Nicolás Maduro convoca o IV Congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV)

De Caracas, por Caio Clímaco*, para o Duplo Expresso

Após a vitória eleitoral do último dia 20 de maio o chavismo garantiu-se a frente da presidência do governo venezuelano por mais seis anos, se consolidando como a primeira força política do país. Além da presidência da república, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) tem também a maioria dos governos estaduais, prefeituras e representantes na Assembleia Nacional Constituinte.

Diante de tamanha expressão e força política, a responsabilidade do partido aumenta ainda mais agora. No sentido de preparar as engrenagens da organização para o próximo período, o presidente eleito Nicolás Maduro convocou nesse sábado (09) o IV Congresso do PSUV, com o objetivo de levar a Revolução Bolivariana para uma nova etapa política e de buscar os caminhos para resolução dos principais desafios do país.

O Congresso do PSUV é o órgão máximo de direção do partido, sendo que a sua 4ª edição será realizada durante os dias 28 a 30 de julho. No entanto, o “Congresso Socialista” terá uma fase preparatória que deve se iniciar com as eleições de delegados e delegadas nas instâncias de base do partido.
Para o presidente Nicolás Maduro, as estruturas do partido devem ser mudadas e renovadas: “Não temos o Partido que se necessita a revolução, temos um partido patriota, com uma grande capacidade de mobilização, mas devemos revisar a estrutura de militância de base.”.

Segundo Elias Jaua, importante figura da direção nacional do partido e atual ministro da Educação, diante de um contexto de ameaça imperialista de grandes proporções e de escala mundial, o “Congresso Socialista” deverá se concentrar em três etapas: a primeira etapa será uma avaliação do cumprimento do propósito com o qual o PSUV foi criado: “a construção do Socialismo Bolivariano, a luta anti-imperialista, anticapitalista e a consolidação da democracia participativa e protagonista, mediante o reconhecimento e fortalecimento do Poder Popular.”. A segunda etapa diz respeito a caracterização do momento histórico atual e suas dimensões principais, por exemplo: Império contra Nação; capitalismo selvagem contra modelo Socialista Bolivariano; corrupção contra a ética revolucionária; burocratismo autoritário contra o protagonismo democrático do Poder Popular, entre outras. A terceira etapa se refere a elaboração de planos concretos, afim de fazer correções estratégicas e retomar o rumo da Revolução Bolivariana na dimensão ética, política, econômica e social, conforme planejado pelo presidente Nicolás Maduro em seu discurso de posse, onde foi traçada publicamente as seis principais linhas de ação para o próximo período: 1) Diálogo e pacificação 2) Avançar em um acordo econômico produtivo 3) Luta contra a corrupção 4) Programas Sociais 5) Defesa da nação e 6) Ratificação do rumo para o socialismo.

Os debates internos do partido deverão se concentrar nos seguintes temas: coerência política e ideológica, estrutura e funcionamento dos níveis de direção, construção de soluções concretas para os principais problemas, batalha internacional pela verdade, política de alianças e definição do Chavismo como força histórica.

Nas palavras de Elias Jaua, é chegada a hora de cumprir de maneira inexorável a linha traçada pelo Comandante Chávez, no documento do ano de 2010, Linha Estratégicas de Ação Política: “O partido tem que exercer sua função como “maquinaria eleitoral”, mas principalmente, como instrumento de transformação da sociedade, desde os sistemas de direção e gestão geral do país”.

* Caio Clímaco é cientista do Estado e mestrando em Ciencias para el Desarrollo Estrategico na Universidad Bolivariana de Venezuela (UBV)

 

Facebook Comments

Redação D.E.

Redação do Duplo Expresso - onde "a verdade chega primeiro". Bem... às vezes primeiro, segundo, terceiro e... último! Único! rs

Redação D.E. tem 1649 posts e contando. Ver todos os posts de Redação D.E.