¡No lo creo! – esquerdistas e blogs (ainda!) a favor do golpe juristocrático-midiático?? ?


¡No lo creo! – esquerdistas e blogs (ainda!) a favor do golpe juristocrático-midiático?? ?

Por Romulus


Não entendo…


(ou será que entendo?)




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*

*

Pouco importa se parte da esquerda quer que fique, pois até as eleições de 2018, Temer será a melhor alternativa para desmoralizar o golpismo.



Pouco importa se parte do mercado acha que sua queda, agora, poderia consagrar Rodrigo Maia, dar fôlego ao desmonte e prorrogar eleições.



Pouco importa se sua queda afetar a economia, der algum fôlego a mais para os golpistas, se desmanchar táticas políticas ou facilitar novos golpes.



Mas Temer, não!



*



“Pouco importa”?



E três vezes, Nassif?



Não poderia discordar mais!



*



No Whatsapp:
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*



Poxa, tratamos desse ataque de “racionalidade limitadaexatamente 3 meses atrás aqui no Blog.





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Leiam e vejam se é necessário alterar uma vírgula que seja, à guisa de atualização.

*

Mas antes, um filme de terror (judicial):

*

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Globo e Moro vão eleger Rodrigo Maia Presidente? E Temer? Ruim sempre pode piorar!

Por Romulus


Parte (1)


– Brasil: sucessão de golpes e contragolpes. “Do mal”, mas também “do bem” (!)



– Segundo turno (literalmente? rs) dos infernos: “Fora, Temer” vs. “Fica, Temer”



– Notem: a alternativa (?!) é… Rodrigo Maia!



– Binarismo “do bem”: Globo a favor? Sou contra!



– Churchill e Simone Veil: aliança ~tática~ até com o diabo, se Hitler invadisse o inferno





Item (A): a “rodada” do “jogo” tomada no “atacado”



– Marco Aurélio Mello e Delfim Netto



– Núcleo duro debate: a marcha da História política no Brasil – golpes e contra-golpes



*



Parte (1)



Brasil: sucessão de golpes e contra-golpes. “Do mal”, mas também “do bem” (!)



No Brasil, a cartada política do “respeito à legalidade e à institucionalidade” é, via de regra, usada por quem se encontra no poder e enfrenta contestação. Assim, tomando partido, providencialmente, de uma análise superficial, quem a utiliza evidentemente não debate “que legalidade” e “que institucionalidade” são essas a serem… “respeitadas”.



Diante da velha dicotomia “legalidade” vs. “legitimidade”, ~todas~ as forças políticas do Brasil, sejam elas de direita ou de esquerda, ~sempre~ flertaram com o golpismo – e, no verso da moeda, com o contragolpismo – a depender das circunstâncias históricas.



Ou seja:



(i) do papel que ocupavam então no jogo político – governo ou oposição;



(ii) da correlação de forças – a dar esteio ao golpismo e ao contra-golpismo, conforme o caso; e



(iii) as ~maquiavélicas~ virtù e fortuna – aptidão e sorte.



Pessoalmente sempre acreditei que a Constituição de 1988 – e principalmente, indo além do que está no… “papel”!, a ~prática~ constitucional subsequente – apesar de todas as suas limitações estruturais e dos defeitos de “implementação”, representou um avanço em relação a esse quadro, que vinha desde a independência: golpes e contragolpes.



Tanto acreditei, que baseei a minha tese de doutorado nessa premissa!





Romulus: Não existe meia Constituição… não existe meio Estado de direito!
Tania: Ora, se existe “meia democracia”…
Ciro: Romulus, exceto que no Brasil nunca houve nem uma coisa nem outra…
Vai arrumando uma tese nova!
?
Romulus: Ciro diz isso porque originalmente a minha tese de doutorado aqui na Europa tinha, como uma de suas premissas, o “fato” (!) de que o Brasil apresentava – na comparação com outros países emergentes de porte similar – uma “razoável” efetividade do Princípio da Legalidade e do Estado de Direito.
Principalmente em vista:
(1) da independência do Judiciário (!);
(bem… em 2010 eu não tinha como saber que seria ~tanta~ independência, né… ?)
(2) do teste “final” para a maturidade da democracia e da institucionalidade brasileiras: a primeira transição política ~real~, com a chegada do PT à Presidência da República em 2002.
“Sem traumas” e com a manutenção da “estabilidade” política, institucional e econômica.
Bem… pelo menos, assim eu argumentava na tese… lá atrás… (!)
Portanto, como podem ver, o meu problema com o Golpe vai além das minhas convicções políticas, jurídicas, econômicas, geoestratégicas, morais, éticas, filosóficas… … …
Tenho de admitir para vocês o meu viés:
– Comigo o problema é também… PESSOAL!!
– O Golpe DESTRUIU a minha tese de doutorado!
(além, é claro, de ter destruído, junto, a minha convicção genuína em todas aquelas “premissas”… (suspiro)… ai, ai…)



Pois é: veio o golpe de 2016 e, numa tacada apenas, matou essa minha crença e também a minha tese.



Mas, como verão a seguir, parece que não foi apenas a mim que o golpe deixou em “crise de identidade cívica”, num tormentoso “soul-searching” político-institucional-legal interior.



Acometeu também “grandes nomes” da República: de constituintes de 1987-88 a guardiões daquela Constituição, que os primeiros escreveram “convocados pela soberania popular”.



Bem… se não ~todos~ os constituintes e guardiões, ao menos um representante de peso de cada “categoria”:



– O ex-deputado constituinte Antonio Delfim Netto; e



– O Ministro do STF Marco Aurélio Mello.



(manifestações de ambos reproduzidas e comentadas mais adiante)



Esses, era de se esperar.



Ambos, apesar das inúmeras (merecidas) recriminações a episódios de suas trajetórias, sempre transpareceram um senso de “Estado”…



Preocupações ~estruturais~, para além do ~varejo~ das circunstâncias do jogo político de ocasião.



É evidente que as “inovações” e particularidades do golpe de 2016 fizeram ambos franzirem a testa.



Nunca antes o Judiciário – de mãos dadas com o Ministério Público – tinha sido ator ~central~ na engrenagem golpista.



Sim… é certo que a casta jurídica do Estado sempre ~aderiu~ aos golpes ao longo da nossa História.



Mas essa é justamente a questão: sempre “aderiu”.



Nunca antes fora uma ~coautora~ do golpe.



Pior, com “bis”!



A juristocracia foi…



(1) coautora do golpe “original”, ~político~midiático-judiciário, dado em Dilma Rousseff por PSDB/ PMDB/ Globo/ PIB/ Judiciário/ MPF;



(contando, ademais, com a luxuosa contribuição financeira, logística e de inteligência americana. Estatal e paraestatal (petroleiras, finança, Soros, Koch, ONGs…))



E…



(2) coautora do “golpe no golpe”, ~institucional~midiático-judiciário, tentado pelos entusiastas da Juristocracia/ Globo/ (parte da) Finança contra a ~totalidade~ da classe política.



(Bis: com a luxuosa contribuição financeira, logística e de inteligência americana. Estatal e paraestatal)




Sim… contra a classe política…



E, por tabela, contra a – própria – política!

(i.e., a política extra-corporações do Estado…)

E, ainda por tabela, contra a soberania popular!



Afinal, essa última, na visão do juristocrata, “não saberia votar” (!)



Precisaria, portanto, da sua tutela, sabe…



Para “iluminá-la” e dizer em quem ~pode~ e, principalmente, em quem ~não~ pode votar.



Igualzinho à…



– … República Islâmica do Irã (!)



Temos batido nessa tecla no Blog desde o início, certo?



As linhas gerais encontram-se reunidas no post com a nossa tese central:



– o “Moro Globeleza, como porta-bandeira da Finança global do Império”.



(ou seria “Império da Finança global”?
Tem diferença??)
*
Nota 9/10/2017
E, de forma mais completa e organizada, no post:



*



Pois bem.



Parece que, depois de mais de um ano!, algumas outras vozes na blogosfera progressista passaram a entender que nem todos os atores do(s) consórcio(s) golpista(s) de 2016/2017 têm o mesmo grau de periculosidade.



Ou, ao menos, passaram a expressar esse nível maior de “sofisticação analítica” (?) publicamente, o que não é a mesma coisa…



Rezemos para que não seja tarde, né?



Da mesma forma, parece que:



– A direita política, a “ideológica” (aspas!) – PSDB – e a fisiológica – PMDB e genéricos;



– Parcela do PIB; e



– Parcela do Cartel Midiático…



(como, p.e., os editorialistas do Estadão e Reinaldo Azevedo)



– … deram-se conta de que o “gênio” que tiraram da garrafa para fustigar o PT fora mordido pela célebre “mosca azul”.



Rezemos para que não seja tarde… (2)



– Depois da vitória política ~de~ 2016, conjuntural, passaram a mirar numa vitória ~total~, inapelável… ~institucional~… estrutural.



Como?



– Com a consolidação da (ainda) incipiente tutela dos outros dois Poderes – ~políticos~ ! – pela Juristocracia.



– Afinal, a Juristocracia é “ilustrada, concursada, ‘meritocrática’, e, portanto, sabe o que é melhor para o país” (!)



– Estável, inamovível, vitalícia e com (gordos) salários irredutíveis, prescinde da renovação de seus mandatos de 4 em 4 anos.



– Renovação essa que, nos dois Poderes políticos, se dá com o apelo – coisa ordinária! – ao votos do “povão”!



– Imunes a esse “óbice” ~popular~ e à accountability, o juristocrata pode então tomar as decisões “certas” para o país, sem ceder ao tal do “populismo” – coisa terrível!



Só tem um “probleminha”:



– Economia ~política~ não é uma ciência exata.



(malgrado todo o esforço propagandístico dos neo-clássicos nesse sentido…)



– Os seus operadores – e suas escolhas – não são neutros.


E isso não é sequer exclusivo dos economistas!



Como temos chance de testemunhar em primeira mão no Brasil atual, tampouco são neutros o Direito e os seus operadores!



Aliás…



O grau de afinidade nessa ~não~ neutralidade entre economistas e juristocratas é ainda maior.



De novo, vimos batendo nessa tecla desde o ano passado:





– O irmanamento dos gêmeos xifópagos da “NOOCRACIA” (*):



– JURISOCRACIA; e



– TECNOCRACIA ECONÔMICA (“liberal” (com aspas)-financista-globalizante).



– Políticos de direita são só a “pinguela” até o 1% chegar nesse “Estado” dos sonhos, livre de política.



(…)





Noocracia
La noocracia es un sistema social y político que está basado “en la prioridad de la mente humana”, según Vladímir Vernadski. (…) En este contexto, el sistema político resultante será referido como una noocracia.
Etimología
La palabra se deriva del griego ‘nous’, Gen. ‘noos’ (νους) significado ‘mente’ o ‘intelecto’, y ‘kratos’ (κράτος), ‘autoridad’ o ‘ poder’.
Historia
Sócrates ya sugirió este sistema. El primer intento de aplicar esa política es tal vez el sistema de Pitágoras, “ciudad de los sabios”, que planteaba desarrollar en Italia junto con sus seguidores, el orden de “mathematikoi.” (…)
Según la definición de Platón, noocracia se considera como el sistema político del futuro para toda la raza humana, sustituyendo a la democracia (“la autoridad de la multitud”) y a otras formas de gobierno. La aristocracia de los sabios (consultar: Sofocracia), tal como la definió Platón, es un sistema noocratico.



(…)



– “Democracia” não é ~ditadura~ da maioria.



– É, na verdade, o ~governo~ da maioria, ~com~ o respeito às minorias e aos indivíduos.



“Problema” estrutural:



– ~Sempre~ haverá a tensão entre, de um lado, o impulso do Judiciário rumo à “Noocracia Juristocrática” e, do outro, dos ~2~ Poderes Políticos, Executivo e Legislativo, rumo à ~ditadura~ da maioria.



Ora, não é por outra razão que o sábio Montesquieu propôs a separação entre os Poderes!



Reconheceu que ~apenas~ o Poder pode colocar freios no… Poder!



Como maravilhosamente resumiu o Ciro outro dia…



– … um Estado em que “política” (com aspas mesmo!) – se limita a decidir se “bicha”/ “crioulo”/ “vadia” têm mais ou menos direito.



(viva o “progressismo” (só) identitário!)



Ou seja: onde só se escolhe – CNTP! – entre Hilary/ Bill Clinton’s vs. George (pai)/ George (filho)/ Jeb Bush’s.



(Sim, eu sei… em 2016 “deu ruim” lá na “matriz”, né…)





(…) o sonho de consumo do mercado é esvaziar o espaço do poder político.



E, indiretamente, da soberania popular.



Afinal…



<<~Demo~cracia é uma droga quando você é (o)…
-… (apenas) “1%”>>





(…)



(III). Como chegamos aqui (1)
A demonização da política logra pouco a pouco o seu intento: um grau ainda maior da já alarmante alienação da população brasileira, alheia a tudo e a todos nas instâncias do poder.



A população está:



(i) Saturada da política e dos políticos, todos “farinha do mesmo saco”; e portanto…

(ii) dessensibilizada/anestesiada diante dos sucessivos fatos políticos; e portanto…

(iii) indiferente, cínica.



– Tanto faz como tanto fez…



*



(IV). Patrimonialismo versão millennial



E assim, sem o contrapeso mínimo das urnas – magrinhas, magrinhas, coitadas… – e de bases eleitorais atentas, ativas e mobilizadas, fica mais fácil ainda impor a agenda dos lobbies dos diversos setores da economia em prejuízo do todo da sociedade. Trata-se da versão millennial do velhíssimo patrimonialismo… lá do Weber e do Raimundo Faoro, lembram?



Se o Estado mínimo e a “privataria” não passam no teste das urnas, dá-se golpe, todos (já) sabemos.



Mas isso não significa que antes, durante e depois do golpe não se possa aproveitar a estrutura existente do Estado em favor de certos interesses particulares, não é mesmo?



(a) Como?

– Com a autoridade devidamente “capturada” pelos lobbies (regulatory capture).



(b) O entrave:

– O poder político… “essa gente” eleita que “não entende nada da parte técnica”, escolhida de 4 em 4 anos por “gente que entende menos ainda!”. Imaginem: a maioria deles não tem nível superior, não passou por disputados concursos, não tem pós-graduação no exterior… sequer frequenta colóquios bacanas dos stakeholdes todo mês, ora!



(c) A solução:

– A busca cada vez maior de independência – em face desse tal “poder político” – dos órgãos do Estado judicantes, com poder de polícia e reguladores.



Notem que “coincidência”:

– Não parece muito mais fácil implementar essa agenda independentista num contexto de (i) desgaste da classe política, (ii) vácuo de poder, (iii) déficit de representação e (iv) cinismo da população, culminando numa democracia sem vigor, abatida pela indiferença e caracterizada por baixas taxas de votação?



Evidente que sim!



Resistir à sanha independentista quem haverá de?



(d) Exemplo de captura?

– A famosa porta-giratória (revolving door), que faz o diretor do Banco Itaú (e antes desse o do Bank Boston e antes desse o do George Soros e antes desse…) virar Presidente do Banco Central do Brasil. Apenas para amanhã voltar ao Itaú (e congêneres…) com o passe ainda mais valorizado.



(e) Sonho de consumo dos independentistas?

Escrever “em pedra” a pretendida independência diante da sociedade e de seus representantes eleitos.



Como?

Com leis de boa governança que consagrem essa “independência” – aliás, “boa governança” segundo quem mesmo, hein?



Mandatos fixos de diretores e presidentes… indemissíveis pelo poder político…



– Oh, glória!



Sim, “independência”…



Mas, impertinente que sou, ouso perguntar:



– “Independência” de quem, cara-pálida? Do Itaú – da ida e da volta da porta-giratória – é que não haverá de ser, não é mesmo?



O Banco Central é apenas o exemplo mais evidente, em um Estado cuja metade do orçamento foi capturada por rentistas. Mas isso se repete em todos os segmentos econômicos regulados pelo Estado: CVM, CADE, SUSEP, ANVISA, ANP, ANA, ANAC, ANTAQ, ANATEL, ANEEL, ANS, ANTT… ou nos segmentos em que o Estado atua através de estatais (Petrobras, BB, CEF, Eletrobrás…).



E não apenas…



O Supremo não autorizou juízes (!) a embolsar cachês pagos por palestras sem que o seu valor tenha de ser tornado público? Aliás, bota – caché – nisso… nunca uma denominação foi tão adequada!



Para além de “cachês” – escondidos – por “palestras”, que dizer de cursos no exterior pagos por “terceiros generosos” (quem?)? Dentre os quais até mesmo interesses estrangeiros, incluindo governos que não o nosso?



– Captura do regulador?

– Conflito de interesse?

– Risco moral do regulado (moral hazard)?

– Abuso de poder de mercado dos regulados?

– Ineficiência do mercado viciado?

– Busca de renda por quem é “amigo do rei” (rent seeking)?



Será tudo isso preocupação de marxista radical?



Ou até de quem leu os manuais de Economia (bastante) ortodoxos e que crê – de coração – no capitalismo?



Digo, o capitalismo verdadeiro: com seus “mercados competitivos”, livre entrada de novos competidores e livre saída de empresas ineficientes.



Está aí a telefônica “Oi” para não nos deixar esquecer de como o “capitalismo” (entre aspas mesmo) e seus “riscos” (novas aspas…) “funcionam” (mais ainda…) no Brasil.



E isso não é tudo:



Trata-se apenas de uma das modalidades de captura das autoridades, na classificação proposta por Engstrom. No caso, a captura material. Além (a) da porta giratória e (b) da propina, essa modalidade engloba também (c) os “célebres” financiamentos de campanha e (d) a ameaça de boicote econômico-financeiro ao Estado em caso de “desacordo” com o lobby.



Soa familiar?



Pois é…



Segundo o autor, todas essas sub-modalidades equivalem em alguma medida a corrupção política. Ou melhor: corrupção da política.



Já a captura não material é mais sofisticada: pode ser também denominada “captura cognitiva” ou “cultural”, na qual o regulador – e/ou o juiz e/ou o procurador! – começam a pensar da mesma maneira que o lobby!



– “Lobby”?

– Seria esse apenas o privado?

– Por que não se incluiriam aí também governos estrangeiros?

– Ou terceiros “generosos” querendo iluminar o pobre Brasil de sabedoria?



A assimilação da catequese advém (i) da proximidade (indevida?) entre lobby e autoridades; bem como (ii) da embalagem bonita do “presente” que “generosamente” é dado.



– Aliás, “presente”… será presente de grego a troianos ávidos e ambiciosos?
– Troianos antes circunscritos por uma fronteira, digo, muralha, que impedia o ato de generosidade de se realizar?

– Hmmm…



Saga homérica ou não, chega-se finalmente ao ponto em que as autoridades são pautadas – agora já involuntariamente, na fronteira entre o seu consciente e inconsciente – pelo lobby catequizador.



Exemplo 1:

O lobby já entrega o trabalho pronto – bonitinho e até com grife de banca chique! Assim, como não haverá de prevalecer a lei do menor esforço, tão bem resumida por dois comandos: “Ctrl + C” / “Ctrl + V”?



Algo a ver?



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E aqui?



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Exemplo 2:



Em tática mais sofisticada ainda, e de longo prazo, o lobby, através do financiamento de pesquisas, colóquios entre pares e lisonjas – tais como premiações – consegue estabelecer – não a sofridas marretadas mas a deleitáveis queijos, vinhos e “verdinhas” – o “consenso científico” em determinado domínio técnico.



Mas notem bem: não qualquer consenso científico, aleatório… trata-se de um consenso científico específico: aquele que o lobby tem por “certo”… aquele para chamar de seu.



Aliás, como acadêmico não posso deixar de me perguntar:
– Se o ponto de chegada já é pré-estabelecido na saída, há que se falar ainda em “cientificidade” para esse “consenso” (olha as aspas aí de novo…).



Pois é… também digo que não.



A maneira como o credo neoliberal impregnou – mediante generosos financiamentos – os maiores centros do conhecimento econômico, do final dos anos 70 até a primeira década do século XXI, é o exemplo de manual (textbook case) dessa tese.
Para quem comungava do credo: dinheiro, fama e glória.

Para quem o criticava: penúria, opróbio e ridicularização.



Fácil chegar a um “consenso” (aspas) “científico” (de novo…) assim, não é mesmo?



Foi preciso a maior crise econômica e a maior recessão desde os anos 30 para que esse “santo graal” caísse no chão e se estilhaçasse. Mas não sem deixar profetas atrasados na Periferia do mundo, ignorantes da (nova) “Boa Nova” do Centro.



Lisonjas… lobby… captura não material… corrupção da política…



Algo a ver?



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tps://4.bp.blogspot.com/-cTRwEs-YAug/WC4VNFEClnI/AAAAAAAANZE/dnv9RuQY0nYmFYqT-rfc9z7AvRaodOKeACEw/s640/



(exemplos – infelizmente – não exaustivos)



*

Segundo turno (literalmente? rs) dos infernos: “Fora, Temer” vs. “Fica, Temer”



Notem: a alternativa é… Rodrigo Maia!



Do lado esquerdo, ainda não há vozes firmes (ao menos não publicamente…), além do Blog, apontando o óbvio:



– Para a esquerda e para os setores populares da sociedade o “Fora, Temer” é ~pior~ que o “Fica, Temer” se for para Temer ser sucedido por Rodrigo Maia.



– E isso taticamente, mas, até mesmo, finalisticamente!



Por quê?



Ora, porque…



(1) Temer (e Meirelles!) – pela incompetência e pelo filme queimado – é o melhor cabo eleitoral para as candidaturas de esquerda em 2018.



(2) Temer – rifado pela Globo e pelos juristocratas – não tem mais nada a perder. Portanto, não é mais objeto da chantagem desses.



O mesmo não pode ser dito de Rodrigo Maia. Não só está “providencialmente” pendurado (até ~agora~ “apenas”…) na delação-“coringa” do MPF, a da Odebrecht, como seu sogro, Moreira Franco, está pendurado nessa e em todas as outras!



Notadamente na da CEF-FI FGTS e na ~nova~ delação-“coringa” do MPF, a da JBS.



Dessa forma, Rodrigo Maia tem muito a perder: seu mandato, sua liberdade!, e a possibilidade de ter de levar seus filhinhos para visitar “vovô” Moreira Franco…



– … na penitenciária!



– Imagina  a pressão que vai rolar no “domicílio conjugal”!



Rodrigo Maia é, portanto, alvo preferencial de chantagem da dupla Globo-Lava a Jato. Assim, não é surpresa nenhuma que Ricardo Noblat e Merval Pereira tenham, incorporando os patrões, escrito em favor de Rodrigo Maia como “solução” para a sucessão de Temer.



(3) Temer, enfraquecido, não consegue passar as Reformas. Ou ao menos não em suas versões “puras”, ultraliberais.



Já Rodrigo Maia chega:



(A) “virgem” de desgaste;



(i.e., na medida do possível na atual quadra do Brasil…)



e…



(B) com a força da “pressão” (eufemismo, eu sei…) da Globo e da Juristocracia para ~cabalar~ os votos do PSDB, do PMDB e do “Centrão” em favor das Reformas.



Reformas “cheias”!



*



Binarismo “do bem”: Globo a favor? Sou contra!



Lembram os meus queridos leitores da regrinha de ouro do Brizola?



Aquela que eu não canso de repetir por aqui?



Que “não falha NUNCA”?



E que, justamente por isso, permite a quem tem preguiça de pensar um pouquinho mais adotar ~sim~ um binarismo?



E SEM medo de ser feliz?



Olha ela aqui de novo:



https://lh5.googleusercontent.com/zKtJ7V8mk0tzAuSCCCdOQX3nbHDtX6kv8lDSvZWqyLu-xkWKaF4K4k5cmJXlWZFzXlW_PnZDOs2yZFyVou5KxO_C3YCA0ZnIaO_JKfecktLtt0j_kEY1xujF0Gx9MJaleWdcxqk



Silogismo:



Seguindo a máxima desse líder visionário – que em 1992, mais sozinho do que nunca!, alertara para o precedente perigosíssimo do ~golpe~ parlamentar perpetrado contra Collor:



(1) a Globo quer tirar Temer ~para~ colocar no lugar Rodrigo Maia.



+



(2) “Se a Globo é a favor, seja contra. Se é contra, seja a favor”.



Subsumindo (1) e (2) concluo que ~eu~ devo ser ~contra~ o “Fora, Temer” – SE a alternativa a ele for Rodrigo Maia.



“Simples assim”.



M-e-s-m-o!



Mais: devo ser ~a favor~ do “Fica, Temer”, contra o “Fora, Temer” da Globo – SE o resultado prático político-eleitoral (2018) e de fundo (Reformas) de sua permanência for “melhor” (aspas!) para a esquerda e para o povão.



E isso dada a ALTERNATIVA ~real~: Rodrigo Maia!



E não sonhos de uma noite de verão…



(~nossos~ sonhos…
Eu também os nutro, ora!
Mas de manhã eu ~acordo~…
E cedo…
Todo dia!)



*



Churchill e Simone Veil: aliança ~tática~ até com o diabo, se Hitler invadisse o inferno



Em vista de quem é o inimigo (maior) ~neste~ momento, permito-me repetir a lição que me deixou a saudosa Simone Veil, na semana passada:



(30/6/2017)


?MORRE SIMONE VEIL – referência de o que é fazer – A GRANDE – POLÍTICA!



– Uma grande mulher.



– Uma grande política.



– Uma grande… pragmática!



Não hesitou em compor com a oposição, de esquerda, para aprovar, em 1973, a lei de descriminalização do aborto na França, rejeitada por 2/3 (!) da base de sustentação do ~seu~ governo, de centro-direita.



Da mesma forma, judia, mesmo tendo perdido o pai e o irmão no Holocausto!, sendo ~ela~ mesma uma sobrevivente de Auschwitz, ~não~ hesitou em compor com os ~alemães~ para se tornar a PRIMEIRA PRESIDENTA do Parlamento Europeu, em 1979.



E sabe o que ela diria sobre essa aparente contradição, décadas depois??



Justamente que “construir a Europa” tinha reconciliado a si com aqueles mesmos horrores do Séc. XX.



*



ATENÇÃO:



– Vítima da tragédia, ela viu a realização em se tornar a arquiteta da… solução.



– Não em se tonar, em vez disso, a sua… vingadora!



Unanimidade e personalidade política mais admirada da França, na sua senioridade o país, agradecido, leva-a à Academia Francesa, em 2010.



*



LEGADO (para mim):



Mais do que nunca, num momento de ódio e radicalismo no Brasil – de parte a parte! – com pessoas querendo fazer política com o fígado… olhando PARA TRÁS e não PARA A FRENTE… Simone Veil é uma referência de o que é fazer – A GRANDE – POLÍTICA!



“Pacto” se faz com…



– … (ex!) inimigo!



*



Com “amigo” a gente…



– … toma chopp (!)



*



Vai com Deus que a sua parte você fez aqui, Simone Veil!



*



– Atualização: reviravolta!

?”SIMONE VEIL FAZ O FEMINISMO AVANÇAR ATÉ NA MORTE!

– Refletindo o seu prestígio ~consensual~ na sociedade francesa, Simone Veil vai repetir feito raríssimo.



Assim como Victor Hugo, será sepultada DIRETAMENTE no Panteão da República!



Em geral, esperam-se décadas para o traslado do corpo de eventuais “candidatos” para aquele mausoléu nacional – cívico e laico.



Isso porque em regra é o distanciamento histórico, libertando do calor das paixões, que permite o exame mais acurado do ~saldo~ das suas contribuições individuais para a construção republicana.



Notem: eu disse “em regra”.



Evidentemente, bastaram horas para surgir o consenso nacional de que Victor Hugo deveria rumar direto para o Panteão.



Sem deixar nem… “o corpo esfriar”!



Pois agora o mesmo fenômeno acometeu a grande Simone Veil.



E com um bônus para esse ícone do feminismo – “selo” do qual não só não se envergonhava como, até mesmo, reivindicava, malgrado sua filiação política à centro-direita.



Qual bônus feminista é esse?



O Presidente – a quem compete determinar essa distinção – teve de entrar em entendimento com os filhos de Simone Veil para que ela pudesse rumar para o Panteão. Isso porque os filhos não permitiriam que sua mãe descansasse afastada do amor de sua vida, o seu marido.



Dessa forma, o Presidente Emmanuel Macron determinou que o marido, falecido há alguns anos, ~siga~ também a esposa…



– … rumo ao Panteão!



Houve apenas um precedente de situação semelhante, no início do Século XX.



Evidentemente, naquela oportunidade, foi a ~esposa~ quem SEGUIU o Marido.



*



Vai com Deus que a sua parte você fez aqui, Simone Veil! – bis



*



Parte (2)



Item (A): a rodada tomada no “atacado”
(político-“institucional”-histórico)



– Marco Aurélio Mello e Delfim Netto



Romulus: O MAM, antes de sair do plenário no penúltimo dia do “julgamento” da delação da JBS, recomendou – de forma enigmática… – a Carmen Lucia e aos demais que lessem, como “dever de casa”, a coluna daquele dia do Delfim Netto na Folha.



Eis o conteúdo, bastante esclarecedor quanto à posição ~republicana~, “de Estado”, adotada pelo Ministro durante aquele… “julgamento”:



Antônio Delfim Netto
Ex-ministro da Fazenda (governos Costa e Silva e Médici), é economista e ex-deputado federal. Professor catedrático na Universidade de São Paulo.



Fazer parte do STF é honra suprema



Aprendi a admirar o professor Oscar Vilhena Vieira, que, infelizmente, conheço apenas pela leitura de seus excelentes artigos publicados aos sábados na Folha e pelo seu brilhante protagonismo em eventuais discussões televisivas. Peço licença para discordar ligeiramente de suas conclusões no seu artigo de 24/6, no qual fui citado.



Vilhena tem razão quando interpreta que a minha afirmação “a paixão política costuma cobrar caro sua imprevidência” referia-se ao STF.



Não creio, entretanto, que ele tenha razão ao generalizá-la para os julgamentos de qualquer outro nível (sob os quais existe controle “superior”), mesmo porque todos conhecemos a arte da “exegese criativa” que usa a ética “consequencialista” (veja-se, por exemplo, como, com uma lógica digna de hospício, um aumento fixo e absoluto de R$ 60 para todos os funcionários foi “transformado de forma coerente e imparcial”, por tribunais superiores, num aumento de 13% sobre todos os salários do Judiciário!).



Em 1986, em plena Constituinte, tentei me convencer das virtudes e dos riscos de sacralizarmos o STF, colocando sobre os ombros de 11 brasileiros o papel moderador e controlador das relações independentes (mas harmônicas) entre os três Poderes da República.



Na Constituinte não tivemos, infelizmente, nenhum constitucionalista consagrado para nos transmitir suas lições. O argumento pragmático que venceu minha resistência foi o de que estávamos vivenciando um fato: qualquer cidadão poderia, por circunstâncias especiais ou por acidente, chegar a qualquer cargo, mesmo à Presidência da República!



Romulus: EM 1987-88?



LEIA-SE BRIZOLA OU LULA (!)



Diante disso, decidi que a suprema honra que a nação pode prestar a um cidadão é escolhê-lo para o STF e colocar-lhe nas mãos 1/11 do seu destino. Uma vez aprovado, ele não tem mais passado. Só tem futuro nas “nuvens”: será imortal enquanto seus pares (presentes e futuros) o reverenciarem citando as lições que incorporou aos seus votos. Essa é a sua única e definitiva recompensa. A “responsabilidade”, seu único fardo…



Na minha modestíssima opinião de medíocre constituinte, o STF não deve ser eleito pela “vox populi” porque esta, em geral, quer “vingança”, não “justiça”. É “escolhido” indiretamente, por meio de um filtro mais restrito, por agentes eleitos por ela.



Trata-se de seleção de segundo grau, elitista, rigorosa e sem concurso público dos membros da única instituição que pode errar por último e da qual não caberá recurso! É por isso que deve fundamentar suas decisões analisando, explicitamente, as consequências a curto e longo prazo das alternativas que tem à sua disposição (pense nas “consequências” para o sistema eleitoral da sua recusa, por motivos metafísicos, da regra de barragem).



Pois é…



Para completar o seu tapa na Juristocracia, faltou ao Delfim ir além e acrescentar, explicitando o bofetão, que “da mesma forma, ~qualquer~ cidadão poderia, por circunstâncias especiais ou por acidente, chegar a qualquer cargo, mesmo o de…



– … MINISTRO DO STF” (!)



O freio ao “Lula/Brizola” de 1987-88 deveria ser o Parlamento.



De alguma forma, isso não deixou a direita – incluindo Delfim – segura o suficiente.



Então resolveram deixar a cargo de 11 juristas, dando de barato que o Direito, pela própria natureza, é conservador do status quo.



O que, em regra, é verdade.



Só não contavam que a tal da “paixão política” que “costuma cobrar caro sua imprevidência” um dia seria pela própria superação da democracia liberal (viciada, todos sabemos…) e sua substituição pela…



– … Juristocracia!



Interessantes os caminhos tortuosos da mente – privilegiada! – do Delfim…



Como já registrei em artigo, no governo Lula virou um paladino da distribuição de renda “civilizatória”, superando a sua fase “cortem-se as ‘captas’ para subir a renda per ~capta~”, dos tempos de ditadura civil (!) militar.





Bônus (de peso): Delfim Netto



Mencionei aí em cima Delfim Netto.



Sim… aquele que, para minha grande decepção, mostrou que a ele também faltou, em relação à sua biografia, a tal autocrítica que hoje se cobra tanto do PT. Sua adesão (de novo!) a um golpe e o embasamento intelectual que dá à chacina do incipiente Estado do bem-estar social, criado pela Constituição de 88, doem em quem, apesar de estar em campo oposto, admira seu intelecto, sua língua ferina e sua perspicácia. Três elementos que, combinados, nos renderam tantas tiradas memoráveis. Mordazes e geniais.



Inesquecível também sua trajetória na Administração Pública – malgrado a mancha autoritária que sobre ela pesa. Mancha essa, inclusive, que hoje está ainda mais escura.



Escura?



Sim: foi da lama para o piche quando um senhor – de quase 90 anos! – mostra não ter aprendido tanto quanto se supunha – e fazia-nos crer – no último meio século. Isto é, grosso modo, de 1964 para cá: o último meio século da sua vida. E também da do Brasil!



E olha que se trata de testemunha privilegiadíssima da História desse Brasil, hein?



Prefiro não reproduzir aqui trechos de incontáveis artigos seus dos últimos anos – leituras sempre prazerosas e enriquecedoras. Textos nos quais defendia que “mercado” e “democracia” funcionariam um como freio aos excessos do outro, numa dialética rumo ao progresso geral. E onde se insurgiu, diversas vezes, contra reacionários que pontificavam contra o aumento do “custo” da mão-de-obra, quando vivíamos o pleno emprego. “É inflacionário!”, queixavam-se. Delfim então os desnudava: “lutam contra o avanço da civilização!”.



Mas me permito, aqui, retorquir, Professor Delfim:



– Não é isso que o Sr. faz agora?



– Onde está aquela tal democracia (“urnas”, lembra?), que freava os excessos do mercado?



– Mudou de ideia?



– Ou melhor, voltou às antigas?



– Ou, na verdade, nunca as tinha deixado, lá no seu âmago?



Juro que não são perguntas retóricas!



Gostaria de verdade de ter respostas para essas indagações. Como já disse aqui, o drama humano me fascina. Mesmo quando me choca. Curiosidade de observador, Professor Delfim. Não de juiz.



Voltando ao presente…



Quando os termos de troca de nossa economia com o mundo mudaram, e precisamos resolver quem “paga o pato”, Delfim voltou ao seu velho leito:



– Mudou (da mudança) de lado e passou a defender PEC do teto de gastos, com o desmonte do Estado do bem-estar social (incipientíssimo!) da CF88.



Agora…



Bem…



Agora Delfim parece ter medo do “admirável mundo novo” noocrático, mesmo sabendo – Delfim é tudo MENOS burro! – que a juristocracia é irmã xifópaga da tecnocracia econômica financista.



Aliás, talvez por isso mesmo…



Afinal, Delfim sempre foi um desenvolvimentista… sempre foi ligado à FIESP.



Vai ver que já caiu a ficha nele também de que a Juristocracia significa voltarmos ao Brasil do Século XIX.



De muito antes de Vargas!



Uma economia minério-agrário-exportadora, sem mercado interno – com o retorno da escravidão, onde vige novamente o “padrão ouro”, agora batizado de “dólar-Miami” (!), sob o comando indireto não mais dos Rothschild de Londres, mas da Goldman Sachs de Wall St.



É, Delfim…



Golpe de 2016…



Mais um arrependimento pra você levar pra tumba!



Mas espero que leve esse arrependimento para o além daqui a MUUUITO tempo…



Não só porque quero poder ainda gozar por muito tempo da sua inteligência – que acompanho desde menino – mas também para você ter bastante tempo de admirar o que ajudou a (des) construir!



“Admirável mundo novo”





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Esse com physique du role e tudo!!



?



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Isso, para a Maria ver, definitivamente, que intelecto não tem NADA a ver com (ir) racionalidade do comportamento humano!



Apenas…



Quem é mais inteligente arranja desculpas mais “sofisticadas” para ser tão irracional quanto quem é burro!



Somos TODOS elefantes.



Dói menos quando ACEITAMOS.



E, por isso, os modelos neoclássicos, da turma neoliberal, NÃO funcionam!



Isso porque é a premissa da “racionalidade dos agentes econômicos” que dá esteio à toda a beleza e elegância dos seus sofisticadíssimos modelos matemáticos.



Pena que a REALIDADE é “ir-racional”, “feia” e “deselegante”, não é mesmo??



Pois é essa realidade torta aí o que tem pra hoje…



Fazer o quê??



Pois a receita dos neoliberais é dar MARRETADAS na realidade até ela encaixar no modelo “racional, belo e elegante”.



Tô pra ver ainda ONDE que deu certo essa receita…



?



PS: vejam a atualização no artigo sobre o “julgamento” do STF.




Está EXPLICADO o pavor do Dallagnol/ Moro com a Raquel Dodge: é uma… ~legalista~ (!)


“Simples (?) assim”!



Ela deu uma entrevista pro “Valor” antes de ser eleita bem reveladora.



Tá lá no artigo, antes dos tuites começarem.



*



Núcleo duro debate: a marcha da História política no Brasil: golpes e contra-golpes



Ciro: Ficou ótimo, embora um pouco longo, mas o tema não é simples. E sobre a tentação de satanás no deserto, eu digo e repito que…



No Brasil todas as forças políticas são golpistas. A esquerda sempre foi golpista (impeachment que hoje em dia poderíamos chamar do golpe contra Collor, “Fora, FHC”, etc.) e a direita é a cara do golpe e do golpe no golpe. Isso continua hoje em dia. O importante é derrotar o inimigo. As armas que se usam para isso não importam.



Isso desde sempre.



Antigamente era o tenentismo, agora é a juristocracia.



Espero que amanhã se aprenda a lição.



Então não é questão de política olhando para frente. Eles estão olhando para frente, só que o horizonte é de curtíssimo prazo.



É a velha história de arrumar-se soluções “estruturantes” para uma questão “conjuntural”, e depois a gente vê no que vai dar.



Isso resume basicamente toda a história política do Brasil.



Maria: Sei não se não é preciso relativizar essa afirmação. Quando as instituições são puro faz de conta pra fraudar em permanência a vontade do povo, alguma hora alguém tem que dar um basta. O que era a “degola” na Comissão de Verificação de Poderes do Pinheiro Machado na I República? Um TSE versão one man show! Votou certinho como o PR estadual mandou, o deputado fica! A oligarquia “errada” dominou o PR local? Degola! Não foi assim que se sustentou a política dos governadores e do café com leite durante toda a I República? Não foram necessárias intervenções militares do Floriano pra controlar o caos quando as oligarquias dissidentes se rebelaram e precisaram entrar na linha? E aí os tenentes é que foram golpistas? Vargas, golpista? Só na versão paulista dos Mesquitas e do 9 de julho de 32, que por aqui se comemora até hoje! Tudo bem que a gente pode ser liberal e jurar em cruz pelas instituições! Mas tem hora que não dá mais, né não?



Romulus: então…



A “política” (aspas!) no Brasil se move a golpes – “brancos” (exatamente como esses que você menciona!) ou “coloridos” (64, 37…) – e contragolpes (também “brancos” ou “coloridos”).



A “institucionalidade” (entre aspas…) vale pra quem está no poder.



Nesse paradigma, realmente a CF 88 e a prática constitucional posterior foram uma evolução sim.



Claro: em vista da total inexistência de institucionalidade anteriormente.



Pois foi isso que os golpistas de 2016 mataram.



Pior: fizeram toda uma geração “ver o pecado”.



Se saísse a constituição mais linda do mundo, proclamada AMANHÃ…



Quem vai “acreditar” que o que está escrito vale MESMO?



Constituição é que nem DINHEIRO: é uma “mentira” em que as pessoas TÊM que acreditar para funcionar. O valor da Constituição e do dinheiro é a… CONFIANÇA. Sem ela tanto Constituição como o dinheiro são papel… e valem menos até mesmo que aquele que a gente usa no banheiro!



Ciro: Maria, acho que…



“Golpista” no sentido de que a força política não respeita a institucionalidade vigente (seja para o bem ou para o mal). A diferença entre um golpe e uma revolução é de quem escreveu o livro de história depois, ambos são a ruptura institucional.



Golpe não é necessariamente antidemocrático e nem necessariamente “ruim”. O que acontece é que o arcabouço institucional nunca foi levado em consideração por aqui.



“Precisamos que o FHC se reeleja, a gente passa uma emenda de reeleição sem nem mesmo pensar no impacto político que isso teria nos estados e municípios”.



“Precisamos que a Dilma não nomeie mais ministros do STF, aumenta a idade da compulsória”, etc.



Isso leva ao paroxismo desse teto de gastos que colocaram na constituição e que não vão conseguir cumprir no primeiro ano.



Para ficar no lado da direita.



Agora…



É ruim que não haja regras definidas dentro do jogo, porque acaba que se você muda regras a cada conveniência setorial, a gente nunca pode ter previsibilidade nem estabilidade.



E por isso a tese de doutorado do Romulus tava furada, coitado…



Estamos presos hoje à grande questão da humanidade, também conhecido como o grande segredo de Tostines (“vende mais porque está sempre…”).



Sem estabilidade política (que não combina com “República sob devassa”) nem Lord Kenyes faz economia crescer.



E sem a economia retomando, os políticos não conseguem prestígio social o suficiente para ter a tal estabilidade política (para estancar a Lava Jato).



Alguma hora essa incongruência de prioridades tem de ser resolvida, bem como o conflito entre quem faz a opção pelo ovo e quem faz pela galinha.

Alerta:



– No final, é possível uma galinha morta e um ovo quebrado!



Romulus: Minha tese de doutorado?

Bem…

Eu acreditei…  ?



Nos dois “papéis”…



“Dinheiro” e “Constituição”…

E aí…



“Vi o ~pecado~” junto com 200 milhões desta “geração”.



Como ensina o livro de Êxodo, resta-nos vagar por 40 anos no deserto (sem império da Lei… com essa ausência mais ou menos bem disfarçada) até sucumbirmos e sermos substituídos pela nova geração – “bobinha” e crente.



A Moisés (Seria ele Lula?? Sim, por favor!!) e a nós não será dado pisar o chão de Canaã.  ?



Gustavo: A respeito da “guerra de golpes” de nossa “democracia” recente (Collor-92, reeleição do FHC e Dilma-16), o próprio Sarney chegou à presidência com uma “espécie de golpe”, não foi?



Vi certa vez na TV Senado documentário sobre a “transição” no fim da ditadura 64, e com a morte de Tancredo antes de assumir o posto o cargo não deveria ir pro vice, mas deveria haver nova eleição indireta (ou voltar pros militares, algo assim — agora não lembro da “regra original”). Diversos deputados, com a bênção de Ulysses Guimarães, se reuniram numa sala e “decretaram” Sarney presidente, pois (se não me engano era ele) o Newton Cruz “não se opôs à tomada de decisão”.



Romulus: Sim, quase isso.



Lá mesmo no leito do hospital onde estava o Tancredo, o Newton Cruz falou que a “Constituição” era clara nesse ponto (?!)



E o Ulysses teve que entubar pra assegurar que os militares voltassem pros quarteis.



Dorotea: Foi assim mesmo. A grande consternação com a morte do Tancredo foi também pelo risco da permanência dos militares. E a “aceitação” do Sarney foi como ter de engolir um tijolo, já que, dadas as circunstâncias, era o “menos pior”.



Ciro: Maria, a comparação com o Tenentismo é muito mais pelos métodos do que pelos objetivos. Dá uma olhada neste texto:



23/5/2017
REVISTAFORUM.COM.BR



Maria: Aqui estamos de acordo. Análise de coerência exemplar, com embasamento histórico e fino faro político. Por isso tão assustadora. Antes, você falava do problema da instabilidade institucional. Eu dizia que, quando as instituições são instrumento de uma farsa política, é justo que sejam demolidas. Em 30 como também agora, não nego, em certa medida. Lá, houve Getúlio, no rescaldo. Aqui, agora, talvez só a ameaça de um General Pinto e Silva da vida. Conclusão: o verdadeiro problema nunca esteve nas instituições, mas, mais que o tenentismo, togado ou não, sempre esteve nas “elites” (aqui, mais do que nunca, com aspas) e seu modo de se “apropriar” delas em função exclusiva de seus interesses próprios. E que só podem sobreviver num país sem povo, aprofundando cada vez mais a desigualdade num grau de iniquidade de dar pavor. Isso é o que abre caminho pras soluções autoritárias.



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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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