Publicado originalmente em 31/7/2017
Republicado em virtude da “sugestão” pelo Gen. Mourão da “possibilidade” de “intervenção militar”:
– NÓS AVISAMOS!
Esfinge fardada: as Forças Armadas e o Brasil do(s) golpe(s)
Por Núcleo Duro
Parte I
O discurso (apenas…) aparentemente esquizofrênico de quem tem de se dirigir a dois universos “políticos” distintos.
“Distintos” sim, mas… comunicantes.
E desses com o Instituto FHC.
*
Introdução:
– As FFAA no contexto de uma nova “Operação Condor”;
– Desta vez, com execução alheia a si:
– No lugar de tanques e homens fardados…
– … togas/ mídia/ Finança (!)
– Tendo como “inimigo comum” não mais o “comunismo”…
Mas sim…
– Os diferentes projetos nacionais desenvolvimentistas/ soberanistas.
(tão caros aos militares da Operação Condor original!)
Em contraponto a…
– Uma ordem globalizante e financista.
… mostra um fantasma que ronda em permanência o imaginário da América Latina: “Operação Condor”.
A maior operação de repressão às esquerdas no continente, planejada e coordenada em conjunto com órgãos de informação e segurança dos EUA, resultando nas ditaduras civil-militares que dominaram o continente por décadas, desde o final dos anos 60.
– Uma nova Operação Condor (II) está em curso?
– Os “golpes suaves”, que trocaram os tanques e metralhadoras por togas?
Essa é a tese de Zaffaroni.
No caso brasileiro, vemos seu resultado no impasse ainda não resolvido da disputa entre a “juristocracia”, com um projeto “noocrático” de governo…
(ver a explicação desses termos no
artigo em que comentamos a tese de Zaffaroni)
… e o conjunto da classe política, com seus representantes envolvidos em conluios criminosos, mas, ainda assim, oriundos do escrutínio da vontade popular, portanto, passíveis de serem também por ela alijados do poder.
Mas…
– Onde estão hoje os atores políticos que foram os fautores de nosso terror nos “anos de chumbo”?
– O que representam, pensam e querem as FFAA, hoje?
– Se a atual crise se prolongar sem apontar saídas para o impasse, estarão dispostos a intervir?
Como, em que direção e por que voltariam, ou não, ao primeiro plano na cena política?
O bate-bola do Núcleo Duro do Blog tentou sondar algumas respostas a essas questões.
Mas “há mais mistérios entre o céu e a terra do que suspeita nossa vã filosofia”…
Pontos chave:
*
General Villas-Boas: o equilibrista
Não faz muito tempo que, rompendo a tradicional discrição das FFAA, a figura do General Eduardo Dias da Costa Villas-Boas, comandante do Exército Brasileiro, começou a frequentar o noticiário dos jornais.
Numa
entrevista ao Valor Econômico, em fevereiro deste ano, num balanço amplo da situação do país, o General falou de violência crescente, crise política, segurança pública e defesa de fronteiras, tráfico e descriminalização de drogas, carreira militar e reforma da Previdência, identidade e projeto nacional.
Para concluir:
“Esgarçamo-nos tanto, nivelamos tanto por baixo os parâmetros do ponto de vista ético e moral, que somos um país sem um mínimo de disciplina social. Somos um país que está à deriva, que não sabe o que pretende ser, o que quer ser e o que deve ser.”
Em junho, o General voltou a falar de sua visão do país, numa cerimônia no Senado Federal. Referiu-se à Amazônia, aos povos indígenas, à questão ambiental e reiterou sua compreensão do Exército, cujas funções não se confundem com as da polícia:
-Eu, periodicamente, ia até lá [Favela da Maré, ocupada pelo Exército por meses a fio] e acompanhava nosso pessoal, nossas patrulhas na rua. E um dia me dei conta, nossos soldados, atentos, preocupados, são vielas, armados, e passando crianças, senhoras, pensei, estamos aqui apontando arma para a população brasileira, nós estamos numa sociedade doente”
Por fim, numa visão estratégica, ele explicava por que é necessário, no Brasil, um projeto de desenvolvimento nacional.
TIJOLAÇO
Volto ao depoimento do General Villas Boas no Senado.
Ele toca no fulcro da bússola que deve orientar as estratégias políticas brasileiras:
“Se fôssemos um país pequeno, poderíamos nos agregar a um projeto de desenvolvimento de um outro país, como ocorre com muitos. Mas o Brasil não pode fazer isso: não temos outra alternativa a não ser sermos uma potência. Não uso esse termo na conotação negativa, relacionada a imperialismo”.
O Brasil dos sonhos de nossos heróis históricos, que me ensinaram ser minha pátria na infância, precisa ser grande, forte, tolerante, e oferecer ao mundo uma alternativa de relacionamento distenso. É isso ou não sobrevive.
Que bom que o Comandante do Exército concorda comigo.
*
No bate-bola, fomos menos entusiastas:
Maria: É isso que tentamos (o Piero e eu) mostrar desde o começo, quando a gente se perguntava sobre a posição do V-B. Na verdade, é um golpe no cravo e outro na ferradura.
Que eles não aprovam a dependência e querem uma pátria grande (não bolivariana rsrs) pra chamar de sua, estava claro desde a conferência pros maçons no G.O.B. (A gente ainda vai voltar a falar dessa conferência…).
Portanto, defendem a soberania e não gostam de entreguistas.
Mas, ao mesmo tempo, ele só se opõe à venda de terras na fronteira e acha “estranha coincidência” a sobreposição das terras indígenas demarcadas e a presença de riquezas minerais.
A mesma obsessão do Gen. Heleno, de que as ONGs são instrumento estrangeiro pra “tomar” o Brasil a partir da questão ambiental (internacionalização da Amazônia).
Heleno é nacionalista linha dura e não sei se o Bolsonaro discordaria muito dele.
Aliás, acho que só pelo extremismo deslavado de direita do Bolsomínion o V-B não concordaria com ele também…
Dorotea: Lembrei das conversas de vocês. Ele silenciou sobre a venda de terras em outros lugares que não os fronteiriços, declinando de se manifestar a respeito provavelmente para não criar arestas num momento tão tenso politicamente?
Confirma também o desconforto com o Exército em função de polícia, como já haviam dito.
Ele parece muito sensato. Fiquei mais tranquila…
Maria: Que ele é sensato, isso é.
Mas isso não garante muito a sua posição política.
Não vender terra só na fronteira é aceno pro governo, golpista ou não, que deu tantos benefícios e garantiu privilégios às FFAA.
Não foi pequeno o montante dos recursos alocados a pesquisa, desenvolvimento tecnológico, novos equipamentos, novos projetos etc. para as três Armas.
Mas a “coincidência” territórios indígenas + minérios é paranoia nacionalista de direita do Heleno.
Índio “atrapalha” o desenvolvimento. Por que não se “integram” logo pra gente explorar essa riqueza perdida enquanto eles estiverem em cima dela?
(O Bolsonaro disse a mesma coisa na Hebraica-RJ.)
Então, o problema continua sendo saber pra que lado tá indo a tropa. E também não vejo bem como o Etchegoyen, o poderoso chefe do GSI, se enquadra nesses cenários. Isso é coisa pro Piero destrinchar.
Portanto, ao contrário da Dorotea, eu continuo me inquietando muito… Aliás, como é que ele foi parar no Senado? Quem convidou?
Dorotea: Maria, agora entendi a referência à suposta coincidência de terras de reserva e minérios. Havia entendido como uma crítica à cobiça.
Ele recebeu o título de Doutor Honoris Causa.
21/7/2017
JUSTIÇA EM FOCO
Maria: O título ele merece mesmo. Mas fiquei assustada com os comentários da matéria.
Praticamente todos, com raríssimas exceções, aplaudindo o novo salvador da pátria, nacionalista “de esquerda” que adorariam que “tomasse o poder”?
Autoritarismo na veia e “democracia” que se dane!
Pensam o país como se não houvesse Constituição e instituições.
A ignorância é de doer! Não entendem nada sobre a função constitucional das FFAA quando cobram que deveria ter tomado posição contra o golpe.
A duras penas eles aprenderam que devem estrita subordinação ao governo, quem quer que o ocupe, e que política é pra político, não função militar.
Nem a diferença das Forças percebem, quando cobram uma posição do comandante do Exército sobre um Almirante que pertence à Marinha.
Se esses são os “de esquerda” que lutam contra o golpe, a gente e o país estamos ferrados mesmo!
Piero: Então, não vi a fala inteira, só o que está aí na reportagem. E tudo o que teria a dizer, por enquanto, é exatamente o que a Maria falou acima.
Fico realmente decepcionado com o raciocínio retilíneo dos militares (não é dele, isso é geral).
Tudo o que ele fala sobre o Brasil, deveria valer para os índios: respeitar sua autonomia.
Mas, claro, raciocínio de militar é de conveniência.
Não adianta ele vir dizer que morou 8 anos lá: morou num PNR bacana (residência militar), numa vila militar, no meio de militares.
Diz: “conheço a Amazônia com a palma da minha mão: sobrevoei ela toda”.
Não tem sensibilidade que não seja essa visão de um Brasil etéreo, sem gente dentro (porque gente é diferença, multiplicidade).
Nem ele nem nenhum militar vai dizer: “temos um patrimônio de 200 milhões de pessoas, temos que investir nisso e transformar o Brasil em um lugar de gente grande”.
Tem essa visão mineralista, pra exportar ferro pra China. É essa ladainha desde os anos 60.
Não é à toa que o Bolsonaro ia nas férias ganhar uma grana em garimpo.
Trata-se de herdeiros do predadorismo português do século XVI.
Só que é isso aí, são eles o que a gente tem, e cada dia vai ser mais difícil fazer uma ponte para conversar.
E mesmo assim, com tudo isso que falei, posso garantir que, o que ele é, representa o melhor: pelo menos entendeu que política é para civil, e aceita o jogo.
Dito isso, abaixo vai algo preocupante.
Publicado em 24/06/2014
Atualizado em 15/06/2017
EPOCH TIMES
Depois de um vasto elogio à formação e aos comandantes das FFAA, lembrando sua missão constitucional, o General conclui, de modo um tanto cifrado, e sinistro:
A Força sempre está preparada! Tudo é uma questão de tempo e melhor oportunidade. Entretanto, a questão é por demais complexa.
Não estamos falando de se “fechar a boca de fumo da esquina”, estamos falando de uma situação de extrema gravidade que demanda responsabilidade. Uma Guerra Civil pode demorar décadas para ser definida (se o for) e pode destruir uma Nação. Isto não é brincadeira de videogame.
Há dezenas de milhões de vidas humanas em risco. Mesmo assim, o dever constitucional jamais deixará de ser cumprido. Jamais!
O “timing” dos civis não é igual ao “timing” dos nossos LÍDERES MILITARES INVISÍVEIS DA ATIVA. É bom se prepararem, Amigos, pois o tranco vai ser forte! Quem não acreditar, que comece a orar! Ninguém perderá coisa alguma por esperar.
Piero: E depois ainda há isto, sobre o então (2014) Comandante do EB:
Publicado em 24/11/2014
Atualizado em 17/06/2017
EPOCH TIMES
Os dois textos acima são de 2014. Especialmente o primeiro é revelador. É gente de alta patente DA ATIVA que estava literalmente conspirando pra derrubar o comando. Todo o pessoal citado está hoje gerenciando o Ternuma, grupo de extrema direita voltado para fazer a cabeça da tropa. Que, curiosamente, foi por algum tempo dirigido pelo… Heleno.
“Ternuma”
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ternuma – (sigla para Terrorismo Nunca Mais)
É uma organização não-governamental formada em 1998 por militares, ex-militares, familiares e simpatizantes com o objetivo de contestar a versão vigente sobre o período militar no Brasil (de 1964 a 1985).
O nome adotado surgiu como contraponto ao Grupo Tortura Nunca Mais, que fora fundado em 1985 por vítimas da repressão política no período dos Anos de Chumbo. Desde a sua criação, o grupo Ternuma tem se oposto à concessão de indenização aos familiares que supostamente tiveram parentes mortos ou desaparecidos porque considera que vários daqueles militantes tinham praticado atos de terror. Segundo as contas do grupo, 119 pessoas foram mortas pelo terrorismo de esquerda, sem direito à indenização segundo o projeto original (lei 9.140, “Lei dos Desaparecidos”) aprovado em 4 de dezembro de 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso, e que estipula reparação pública aos atingidos pela instabilidade política entre 1961 e 1988.
Apesar de não assumir uma definição política explícita, o Ternuma tem ostensivamente enaltecido o regime militar e criticado fortemente as invasões de propriedade promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Para seus críticos, trata-se de uma organização de extrema-direita.
Em 2002, a comentarista Miriam Leitão alegou ter recebido ameaças vindas do site do grupo Ternuma, por ter feito uma comparação entre a morte do jornalista Tim Lopes (morto naquele ano por narcotraficantes do grupo Comando Vermelho, no Rio de Janeiro) e o assassinato de Vladimir Herzog, nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo, em 1975.
Em 2008, o Ternuma publicou uma nota classificando o comando do Exército Brasileiro de “covarde” e “omisso”, por não ter defendido o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra diante da condenação, pela Justiça brasileira, pelo sequestro e tortura de cinco integrantes da família Almeida Teles (cujos pais eram militantes do PCdoB), nos anos de 1972 e 1973.
Maria: O primeiro tem um discurso de puro Bozonaro, só que que tem alta patente, portanto, a ameaça nada velada não é desprezível.
O segundo mostra claramente a conspiração aberta, na briga interna da corporação. Eu me pergunto se o Alm. Othon não foi trucidado no mesmo tipo de esquema.
Se são esses caras que fazem a cabeça da tropa, então a gente tá ferrado mesmo.
Direita na veia! Gzuis!
Piero: É verdade, nem tinha pensado no Othon… cruzes mesmo!
Ciro: Eu gostei da entrevista do Villas Boas em termos gerais.
Acho que não tocar no assunto da venda de terras fora de região fronteiriça é acertado do ponto de vista estratégico: perder o controle da fronteira é muito mais complicado, e internamente sempre há a possibilidade da “desapropriação” e ele sabe disso.
Perder controle na fronteira é perder controle territorial DE FATO.
A questão das ONGs é realmente bem complicada – especialmente pela falta de transparência com relação a seus financiadores.
E por último, o papel das FFAA na segurança, a fala foi acertadíssima (inclusive abrindo espaço para se discutir o porquê da existência da polícia MILITAR).
Agora o que me pergunto é – até quando ele ficará e o quanto ele vai poder segurar?
Piero: Mas não perde controle nenhum sobre fronteira! Toda área da Calha Norte tem brigada! Ter terra indígena lá, ao contrário, é garantia de que seja terra da União.
E, lá na fronteira amazônica pelo menos, as ONGs que tão lá recebem sobretudo da Noruega e Áustria. Suas fontes de financiamento são muito mais lícitas do que, por exemplo, garimpos e mineradoras.
Agora, veja qual é a situação onde não é terra indígena…
É puro faroeste, terra de ninguém…
Seja como for, ele já tá demissionário: tem uma doença difícil. É troca nas próximas semanas…
Maria: Tão depressa assim? Na hora dessa troca é que a gente vai ver a onça beber água…
*
Sobre o papel do site DEFESANET e sua relação com o General Etchegoyen
Como sempre, é necessário buscar decifrar sinais…
Um bom caminho é esse site, especializado em assuntos da Defesa Nacional.
E um nome aparece lá com frequência: Sérgio Westphalen Etchegoyen.
Em junho, um artigo sobre o General publicado no Globo suscitou viva reação do DEFESANET.
25/6/2017
POR EDUARDO BARRETTO
O GLOBO
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, ganha espaço no Planalto, mas é criticado por episódios que atingiram o presidente
Piero: Bom, no editorial de hoje do DEFESANET (12 de junho de 2017), descendo a lenha na Globo & afins, por outro artigo de mesmo teor, tá o seguinte:
“Os quatro jornalistas que trabalharam na reportagem há muito tempo não entram no Palácio do Planalto e também não conhecem o GenEx Etchegoyen, para fazerem tal afirmação. Descendente de uma família, há quase 100 anos na vida militar, o texto soa completamente inverossímil.”
De todo jeito, me parece que o site é vinculado a essa figura (Etchegoyen). O dono do DEFESANET é NELSON FRANCISCO DÜRING. Informações?
Maria: Bem interessante a posição do Dühring. E aí, como fica esse “colaborador” que assina o editorial, tão assíduo no Defesanet?
Piero: Tenho a impressão que ele pode ser um daqueles caras que ficam babando nos militares lá na ESG etc. Tá cheio desses tipos por aí. Isso foi o que vi acontecer com aquela associação de cuja fundação participei, a ABED (Associação Brasileira de Estudos de Defesa).
No começo éramos um punhado de acadêmicos, reunidos a partir de uma Anpocs. Fui, pela última vez, numa reunião em 2015, em Brasília. Havia muito militares. O resto era cientista político babão. Aí desisti.
Piero: Vi que o DEFESANET é registrado como MEI em Canoas-RS. Gaúcho, portanto. Se não me engano, terra do Etchegoyen…
Piero: Sim, o gauchismo em questão… Não de “gauche”, mas de “gaúcho” rsrsrs
Maria: Ai! Parentesco, consanguinidade, afinidade, compadrio, vizinhança, conterraneidade … Como dá trabalho ser antropólogo!
Piero: Aí quando o cara vem e diz “uma família com mais de 100 anos de tradição no EB”… Bom, é salvo-conduto ou não é?
*
Sobre as ligações de DEFESANET com consultorias e think tanks americanas
(e desses com o iFHC)
No entanto, um pequeno escândalo viria logo depois a envolver o chefe do GSI, desta vez nada menos que em ligação com… a CIA!
19/6/2017
BRASIL247
Governo de Michel Temer comete mais uma lambança: no dia 9 de junho, o ministro Sergio Etchegoyen, chefe do Gabinete da Segurança Institucional, se encontrou com o chefe da CIA no Brasil, Duyane Norman; em sua agenda oficial, a equipe do ministro divulgou a identidade secreta do agente, que nem ele próprio revelava; no entanto, a grande questão é: o que o governo brasileiro, fruto de um golpe parlamentar, discutiu com o chefe da agência de espionagem dos Estados Unidos?
Novo sinal de alerta para se buscarem novos sinais a decifrar, desta vez ligando o próprio site DEFESANET e Etchegoyen a conexões no mínimo suspeitas…
Valdir: Piero, o que posso afirmar é que a Stratfor/NSA usava muitos artigos deles como base de alguns assuntos e compartilhamentos.
Piero: Interessante! A julgar por onde ele aparece, tudo leva a crer que não se trata de qualquer um…
Piero: DEFESANET e Agência Estado… interessante…
Valdir: O que será este “confederation program?’
?
Deve ser a festinha dos golpes…
Piero: É só ver quais países estão na lista. Como a Stratfor é pequena, eles devem priorizar análises nessas regiões. Jogada esperta…
Valdir: Piero, acho que este aqui você vai gostar.
Lembra da Reva Bhalla da Stratfor/NSA? Taí um report dela, falando sobre o programa e sobre as outras ligações dela que tinham ações pendentes, ligando também ao Wilson Center.
Observem principalmente a data, logo após a posse da eleição de 2010.
E este detalhe na parte do IFHC, quase que afirmando que eles estão por trás das mudanças na América do Sul. Considerando que nem Argentina nem Paraguai haviam mudado, não ficam dúvidas né?
“Sergio [Fausto] will be in DC March 21-23 for a roundtable discussion on the impact in South America of global geopolitical changes. The event will take place at the Woodrow Wilson Center under the auspice of the Brazil Institute. I plan to meet him again there. If George can also be in DC at the time, that would be great.”
Valdir: “Confed” parece efetivamente que é o plano global geopolítico.
Todos os outros contatos/contratos na 1a planilha (Georgia, China, Russia, Brazil, etc)… e algumas lista de ações na 2a planilha, envolvendo informações sobre protestos na Romênia:
Do Wikileaks:
Her POC continued to stonewall her on her inquiries on protests, but once she switched the topic to Fidesz they answered at length.
POC = Point of Contact
*
Outros locais:
Matt sent out insight on the Thai/Cambodia border issue and also on the effect of the Egyptian protests on Malaysia that has unveiled tensions in the country.
On Monday February 27th, 2012, WikiLeaks began publishing The Global Intelligence Files, over five million e-mails from the Texas headquartered “global intelligence” company Stratfor. The e-mails date between July 2004 and late December 2011. They reveal the inner workings of a company that fronts as an intelligence publisher, but provides confidential intelligence services to large corporations, such as Bhopal’s Dow Chemical Co., Lockheed Martin, Northrop Grumman, Raytheon and government agencies, including the US Department of Homeland Security, the US Marines and the US Defence Intelligence Agency. The emails show Stratfor’s web of informers, pay-off structure, payment laundering techniques and psychological methods.
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A personal invitation from the Brazil Institute of the Wilson Center
Released on 2013-02-13 00:00 GMT
Email-ID
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216234
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Date
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2011-03-11 17:57:15
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From
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To
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March 11, 2011
Dear Reva,
I write to invite you to join a select group of experts on Tuesday March 22, from 10 to noon for an invitation-only roundtable discussion on the new global geopolitical realities and the way it may influence Brazil´s role as a regional and potential global power. Co-directors of Plataforma Democrática, Bernardo Sorj, from the Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, and Sergio Fausto, from the Instituto Fernando Henrique Cardoso, will introduce the subject. Sorj will focus on the regional impact of global geopolitical changes, and Fausto, on its impact on Brazil. A 90-minute discussion will follow.
The meeting stems from the Plataforma Democrática project founded three years ago by Brazilian think-tanks Instituto Fernando Henrique Cardoso and Centro Edelstein de Pesquisas Sociais to advance new thinking on the future of democracy in Latin America. In 2010, Plataforma commissioned a series of papers related to the Global Geopolitical Dynamics and the Future of Democracy in Latin America. Based on these background papers, a synthesis paper was elaborated and submitted to comments from various Latin-American public intellectuals, such as Fernando Henrique Cardoso, Celso Lafer, Ignacio Walker, and Henry Pease Garcia, among others.
The March meeting, to be held in the 4th floor conference room of the Woodrow Wilson International Center for Scholars, will focus on Brazil’s role in the regional and global stages, given the country rising influence in both and the challenges thereof.
As partner of Plataforma Democrática in this endeavor, we are convinced that one cannot grasp the dynamics shaping the new political landscape in South America without taking into consideration how economic, military and ideological long-term changes at the global level penetrate specific societal and institutional contexts and affect decision- making process at the regional and national levels.
Your participation will certainly enrich the conversation and we hope you will be able to accept this invitation. Please let us know by March 14 of your availability to attend by replying to Michael.Darden@wilsoncenter.org.
Sincerely,
Director, Brazil Institute
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“- Writing in the 8 August edition of Sao Paulo O Estado de Sao Paulo, Paulo Sotero — director of the Brazil Institute of the Smithsonian Institution’s Woodrow Wilson Center and former correspondent for the newspaper – offers the following view: “Te winner at the polls in October will inherit, insofar as the relationship with the United States goes, an environment poisoned by the butting of heads between Brasilia and Washington on the matter of the Iranian nuclear program and other misunderstandings in the past two years. The resentment left over by the Iranian episode is intense, mutual, and has spilled over into areas beyond diplomats’ control – which is expected to complicate the essential job of rebuilding confidence between the two governments. Among senior officials and individuals who closely follow bilateral ties, there is talk of ‘great anger’. ‘At the beginning of last year, I could not have anticipated the negative state of affairs in which we find ourselves today,’ one official said.” (OSC is translating this item) Foreign Minister Says Country Taking on Increasingly Important Role on Global Stage”
*
Maria: É impressionante tudo isso! A gente sempre meio que soube disso tudo, desconfiou. Mas ver em letra de forma impressa é pra lá de assustador!
E o filho do Boris Fausto no IFHC, Sérgio Fausto, recebendo convite pessoal pra ir avaliar a situação de conflito!
E depois a diplomacia ativa e altiva do Amorim não era mesmo motivo de escândalo e preocupação (!)
Olha só o tamanho do inimigo que estamos enfrentando, enquanto a esquerda decide se deve ou não apoiar o Lula!
Valdir: Acho que agora ficou claro definitivamente a mão grande deles.
Olhem a agenda do Wilson Center de 03/2011, os projetos em discussão, se isto não é o “America Great Again” na agenda eu posso ser internado:
Também no México:
*
DEFESANET, consultorias e como isso teria a ver com o conceito de “guerra híbrida”
É importante ter essas coisas em mente, porque elas ajudam a contextualizar uma discussão importante nos meios militares hoje, sobre a chamada “guerra híbrida”.
Aquela mesma de que já vimos o Pepe Escobar falar, mas em outras partes do mundo…
Será que também temos uma guerra híbrida por aqui??
Há quem afirme que sim, dedicando-se ao trabalho com esse tema da atualidade, de grande interesse para o Exército e os órgãos de segurança.
*
Piero:
(11/6/2017)
A Violência das Atividades de Guerra Híbrida na Luta pelo Poder
10/6/2017
DEFESANET
Cabe prestar atenção nisso. Esse artigo, publicado pelo DEFESANET, que vem replicando essa história de que estamos em “guerra híbrida”.
Como esperado, o militar da reserva (Carlos Alberto Pinto Silva, General de Exército da reserva / Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do Comando de Operações Terrestres, Membro da Academia de Defesa e do CEBRES), localiza no PT e na esquerda um forte componente de insurgência.
Para ele, no fim, seria o PT que estaria causando todo o cenário de “anarquia” no Brasil.
Cabe fazer uma observação.
Como vocês poderão ver, ele retira vários trechos de Lenin e alguma coisa de Marx.
O ponto é o seguinte: eles leem apenas fichamentos, onde excertos são tirados de contexto para servir ao propósito doutrinário.
Ele não tem o propósito de fazer uma discussão séria a partir dos autores que mobiliza, mas os utiliza SABENDO MUITO BEM QUE ELE PRÓPRIO TEM UM PAPEL TÁTICO NA CRIAÇÃO DA INVENÇÃO DE QUE ESTAMOS NUMA GUERRA HÍBRIDA.
E espalha isso pelas academias militares, para a ESAO e ECEME, para o CPAEx: essas são as instituições de formação e os motores da promoção na carreira dos militares.
De repente, a essas alturas, o clima “lá dentro” deve ser de “certeza”.
É assim que a tese do “inimigo interno” vai ganhando da tese do “inimigo externo”.
(esse é o dualismo fundamental nas FFAA; o segundo campo quase sempre foi minoritário)
O que estou dizendo há algum tempo é que Villas-Boas tá fazendo um jogo duplo: a declaração para “fora” não é condizente com um esforço de abrandamento dessa tática paranoide lá dentro. No meu ponto de vista, estamos pisando em ovos…
Dorotea: Ele fundamenta a sua percepção de guerra híbrida em notícias divulgadas pela imprensa. Ou seja, exibe a mesma parcialidade já de saída, sem colocar em dúvida por nenhum momento as informações. Imagino o quanto essas palavras estimulem a paranoia dentro da tropa. Estamos pisando, pior que em ovos, em brasas.
Maria: Haja ovos pra gente estar pisando em cima!
Mas só nós ou também o Villas Boas?
Explica melhor o jogo duplo, please!
O que resta de bom senso progressista nele está tentando segurar o rojão da paranoia do inimigo interno ou, como comandante, já aderiu, e as declarações “sensatas” e “neutras” pra fora são meio pra inglês ver?
Isso, enquanto esperam o tempo necessário pro amadurecimento interno da guerra híbrida e o caos do noticiário pra convencer a população, antes do bote?
Piero: Bom, certamente Villas Boas não tem como controlar o que gente da reserva diz. No entanto, ele poderia dizer o contrário. Dar uma declaração contundente, sei lá.
O que me deixa de cabelo em pé é o fato de que ele bota, ou deixa botar, o Bolsonaro em tudo quanto é solenidade militar. Isso é pra eles, não pra gente.
Precisa ver se de repente o Pinto Silva já não tá dando aula na ECEME sobre “Guerra Híbrida”.
Seria urgente sabermos o que se passa lá dentro, nos meandros. Queria muito saber DE FATO o que o V-B pensa, quais são suas instruções internas.
Talvez eu esteja sendo injusto, talvez ele seja um refém dessa situação. Ele também não pode ir “contra a tropa”.
Pegou uma coisa algo desgastada, seu antecessor, o Enzo, tinha controvérsias sobre ele…
Até acusação nem tão velada assim de homossexualidade…
Aí, pra não dar escândalo do quartel pra fora, melhor falar em “corrupção” e desvio de verbas, né?
Então o V-B tá com um rojão, é verdade. Mas – posso estar errado – na hora H ele fica com a maioria…
Maria: Engraçado que, a partir das suas próprias informações sobre o V-B na Amazônia, eu também fiquei pensando que ele bem podia estar refém de uma turma da pesada, numa sinuca de bico.
E também é claro que, na hora H, ele deve ficar com a maioria. Daí que você pode estar com a razão.
Tem algum jeito de você saber o que o V-B está pensando de fato sobre esse melê?
Isso porque eu imagino que o Pinto Silva deva se sentir na obrigação de defender o Temerário até um pouco mais do que por “dever constitucional”.
Entra concordância ideológica nisso, se quem “sabia de tudo” e é culpado de tudo é o PT e a guerra híbrida castro-bolivariana.
Mas quem segura o rojão das trapalhadas do MT e do caos do país, por quanto tempo?
“Intervenção militar constitucional” já ou daqui a pouco? E a reação do país e do mundo? Já não passou da época dos “golpes militares”?
Ou é preciso esperar o país inteiro estar à beira do colapso total pra pedir de joelhos alguma law & order pra eles entrarem em cena?
E isso, independente do resultado da “sucessão”, quando (e não se) o temerário cair. Vitória do Partido do Judiciário ou Partido da Soberania Popular tanto faz, não?
Se a guerra híbrida vem do Putin e do castro-bolivarianismo (!), e não dos States…
… a continuidade das reformas é “inegociável” (!)
E aí o resto da história só Deus sabe!
Piero: Assino embaixo, Maria! A única coisa que penso é por que raios o DEFESANET, e esse colaborador em particular, estão assumindo a defesa do Temerário, já que parece que muito pouca gente tá nessa.
Sobretudo porque o Judiciário, a essas alturas, tá mandando a Constituição às favas.
Não sei… mas algo me diz que tem de fato a ver com o Etchegoyen.
Seja como for, esse cara é linha duríssima, e talvez o Pinto Silva seja da coterie.
Eles todos são de turmas próximas na AMAN, isso tem alguma relevância.
Mas para mim, mesmo sem saber uma fração do que se passa, tem algo aí que tá mais para um “gut feeling”: o artigo em questão é, ele próprio, instrumento de guerra híbrida.
E isso um militar com a credencial dele SABE FAZER: criar a tática de contrainformação.
Então, “golpe militar” é difícil, embora a Turquia esteja aí para nos alertar – golpes e contragolpes.
Mas definitivamente eles estão com a faca e o queijo na mão para criar um cenário de manipulação, inventando ao mesmo tempo ofensivas e contraofensivas no campo informacional.
Há um grande estrategista, Edward Luttwack, que trata só dessas “operações psicológicas” para fomentar golpes de Estado.
Golpe por golpe, aliás, acabamos de passar por um.
Sem tanque?
Nunca saberemos quanto os serviços de informação estão por trás de notícias, descobertas; o quanto eles estão infiltrados em “n” setores do Estado.
Custa-me crer que aquela balela do capitãozinho infiltrado em Black bloc mostrava que o CIE (Centro de Inteligência do Exército) é essa coisa tosca. Para mim eles deixaram o cara ser descoberto de propósito, para “desviar o foco”.
Lembre-se que o SNI e o CIE mandavam gente morar lá nos confins da Amazônia nos anos 70 só pra detectar atividade de comunidade de 50 camponeses (vi um relato impressionante disso numa entrevista do José de Souza Martins). A estrutura não era de se jogar fora.
Então, voltamos, enfim, ao velho problema: os “intelectuais orgânicos” do EB começam a criar um “ambiente de hegemonia” disseminando a ideia de “guerra híbrida”; e, como militar PRECISA da guerra para se situar no mundo, é nisso que eles vão querer se amparar.
Maria: Tá certo que “guerra híbrida” é excelente pra disseminar informação e contra informação.
Mas com que propósito, isto é, esperando chegar aonde? Isso é o que não consigo vislumbrar em nenhum horizonte.
Na História brasileira, por não terem podido organizar-se com autonomia e coerência, as classes sociais brasileiras não uniram o País. Transferiram ao Estado as tarefas típicas que lhes deveriam caber – a organização dos consensos, a construção da hegemonia, a modelagem da administração pública, o planejamento do desenvolvimento, a defesa da soberania, em suma, tudo o que poderia configurar um projeto nacional. Pagou-se alto preço pelas “servidões da infraestrutura”, que dificultaram a comunicação entre os grupos sociais. Abriu-se um vazio político e ideológico, causa de um pesadelo permanente: o da ditadura, das guinadas autoritárias, da democracia imperfeita, da hipertrofia dos vértices em detrimento das bases. Com isso, uma parte da estrutura estatal – os “militares”, mais bem organizados – terminou por agir com maior desenvoltura política.
Essa a principal razão que levou Oliveiros a se dedicar sistematicamente ao estudo das intervenções militares no Brasil, de que o melhor exemplo é seu livro Os Elos Partidos (2007).
Com a democratização dos anos 1980, os militares voltaram à caserna, a Federação perdeu importância, graças ao avanço da crise fiscal, que também corroeu a União. Houve a globalização, o capitalismo se reorganizou, a sociedade se diferenciou e aprofundou a falta de coordenação. O País enveredou por trilhas inquietantes. Na conclusão de seu livro de 2007, Oliveiros escreverá: “Não havendo estruturas que impulsionem o processo social, a Política feneceu. O Mercado, novo deus fenício a cobrar sacrifícios, impôs-se como senhor de baraço e cutelo”. Na medida em que desapareceu a “Grande Política, as Ideias”, passou-se a discutir as pessoas, as personalidades.
É onde nos encontramos. Três décadas após a redemocratização, ainda falta ao País a solução de seu enigma fundacional, o da organização autônoma da sociedade e da articulação entre Estado e mundo da vida social. Continuamos sem sujeitos capazes de promover “políticas dirigidas para o futuro” e sem projetos nacionais. Poderemos vir a tê-los no capitalismo globalizado, na modernidade líquida e radicalizada em que nos encontramos? É uma questão em aberto.
* Resenha de Marco Aurélio Nogueira do livro “A Política e o País na Visão de Oliveiros S. Ferreira”, por Carlos Enrique Ruiz Ferreira (org.)
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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.
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