Você deve entender por que Kadhafi era odiado pelo Ocidente

Por Paulo Gamba, para o Duplo Expresso

“A tirania é melhor do que a anarquia”, citando o saudoso professor Moniz Bandeira.

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Segundo o historiador Moisés KAMABAYA, durante o processo colonial as potências colonizadores provocaram grandes danos e impedimentos ao progresso normal de África.

Desde 2001, Kadhafi vinha influenciando vários estados africanos a boicotar às importações e a dependência econômica dos Estados coloniais, se os mesmos não pagassem pelos estragos durante a época colonial. Muitos líderes acobardaram-se; tinham medo de dar o primeiro passo. O ex-líder Líbio tomou as rédeas e, em 2008, num grande esforço diplomático, a Itália e o então país com maior IDH de África chegam a um entendimento.

O valor da indenização ficou em 5 bilhões de dólares, os quais seriam pagos em 25 anos numa taxa de prestações mensais de 200 milhões por ano. O próprio “mafioso” Silvio Berlusconi, em visita à Trípoli em 2008, confirmou tal informação. Quis o destino que a 13ª Sessão Ordinária da Cimeira da União Africana tivesse lugar em Sirte, Líbia, de 24 de Junho a 3 de Julho de 2009. A reunião teve o tema: “Investir na Agricultura em prol do Crescimento Econômico e Segurança Alimentar”.

Kadhafi concedeu varias audiências a muitos presidentes e chefes de governo que concordaram em pedir indenizações pelos crimes coloniais. Kadafi apelou aos líderes africanos que este valor serviria para criar um banco africano e uma moeda própria que valeria para os “ESTADOS UNIDOS DE ÁFRICA” (Sonho de N’krumah).

Já imaginou se isso pegasse? Já imaginou o que seria do mercado de exportações da Europa? Já imaginou que pulo daria África?

Ao Ocidente não interessava que Kadhafi continuasse em vida. Daí os vários documentários sobre sua história deturpando a verdade. Isso porque na na mesma Líbia encontrava-se um pais árabe, o mais emancipado dentre aqueles, onde a mulher tinha alto nível de escolaridade – bem ao contrário da Arábia Saudita, aliado número 1 doa EUA no Médio Oriente.

Os líderes africanos são “cobardes”, assistiram de braços cruzados um dos mais valentes filhos de África ser morto como um cão. No dia seguinte foram beijar a bunda dos assassinos.

Kadhafi fazia com o dinheiro do petróleo uma verdadeira “Revolução Líbia”. O que não conseguimos entender é a posição dos EUA em relação à disputa Líbia vs Arábia Saudita ou mesmo Líbia vs Israel. Dizem lutar pela democracia, permitindo que a legitimação do poder político encarna o seu objetivo de pregar a paz mundial, quando o estado hebraico desde 1945 vive praticando um autêntico genocídio ao povo palestino. A imprensa convencional consegue confundir o islão com o terrorismo, dando maior destaque a esta cupla para proteger a imagem de seus cidadãos que praticam o mesmo ato.

A invasão ao Iraque? Foi um ato de terror. O ataque a Síria? Foi um ato de terror. A destruição da Líbia? Foi um ato de terror. O silêncio e inação em relação a Rwanda? Foram atos cobardemente de terror.

Os aliados não estão interessado com o crescimento paralelo a sua agenda de nenhum dos países chamados de “periférico”… Todo cuidado é pouco. Graças ao Pré-sal, o combustível nos EUA teve uma redução histórica para os consumidores… Lembram-se da frase do “Pato Donald” no seu discurso de posse como presidente dos EUA? “Now the change the way to act, first american, second American, third America…”

“From this day forward, a new vision will govern… it’s going to be only America first, America first!”

Nada que não seja novidade, né?!

 

 

 

 

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