que diz do Lula da perspectiva de uma campanha dele que queira ganhar apoio dos zumbis da midia ou dos coxinhas. Dizer isso agora, em 2016, no momento em que o desespero de pegar o Lula chega quase ao delírio, me parece um erro, coronelismo casca grossa travestido de franqueza ou puro oportunismo.
Se a mídia tenta transformar Lula num leproso moral, cujo contato pode ser perigoso, assumir essa postura não tem nada de progressista. Se não quer queimar chances eleitorais, pelo menos não diga nada agora, a 2 anos de eleições que nem temos certeza de que serão realizadas. Não acho que o Lula “mantém ainda um grau elevado de popularidade”.
Ele é o único líder popular deste país, simples assim. Isso as pesquisas eleitorais confirmam teimosamente a cada rodada, apesar da mídia. Lula encarna um projeto inteiro de esperança, por ser quem é, pelo que já se comprovou como realidade em seus governos.
Acho uma tragédia se, para se eleger, Ciro precisar da amargurada destruição dessa imagem para uma parte significativa do povo, que então terá sido integralmente transformado em coxinha pela mídia.
Nesse caso Ciro será ouvido pelo autoritarismo coronelístico de sua fala, não pela mensagem progressista que poderá trazer. E convenhamos que, pra falar pra uma direita autoritária, ele tem concorrentes sérios.
Por isso acho um erro político – mesmo pra oportunismo estaria fora de hora – tratar de qualquer coisa referente ao Lula agora. Fique quieto, fale vagamente que foi um bom presidente, como coisa longínqua do passado, sem precisar entrar na carnificina da destruição de sua imagem.
Muita água ainda tem de passar debaixo da ponte até as eleições (se houver…), daqui a 2 anos. Se mais tarde o consórcio jurídico-mediático do golpe tiver finalmente conseguido assassinar Lula, então, aí sim, por cálculo político justificado, trate de juntar-se ao coro para falar mal dele.
O que chamam de pavio curto ou temperamento difícil do Ciro é apenas o lado digamos mais civilizado e apresentável do coronelismo autoritário que atrapalha até mesmo sua ambição política. É isso ou nada. Take it or leave it. E aí, nesse terreno, mesmo sendo um idiota, Bolsonaro periga ter mais cacife que ele…



Ah! Esqueci do outro lado do apelo do discurso do Ciro. É o radicalismo meio moralista que agrada a certos setores que se pretendem mais à esquerda da “conciliação de classes” promovida pelo PT lulista.
Lembrem do Freixo que aceitou a contragosto o apoio do PT, à condição de Lula não aparecer em palanque. Mesmo nossa querida Giselle, mais militante, radical, idealista e Pollyana impossível, tem reservas ao Ciro – um discurso de extrema esquerda que serve de espelho para ser apropriado pela extrema direita, diz ela.
Há um elemento indisfarçável de classe nesse apelo que complica bem as coisas, como se comprova pelo mapa eleitoral do Rio que deu a vitória a Crivella.
Onde funciona, é em ambientes progressistas radicais de classe média. Nos subúrbios chocou-se com o conservadorismo popular e, no limite, o radicalismo de extrema direita.
No caso do Ciro, se o radicalismo moralista de seu discurso fosse pra ter apelo popular, me parece que seria mais para esses segmentos de direita, pelo seu aspecto autoritário, não pelo seu lado progressista. E nesse campo, como eu já disse, a concorrência não é pequena.



Ciro:  é verdade, me parece que ele aposta é em conquistar a esquerda (pela falta de opção) e nessa direita que-não-sabe-o-que-quer. Na página de fans dele dá para se ver que há muita gente que é de direita, uns bolsominions que procuram alguém com discurso “ordem e progresso” nacionalista um pouco mais consistente do que o do mito (como eles chamam)



Maria: Com discurso que agrada extrema-esquerda querer ganhar a direita menos fascista… hum…não é uma mistura explosiva? Mas de repente me ocorre um pensamento sinistro ! Será que no seu “discurso isentão” você acaba tendo razão quando sugere que a distância não é tão grande assim???!!! Ai, que meda!



Ciro: Especialmente depois dos anos de apaziguamento do lulismo.



Maria: Não entendi. A culpa é do apaziguamento do Lula?



Ciro: Não, era só concordando com vc. Mas para isso vingar ele ia precisar do fracasso do projeto neoliberal e talvez isso explique pq ele não defende as diretas já.



Maria: Se o Lula tivesse um discurso mais radical à esquerda, teria convencido os bolsominions menos desorientados, trazendo-os para o nosso campo,, e com isso fazendo minguar o Bolsonaro? Seria praticamente uma unanimidade nacional! Se é isso que o Ciro quer, não é pouco não! E aí você tem razão, precisaria mesmo do fracasso neoliberal antes. Lindo! Acho que só faltou mesmo combinar com os russos…



Ciro: OU ele já combinou com os Russos (to brincando) mesmo, pq ele tá fazendo aquela campanha de internet direitinho….



Maria: Então só nos resta oferecer sacrifícios a Chronos, cumulá-lo de oferendas, pedindo que alinhe em sincronicidade os vários tempos desses processos… Aí até eu tiro um novo título de eleitor pra votar nele!



Rô: Gente, bem como vocês já comentaram, é ele ou Bolso. Entre PSDB, PMDB ou PP, melhor o PDT. No momento, é o que temos.



Tem uma matéria sobre racismo no futebol e que nos remete a àquela ideia de raça pura que é a ilusão do ser humano, mas que tem um discurso muito forte. 
E é aí que tenho medo do Bolsonaro.



E sobre a entrevista, eu achei bem pé no chão. Ele é muito franco, tão franco que fala realmente o que dá vontade e nem sempre agrada. No pé que estamos, nesta vergonha, com nada funcionando, meu voto é dele, antes ele que o Moro, Aécio, Bolsonaro, FHC e algum outro que venha a se candidatar. 

E o PT vai precisar tomar fôlego, começando por uma mudança na presidência e repensando em suas alianças e seu jeito de fazer política. 

(eu nunca imaginaria que um dia da minha vida estaria escrevendo isso sobre o PT, até porque peguei leve, porque aquela eleição do presidente da Câmara eu ainda não digeri)



O Ciro Gomes matou a pau neste vídeo. A elite quer FHC ou o Moro, se o Moro quiser ser presidente, a globo faz o resto. 
Se bem que no vídeo ele deixa claro quem é FHC e quem está por trás do golpe é ele com toda certeza.



Mas mesmo não gostando de ouvir umas verdades, vamos aos pecados do PT. Por que colocar o Temer como vice da Dilma e mais, por que o PT em SP se aliou ao Maluf, fazendo com que Erundina saísse do lado do Haddad? 
Gente, o Ciro Gomes falastrão, mandou ver em todo mundo e sabemos que o Lula “precisou” fazer péssimos acordos/ alianças.



Giselle: Sem me contradizer, hehe! Gostei da entrevista do Ciro, falou muito serenamente e cm sempre c muito embasamento. Não havia pensado ainda sobre o Lula candidato em 2018, achei as ponderações de Ciro importantes e tendo a concordar com ele, hj considero que não é o ideal.
Porém, acho um absurdo ele continuar dando valor a Lava-jato cm se ela não estivesse no processo do golpe, tb senti falta da responsabilização desta operação no caos econômico e no agravamento da desindustrialização que vivemos. Considero q a postura hj da mídia e da Lava-jato em relação ao PMDB nada mais é do q mais uma etapa do golpe.
Afinal, sempre soubemos que o objetivo era voltar com o PSDB ao poder, sem q ele seja responsável pelas “medidas neoliberais amargas”, e, quem sabe vire o PRI – México.
Discordo q manter o rito constitucional irá trazer a democracia novamente e a funcionalidade da Constituição de 88, principalmente, depois de toda a demonstração de casuísmo jurídico irresponsável de todos os agentes do sistema judicial(PF/MPF/JUD).



Ciro: É muito difícil saber distinguir o que pensa o Ciro-Candidato do Ciro-Analista. Ciro-Candidato obviamente quer elogiar LJ que hoje em dia goza de ampla popularidade… será que Ciro-Analista concorda com isso também? E lembremo-nos, LJ pode fazer um bom trabalho de “limpar o caminho” para ele em 2018…



Maria: Se ele é candidato, só sobra o Ciro-Candidato, que fala o que é preciso, o que as pessoas querem/ tem de ouvir pra se convencer. O Ciro-Analista é só a imagem da competência que dá suporte ao que ele tem de dizer, se o público alvo for esse mix que responde ao apelo do discurso à esquerda em que coxinha não fanático também se identifica.
E o Ciro está certíssimo, é isso mesmo que tem de fazer para assegurar o seu lugar na arena sangrenta em que irá se dar a disputa eleitoral em 2018.
O Ciro-Analista talvez você pudesse encontrar num coquetel de evento cultural ou num happy hour em um bar chic. Mas mesmo aí eu duvido que ele dissesse a verdade, toda a verdade e apenas a verdade sobre o que pensa da situação atual. Isto é o reino da política, não o do dever ser abstrato da ética e dos princípios.



Zeca: Está tudo muito confuso. O vácuo atual é perigosíssimo. O Ciro tenta ocupar aquele espaço q está sempre à disposição do discurso fácil, radical, contra tudo e contra todos, que teve seu ápice na Alemanha pré guerra. Hj sobram poucos nomes e ele tenta desesperadamente agarrar a chance. Tenho extrema curiosidade em saber como virá a Marina, q há um bom tempo silenciou, qdo percebeu q não havia uma nau livre de tempestades, nem a direita e nem a esquerda. O Flavio Dino acaba de ser pego de surpresa com o PCdoB envolvido na famigerada lista. Sabe o q penso? O imediato futuro está mais para alguém q saia do PT e forme novas fileiras (poderia estar tb para alguém do judiciario, mas isso poderia cheirar a oportunismo e não daria certo).



Maria: Credo, Zeca! Concordo que o vácuo é um perigo e que Ciro tenta ocupá-lo, embora ache que o cálculo político do discurso dele é bem mais sofisticado do que a facilidade do radicalismo que você lhe atribui, como o Ciro (o nosso) discutiu aqui.
Onde eu me arrepio é ver você pensar em Marina, ou alguém que saia do PT e, pior ainda, do Judiciário. Isso pra mim seria a confirmação do retrocesso e a consolidação do golpe no golpe, com a instalação final da ditadura do Judiciário.
E o tal que saísse do PT pra formar novas fileiras, faria isso em nome do que? De uma posição “á esquerda” que já está bem ocupada pela pretensão do Ciro? Ou de uma concordância com o mote da Lava-Jato sobre a corrupção, exigindo a expiação do PT (e até a do PCdoB?) ao estilo PSOL?
Deus que me livre de qualquer uma dessas alternativas!



Ciro: Marina eu acho q tá fora do baralho. Se um agente político acha que a melhor coisa a fazer para preservar a sua imagem e o seu recall é ficar calado numa situação dessa, então é pq tem muito pouca confiança na sua capacidade de sobreviver a uma campanha.



E conhecendo ela (meu pai é amigo pessoal), deve estar tentando elaborar um consenso impossível na Rede, ouvindo MUITO todo mundo, para aí subir uma montanha, orar, e decidir tudo sozinha.



É um processo demorado… sabe?



Maria: Acho que as moças – Giselle e Rô – continuam pensando mais ética que política…Inventário dos erros do PT? O masoquismo da autocrítica? Deixar de lado a Erundina e trocar pelo apoio do Maluf, por quê? Pra ganhar a eleição, ora bolas! Essa que nos deu o Haddad prefeito por 4 anos. E foi a ética (ou a vingança?) da Erundina que o impediu de chegar ao 2o. turno, nos dando o Dória de presente. Belo efeito da ética, não?
Mesma coisa achar “absurdo” o Ciro não criticar a Lava-Jato. Falta perceber que a “sinceridade” e a “franqueza” do Ciro não são virtudes morais, mas parte do seu cabedal político, com o qual ele joga muito bem (e está certo fazendo isso). Dizer “a verdade, toda a verdade”? Isso é que seria “absurdo”. Insisto, isso é po-lí-ti-ca, não concurso para escolha do coroinha que ajuda o padre na missa!



Arrasadora sua análise da Marina, seu Ciro! rsrs. A imagem definitiva é mesmo essa: ouvir muito todo mundo, subir na montanha, orar e decidir sozinha! rsrs



Tania: No cenário atual, contando como quase certa a inviabilização da candidatura de Lula, Ciro é quem está na melhor posição, construindo sua campanha em cima do que aí está. Essa frente ampla de esquerda sugerida pelo Flávio Dino ainda não parece nem um pouco possível, com os partidos surgidos da dissidência do PT achando que são melhores e podem fazer mais.



Zeca: Datafolha de hj mostra Marina em todos os cenários. E ainda diminuem a impressionante subida de Lula, vencendo todos os tucanos. Maria, não comparei o Ciro, rs… mas apenas o espaço e o discurso principal, vigoroso, direto e sem meias palavras q esse espaço reclama



Tania: concordo com você nesse aspecto. Esse discurso é fundamental agora.



Zeca: Não citei Marina, apresentando-a como solução. A vejo com muito pouca força e aliançando-se com o q há de pior no cenário atual. Parte de minhas dúvidas foram desfeitas com essa pesquisa de hj. Se por um lado, acho que dificilmente ela venceria um embate politico em uma situação tão tensa e q exige tanto vigor como esta, por outro já podemos perceber q a mídia jogará as suas fichas na sua candidatura



Em tempo: o ”futuro imediato” a q me referi foi somente um exercício de bola de cristal; não minha concordância.
·
Romulus: Gente, só tô conseguindo ver as coisas muito por alto. Sem internet na maior parte do tempo (viajando de férias). Mas vi a entrevista ontem. Coincido em todo o diagnóstico do Ciro.



Mas é impossível se eleger com esse discurso.



Ele só desliza – e joga sim “para a plateia” + “oportunismo” – quando fala da anistia ao caixa 2 pra fustigar o PT.



*



Voltando ao presente:



Tania: Faz só 4 meses, isso?! Tanta água por baixo e, principalmente, por cima da ponte!



Maria: Nossa! Meu sentido do tempo tá tão pirado que eu juraria que tudo isso aconteceu faz muuuito tempo!



Romulus: É impressionante como desde o ano passado cada mês vale politicamente por um ano.



*



Bônus do Facebook no dia de ontem:



– o (zero vírgula) 1% “não erra” nunca…



– … muito menos quando sustenta ideologicamente o discurso da “meritocracia”!












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– “A esfinge Ciro Gomes: “devoro-te (politicamente) ou metralho-te”. Palavra de coronel!”

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– Sem chapéu, para o rosto ser mais bem captado pela foto.

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Achou meu estilo “esquisito”? “Caótico”?

– Pois você não está só! Clique na imagem e chore as suas mágoas:

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(http://jornalggn.com.br/blog/romulus/que-p-e-essa-ora-essa-p-e-romulus-por-o-proprio)

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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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