Bretas – A mão da bíblia é a mesma do fuzil

Por Wellington Calasans, para o Duplo Expresso

Na sequência da nossa série sobre os atores da Lava Jato, vamos falar neste texto sobre o juiz de primeira instancia da 7° vara Federal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas.

Como vimos nos artigos anteriores, juízes, procuradores e delegados da Lava Jato parecem ter 7 traços fundamentais em comum, e o seu recrutamento parece depender destas características:

1 – megalomania

2 – narcisismo

3 – fundamentalismo religioso

4 – psicopatia

5 – baixo desempenho cognitivo

6 – sadismo

7 – comportamento fascistóide

O evangélico e fundamentalista religioso, juiz de primeira instância, Marcelo Bretas quer ter também o seu lugar ao sol na galeria dos inquisidores do Brasil, seguindo os mesmos passos do “estrelato” do criminoso juiz de Curitiba Sérgio Moro.

Numa verdadeira cruzada religiosa, literalmente, porque adora citar a bíblia para fundamentar suas sentenças e prisões, como por exemplo usou trechos da bíblia para prender o “HEREGE” Sérgio Cabral, citou: “São atuais, portanto, os preceitos bíblicos consagrados no Livro de Eclesiastes (capítulo 8, versículo 11), que pontua: ‘Por que será que as pessoas cometem crimes com tanta facilidade? É porque os criminosos não são castigados logo’ (Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje)”.

Longe de estar aqui a analisar ou fazer juízo de valor sobre a prisão do ex- governador, tenhamos total cuidado com o risco de ao normalizarmos o alarmante fato de juízes começarem a julgar pessoas baseados em princípios morais e religiosos. A continuar assim, não demora para regredirmos ao período em que pessoas eram queimadas nas fogueiras, em praças públicas.

O Torquemada tupiniquim, Bretas, com suas sobrancelhas depiladas e sua barba desenhada de Rapper, não tem poupado esforços para fazer parte do “seleto” time de agentes da justiça, componentes do elenco desta tragicomédia da Rede Globo. Promovendo prisões espetaculosas como a do ex-governador Sérgio Cabral, do empresário Eike Batista, entre outros. Afinal de contas, “justiça é para ser temida”, como diz o próprio aloprado juiz Bretas.

Foi Marcelo Bretas, na sua sanha midiática – querendo tirar uma lasquinha das prisões ilegais e espetaculosas do seu ídolo Sérgio Moro – quem prendeu o Almirante Othon. Como sabemos, o Almirante Othon foi preso porque desenvolvia um trabalho no campo da energia nuclear. Preocupados, os EUA mandaram o juiz Sérgio Moro invadindo também a área de segurança nacional do Brasil, investigar e prender o Almirante acusando-o de estar envolvido em corrupção. O almirante ficou preso por dois anos (sobre isso falaremos em um outro texto).

Foi aí que o STF tirou o caso da competência do criminoso juiz de Curitiba e passou para as mãos do juiz Marcelo Bretas que – para não ficar por baixo e ter o mesmo afago midiático dispensado a  Moro – condenou o almirante a 43 anos de prisão! Uma pena de morte, já que o almirante tem 80 anos e sofre de câncer. Nem os piores assassinos recebem penas tão altas. O Almirante Othon quase teve o mesmo fim do reitor Cancellier (como vimos em outro texto. O Almirante tentou se matar.

Esse terrorismo de estado levou também à morte, por AVC, Dona Marisa, mulher do ex- presidente Lula que terminou sucumbindo diante da implacável perseguição da Lava Jato a ela, a seu marido e familiares.

O Brasil virou mesmo terra de ninguém. Uma verdadeira epidemia autoritária e persecutória tomou conta do país. Juízes, promotores e delegados, com as 7 características já citadas no início do texto, saíram do armário e agora podem extravasar publicamente e com orgulho todo esse arbítrio. Arbítrio que já é conhecido pela grande maioria da população pobre e marginalizada deste país.

O ápice do gozo fascista do fanático juiz Marcelo Bretas foi se deixar fotografar segurando um fuzil, um símbolo “fálico avantajado”. Poderia ser uma pistola, mas o juiz preferiu um Fuzil (mais uma vez deixemos para Freud). Bretas, com seu perfil fundamentalista religioso, com sua barba de Rapper, tirando fotos segurando um fuzil, poderia também ser recrutado pelo grupo Terrorista Al Qaeda, pelo menos na foto. Destruir vidas e famílias usando uma caneta, em um ar condicionado, com seus sapatos italianos e ternos importados é mais confortável.

Mas como debaixo de toda toga moralista existe um imoral, o Bretas não acha errado ele e a mulher – que também é juíza – receberem 2 auxílios moradias. O evangélico fundamentalista tem gosto refinado, gosta do que é bom. Mora numa casa com a mulher e os filhos, que até já apareceu em uma revista de arquitetura e design de interiores. O imóvel, no bairro do Flamengo, tem vista para o Pão de Açúcar. Um dos endereços mais caros e nobres do Rio de Janeiro. Um luxo!

Em recente evento realizado pela FLIP, o Juiz “Bretas Moro”, revestido de todo o seu proselitismo político, populismo judiciário e ativismo judicial, temperado com uma grande dose de cinismo e imbecilidade, defende ‘pena de morte política para políticos corruptos.” Somente numa República das bananas, comandada pela Rede Globo, um juiz que recebe 2 auxílios moradias tem a cara de pau de vir a público dizer uma asneira dessas.

É uma verdadeira barbárie o país estar entregue nas mãos de agentes da justiça sem nenhum compromisso com o estado democrático de direito. Eles destróem o país e a dignidade do nosso povo e ainda querem os holofotes e os aplausos de ocasião. É uma casta de intocáveis que faz o que bem entende sem nenhum mecanismo de contenção, típico de estados de exceção.

A família do juiz é dona da maior empresa de bijuterias do estado do Rio Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral, ao mencionar este fato num depoimento dado ao próprio Bretas, o juiz deu um chilique e mandou transferir o ex- governador para a penitenciária sul-mato-grossense de segurança máxima. Foi impedido pelo Ministro Gilmar Mendes que afirma não se justificar essa transferência baseada numa informação já divulgada pela imprensa.

Imagine se Cabral tivesse falado sobre imóveis, construção civil e outras coisinhas que meteriam ainda mais medo no nobre juiz…

Por que será que o juiz ficou com tanto medo dessa informação? Quem sabe um dia – quando cair essa blindagem do juiz Bretas – descobriremos.

O certo é que nós do Duplo Expresso sabemos que Bretas é mais um bandido de toga. Com rabo preso e que – por medo de ser desmoralizado – avisou com antecedência que ia prender “o rei dos doleiros” Dario Messer. Ora, Bretas! Não foi o Duplo Expresso quem avisou ao Dario Messer. Foi você?

Esta informação, inclusive, consta numa interceptação telefônica feita pela PF antes da Operação “Câmbio, Desligo”, da Lava Jato do Rio. O suposto doleiro Marcelo Rezinsk foi flagrado em conversa ao telefone com a esposa. Com a informação vazada, Dario Messer fugiu do cerco policial internacional e continua “foragido” (no Paraguai).

Vale aqui lembrar ao juiz Marcelo Bretas uma citação da Bíblia:

Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês (Mateus 7:1-23)

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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