Hiper-capitalismo… feudal (!): pra baixo, super-competição; pra cima, sombra e água fresca

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Hiper-capitalismo… feudal (!): pra baixo, super-competição; pra cima, sombra e água fresca
Uma visão de mundo na
qual somos várias empresinhas individuais que precisam cuidar de sua vida e dar
o seu lucro no mundo cão competitivo regido pela lei da selva (gerador de tanta
polarização e ódio). Da mesma forma, cada instância do poder público é também
uma empresa e o Brasil uma grande empresa, lenta e gigante que precisa de um
downsizing urgente para competir globalmente.
Lembrando: o conselho
de acionistas não tem residência fixa, afinal, o dinheiro não está mais nos
Estados… e sim nos paraísos fiscais.
E não precisam mais da política, pois sua ideologia já
está instalada e reproduzida diariamente nos discursos da esquerda e da
direita… plano perfeito?

Será
que cada um de nós consegue mesmo fugir dessa lógica em nossas ações e na
micropolítica do cotidiano?



vatar



5 trilhões de frustração de receitas?



(para o mercado financeiro com a eleição de Lula)

Só?



E o custo de oportunidade?



Deixar de investir no “não Lula” significa deixar de ganhar uma cifra literalmente incalculável… faltam zeros.



Pré-sal, recursos naturais abaixo das áreas de reserva, mão de obra bovinamente uberizada, reescravidão, livre mercado de vento em popa.



Tudo o que Bolsonaro foi sinalizar (de forma muito amadora) aos EUA: “nunca vou aceitar dinheiro da China”, bater continência para a bandeira dos EUA, sempre adorei vocês… etc. (deslumbrado como uma fãzinha de Justin Bieber)

O Brasil é a vitrine do mercado, e publicidade custa muito caro! A esfera pública tomada pela lógica do mercado: foco na quantidade, em detrimento da qualidade; os fins (lucros) justificam quaisquer meios, etc. 

Têm noção da penetração altamente capilarizada do discurso gerencial na administração pública, em todas as esferas? As taras com metas e performance, ponto eletrônico, controles?



(demandados pelos ministérios públicos e por setores da sociedade)

Uma visão de mundo na qual somos várias empresinhas individuais que precisam cuidar de sua vida e dar o seu lucro no mundo cão competitivo regido pela lei da selva (gerador de tanta polarização e ódio). Da mesma forma, cada instância do poder público é também uma empresa e o Brasil uma grande empresa, lenta e gigante que precisa de um downsizing urgente para competir globalmente.



(como se as regras do jogo estivessem todas na mesa, às claras)



Todas as instâncias adotando as taras com metas, gestão pelo desempenho, foco no resultado, como empresas cuja meta é o lucro (fim público é atraso, questões éticas também). Deve-se eliminar os pesos mortos (a gentalha, os velhos, o nordeste, etc.) para que o “balão possa subir”…



O setor produtivo, em todo o mundo, há algum tempo tem se organizado de forma anômala, migrando o capital de seu braço de produção para o braço financeiro. E essa tem sido a norma das grandes empresas.









Essa é o imaginário atual…



Soberania não faz sentido algum nesse paradigma.



O Brasil tem que fazer o que o conselho acionário decidir: cumprir as metas (aquelas definidas pelos deuses do Olimpo), dar o devido retorno aos acionistas e, de vez em quando, uma RAÇÃO para os pobres quando o rosnado incomodar um pouco o manjar.



(a ração é só para não arranhar o verniz do marketing da empresa)



Lembrando: o conselho de acionistas não tem residência fixa, afinal, o dinheiro não está mais nos Estados… e sim nos paraísos fiscais. E não precisam mais da política, pois sua ideologia já está instalada e reproduzida diariamente nos discursos da esquerda e da direita… plano perfeito?



Será que cada um de nós consegue mesmo fugir dessa lógica em nossas ações e na micropolítica do cotidiano? Pensando em novas formas de coletividade, e falando sobre isso?



*



Romulus: e aí, agora, vou acrescentar um aspecto “polêmico” (sic).



Daqueles que “não pegam bem”…



(principalmente para quem tem forte limitação da capacidade de interpretar textos…)



Veja que essa lógica de “empreendedorismo sócio-político”, de “ultra-competição” uberizada, não coloca nenhum óbice à ascensão das chamadas “minorias”.



Pelo contrário: essa lógica se beneficiaria dela!



Como todo mundo que estudou concorrência e mercados competitivos sob os prismas econômico e jurídico poderá atestar, a segmentação de mercado é uma prática anticompetitiva.



Assim, haver trabalho “de mulher” (enfermeira, doméstica, professora primária, etc.), “de negro” (serviços de baixa qualificação), “de gay” (cabeleireiro, maquiador, carnavalesco, estilista, etc.) DIMINUI o potencial de competição no “mercado laboral” como um todo.



Por exemplo, com a emancipação da mulher no pós-guerra (alô: benfazeja, necessária!), o capitalismo passou a contar com uma força de trabalho potencialmente DOBRADA. Portanto, com um potencial para o dobro de competição.



Certo??



Digo “potencialmente” porque ainda seguiu existindo, em alguma medida, “trabalho de homem” vs. “trabalho de mulher”. Sendo assim, para um e para outro NÃO passou a existir, de fato, uma multiplicação por dois da força de trabalho, com a consequente pressão competitiva dobrada.



Mas…



Com emancipação das minorias e a superação de todos os tipos de discriminação sócio-laboral (alô: benfazeja, necessária! – bis), o mercado de trabalho – já agora devidamente UBERIZADO! – passaria a ser PERFEITAMENTE COMPETITIVO.



Percebem??



Nessa lógica de um precariado uberizado, NO AGREGADO, a emancipação total das minorias aumentaria a competição e diminuiria a alavancagem, tanto individual como coletiva, dos trabalhadores diante do capital. Ou seja, atuaria em favor desse último.



*



Pronto.



Já falei a “verdade inconveniente” do dia.



*



E não…



Eu NÃO DISSE que a emancipação das minorias é uma pauta ~de~ direita.



Disse que ela pode, perfeitamente, ser (também) ~DA~ direita.



(i.e., se a maioria dos intermediários – políticos – do capital e as suas respectivas bases na sociedade não fossem tão “limitadinhos” e retrógrados…)



Se você não consegue entender a diferença, vai pegar a senha pra fila do bolsa-escola urgente… dificuldade de interpretar texto, nesse nível, é problema seríssimo neste mundo de…
– …  hiper-competição. ?

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Romulus Maya

Advogado internacionalista. 12 anos exilado do Brasil. Conta na SUÍÇA, sim, mas não numerada e sem numerário! Co-apresentador do @duploexpresso e blogueiro.

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