Esfinge fardada: as Forças Armadas e o Brasil do(s) golpe(s) – Parte II

Publicado originalmente em 15/8/2017
Republicado em virtude da “sugestão” pelo Gen. Mourão da “possibilidade” de “intervenção militar”:
– NÓS AVISAMOS!
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Esfinge fardada: as Forças Armadas e o Brasil do(s) golpe(s) – Parte II
Por Núcleo Duro
Parte II
  • O Comandante, General Villas Boas, o Exército e a sociedade civil.
  • A volta dos temas que nunca saem do ar: a Amazônia, índios, Bolsonaro, Aldo Rebelo.
  • FFAA, instituições e posição política: direita, extrema-direita, centro-direita, …?
  • Sucessão: depois do General Villas Boas, quem?


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Parte I:

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II.1. O Comandante, o Exército e a sociedade civil
João Antônio: Olha só quem apareceu nas páginas amarelas da Veja e o que disse:
21/4/2017
Por Thaís Oyama e Robson Bonin
VEJA
Segundo o general Eduardo Villas Bôas, políticos de esquerda fizeram a consulta nos dias que antecederam o impeachment de Dilma Rousseff
Trechos da entrevista:
“Hoje, em geral, não se leva em conta que vivíamos um período de guerra fria. Tínhamos China, Cuba e União Soviética exportando a revolução comunista. A estrutura de repressão foi criada como reação aos movimentos terroristas. “

” Nós temos uma assessoria parlamentar no Congresso que defende nossos interesses, nossos projetos. Esse nosso pessoal foi sondado por políticos de esquerda sobre como nós receberíamos uma decretação do estado de defesa.”

“Políticos do PT?
Não vou discriminar o partido. Mas isso nos alarmou. Percebemos que se poderia abrir a perspectiva de sermos empregados para conter as manifestações que ocorriam contra o governo.
“E o que vocês fizeram?
Procurei o ministro da Defesa, Aldo Rebelo (PCdoB), o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Isso de imediato provocou desmentidos, e o tema nunca mais foi tratado.”

“Que mensagem o Exército passa ao homenagear o juiz Sergio Moro na Semana do Exército?
É uma mensagem de apoio à Operação Lava-Jato. Nós entendemos que a operação é necessária e queremos que ela ande com a maior celeridade possível. O critério dessa condecoração, que é a Ordem do Mérito Militar, é de brasileiros que tenham prestado serviços relevantes ao pais ou ao Exército, e o juiz Sergio Moro é hoje um destaque.”

“E o único parâmetro universal para que se faça isso é o princípio ético e moral. O que me preocupa é que acho que não apareceu uma base de pensamento alternativa nem uma base que propicie o surgimento de uma liderança.”
*
Ética e moral, aqui, têm um sentido muito específico, que está ligado à noção de ~honra militar~ derivada de como a instituição se vê associada à história do país.
Esta conferência do General Villas Boas no Grande Oriente do Brasil mostra os laços fraternos que unem o Exército à Maçonaria, a partir de uma leitura particular de sua atuação histórica.
Os militares, no “mito de origem” do próprio sentido de Nação. A Maçonaria, na história de sua construção efetiva, da Independência à República, associada aos grandes “pais fundadores” como José Bonifácio de Andrada e Silva e o próprio Pedro I.
No dia 17 de março, sexta-feira, aconteceu nas dependências do Grande Oriente do Brasil, palestra do Excelentíssimo General Eduardo Dias Costa Villas Bôas, Comandante do Exército Brasileiro.
(íntegra da palestra no link)
Maria: Fiz questão de ver inteiro, palestra, rituais, bandeira, Hino Nacional e tudo mais.
O Comandante é competentíssimo e merece estar lá, infelizmente pra ele. Sabe de A a Z o que a instituição, sua história, seu lugar no presente e no futuro.
Fala à Maçonaria fraternalmente pelo lugar de ambas as instituições na construção da história do país. O que é inegável.
Quanto ao próprio Exército, entra um pedaço do mito de origem, da constituição da nacionalidade já em Guararapes, na luta contra os holandeses, com a união das três raças nas tropas sob o comando de Jerônimo de Albuquerque, Henrique Dias e Felipe Camarão.
Em muitos momentos, com relação a soberania e geopolítica, ele defende pontos de vista que poderiam ser os nossos.
O que pega mesmo é sua experiência amazônica e sua visão do “politicamente correto” como estigma que contamina toda a esquerda.
A tragédia é que ele continua a falar da Amazônia como “não integrada” ao território nacional, um “vazio” selvagem que precisa ser ocupado.
E de fato só as FFAA podem ocupá-lo, por serem a principal instituição que atende às necessidades básicas da população em saúde e até em educação, nas áreas em que as brigadas tem uma fixação mais permanente. O que é verdade na maioria dos casos para as populações indígenas e ribeirinhas mais distantes.
(usa isso até pra encobrir o corporativismo nas unidades do Sul que “não podem diminuir seu contingente” pelas mesmas razões (!) com se os pampas fossem floresta tropical inaccessível e cheia de índios!!)
João Antônio: Há um momento que ele cita o Frei Beto como maquiavélico estrategista que ensina que o ambientalismo serve para opor todas as classes ao capitalismo, o que demonstra grande preocupação em manter o capitalismo, que provavelmente se sobrepõe a diversas preocupações sociais, além das ambientais.
Maria:  Por ser a Amazônia o que é, e dada a “desgraça do politicamente correto”, a gente aceitou um tratado da OIT que garante direitos aos povos indígenas (!) e aí toda a extensão de áreas indígenas e reservas ambientais, que têm riquezas imensa no subsolo, não pode ser explorada, atrasando o desenvolvimento do país (!!).
“Quanto mais se fala em direitos indígenas, mais mortes, quanto mais se fala de ambientalismo, mais desmatamento”, e assim por diante com relação a racismo, homofobia, misoginia e direitos humanos de um modo geral.
Como se o “politicamente correto” das políticas identitárias fosse a causa desses problemas, e não a sua exposição, visibilizada pela sua denúncia (!) pelos movimentos sociais.
E o que não entra na sua fala é a constatação de que o risco do politicamente correto é a fragmentação que impede a visão de conjunto e um projeto para o desenvolvimento nacional!
Isto é, está lá como pressuposto, mas não na fala, que só joga pela janela o bebê e a água do banho, na condenação geral da reivindicação de novos direitos que sustentam os movimentos sociais.
A ambiguidade é tanta, João, que não só ele cita o Frei Beto como o próprio Gramsci, falando do velho que ainda não morreu e do novo que não pode nascer. “Isto é o melhor retrato do Brasil de hoje”.
O que ele diz com razão é que a unidade que desde os anos 30 permitiu levar adiante os grandes projetos de desenvolvimento se esgarçou a partir dos anos 80 em diante, chegando à cisão da sociedade que vivemos hoje.
Daí a prudência, em nome da manutenção da estabilidade, da unidade da instituição e de sua credibilidade, para que possa continuar como referência para toda a nação.
Isso era o que estava por trás do pedido de intervenção militar, esses valores que estão desaparecendo. Mas ela não é necessária, porque o país tem instituições que funcionam e não precisa ser tutelado.
“Sonhamos que podíamos chegar a ser uma grande potência. Esta crise, o congelamento dos gastos por no mínimo 10 anos, vai sacrificar uma geração inteira.”
De quem é a culpa? Bem, aí é melhor não aprofundar…
João Antônio: O posicionamento dele é totalmente de direita e ele escondeu para manter boas relações com o governo Dilma.
Não é à toa que ele constrangeu o Aldo Rebelo o levando a uma reunião com o Aloysio e o Caiado. E quem da esquerda achou que os militares poderiam sustentar o governo, como acontece com o chavismo, errou feio.
Maria: “Não há nenhuma proposta de inovação, o país (a direita?) não foi capaz de apresentar nenhum projeto novo (?!), a esquerda acabou nesse politicamente correto (?!), a crise vai se estender até 2018 e não surgiu nenhuma liderança nova (!!).”
Como assim?
O “velho” Lula não serve? Em que governo ele foi capaz de sonhar que poderíamos ser uma grande potência? O Celso Amorim que foi seu ministro não lhe ensinou nada?
Por omissão, o que ele diz são coisas que, sim, acabam sendo de direita, mas não acho que sempre tenha sido isso, exceto no que é próprio da história e mitologia do Exército, em especial os territórios “vazios” que lhe cabe ocupar (e com isso índios e meio ambiente são as principais vítimas).
Não acho que “escondeu” nada pra agradar um governo de esquerda.
Onde acho que você tem razão é ao dizer que errou feio quem supôs que o Exército poderia sustentar um projeto de esquerda, como na Venezuela.
E, nas circunstâncias atuais, quem pensa na instituição e sua vocação de garantidora da integridade nacional, não quer mesmo se comprometer com luta política de jeito nenhum.
O que dá nessa “neutralidade” que já é, sim, um comprometimento com a direita.
A ambiguidade está em, sim, querer ao mesmo tempo um projeto de desenvolvimento para o Brasil, porque isso é parte inescapável da história e da vocação do Exército.
Mesmo em 64, submetidos ao pacto mais desabrido com o “bloco estratégico ocidental”, eles pensaram nos grandes projetos (infraestrutura, hidrelétricas) de um “Brasil grande”.
Agora, reduzidos como vamos ser à condição de colônia, acho que o Villas Boas é inteligente e vivido demais pra não saber que não há nada parecido que seja viável.
Falando em geopolítica, ele considerava o papel estratégico que o Brasil tinha a desempenhar na AL e na África, a importância desses investimentos para a economia e a garantia da segurança nacional em termos de defesa de sua soberania, por ex. na área do pré-sal.
E falava também da estupidez de dar de mão beijada base área ou assinar o tratado de não proliferação de armas atômicas que não serviu pra nada em termos de desarmamento mundial.
Em que governo existiam investimentos na AL e na África e o Almirante Othon desenvolvia o submarino de propulsão nuclear?
Tenho a sensação de que, se o Lula e o PT são vistos como responsáveis por terem destruído esse grande sonho, é por terem se enredado e enlameado na “corrupção’ que o valente Sérgio Moro agora tenta debelar (!)
Mas vai demorar muuuuito pra gente poder voltar a sonhar…
E suma, um moralismo do senso comum, que é mais uma característica que o aproxima da direita.
Valdir: Atentem quando ele fala sobre o golpe no Lugo. Estavam fechados com eles, e eles comprovadamente com EUA. Está no Wikileaks, declarado pela embaixada, o acordo com os militares lá.
Maria: Ele fala em compromisso institucional, de solidariedade com as FFAA do Paraguai em razão de acordos de cooperação, não de apoio político ao golpe.
Vocês estão tentando pintar um direitista feroz e perigoso e eu só tentando mostrar que o cara é um militar.
Que pensa em unidade nacional (territorial e política) e, com a cisão da sociedade e a instabilidade geral das instituições, quer estar o mais longe possível da política.
Preservar-se fora do melê, como referência moral e institucional, donde a “neutralidade” que só favorece o status quo, em nome da “estabilidade”.
Mas ele já disse que o tecido social se esgarçou e o país está perigosamente à deriva. Não há projeto nacional nem novas lideranças.
Claro que gostaria que houvesse um projeto de Brasil potência que “chegamos a sonhar” que era possível.
Mas isso foi no governo “velho” do Lula, que se perdeu na “corrupção” que o Moro está denunciando, enquanto o partido do governo afundou nas políticas identitárias do politicamente correto, que não só não pensam a nação como ainda a fragmentam em conflitos setoriais.
Que “moral” (do senso comum e militar) permitiria apoiar a esquerda hoje?
E já que o governo temerário “reconhece” nosso mérito e nossas “necessidade$$” e nos “apoia” ba$$tante, por que mudar de lado?
“Eu, hein? Quero mais é estar fora, cara!”, ele deve pensar…
Só quero ver o que irá acontecer quando a inviabilidade do Temer obrigar a algum rearranjo institucional, sobretudo se a pressão das ruas por diretas já e contra o lawfare em cima do Lula provocar conflito aberto em que sejam chamados a intervir.
Aí periga que “estabilidade” volte a evocar “legitimidade” e nenhuma “moral” do senso comum permita mais “afastar-se” do Bolsonaro que não seja em nome do combate declarado ao fascismo que ele representa.
Mas até lá tem muita água pra correr debaixo da ponte, quando o bom e velho “tempo que tudo arrasta atrás de si” já tiver feito seu papel pra definir os rumos da História.
Piero: “Não temos um militar Pai da Pátria, mas a ocorrência NATURAL é essa”…
É incrível como quase tudo que ele fala (exceto a coisa da polícia, que é o dado novo) REPETE EXATAMENTE A MESMA LADAINHA QUE OUVIA EM 1990.
É exatamente isso que a Maria diz acima em seus comentários:
– Ele vê tudo pelo filtro da unidade da instituição, e dessa, por contágio ou metonímia, como a unidade da nação.
Mas há mais um pequeno dado, que talvez possamos levar em consideração.
De uns anos pra cá houve, na doutrina, uma valorização das chamadas OPSi (operações, para usar a linguagem nativa, “psicossociais”). Dissuasão e propaganda.
O centro de comunicação social e as unidades de contra-inteligência (E-2) passaram a ter uma importância crescente.
Entre outras coisas, esse sujeito passou a ter uma orientação de “marketing” muito clara (ah, se o Figueiredo soubesse…).
Ele fala muito “para o gosto do público”. Então sempre tem algo de discurso adaptado.
Ele foi comandante militar da Amazônia, numa época em que a Dilma tava com a caneta pronta para construir umas 20 hidroelétricas por lá. Não mexeu grandes pauzinhos.
Inclusive, até onde sei, pelo menos lá no Rio Negro, a relação com o ISA (ONGs, etc.) e com a FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro) era boa. Algumas vezes ele esteve aberto para falar com antropólogos.
Então precisamos ter muita cautela, até porque a posição dele hoje é outra, inclusive como subordinado do golpista. Se o golpista abrir tudo para mineração, ele vai apoiar. Se não, também vai. O jogo é muito na filigrana, como bem dizia a Maria…
Valdir: Piero, ele usou o mesmo discurso do Bolsonaro na Hebraica, com menos ódio, é o mesmo discurso do Olavo e do Ives Gandra, é o mesmo discurso da Marta Serrat, que mandou para as FFAA questionamentos sobre a OIT e os indígenas.
Piero: Pois é…
João Antônio: Percebemos que o Exército e a Maçonaria estão juntos pela Lava Jato, e que é um discurso de “completa neutralidade” que não é nem um pouco neutro, pois permite o golpe, para não tomar partido, e que “só é preocupante quando há risco de ser usado pela esquerda”, pois se for pela direita aí está tranquilo… 

O G.O.B. lava as mãos pelo trabalho das lojas que atuaram pelo impeachment, o Exército diz que não apoia os radicais da turma do Bolsonaro, mas não os impede de atuarem também.
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II.2. A volta dos temas que nunca saem do ar: a Amazônia, índios, Bolsonaro, Aldo Rebelo
Valdir: Maria, eu sou naturalmente preocupado, posso até exagerar no que expresso, mas aprendi a olhar e refletir sobre quais seriam as próximas ações, principalmente no mundo das empresas e grandes corporações.
Não importa onde, o capital age sempre da mesma forma, minam a concorrência, fazem espionagem industrial, sabotagem, destroem marcas para abocanhar mais mercado.
Vivi isso desde o final da década de 80.
Maria: Mas não é só nas empresas e corporações que isso acontece, Valdir. Você mesmo mostrou que há outros meios de chegar ao mesmo resultado quando comentou a escaramuça entre o então Ministro da Justiça e a FUNAI.
20/4/2017
CONGRESSO EM FOCO
Antonio Costa não contratou lista de assessores exigida pelo líder do PSC, André Moura. Osmar Serraglio vai substituí-lo por um ruralista indicado pelo PSC e…
Valdir: Vejamos …
Se juntarmos:
Esta “invasão” da Assembleia de Deus na FUNAI + …
O vídeo do Villas Boas na Maçonaria, falando sobre a riqueza no solo Amazônico + …

A mudança da demarcação das terras indígenas…
Teremos a Amazônia aberta para exploração e sob o controle dos Assembleianos, ou seja, os conservadores dos EUA.
Maria: E você acha que os militares iam gostar disso?
Por aí você vê que, pra pensar nas FFAA, é preciso considerar que, mesmo sendo novas as circunstâncias, há velhos temas e problemas de interesse dos militares que nunca saem do ar, voltando à sua agenda política, de um modo ou de outro.
Quer um exemplo de como a “questão indígena” é um dos temas que entram na definição dos “objetivos nacionais permanentes” que faziam parte das cartilhas dos cursos da ESG (Escola Superior de Guerra) e de lá iam pros cursos (obrigatórios!) de EPB (Estudos de Problemas Brasileiros) do tempo da ditadura?
Taí um aggiornamento de 2014, e foi você mesmo que postou.
1/7/2014
DEFESANET
Comentário Gelio Fregapani
Assuntos: Convenção 169, o menos pior,
Questão Indígena e Sem Noção
Mais preocupante do que a Copa 
A Convenção OIT no. 169 junto a ONU, decretada por FHC, aprovada pelo Congresso e Promulgada por Lula, pode ser considerada o maior crime da nossa História moderna, pois é a maior ameaça à nossa integridade territorial desde a Guerra do Paraguai. Pelos termos da convenção, até o dia 24 de julho ela pode ser denunciada, e se Dilma o fizer terá anulado o perigo de perdermos a condição jurídica de impedir uma Declaração de Independência das minorias étnicas.
Se a Presidente denunciar a Convenção terá justificado seu mandato, apesar de todos os erros que tenha cometido até então, mas se não o fizer estará no mesmo patamar dos traidores acima citados, apesar das eventuais decisões corretas em algum outro setor. Receberá no futuro a maldição de mais de 190 milhões de brasileiros que verão o nosso País dividido e espoliado e ainda saberão identificar os responsáveis por esse crime.
Maria: Na mesma postagem, outro aspecto da questão.
A Questão indígena – estamos aprendendo
Pelos cálculos feitos ainda em 2007, já dava para perceber que o Brasil tinha se transformado, de vez, no paraíso das ONGs. Naquela época, o número de organizações não governamentais girava em torno de 250 mil, com aportes financeiros federais da ordem de mais de R$ 3 bilhões. Hoje, as estimativas indicam que há perto de 600 mil ONGs atuando no país, recebendo mais de R$ 18 bilhões por ano em repasses federais e verbas de valor desconhecido vindas de fora, inclusive de governos estrangeiros. Não possuímos registros confiáveis sobre os reais serviços prestados por essas ONGs, onde atuam de fato e como atuam além das denúncias de corrupção sobram informações de ingerência dessas entidades em assuntos de interesse do Estado, inclusive nas de Segurança Nacional enquanto os projetos de regulamentação dormem nas gavetas do Congresso. A maior parte das ONGs tem atuação na Amazônia e são, direta ou indiretamente, vinculadas a organismos internacionais, seus objetivos são claros para qualquer analista de Inteligência – o controle das jazidas minerais consideradas de extremo interesse estratégico.
     
Nos oito anos do FHC foram 145 áreas demarcadas e nos oito anos de Lula, 79, nos quatro de Dilma, 10. Segundo a FUNAI, 65 áreas já reconhecidas como indígenas aguardam a homologação da Presidente e o Conselho Indigenista Missionário, talvez o mais perigoso inimigo da nossa Nação, se queixa da morosidade do Governo nas demarcações, que visam, à primeira vista, proteger a cultura dos povos indígenas, para logo que possível os separarem do nosso País, de modo que possam  controlá-los efetivamente e dispor dos imensos recursos naturais.
     
Sem uma resposta efetiva por parte das autoridades, que consideram essas ameaças coisa de ficção ou história de caboclos perdidos na selva, é claro que nossos problemas se agravarão.  Felizmente o período em que a Funai agia com superpoderes acabou. O nosso povo começa a tomar consciência da malignidade do uso do meio ambiente e do indigenismo mas nos manter no subdesenvolvimento, impedindo a construção de hidrelétricas, a expansão da agricultura e até o asfaltamento de estradas. De senhores do País, os ecoxiitas estão passando a repudiados. Veja-se a Marina, que pensava ter 20 milhões de votos cativos, hoje faz o Campos perder os votos de protesto que teria.

Estamos aprendendo.
Maria: Horrível, não? Mas veja que, no mesmo fôlego, ele afirma exatamente os nossos pontos de vista críticos sobre partidos e entreguismo, exceto que… para deixar fora disso… precisamente o PT!
É por isso que discursos desse tipo, com a total ambiguidade que os atravessa por inteiro, devem ser analisados com cuidado, antes que se espere encontrar, por trás deles, “salvadores da pátria” ou “inimigos de direita” – ou sobretudo de extrema direita – que devemos combater por princípio.
Veja só:
Tema que não merece o gasto de nossa energia e onde a podemos concentrar
Ao nos ocuparmos das questões nacionais seria melhor não desperdiçarmos tempo em discussões de importância secundária ou em assuntos em que não podemos influir. Em artigo recente Adriano Benayon descreveu a situação: “O real sistema de poder manobra sempre para que todos os candidatos com chance de chegar ao 2º turno estejam comprometidos com a realização destes objetivos: ampliar e aprofundar a desnacionalização da economia, desindustrializá-la, servir a dívida – inflada pela composição de juros absurdos – e propiciar ganhos desmedidos às empresas transnacionais”.
  
– O grupo de um dos candidatos já demonstrou ser apátrida doando os ativos de nossa economia a corporações estrangeiras, em especial, os setores estratégicos de telecomunicações e de energia, e submetendo-se às imposições de países hegemônicos e ainda se gaba disto. Nada podemos esperar dele a não ser mais submissão ao estrangeiro dominador.
     
Um outro grupo, atualmente no governo, se não teve intenção deliberada de destruir o país (como o anterior) também não teve coragem para se opor, além de, em nome da governabilidade ou das próprias ambições, elevou a corrupção a níveis nunca antes alcançados.
 
Devido às alianças espúrias para reeleição e ao DNA corporativista de seu partido, podemos esperar desse grupo mais corrupção ainda.
Quer um exemplo ainda mais contundente? Um artigo encontrado num blog do nosso lado e que você não esperaria ser de alguém que é professor emérito da ECEME! (Escola de Comando e Estado-Maior do Exército)
Por Francisco Carlos Teixeira
2/7/2017
TIJOLAÇO
Muitos brasileiros tinham esperança, ou ao menos expectativas, na atuação da Justiça. Mesmo sabendo que os tribunais brasileiros são lentos, formais e que se expressam num leguleio que poucos entendem – mesmo assim! – esses brasileiros tinham esperanças. Não podíamos crer, materializar, o dito antigo de que a Justiça no Brasil é feita – e com dureza! – apenas para ladrão de galinhas. “Para os amigos tudo, para os inimigos a Lei!”.
Muito menos podíamos imaginar que seria através de tribunais brasileiros que interesses estrangeiros declarariam guerra ao Brasil.
Uma guerra de novo tipo: uma guerra sem guerra, ou seja, uma guerra que usa meios não-bélicos para destruir, solapar, aniquilar a capacidade do adversário. Assim, utilizando-se de modernos meios tecnológicos – mídias digitais, propaganda massiva, formação de quadros de elite em universidades estrangerias, sistemas de estágios e bolsas de estudos em centros de treinamentos, etc… arma-se uma elite para atuar a serviço, consciente ou inconscientemente, desse poder estrangeiro.
Para funcionar a “guerra sem guerra”, precisa-se conhecer bem o ponto fraco do inimigo. No caso brasileiro foi fácil: homens do talho de Victor Nunes Leal e Raymundo Faoro já apontavam para a chaga aberta do país – o caráter patrimonial do Estado brasileiro. O patrimonialismo, no perfeito conceito de Max Weber, permitiu que uma elite parasitária colonizasse o Estado e cooptasse tudo e todos que se apresentem como “o novo”, “o transformador”, “o renovador”. Trata-se do velho “transformismo” das elites, e de seu poder de cooptação, tão bem descrito por Jorge Amado em seu personagem “Doutor Mundinho”, de “Gabriela, Cravo e Canela”.
Cabia, assim, utilizar-se dos males propiciados pela elite corrompida do país como brecha para iniciar o ataque à soberania nacional. O interessante é que tal ataque a nossa soberania seria feito pela parcela, aparentemente, não corrompida dessa mesma elite. Estrangeirada, imbuída do élan “renovador”, tal elite embora inteiramente colonizada, vestida, como no dizer de Frantz Fanon, com a máscara do colonizador para impor ao seu próprio povo um modelo importado e alienado. A elite “renovadora”, capacitada em centros estrangeiros, em nome de uma pureza que só o “outro perfeito”, “o estrangeiro”, “o espelho” em que devemos nos mirar e, assim, deixar de ser o que somos para ser a cópia mascarada do “Outro” colonizador, renega sua própria gente, sua história e suas tradições.
Com tudo isso destrói as bases da própria soberania nacional.
A Operação Lava-Jato abriu, sim, para muitos, a esperança de que as coisas mudariam: o patrimonialismo de mais de quatro séculos seria arrancado pelas raízes e o país seria “passado a limpo” – mas, infelizmente, só miravam no espelho do Outro, do estrangeiro. Depois de seus cursos e estágios no exterior se sentiam prontos para a hercúlea tarefa de “limpar” o Estado brasileiro, tomando-a como “missão”. De qualquer ponto que puxassem o fio viria o novelo de pecados da história-pátria: propinas, sinecuras, prebendas, filhotismo, estelionato, favoritismo, peculato, e tanto mais… Contra uma “história feia”, a nossa, a da própria pátria, considerada viciosa, antepunham a história virtuosa d´“Outro”, sem saber que a história desse “Outro” é uma pura construção mítica, ideológica, benzida na pia da religião.
Incultos na sua erudição, tomaram o mito d´Outro como história. (…)
Piero: Já vimos esse filme….
Maria: Pois é, ele não para de passar faz anos na nossa história…
Mas o que achei mais interessante é que o autor é professor emérito da ECEME! Então tem audiência pra esse tipo de discurso por lá?? Que bom!!
Dorotea: Sim, Maria, ele é professor de História da UFRJ e Professor Emérito de Estratégia Internacional da Escola de Comando e Estado Maior do Exército Brasileiro.
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II.3. FFAA, instituições e posição política: direita, extrema-direita, centro-direita, …?
João Antônio: A questão de Villas Boas se adaptar a qualquer novidade é bem possível mesmo, como o Piero mostrou.
No entanto, não lembramos de alguma declaração dele desde que começou a onda golpista que “a direita está desestabilizando o país e que a campanha do impeachment teria consequências muito negativas para o desenvolvimento do país”.
Ele se declarou contra quem pede a intervenção militar, especialmente da direita, a extrema-direita, mas ainda assim os tratou como loucos de pouca periculosidade.
Maria: Sim, há uma perfeita simetria na estratégia dos dois lados. Resta saber se há coordenação “oficial”, apenas “informal”, ou mera “coincidência”…
Mas veja que falar de golpe é se meter em assunto de política, ser contra as reformas é defender os direitos dos pobres.
Essa é a posição do Papa, tanto quanto da CNBB. Até acho que o Papa pode ser mais incisivo falando em injustiça em geral, portanto, incluindo o golpe, dada a sua posição de autoridade.
Mas esta não pode ser a posição de um militar. Ele fala em nome da “Nação”, e a população do território só é “Povo” nesse sentido. O povo pobre, gente de carne e osso, só entra em outra rubrica: a falta de um “projeto nacional”…
E tem ainda a “missão constitucional” e a hierarquia.
Depois dos episódios do ES, eles não foram usados para conter manifestações contra o governo? A contragosto, como o Villas Boas cansou de declarar, mas foram. E não voltariam a ser, caso as polícias estaduais ou Black blocs resolvessem melar manifestações?
Aliás, não seriam, foram, em Brasília, quando “convocados”, sabe-se lá Deus se pelo Ministro da Defesa ou pelo chefe do GSI. Foram: noblesse, quer dizer, hierarquia, oblige! Mas, coerentemente, pularam fora tão logo foi possível…
João Antônio: Alguém da esquerda fez muito mal em ir preocupá-los sobre a possibilidade de decretar estado de defesa! É possível que tenha sido do PC do B, apesar de que alguém da esquerda pode ter sido mesmo o Requião – não dá pra saber.
O comandante claramente quis constranger o Ministro da Defesa ao chamar uma reunião junto com dois direitistas da oposição, um deles o Ronaldo Caiado.
Maria: Pelo resultado, e o constrangimento do Aldo, sim, foi mal. Mas acho que quem quer que fosse consultar, só estava confiando naquilo que um dia foi a honra militar e o dever de defender a ordem constitucional, então claramente ameaçada pela ilegalidade dos procedimentos do impeachment.
Também tinha os malucos da direita na rua pedindo “intervenção constitucional das FFAA”.
Se fossem agir, deveria ser em favor de quem??
Acho que 20 anos no poder servem pra botar as barbas de molho, gato escaldado tem medo de água fria. Mas a razão última disso tudo, já naquela altura (fora a venda descarada da honra ao Temerário, depois) acho que vai ser difícil saber…

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Parêntesis: mais sobre Aldo Rebelo e as FFAA na seção “II.1. Movimentações… hmmm… “enigmáticas” de Aldo Rebelo” deste artigo:

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João Antônio: É a posição de não tomar posição, e depois deixar o golpe passar.
Todos juntos pelo não-agir contra o golpe! As entidades da sociedade civil, como OAB, decidiram deixar o golpe passar.
E percebemos um alinhamento dessas entidades da sociedade civil também com o Exército.
É um discurso pela estabilidade.
Mas as atuações da direita não são consideradas uma desestabilização do país, nem causa da crise econômica e nem nada.
Só a esquerda “desestabiliza” o país…
Isso aí é a senha para a trapaça cheia de formalismo que foi o impeachment.
Outra coisa é que o comandante veio com o discurso de que o golpe de 64 foi uma necessidade, “a situação de Guerra Fria obrigou ao golpe”.
O que já mostra que essa neutralidade toda é de fachada.
Maria:  Eu nem acho ruim falar da Guerra Fria como contexto de “necessidade”, porque pode mostrar que já não é mais o caso.
E é aí onde eu pergunto sobre a síndrome do gato escaldado.
A única informação que tenho para pensar na atitude do Comandante é sobre um ódio da corporação pela Dilma que entornou o caldo com a Comissão da Verdade.
Então, essa falsa neutralidade responde a isso, ou há mais? Queria muito saber!
João Antônio: Nestas semanas o Comandante resolveu “abrir o jogo” das suas posições.
É uma pessoa claramente de direita, mas que considera tal posição como de neutralidade e equilíbrio.
Ao não perceber os efeitos da Lava Jato não só contra a economia, mas de clara parcialidade dos envolvidos em favor da direita, já é uma boa amostra dessa visão do Comandante. 
Conforma-se em um quadro maior onde “vemos que a direita mais atuante e poderosa” prefere considerar-se neutra, e que qualquer partido de esquerda, por mais brando que seja, é igualado com radicais fascistas e autoritários da direita.
É a promoção geral de uma igualdade entre os desiguais que justifica o reforço ao apoio à direita.
Dia desses o Nassif colocou uma candidatura do Ciro Gomes como radical por parte da esquerda. Se o Ciro Gomes já é um “radical de esquerda”, a situação se complica, hein?
Ser de “centro, neutro e equilibrado” é apoiar a ditadura, mas hoje se considera que “já é possível uma democracia”, desde que não tenha “radicalismos”.
Maria: Eu ainda acho que deve ter mais peixe na loca do que a gente está vendo.
Até porque a Veja ou o Estadão dizem o que bem entendem e a gente acredita se quiser.
Agora, o Nassif falar do Ciro como radical de esquerda, aí já é dose mesmo!
Piero: Eu tenho um palpite um pouco diferente. Entre a média e baixa oficialidade (vamos dizer, de major pra baixo), Bolsonaro passou a ter enorme prestígio.
Ele encarnou o caudilho, coisa que possivelmente os oficiais de hoje não têm noção do custo que teve no passado.
Acontece que o comando fica numa sinuca, pois, se bater de frente com a nova geração, perde a capacidade de comando. Se apoiar demais, corre o risco de cimentar de novo a política no interior da tropa.
Já tô achando faz tempo que esse comandante tá perdendo a mão. Convidando (ou deixando ser convidados) Bolsonaro para formatura na AMAN e tal.
Bom, tem também esse outro dado, que o anterior, o General Enzo, talvez um pouco identificado com os governos petistas, era solteiro. Isso era um problema interno. Talvez, então, o Villas-Boas esteja operando “por contraste”.
Ou, finalmente, seja tudo uma questão de mídia….
João Antônio: O que queria passar é que “o eixo da normalidade foi tanto pra direita” que qualquer esquerda moderada é considerada radical. 
Por exemplo, virou moda colocar Bolsonaro junto do Jean Wyllys como exemplos de radicais.
Bolsonaro defende que “o erro da ditadura foi torturar e não matar” e que “fecharia o Congresso no mesmo dia que assumisse” e que precisaria “matar pelo menos uns 30 mil, começando pelo FHC”, e que “não poderia evitar que morressem alguns ‘inocentes’ no processo”. 
É uma falsa simetria total.
Se você for mais de esquerda que o FHC e a Marina (!) já virou um “extremista de esquerda”.
O novo parâmetro de centro é um direitista convicto e supostamente apolítico como o Dória.
Maria: Que a “normalidade” pende pra direita já era evidente desde os primeiros movimentos do golpe, e em todas as instituições, em especial, é claro, do Judiciário.
Mas, exceto pelos olavetes e fascistas mais declarados, não acho que “radicais” sejam todos avaliados do mesmo modo.
Aliás, radicais mesmo só os bolsominions que consideram Jean Wyllys e sua “gang gayzista” como radicais perigosos a serem eliminados.
Não acredito que as instituições, por mais conservadoras e até reacionárias que sejam, tenham uma tal visão tosca.
Que a mídia e em especial a Veja difundam essa ideia, está no seu papel, já que desde o início este foi o lado que decidiram promover e apoiar.
Quanto ao Exército, acho que a ideia do Piero de que o Comandante esteja dançando na corda bamba é mais que plausível.
É inegável que o Bolsonaro ganha prestígio nas FFAA, mas jogar a instituição nessa posição seria suicídio.
Daí a tal “neutralidade” na corda bamba, onde – até nisso! – ele já está perdendo a mão.
E daí ninguém sabe no que vai dar esse angu de caroço tenebroso!
João Antônio: Esse eixo central conservador de fato não apoia o Bolsonaro, mas aí que qualquer esquerda moderada é igualada aos radicais como Bolsonaro.
Tanto que uma consulta por um político da esquerda, certamente bem moderado, já que era ligado à esquerda parlamentar, foi considerada uma ameaça gravíssima, enquanto que as movimentações radicais da direita não chegaram a preocupá-los muito.
A direita intervencionista foi considerada “louca e sem pé na realidade”, mas não uma ameaça.
Maria: Pensa um pouquinho com a cabeça ~ dele ~ e aí vai entender. Os intervencionistas pedem uma ação ~deles, os militares~, o que é maluquice fora da realidade porque, como respeitam a Constituição, ele sabe que ~não vão~ fazer isso.
No máximo, talvez algumas tropas ~se rebelassem~ querendo de fato ir pro pau nas ruas, com armas, tanques ou sei lá o que. Mas aí ele sabe que ~não ocorrerá~ isso, até porque é sua ~obrigação~ como Comandante ~não deixar~ acontecer.
Já na esquerda, a ação poderia virar uma ~insurreição~, com multidões nas ruas, com ou sem armas, protestando pra derrubar o governo, tomando posição ~contra ~ a ordem constitucional e as instituições , o que de fato representa uma “ameaça”, porque eles se veriam ~obrigados~ a intervir.
No primeiro caso, ele teria a iniciativa e o controle de uma ação puramente interna. No segundo, só a responsabilidade pela reação a uma ação externa que lhe caberia controlar.
Essa é a razão ~militar~ da diferença, que você não vê porque só pensa ~política~, com uma outra lógica…
*
III.4. Sucessão: depois do General Villas Boas, quem?
O General Villas-Boas está sofrendo de uma grave doença degenerativa, que deve em breve afastá-lo do comando do Exército.
Não se trata de um fato político menor, pois sua sucessão poderá trazer não só uma mudança de estilo de conduta, como também alianças, dentro e fora do Exército, que escapam às normas “sensatas” de convívio que Villas Boas soube manter no comando da instituição.
Do ponto de vista da corporação, a questão é tão grave que foi noticiada no DEFESANET sob a rubrica “Crise Militar”.
Está, portanto, oficialmente aberta a “temporada de caça” ao mais alto posto de comando no Exército Brasileiro.
A matéria do DEFESANET ainda avança prognósticos de sucessão a partir do famoso Almanaque, que reflete a promoção na carreira militar por antiguidade e desempenho, entre os generais em condições de ser escolhido para o novo comando do Exército.
Cobertura especial: crise militar – terrestre
2/5/2017
DEFESANET
Após um período em que o assunto, saúde do Comandante do Exército, era mantido em nível discreto e pessoal passou a ser questão de Estado
Nelson Düring
Editor-chefe DEFESANET
 
O General-de-Exército Eduardo Villas Bôas tem tido como Comandante do Exército Brasileiro batalhas épicas: manter a ordem institucional, blindar a tropa ao canto dos “intervencionistas”, brigar por verbas e por fim manter o Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas da sanha da área econômica do governo e políticos.

Porém, trava uma batalha pessoal, hora a hora, dia a dia, contra uma doença degenerativa, inexorável, que o atinge. Há meses os meios militares e políticos acompanham o drama pessoal do Comandante do Exército, General-de-Exército Eduardo Villas Bôas.

Situação conhecida, em Brasília, além dos círculos militares, também pelos políticos e jornalistas, e tem sido mantida fora das manchetes da imprensa.

Coube ao próprio comandante abrir o seu crítico estado de saúde em duas oportunidades. Na 15ª edição do Comandante Responde, divulgado 21 Março 2017 (ver vídeo e inclui uma saudação do DEFESANET Link) e outra em entrevista para a revista VEJA (21ABR2017). (…)

A lista dos possíveis sucessores ao atual Comandante do Exército tem um candidato natural e um popular. E os dois por motivos diversos apresentam restrições.

O Gen Ex Etchegoyen atualmente no Palácio do Planalto, como Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional é o candidato natural. Amigo pessoal do Gen Ex Villas Bôas e é bem quisto pela tropa. No atual momento em uma ampla tarefa de reconstrução da área de inteligência do governo assume muitas funções de relevância na Presidência.

O Gen Ex Antonio Hamilton Martins Mourão é uma figura única no atua cenário brasileiro, um general com respaldo popular. Ícone dos chamados “intervencionistas”, que pedem uma posição mais firme das Forças Armadas no atual cenário político nacional. Anteriormente era o verbalizador do Gen Ex Villas Bôas, porém se afastaram após uma pressão de políticos de esquerda (em especial PC do B, alas do PT e incluindo o próprio PSDB). A sua indicação criaria uma situação para ser explorada pela esquerda e intervencionistas permanentemente.   
   
A ordem dos demais Generais-de-Exército constantes do Almanaque do Exército, que seguem classificados pelo ano de formação na AMAN, ao lado função atual, a lista é a classificação geral:

A – Aspirantes de 1975:
1 – Gerson Menandro Garcia de Freitas – Indicado para representação Brasileira na sede da ONU 

2 – Juarez Aparecido de Paula Cunha-DCT

3– Antonio Hamilton Martins Mourão – Secretaria de Economia e Finanças
B – Aspirantes de 1976:  
4 – João Camilo Pires de Campos – Assumirá o CMSE

5 – Fernando Azevedo e Silva – Ch EME

Como potenciais outsiders e certamente grandes concorrentes para 2019, são os Generais-de Exército:

C – Aspirantes de 1977
Gen Ex Edson Leal Pujol – CMS

D – Aspirantes de 1978

Gen Ex Geraldo Antonio Miotto – CMA
 
Caso o Presidente Michel Temer, em decisão conjunta com o Ministro da Defesa Raul Jungmann, resolva manter o Gen Sérgio Etchegoyen no GSI, abre a grande possibilidade do Gen Ex Fernando, atual Chefe do Estado-Maior do Exército. É o candidato preferencial do atual comandante para sua sucessão.
 
O Gen Ex Fernando Azevedo e Silva, é natural da cidade do Rio de Janeiro. Foi declarado Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria em 14 de dezembro de 1976 e promovido a general-de-Exército, em 31 de junho de 2014.

Comandou o 2º Batalhão de Infantaria Leve em São Vicente – SP.

Exerceu a função de Chefe de Operações do II Contingente do Brasil na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti. Como oficial-general, comandou a Brigada de Infantaria Paraquedista.

Teve atuação destacada na Presidência da Autoridade Pública Olímpica (2013 e 2014). Como Comandante Militar do Leste desempenhou, cumulativamente, a função de Coordenador Geral da Defesa de Área por ocasião da preparação e execução dos Jogos Olímpicos RIO 2016.

Mas, para militares experientes em indicações do Generalato e comandantes nenhum fator pode ser descartado.
Maria: Piero, se na sucessão a escolha provável é entre Etchegoyen e o outro que precisou se afastar do V-B, de quem era amigo, por pressão da esquerda, tal o seu reacionarismo, aí é mesmo bem possível que a direita tenha vindo para ficar, lá e no resto da sociedade!
Aí o EB vai dar uma boa força pra isso.
Aliás, você tem noção de quem são aqueles caras listados no famoso Almanaque, e com base em que critérios o DEFESANET faz seu cálculo?
É probabilidade mesmo ou torcida dos editores?
Mas é espantoso perceber o que envolve a escolha desse substituto, que é ao mesmo tempo uma questão pessoal, de carreira, mas também não só política como de Estado!
Nunca tinha parado pra pensar nisso!
E uma responsa dessas em mãos dos círculos temerários! Vixe, mais uma vez!
A entrevista do DEFESANET (esta que está linkada na matéria) e outra que eu vi numa comissão do Senado – onde estava a Ana Amélia (presidente?), acho que era de Relações Exteriores – são de uma enorme importância.
É aí que o V-B diz o quanto não gosta de ouvir falar em “intervenção militar”.
A entrevista no Senado tá no Youtube e chama algo como “Comandante não gosta do pedido de intervenção militar”. E o filminho de São Gabriel tá na entrevista do V-B pro próprio serviço de comunicação do EB na série “O Comandante responde” que mostra a biografia do V-B antes, “uma vida de luta”. Isso tá no DEFESANET.
E então aí ele explica o que é, como funciona e pra que serve o Exército brasileiro, o que se aplica ao conjunto das FFAA.
*
Abro um parênteses aqui: Olha só, Romulus! Você não perguntou?
E agora o Economist tá perguntando também…
Por que seria, hein?
A Tania levantou a questão, pertinentemente: “Embora tenha razão quanto ao desvio de função dos militares, o que pretende de verdade a revista com essa matéria? Preocupante”.
2/7/2017
PRAGMATISMOPOLITICO
Finalmente, para que serve o exército brasileiro? Revista britânica parte deste questionamento para investigar por que o Brasil tem o 15º maior exército do mundo se não participa de guerras. Conclusões são pouco animadoras.
Romulus: Eu perguntei “também” sim
Mas…
EVIDENTEMENTE…
De maneira irônica!
(diante do expresso entreguismo neocolonial imposto ao Brasil pelo Golpe!)
*
Parêntesis: entreguismo esse reforçado pela última concessão à Finança globalizante:
– A conclusão da “obra” iniciada por FHC em 1997, com um ~golpe~ para DESNACIONALIZAR a mineradora Vale.
Ao que se somam os planos, que sequer fazem questão de esconder!, de venda (barata…) das participações societárias que nela ainda têm o Estado e entidades “para-estatais” (fundos de pensão de empresas estatais).
Furo do nosso Blog:

Que, infelizmente, até agora não foi repercutido por nenhum outro veículo de esquerda/ patriota…
Vai entender…
Fecha parêntesis.
*

Maria: A conclusão principal da Economist é que os militares estão sendo utilizados cada vez mais como força de polícia. O Villas Boas tem ou não tem razão de se insurgir contra isso? E não custa lembrar o alerta do Ciro, de que seria um bom motivo pra se pensar na razão de existir uma Polícia Militar e nossa eterna demanda sobre a desmilitarização necessária. Fecho parênteses.

*
Voltando ao vídeo do V-B no DEFESANET, é claro que pra explicar a razão de ser do Exército, ele vai repetir o famoso mito de origem que funde o seu surgimento com o sentimento de nação. Então, sua principal função de defesa é a da “essência da nacionalidade, o sentido de brasilidade”…
Mas taí um vídeo que devia passar obrigatoriamente em todo grupo de esquerda pra ver se param de ver fantasma ou buscar salvador da pátria numa instituição que merece respeito pelo que ela é – goste-se ou não dela – e não o que a gente diz irresponsavelmente sobre ela.
Aliás, o filminho de São Gabriel da Cachoeira – que é mostrado como background da carreira do V-B na entrevista do DEFESANET – é uma beleza pra gente entender aquele famoso Selva! como grito de guerra e encorajamento a não desistir da luta.
(to pensando se o nosso lado não devia adotar pra uso próprio…)
Não é por acaso que o PHA explicou no TV Afiada por que “quer conversar com os militares”…
Piero: Então, essa primeira parte, “entre os dois…”, sinceramente não entendi quem seria um deles. O outro, o tal do Mourão, é um mega reacionário, provocador, agitador. Foi exonerado do posto. Deixa Bolsonaro no chinelo.
Aí tem aquela lista lá. Do meu ponto de vista, se Temer ou qualquer outro que esteja lá (Jungmann?) não quiser ~mais~ problemas, tem que ser um dos 1975/1976.
Ou então eles chegam, entre eles próprios, a alguém de 77. Mas acho improvável.
Vamos ver até onde o V-B aguenta. Acho, inclusive, que ele não pediu pra sair ainda porque intui que o governo não dura. Sair agora seria desastroso.
Tô até pensando aqui que ele é um ótimo termômetro: descobrir o que ele está fazendo em determinado dia pode ser o indício do que vai acontecer com o governo.
Maria: Mas não tá dito lá que a primeira aposta, “natural”, era no Etchegoyen? E não era o tal de Mourão o outro provável, por ser “popular” e estar no listão do Almanaque? (Ou eu tô enganada e ele é o autor do artigo-ameaça de guerra civil??)
Por isso eu perguntei se era cálculo ou torcida…
Agora, seu relato do CV do Mourão é de botar cabelo em pé.
E aí a gente vai ter de respeitar o V-B não só como militar e ser humano, mas admirar como herói pelo sacrifício que está se exigindo para acertar o timing de sua saída e do fim do Temer.
Gostei da ideia de ele ser termômetro pra medir a temperatura do governo. Em retrospecto, dá o que pensar a visita dele ao IFHC!
E não me sai da cabeça a ideia de um reforço a uma possível candidatura do Jobim, acordão e tudo mais, apesar da tratoragem que está sendo feita em torno do Maia.
Não falta projeto de Brasil, visão nacional pra não deixar o país à deriva e o povo sem autoestima?
E quem traz isso de volta não é o Lula?
E se, pros caras da ativa, em especial na tropa, nacionalismo tá ficando mais e mais o desvario do Mourão e o fascismo do Bolsonaro?
Então não tem de fato guerra civil no horizonte?
E pra evitar a catástrofe não precisa de mediador respeitado pelos 2 lados, FHC-Lula, ~e~ pelas FFAA?
Taí um lugar pro Jobim, não é mesmo?
*
Dada a importância crescente do chefe do GSI, ele está cada vez mais sob os holofotes da mídia.
Já houve aquele artigo do Globo que, embora elogioso, mostrava também algumas críticas que corriam sobre Etchegoyen, o que suscitou a resposta do DEFESANET, desqualificando os jornalistas responsáveis pela matéria.
Lembram?
25/6/2017
EXTRA
Patricia: Tirando a ode ao General, o que mais me chamou a atenção foi que ele deixou o Temer se ferrar deixando passar todo mundo com gravador…
Pra um chefe de segurança e informação seria incompetência, mas arriscaria dizer que ele tá cavando a cova do Temer.
Tania: Patricia, tirou palavras da minha boca. Que matéria fofinha, não é? E vai deixando o chefinho ir pra forca. Mas não nos iludamos, é um militar com forte espírito de “ordem e progresso”, principalmente depois das acusações ao pai na Comissão da Verdade.
Patricia: Tania, não conheço a figura, mas o general seria um eventual candidato da direita?
Tania: Não acredito. Acho que apenas se coloca acima de todos e está pronto para cumprir com sua “missão” como militar.
Ou seja, se houver “baderna”, a Globo aciona o homem, como já fez antes. E pra isso só precisa da simpatia dos da grana.
Valdir: Era ele estava na GSI na época da Bhala da Stratfor/NSA?
Maria: Não me parece que seja preciso acreditar em conspiração nesse caso, nacional ou internacional, contra o Temer ou a serviço da NSA, para entender os objetivos de Etchegoyen.
Misturando o ressentimento pessoal no ódio contra Dilma pela Comissão da Verdade a um senso estratégico de oportunidade profissional, ele não foi parar por acaso no GSI do governo Temer.
Foi escolhido para mostrar ostensivamente que o governo pode dispor do “monopólio da violência legítima do Estado” através do ~seu~ Exército, não necessariamente o de Villas Boas.
O ritual de entrega do bastão de comando a Temer por V-B, necessário a cada mudança de governo, como reconhecimento da subordinação do poder das armas ao poder civil, provavelmente importava menos ao governante golpista do que a presença efetiva de Etchegoyen à frente do GSI.
A sucessão de Villas Boas e a posição preferencial que Etchegoyen ocupa na disputa o colocam num lugar privilegiado. Se escolhido como novo Comandante do EB, poderá assegurar a ~subordinação~ (!) ao poder do ~seu Exército~ à garantia de legitimidade de ~qualquer governo civil~, independente do modo de sua escolha, pelo Congresso ou no voto popular das Diretas Já.
Mas a história não para por aí. Tanto é verdade que a figura de Etchegoyen comporta um enigma desafiador que o Estadão publica um artigo de Eliane Cantanhede pronto a suscitar controvérsias.
25/7/2017
Eliane Cantanhede
ESTADÃO
Boulos se afirma à esquerda, Etchegoyen cresce à direita em Brasília
Se Guilherme Boulos se afirma à esquerda e nos movimentos sociais, um outro personagem cresce à direita e no coração do governo em Brasília: o general de Exército (último posto da hierarquia militar) Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), com sala no Planalto e presença certa em reuniões estratégicas. (…)
Ciro: Só um gostinho do conteúdo da matéria:
“Consta que Etchegoyen é quem avalia a troca ou não do diretor-geral da PF, Leandro Daiello. Ele nega. Consta que assumirá o Comando do Exército, caso seu amigo, o prestigiado general Eduardo Villas Boas, decida voltar para casa. Ele nega. Consta que pôs a Abin a bisbilhotar os telefones do ministro Edson Fachin. Ele nega. E consta que ele está cada vez mais poderoso. Ele nega veementemente. Mas… só o fato de ter de negar tantas coisas ao mesmo tempo já diz muito. (…)
Assim como muitos reagem irritados a Boulos, chove indignação quando se constata que um general de Exército com o sobrenome Etchegoyen cresce em Brasília – em meio a uma crise pavorosa e à descrença do atual modelo político. Mas fatos são fatos. O que importa agora é saber quais são as ambições e objetivos do general. Aliás, das próprias Forças Armadas.”

*

Romulus: para nós que estamos por fora das articulações para a sucessão do General Villas Boas, tudo é especulação.

Mas, tentando responder à preocupação da Maria com o suposto “favoritismo”, apontando pelo DEFESANET, do Etchegoyen e do Mourão, vou citar alguém que tem contatos nas FFAA.
Trata-se do (caro) comentarista do GGN, Junior50, empresário do setor de defesa.
Tempos atrás ele comentou a questão e reproduzi aqui no blog.

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magem de aureliojunior50
sex, 16/06/2017 – 01:12
O incólume e eminente PGR Janot aproxima-se do “prazo de validade”, portanto tem que procurar ao máximo do possível ainda parecer importante e ativo, vociferar com autoridade, ser tão ou mais agressivo que um tuiuiú pantaneiro, pois quando setembro chegar, será apenas mais um entre tantos, aliás muitos, que militam no partido (mais rachado que o PSDB) Judiciário, onde pontifica Sua Excelência Prof. Dr. Gilmar Mendes.
Quanto ao “dedazo” de Michelzinho, referente ao próximo PGR, os “da lista” como o caso da Dra. Dodge, tanto Michel como o Congresso (que sabatinará o escolhido), escolherá a dedo duplo (um “dedazo” potencializado Executivo + Legislativo), e pode até não ser algum que  consta desta lista, mas desde que seja um Brindeiro para Temer, que limite o escopo da Lava-Jato. Uma operação que já encheu o saco e DEVE ser controlada. Ou até os eleitos em 2018 correrão riscos. Basta à Lava Jato e aos demais Procuradores Concorrentes a ela (RJ e Brasília) inabilitarem Lula e mais alguns da “esquerda”. Afinal, é para isto que ela EXISTIU. Aécio foi um troco, aliás bem recebido.
FFAA- a Reunião
No encontro do Gen. Villas-Boas com outros militares, incluindo alguns da reserva, semana passada, avaliando a atual situação nacional, o assunto mais em pauta foi referente a distanciar as FFAA, principalmente o Exército, de qualquer “pronunciamento”. Ou ser envolvido em possíveis ações inconstitucionais. Até foi analisada a besteira cometida por Jungmann. Que, com os problemas ocorridos com as manifestações gerando episódios de violência, “convocou” as FFAA – de forma extemporânea e além dos parâmetros legais, sem ordem do Comandante-em-Chefe (Temer) direta.
Outro assunto desta “reunião” foi a próxima substituição do Villas-Boas (ele se encontra doente e até o caminhar está difícil). O Gen. Goellner, muito próximo ao “cavalariano do planalto” (Sérgio Etchegoyen), presente nessa reunião, foi informado (disciplinado) de que campanhas não superam o “Almanaque”. E “Fernando” vem antes de “Sérgio”. Até no alfabeto.
Ou seja: segundo o Junior50, o favorito é, na verdade, o General Fernando Azevedo e Silva, o candidato do próprio Villas Boas.
A “aposta” do DEFESANET no General Etchegoyen – e no Mourão como plano B – estaria portanto (oxalá!) em algum lugar entre o wishful thinking e a… propaganda!
Não podemos esquecer o que nós próprios apontamos na Parte I deste post: a relação entre o General Etchegoyen e o DEFESANET!
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Voltaremos a esse tema na Parte III, que conclui este post. Aguardem!


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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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