Como a pequeno-burguesia petista jogou os militares – e o Brasil – no colo dos EUA

Por Romulus Maya, para o Duplo Expresso
Publicado 5/nov/2018
Atualizado 8/nov/2018

O “expressonauta” O.G.M. é acadêmico de exatas que conhece o PT desde o seu nascimento. E que vem observando, desde então, as implicações políticas da tensão ideológica existente entre, de um lado, os elementos sindicais do partido – capitaneados por Lula, é claro – e, do outro, os pequeno-burgueses. A seguir, ele explica como o desequilíbrio nessa soma de vetores a partir do governo Dilma seria DETERMINANTE para o fim, de fato, do Estado nacional brasileiro (a partir de 2016).

Partindo dos comentários do antropólogo Piero Leirner sobre o posicionamento dos militares brasileiros na quadra atual, OGM faz um belo apanhado de como a moralidade pequeno-burguesa de boa parte do PT – e da esquerda brasileira em geral –, bem como a sua proximidade (inclusive pecuniária) com a China, contribuiu de forma decisiva para o estranhamento dos militares com relação ao partido. E mais: também com relação aos próprios chineses.

Acossados com o revanchismo de certas alas do PT na articulação da Comissão da Verdade, na rodada seguinte esses militares foram buscar o apoio de seus antigos patrocinadores, os EUA. Na venda casada imposta pelo Império sacramentou-se entre os militares brasileiros a sino e russo-fobia – em grau ainda maior –, bem como a sujeição ao projeto neocolonial que a Finança transnacional, e por tabela o Deep State americano, têm não mais para “o Brasil” enquanto ente (relativamente) soberano mas para o território – e recursos naturais – que esse ex-Estado nacional ocupa geograficamente.

A perplexidade diante de mais um golpe à la ucraniana: segue sendo incompreensível para boa parte da esquerda brasileira o fato de que a burguesia nacional ter apoiado o Golpe não significa, em absoluto, que essa mesma burguesia não seja um de seus alvos. Na verdade, o prioritário.

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Por O.G.M.

(1) Carta Capital de Mino Carta, e também Paulo Henrique Amorim, durante as administrações petistas ajudaram a avivar o “direito natural” na esquerda pequeno burguesa que administra o PT de que a anistia a torturadores é um pecado moral, um prêmio aos que cometeram crimes contra a sagrada vida humana; conceito semelhante aos usados pelos cristãos anti-aborto.
A esquerda italiana de Mino Carta no pós-guerra enforcou fascistas e os argentinos prenderam Videla não porque a História, uma sábia grega mais antiga que Moisés, permitiu, mas por possuírem uma vontade moral e ética mais apurada do que os toscos 99,9% dos trabalhadores brasileiros que só foram conhecer que houve luta amada no Brasil depois que ela foi derrotada.
Mino Carta e Paulo Henrique Amorim não seriam tão idiotas de pensar que prender torturadores de ontem evita a tortura no futuro – sempre haverá futuros direitistas necessitando dinheiro capazes de matar e torturar futuros esquerdistas armados, ou não, dependendo do grau de perigo que esses esquerdistas apresentarem ao pagante do torturador ou matador.
Tortura é uma mercadoria em uma economia de livre mercado; o fato de ser ilegal não a torna uma mercadoria inutilizável, mas uma mercadoria cara para ser utilizada em ambientes privados.

(2) Maria do Rosário, da sagrada Secretaria de Direitos Humanos, boicotou as recomendações do ex-presidente Lula de fazer da Comissão da Verdade uma atividade de conciliação da antiga esquerda armada com os militares. Jornais da tendência Articulação de Esquerda, distribuídos internamente no PT, apareceram com fotos e biografias de ex-torturadores que deveriam ser presos e punidos.
A esquerda pequeno burguesa punitivista não aceitava a sábia justiça reparadora e esclarecedora do metalúrgico Lula.
Tarefa de casa: procurar exemplares desses jornais e verificar nas obras de Piero Lerner (como esta aqui) se há coincidência de datas das publicações desses jornais com o crescimento da histeria anti-PT entre militares.

(3) Um ex-metalúrgico pode entender que um torturador é um mero peão em uma linha de produção de repressão para manter os lucros e a sagrada propriedade dos patrões e sempre pode seguir a filosofia de nunca falar grosso com a Bolívia e fino com os EUA.
Não teria sentido o PT receber contribuição de campanha eleitoral de grupos que financiaram a tortura e ao mesmo tempo colocar na cadeia seus ex-empregados torturadores que a princípio já estariam anistiados.
Um sindicalista tende a pensar o direito como luta de duas classes fundamentais; para os pequeno-burgueses do PT é certamente um “tosco materialista mecanicista ultrapassado”; nunca deve ter lido Hannah Arendt; não entende o pensamento antifascista moderno do circuito Londres-Paris-Nova Iorque.
Tarefa de casa: procurar no recente livro de memórias de Zé Dirceu uma muito breve passagem de sua discordância com Lula em relação a anistia.

(4) O grupo Articulação de Esquerda é liderado pela família Pomar. Esses pequeno-burgueses de esquerda sofreram um trauma com a morte do veterano Pedro Pomar no famoso Massacre da Lapa nos anos finais da Ditadura Militar.
Os Pomares (Vladimir, Valter, …) possuem relacionamento com o Partido Comunista Chinês e fazem negócios com a China, como quase todo mundo que quer ganhar alguns trocados com compra e venda de coisas hoje em dia. Lobby. Esse relacionamento talvez seja responsável pela fofoca absurda plantada maliciosamente entre alguns militares de que Dilma estaria cercada de “espiões chineses”, tendo em vista que Maria do Rosário pertencia às alas petistas que estavam a fim de colocar militares aposentados “exemplarmente” na cadeia.
Essa esquerda pequeno-burguesa não apenas criou problemas para Lula com também criou uma saia justa para o governo e Partido Comunista Chinês.

(5) Esses torturadores aposentados e suas famílias, juntamente com seus antigos chefes, foram procurar proteção contra a provável justiça punitivista da esquerda pequeno-burguesa brasileira junto a seus antigos patrocinadores e se colocaram à disposição para trabalhar gratuitamente, numa comunhão de interesses, em uma nova cruzada, focada em destruir o crescimento do capitalismo eurasiático e na implementação do “Project for the New American Century“.

(6) Os que antigamente tutelaram e treinaram os torturadores brasileiros não precisam apenas de novas torturas, como em Abu Graib e Guantanamo, mas do rancor e do ódio pessoal de militares brasileiros que seja base para a fidelidade canina para a implementação de um Projeto Imperial; um novo século onde não cabe o liberalismo do burguês brasileiro à la José de Alencar, parceiro na chapa de Lula, pois é projetado para ser um período dominado por monopólios financeiros centrados no dólar.
Os que tutelaram os torturadores brasileiros golpearam a conciliação entre trabalhadores e empresários, eles temem que a luta de classes no Brasil gere conciliações do tipo Lula+Zé de Alencar+Kátia Abreu. O alvo do Golpe foi a conciliação entre as classes fundamentais da sociedade brasileira. Foi um golpe contra o Brasil, no conjunto.
Uma parte considerável da esquerda brasileira estima que a conciliação de classes no Brasil naturalmente haveria de se esgotar devido a uma crise do capitalismo mundial. Mas o capitalismo mundial não está em crise terminal, está em crise de desenvolvimento; enquanto houver bilhões de desempregados e famintos o capitalismo mundial não entrará em crise; o capitalista é um parasita das necessidades humanas.
A crise existente é da aristocracia financeira ancorada no dólar que se tornou um obstáculo ao desenvolvimento do capitalismo mundial. A aristocracia imperial teme o capitalismo liberal como o diabo teme a cruz. Com métodos Goebbelianos a aristocracia imperial declare-se não aristocrática mas “burguesa” e “liberal”. Porém o dólar ancorado no poder de violência do exército mais poderoso do planeta é uma das mais brutais intervenções de um Estado nacional na economia de livre mercado global; é o avesso do avesso do avesso de capitalismo liberal; é o liberalismo adequado ao cérebro de leitores de Financial Times, The Economist, Olavo de Carvalho, etc.

(7) A aristocracia golpista centrada no dólar é muito poderosa; as classes fundamentais do Brasil naturalmente usarão da hipocrisia, falsas lealdades, falsas promessas, usarão de todas as artimanhas existentes nos fracos; porém, a aristocracia anglo-saxã é experiente em gerir impérios e já tem realmente sob seu controle os policiais federais, a justiça, mas também parcela do exército. Tendo o controle da imprensa, polícia e Justiça, com apenas dez por cento das forças armadas já é suficiente para o Brasil entrar em seu novo período Colonial. A maioria da pequeno-burguesia de esquerda já estava sob controle colonial há muito mais tempo e os Cebrapeiros, Marina Silva, apoiadores do Ciro Gomes da Vicunha pró Israel, Boulos não vai ter copa, PSTU contra todos, NN, PSOL, 86% do PT, 70% da CUT, 10% do MST ajudaram na montagem do golpe.

(8) Haverá tanta malandragem nas falas e declarações oficiais dos operadores brasileiros da administração colonial que cada ação colonial deverá ser analisada caso a caso. As classes fundamentais do Brasil não possuem mais liberdade de expressão, só a liberdade de expressar as conveniências necessárias a um subalterno; esta é a nova realidade colonial: as burguesias brasileiras não dominam mais o Estado Brasileiro. Se desejar sacanear um militar brasileiro, colocar sua vida ou reputação em perigo, espalhe de maneira crível que ele é um genuíno nacionalista.

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Tomando o golpe na Ucrânia como referência, pois foi dado pelo mesmos neocons que elaboraram o Golpe no Brasil, o controle do Ministério da Justiça pelo funcionário imperial Moro não visa apenas reprimir os trabalhadores insatisfeitos com a nova ordem econômica mas principalmente controlar as burguesias locais insatisfeitas.

Os sindicatos no mundo estão fracos e na Europa dita democrática as mobilizações de milhares de trabalhadores são controladas por apenas algumas centenas de policiais especializados como aconteceu nas privatizações de FHC. O difícil é controlar uma burguesia insatisfeita com o regime colonial.

Na Ucrânia o ministério da justiça colocou a faca no pescoço da burguesia ucraniana pró-russa; no Brasil o Moro poderá criminalizar qualquer aliança de qualquer empresário com o PT ou mesmo qualquer burguês bolsonarista que não seguir a cartilha imperial (financista, ultraliberal, anti-Eurásia); poderá criminalizar a atuação de qualquer militar nacionalista, etc. Controlar, bater e matar trabalhadores já é uma trivialidade; o difícil é controlar a Burguesia.

Burguesia não faz passeata mas pode pagar centenas de pessoas para ficarem acampadas meses protestando como a burguesia do Qatar fez na primavera egípcia. Os do MST, que é formado por pequenos proprietários e aspirantes a pequenos proprietários, são mais duros na queda do que os escravos assalariados urbanos atualmente muitos mal organizados. Se apenas 7% da burguesia nacional militar contra a nova ordem colonial é uma força mil vezes mais forte do que o MST e dez mil vezes mais forte do que a CUT. Lembre-se da greve dos caminhoeiros.

99,99999% da esquerda brasileira ainda não aceita que o Golpe foi contra a Burguesia Braileira apenas pelo fato de 99.99999% da Burguesia Brasileira ter apoiado o Golpe. Ela apoiou o Golpe mas o golpe não é dela; essa é a característica ucraniana do golpe Brasileiro, dado pela mesma equipe de neocons. Burgueses graúdos já sofreram arbitrariedades nas mãos das milícias fascistas imperiais organizadas pelo Ministério Público e pelo Mussolini de Maringá que transformaram o brasão da República em suástica. Essa justiça fascista foi elogiada pelo candidato do PT Haddad, um “esquerdista” modernoso que não mostrou compromisso real com a democracia, característica presente na maioria da esquerda pós-moderna bem pensante para quem o PSOL serve como gabarito canônico.

Se no Brasil Colonial pós 2016 já não há Estado de Direito para os burgueses, imagine a situação dos trabalhadores…

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P.S.: além dos artigos de Piero Leirner sobre os militares, recomenda-se ler também, de “expressonauta” que assina “Getúlio de Moura Prebisch”

A barganha do PT com a Finança e os EUA: foi-se o projeto nacional?

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P.P.S.:

Por Marc NT

Excelente radiografia. Creio que ninguém que conheça alguma dessas figuras mais de perto vá discordar dessa descuidada gerência do poder, rumo ao identitarismo. Mas como papai sempre dizia, (quase) ninguém foge à sua origem de classe. E apenas os burgueses tem a clara noção de seus objetivos.

Com relação à burguesia ucraniana, pelo jeito os neocons não tiveram muito sucesso, já que o país é governado por Petroshenko, um oligarca do chocolate (que é uma delícia, aliás), as brigadas nazistas são financiadas por um bilionário israelense (!!!!! se há algo estranho no mundo está aí) e divide o que resta do país, pois além da Criméia e do Donbass, estão para perder a Transcarpátia para a Hungria, com outros quatro “gaulaiters”: Rinát Ajmetov, Igor Kolomoyskyi, Viktor Pinchuk e Dmytró Firstash.

No entanto, discordo em parte das conclusões do Piero e do autor com relação à Comissão da Verdade, que nunca chegou a cumprir seus objetivos ou as recomendações internacionais sobre a apuração dos crimes da ditadura. Se algo há ali é um profundo ressentimento e sentimento de vingança que só vicejou porque eles permaneceram unidos e fortes. A espinha dorsal da ideologia castrense não foi quebrada nem desmoralizada.

A grande questão é que na Itália pós-fascismo e na Argentina, pós- Malvinas, as forças armadas e os fascistas estavam completamente destruídos. Aqui não, eles recuaram em ordem. E recuo sempre é tática nunca é derrota. E, recuando em ordem, se mantiveram unidos e, preparando o retorno, que praticaram com brilhantismo agora.

Essa gente é má, mas não é uma besta desenfreada como o seu testa de ferro.

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ATUALIZAÇÃO 8/nov/2018: a relação, comercial inclusive, do clã Pomar com a China

A menção – meramente tangencial – que o autor do texto fez à relação comercial do clã Pomar, linhagem de dirigentes do PT, com interesses chineses no Brasil acabou por chamar mais a atenção que o texto todo, no seu conjunto. Uma pena. Como houve quem caracterizasse a (mera) menção como “acusação” – o que não é, por lobby não ser ilegal no Brasil – reproduzimos abaixo matéria da Folha de S. Paulo de 2010, que entrevista o próprio Wladimir Pomar, pai de Valter.

Grupos chineses se associam a ex-dirigente do PT

Estatais escolhem empresa com conexões políticas para disputar projetos de infraestrutura no Brasil

Alvos de investidores incluem o trem-bala, a hidrelétrica de Belo Monte e os campos de petróleo do pré-sal 

RICARDO BALTHAZAR
DE SÃO PAULO

Na parede atrás da mesa de trabalho do consultor de empresas Wladimir Pomar, há uma fotografia que mostra seu pai apertando a mão do primeiro-ministro chinês Chu En-lai ao final de um encontro político, em 1971.
O empresário Marco Polo Moreira Leite faz negócios com a China desde a década de 90, quando procurava produtos chineses para abastecer redes de varejo brasileiras e viveu perto de Pequim.
Os dois trabalham juntos hoje em dia, abrindo portas no Brasil para um punhado de gigantes estatais chineses que querem entrar no país.
Uma pequena empresa de comércio exterior que eles criaram há três anos, a Asian Trade Link (ATL), representa um consórcio interessado no trem-bala que ligará São Paulo ao Rio, uma indústria que quer vender turbinas para a hidrelétrica de Belo Monte e uma empresa que está de olho no petróleo do pré-sal.
“A China tem dinheiro e tecnologia”, diz Pomar. “Em vez de ficar com medo, o Brasil deveria ter políticas para atrair esses investimentos.”
Pode parecer ambição demais para uma empresa tão nova, mas Pomar e Moreira Leite têm uma vantagem que poucos possuem nesse ramo: uma vasta rede de relacionamento que ajuda a abrir caminho no Brasil e na China.

APROXIMAÇÃO
Filho de um dirigente do PCdoB que foi morto pela polícia na ditadura militar, Pomar, 74, participou da fundação do PT e é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi o coordenador da primeira campanha presidencial de Lula, em 1989.
Moreira Leite, 66, começou a trabalhar com Pomar em 2002. Lula estava prestes a assumir o poder e os amigos de Moreira Leite na China o procuraram. “Eles queriam muito se aproximar do novo governo”, diz o empresário.
Pomar levou o assunto a Lula e a dupla recebeu dinheiro do governo para realizar seminários promovendo o comércio entre o Brasil e a China. Eles participaram da organização da primeira visita de Lula à China, em 2004.
Na mesma época, Pomar apresentou à então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o grupo Citic. A Eletrobras depois o contratou para construir uma usina termelétrica em Candiota (RS).
Pomar diz que evita tirar proveito de sua amizade com Lula para fazer negócios. Mas sabe como os chineses valorizam esse tipo de conexão. “Aprendi com eles que você precisa ter relações com todo mundo”, afirma Pomar.
A ATL tem 13 sócios. Entre eles, estão o ex-vice-governador de Mato Grosso do Sul Egon Krakhecke, que é do PT e hoje é secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente.
Também são sócios o deputado estadual Jailson Lima, do PT de Santa Catarina, e o ex-deputado federal Luciano Zica, que deixou o PT para entrar no PV.
Os sócios da ATL investiram R$ 3 milhões para financiar as atividades da empresa. Krakhecke e Zica dizem que não acompanham seu dia a dia e nunca receberam rendimentos da ATL. Cada um entrou na sociedade com uma cota de R$ 200 mil.
Pomar e Moreira Leite negam que os outros sócios tenham sido chamados por causa de suas conexões políticas. “São apenas nossos amigos”, diz Pomar. Ele se desligou da sociedade pouco depois da criação da ATL, mas continuou fazendo negócios com Moreira Leite.
“Os chineses não têm a menor ideia de quem são os meus sócios”, afirma Moreira Leite, que preside a empresa. “Nossa relação é antiga e por isso eles confiam em mim.”

 

Pela minha (Romulus) experiência em grandes bancas de advocacia sei exatamente como funciona esse tipo de contrato de consultoria. O consultor, ou lobista, vende o acesso à sua rede de contatos (network) e a sua capacidade de articulação comercial. Prospecta novas oportunidades de negócio para o contratante e trata com autoridades na defesa dos seus interesses. Em geral há o pagamento de honorários fixos mensais (retainer fee). Digamos, por exemplo, US$ 15 mil. Fora isso, em conseguindo contratos interessantes, o lobista – que juntou as pontas – ganha um variável: uma porcentagem em cima do valor do contrato (finder’s fee), o que pode render milhões.

Dados os vultosos investimentos da China no Brasil nos últimos anos, é possível que a parceria entre os Pomar e a China tenha rendido uma condição confortável à família.

Novamente: não é ilegal.

E o pé de meia acumulado talvez venha a ser bastante conveniente, caso a família se veja forçada a se exilar num país como a França, por exemplo, num futuro próximo. Salário de professor universitário, de instituição pública, ainda por cima em Reais, certamente não banca.

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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