Militância Z – Descobrindo a política contra a Doutrinação da TV – (Parte2)

Apenas flashes da minha memória infantil sobre eleições, golpes, impeachments e esperança. (E sobre a percepção da presença dos meus professores nos ensinamentos sobre política, economia e vida, muito além da televisão) 

 

Quando criança, lembro de certa vez ver o processo eleitoral dos EUA pela televisão. Não me recordo se era um documentário histórico sobre o Kennedy, ou realmente a candidatura de um deles, não lembro o ano ou minha idade exata. Chamou-me atenção, na ocasiāo, a massa popular clamando e aplaudindo o candidato, como um fã clube adolescente num show de rock’n roll. A energia ali emanada com tanto vigor, gritos, lágrimas, pareceu-me estranha.

 

_”Mãe, isso é verdade?”

_”O quê?”

_”As pessoas fazem isso mesmo?”

_”O quê?”

_”São fãs de políticos e gritam assim?”

_”Sim, é verdade”

 

Eu acreditava que devoção – claro que na época não foi esta palavra que elaborei. Talvez dedicação. Acreditava que tamanha dedicação à um momento em que alguém simplesmente passa pela rua era coisa apenas que acontecera com The Beatles e outros artistas. Na minha cabeça, campanhas eleitorais se davam por meio de estudo, livros, algo mais do que palanque e passeatas. Minha mente de criança via a escolha de um presidente como um estudo. E que pensava que as pessoas escolhessem seus candidatos num foro íntimo. Que em alguns momentos “sérios de adultos”, reunissem, escutassem os candidatos e voltassem para suas casas para refletir, ler sobre o que ouviram e tomar suas decisões.

 

_”É verdade. Sempre foi assim”, disse a mãe.

 

Senti, naquela hora, uma certa vergonha alheia por bandeiras, bandeirolas e broches e faixas, entre outras coisas. Mas principalmente pelos gritos e choros. Desmaios? Eleição envolvia – envolve – crença em promessas, em imagens, em desejos projetados. Crença em pessoas, ou na ideia do que elas são, do que se cria a respeito delas. Como saber se seriam pessoas extraordinárias para emocionar pessoas a tal ponto? 

 

_Não gritem, ouçam – eu pensava.

 

Houve na história pessoas de grande importância que discursaram e mobilizaram multidões para grandes mudanças. Neste momento minha mente traz Martin Luther King, seu brilhantismo e força vinda de um caráter lapidado de maneira dolorosa em tempos de trevas. Não foi alguém que simplesmente quis “plantar um sonho” nas mentes de negros norte-americanos oprimidos. Enfrentou a própria Igreja, Estado, entre outros poderes. Não sozinho, é claro. Muitos movimentos da época foram energia para a explosão de um pedaço da liberdade e aceitação do negro na sociedade como cidadão e ser humano. Muitos ícones como Malcolm X, os Panteras Negras, foram partícipes disso. Muito sangue derramado. Muito sangue nos olhos. Muita coragem perante muita humilhação, ameaças, prisões, assassinatos. Multidões absolutamente justificáveis até para uma criança. Uma criança negra. Talvez uma branca, mas falo por mim e minhas memórias. 

 

Já abordei em um outro texto a campanha brasileira do ex-presidente Collor. Uma época que me ensinou um pouco sobre eleições diretas e sobre democracia. Aqui vou rememorar um certo dia, quando na Escola “Dom Mario”, em Belém do Pará, terceira ou quarta série, a professora entrou na sala com um lenço preto na cabeça e escreveu IMPEACHMENT na lousa, assim em letras maiúsculas.

 

_”Vocês sabem o que é isso?”, ela perguntou depois de ler.

 

E a aula decorreu com a explicação, numa linguagem acessível sobre o que se passava no quadro político brasileiro. Falou sobre luta por direitos e contra a corrupção. E ensinou-nos sobre eleições diretas pós ditadura. O mais importante, talvez, que foi colocado em minha mente foi a possibilidade de luta. Ela iria para a rua. O povo foi à rua de preto porque não queria mais o presidente posto. Eu morava numa metrópole, houve passeatas e a professora estava preparada pra lutar. Na cidade das mangueiras houve repressão policial.

 

Aqui eu falo de minhas memórias e não do processo em si, do que realmente teria acontecido. De um povo sendo usado como massa de manobra. Se mentira, se verdade. Não é o que coloco. Coloco um aprendizado sobre luta popular presente enquanto eu era criança. Uma jovem professora que acreditava em mudança por meio da luta popular e que teve a coragem de falar, a liberdade de falar, dentro de uma escola católica, sobre um posicionamento político, pois haviam outros. Sempre existem outros posicionamentos. Hoje penso que aquela professora de ensino fundamental I tinha menos idade do que tenho hoje. E ainda a vejo com respeito e cheia de coragem, e como grande professora que não se contentou apenas com a língua portuguesa e entendeu que falava de história. 

 

_”Mãe. Você sabia do impeachment?”, eu quando cheguei em casa.

 

Como citei acima, os protestos que ocorreram não foram nada pacíficos. Repressão policial. Senti medo. Assisti na TV, dias depois, a votação pela saída do presidente e aprendi naquela época que entrava o vice, se saísse entrava o Presidente da Câmara e se saísse, lembro de minha mãe falar que não sairia tanta gente. Mas voltando àquele Impeachment, quando eu pequena, jamais imaginei assistir a outro processo em anos tão próximos em termos históricos. Eu ali sentada no chão da sala de casa com uma amiga de escola. Tantas dúvidas, tantos sentimentos misturados, uma Câmara dos Deputados que parecia uma arquibancada em final de Copa do Mundo – neste ponto imagens de um passado recente misturam-se. E de repente, pra mim foi tão rápido aquilo. De repente o presidente foi impedido. Por que batiam em estudantes nas ruas? Nos professores. Eu não entendia. Restos de uma política repressora que nunca se foi de verdade. Sobras de uma ditadura? Sombras.

 

Na televisão mostravam a todo instante a imagem de Ulisses Guimarães com a bandeira do Brasil na queda da ditadura. Eram imagens das “Diretas já”, associadas a todo instante à queda de Collor. A imagem de Ulisses enquadrada na tela repetiu-se tanto, que me tornei uma “fã mirim” do “velhinho”, que um mês antes havia desaparecido no mar de Angra após a queda do helicóptero em que viajava. Seu corpo nunca foi encontrado. Cheguei a acreditar que estava vivo. Reafirmando que tratam-se do que me lembro que vi e pensei quando criança. E estava ali, naquele discurso, a construção da crença de que o povo havia vencido novamente. Uma construção de um discurso realizada pela Rede Globo, que teve como candidato a presidente Fernando Collor de Mello. Que participou da mentira contada no último debate com Lula, antes da ida às urnas. E que na mesma eleição ridicularizou a campanha que Ulisses havia realizado, também concorrente à presidência.  

 

E eu não sabia se tinha sido rápido demais ou se eu só havia me dado conta tarde ou em cima da hora que um processo para a retirada de um presidente estava acontecendo. Não sabia os porquês exatos de tudo aquilo. Agora como um flash, como aqueles filmes de recordação antigos, ou no formato dos slides escolares, vou recordando-me da Guerra do Golfo, de Itamar Franco presidente e PC Farias sumido, depois assassinado com tiros em uma chácara com sua namorada ou amante. E talvez uma memória posterior de uma esposa enraivecida ou magoada entregando provas de corrupção. E, espere, um irmão que também foi delator. E uma outra memória de uma outra aula em outra escola, quando uma professora fez a pergunta após assistirmos ao desenho da Disney “O Rei Leão”:

 

_”A qual fato assemelha-se a “traição” de Scar a Mufasa?”. Eu e mais alguém lembramos de Collor.

 

Mas dentro de mim havia dúvidas inúmeras a respeito do processo do impedimento do presidente naquela época. Ele caiu e só ele, como quem foi derrubado, empurrado ladeira abaixo. Não pelo povo, mas por aquele palanque eleitoral conjunto armado no dia do “eu digo sim!”, ao Impeachment. 

_“Ele roubou”, diziam. “Tirou o dinheiro da poupança de todas as pessoas”, era o que eu escutava. Lembro de ter escutado um motorista do ônibus contar a respeito de um amigo que se matou desesperado pelo confisco do dinheiro de uma vida toda realizado pelo presidente e sua banca. Muita gente havia se matado. Muita gente fez coisas que não foram noticiadas e muita gente certamente adoeceu. A depressão não é uma doença de agora.

 

_Mãe. (Dessa vez não me lembro se perguntei)

Mas onde estariam “Todos os Sócios do Presidente”, eu me perguntava. Era o título de um livro do irmão mais velho. “Como não ser enganado nas eleições”?, este era outro. “Quem matou PC Farias?”, talvez a pergunta mais realizada nos jornais. Ah, depois é claro de “Onde está PC Farias?”.

Livros de criança.

Impressões de criança. 

A TV quando fui criança.

 

E tudo passou, como passavam as águas do Rio Guamá tão perto de mim. Como passavam as águas do esgoto à céu aberto na Avenida Tamandaré. Como passavam as chuvas na saudosa Belém. Itamar presidente e despontava o Plano Real, a URV primeiramente. Estávamos trocando a moeda e para a minha mãe aquilo não era novidade. A primeira explicação na escola foi a de que precisávamos cortar os zeros, pois haviam muitos. Eu achava aquilo uma besteira grande. Mas não eram apenas zeros, era um Plano Econômico para acabar ou diminuir a inflação e estabilizar a economia. Explicação bem simplista, mas massificada.  

 

_”Mãe, o que é inflação?”. 

 

O preço de tudo aumentava todos os dias. Mas a vida seguia. E um certo professor contou na escola que o tal real era um plano comprado, já aplicado em outros países latino americanos. Um plano que meu professor havia dado “prazo de duração de sucesso”. Perguntei muito sobre os porquês se aquilo era de conhecimento. Não obtive respostas do professor. E hoje pasmo que o mesmo Plano Real, em plena crise, tenha sido usado em mote de campanha. Aprendi nos anos 90 que a coisa melhoraria até que viesse a crise. Uma criança dos anos 90 que pouco ou nada compreendia de Economia. Nem do “Economês” tão bonito explicado na televisão e nada compreensível. O professor só errou o tempo da quebra. Hoje imagino o quão desapontado estava para dar apenas cinco anos de fôlego para a suposta estabilidade. A inflação caiu e houve esperança porque o consumo estava tornando-se possível. Mas a dívida cresceu.

 

_”Não sei falar esse nome, pra mim é Réis. Como fala?”, perguntava minha avó, sempre que citava quantias de dinheiro. 

_”Real, vó”, eu dizia.

 

Percebia em minha avó uma indiferença grande em relação ao plano, diferente dos mais jovens. Pra ela, tantas vezes havia mudado o dinheiro que não fazia a menor diferença. Hoje me pergunto se não era essa a cara do povo. Minha avó representava, sim, grande parte de um povo não visto. Mulher da roça. Aprendeu a ler e escrever sozinha. Contava que o motivo do empenho da leitura era querer ler as cartas que chegavam da Bahia para meu avô que não tinha paciência de ler pra ela. A vó ajudava nas lições de casa dos filhos fazendo contas com feijão. Um a um. Que pessoa foi a minha avó! Pra ela o dinheiro era Réis, como em tempos antigos. Acho que ela estava certa porque a dependência econômica dos tempos antigos prosseguia. Ainda com um “dinheiro que valia dólar”, era o que eu ouvia.

 

De Itamar – o vice que tornou-se presidente – a Fernando Henrique Cardoso. Dessa eleição não lembro com muita clareza. Reeleição permitida, porque em quatro anos não se conclui um projeto. Então oito. E durante esse processo de implementação de novo Plano e das “necessárias mudanças”, ou escolhas de caminhos de uma equipe econômica, o descontentamento do povo. Crise. Desemprego. Inflação. Venda de Estatais. Mas tenho a sensação de ter ouvido mais sobre política até o quinto ano, em Belém do Pará, do que no fundamental II e Ensino Médio, este último basicamente preparatório para o vestibular. Claro que alguns professores puxavam aqui e ali. Mas poucos. O politicamente correto, se páro pra pensar, teve grande reforço naquele momento. A responsabilização pelo planeta, pela água, camada de ozônio, faça sua parte, aceite o diferente. Um discurso vago, na realidade, que não transformou. A classe média, em casa, aprendeu diferente. Ou manteve-se como era.

 

Na passagem da adolescência para a vida adulta, primeiro ano de faculdade, meu primeiro voto obrigatório para presidente do Brasil foi para o PT. Eu realmente acreditava. Quando ganhou, no ato da posse, o povo invadindo as águas do Palácio do Planalto, emocionou-me. Um estadista próximo, Lula parecia. E foi, não em uma profunda análise política aqui posta. Foi nas sensações e observações da minha curta vida. Políticas sociais participativas. Fui em muitas reuniões proporcionadas por elas. Vi gente da favela construindo projeto de lei orçamentária para ser enviado ao governo. Vi gente da periferia exigindo a inclusão do seu bairro pobre no plano diretor da cidade. Fui pra perto. Vi mãe de aluno, mulher da casa, trabalhadora, agradecendo ao pouco da Bolsa Família, complemento de renda, porque andava descalço. Claro que vi criança com fome, violência doméstica e drogas. 

 

A maconha já estava naturalizada no âmbito estudantil do ensino superior. O movimento dos diretórios acadêmicos era pobre, sofria chacota. Entendi alí um enfraquecimento das lutas de classe, desunião, desinteresse. Já era um alunado, que de certa forma, apoiava a privatização dentro da Universidade Pública. Eu não enxerguei. Vi gente que jamais pisaria numa faculdade, se formando.  Bolsa integral. Daí me pergunto se já não era uma parceria público privada renomeada. Não se investiu nas universidades. Não foi feita a reforma no ensino. Várias faltas. Acomodaram-se e a conscientização de classe já não acontecia. Ascensão da classe média. Eu não vi o perigo.

 

Tento finalizar aqui, porque a ideia era escrever a visão política de uma criança que guardo na memória e caminhei pensando até quando cheguei à Universidade. Aquele outro professor de tantos anos (ou nem tantos), tinha mesmo razão em relação ao Plano Real, mas o plano ainda é venerado, mesmo após golpe recente que ainda não consta nos livros. Se é que constará como golpe. O novo Impeachment me assustou. Abri os olhos para os desejos populares. Para o nojo da classe média pelos pobres. Para o desejo da violência. Para a vergonha da frase “O gigante acordou”. Sim, eu havia lido muitas coisas. Mas percebi, novamente muito tarde e talvez mais tarde do que quando criança, o conservadorismo de muitos doutores das universidades e dos pupilos dos doutores. 

 

O fato é que a democracia é aceita quando conveniente. Foi na faculdade que comecei a ter acesso ao princípio da consciência da “falácia” da social democracia. Foi no golpe que absorvi. Não sentei no chão da sala para assistir a este Impeachment, o da presidenta Dilma. Apenas ouvi os fogos. 

 

Hoje, vejo que o susto de criança, – “Mãe, isso é verdade?” -, brota novamente. A eleição de quem é contra quem. O caos está arraigado no pensamento, muito mais do que na economia. O pobre tem mais consciência de si do que quem conseguiu uma pequena ascensão no governo petista. Colegas de escola, seja de qual for o tempo, expressam horrores. Sempre tive medo da ditadura, sentir o cheiro dela me apavora. Sei que tudo escapa das mãos neste momento. Esperar um presidente ilegítimo terminar um mandato para ir até a urna e acreditar que se está escolhendo é ingenuidade demais, aos meus olhos. 

 

Não tenho resposta para a solução, mas as centenas de questionamentos fazem com que eu ainda me sinta cidadã. Sou fruto da infância que me permitiu perguntar e perguntar e perguntar, minha mãe que o diga. Não aceitei todas as respostas, mas perguntei. Questionei, ainda que interiormente, sobre a manutenção da vida, a religião, a política, a criação do mundo e dos países, a liberdade, as escolhas. Prezo por isso. É parte minha. E já não sei se terei que trancafiar meus pensamentos opositores. Estado de exceção. E o que ouço são pessoas se debatendo na água rasa e culpando o outro que se debate na rasa água. Afogam-se juntos. O barco virou.

 

Entretanto, apenas sei que estamos afogando e mais nada. A minha percepção foi lenta, então dizer o quê? Mas não acreditei nas passeatas do último Impeachment, não acredito nisso que dizem do que resta da social democracia, não acredito que o poder que emana do povo nos pertenceu. Vejo cada vez de maneira mais límpida os interesses. O poder da manipulação da mídia. E conhecer como funciona, perceber a falta de princípios e até a venda dos mesmos é aterrorizante. Paralisa. Gera angústia. Náuseas, muitas vezes. Sobre as eleições de 2018, perante o quadro de pesquisa e as risíveis propostas de governo, só resta perguntar novamente: 

 

_”Mãe, é verdade?”. 

 

Não acredito no voto. O grande acordo nacional agigantou-se de tal modo que não enxergo possibilidade. Posso estar errada e quero estar errada. Mas estamos às margens do Ipiranga e nunca brilhou nenhum sol da liberdade. O aprisionamento mental que permite acreditar nas mentiras usadas como justificativas para a prisão de inocentes, para legislar, para julgar e matar. Para eleger em nome de Deus. Tanta informação disponível e tanta crença no primeiro clique. Não se pergunta! PERGUNTEM! É VERDADE? Existe um Plano de Governo de um presidente visto como Messias por ter sido mergulhado no Jordão por um líder religioso duvidável quanto aos seus atos. Um Plano que se cumpre. Sem sustos. Eu li. 

 

O terror é que continue acontecendo, cumprindo-se diante de nossos olhos e perante o nosso nada a fazer. Um Plano de Governo recheado de mentiras desfeitas com muito pouco se pensarmos em informações, mas por meio de muito trabalho se pensarmos na mente humana, nada nova, primata. Não é ingenuidade. Simplesmente não somos tudo isso que discursamos como animais. O ser humano é um animal suscetível, adaptável e manipulável, antes de ser racional. Precisamos desfazer os nós dos pensamentos, e agora na fome, na miséria, nas perdas, suicídios, depressão, pânico. Repete-se, mas em outro tempo. Em meio à mudanças permanentes trazidas pela revolução tecnológica que não nos faz mais inteligentes, ao contrário, mais obsoletos. Brasil, recriemos a maneira de escrever nossa história e que seja, pela primeira vez, com nossas próprias mãos. “Porque seus filhos, nunca puderam lhe ver contente, querida mãe. A liberdade nunca raiou. Quem é que zomba da perfídia?” 

Marcele Luize, jornalista e escritora.

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