Irineu Evangelista de Souza – Barão e Visconde de Mauá
Resenha do livro de Ceci Juruá – Defensor do Nacionalismo Econômico do Oiapoque ao Chuí. Ed. Jardim Objeto, Rio de Janeiro, 2013
Por Pedro Augusto Pinho*, para o Duplo Expresso
Não faltaram pensadores, políticos e até empreendedores que, a seu tempo, lutaram pela construção de um Brasil Soberano e foram demolidos, quando não demonizados, pelo poder e seus executivos que controlaram o país. Ceci Juruá, com profundidade da pesquisadora – que nos revelou a questão do transporte nacional, em sua tese de doutorado (Estado e Construção Ferroviária: quinze anos decisivos para a economia brasileira) – e professora da Universidade Católica de Brasília, nos mostra a trajetória de Mauá, pessoa íntegra, cujos “princípios éticos foram comprovados por atitudes ao longo da vida” e para quem “a honra deveria prevalecer sobre a riqueza”.
Mauá, nos mostra Ceci, “negou-se a receber qualquer vantagem material em troca da intermediação que realizou para implantação do primeiro cabo submarino internacional”. Também foi autor de “um mini tratado de economia monetária. Lástima que seja pouco conhecido no Brasil, raramente lido e analisado”, a respeito de “Meio Circulante”, do Barão. A vida de empresário, em áreas da importância do transporte (naval e ferroviária) e financeira, mostrou a visão progressista (finanças para desenvolvimento e não rentismo), nacionalista, sem prejuízo de seus empreendimentos internacionais (Uruguai e Inglaterra), detalhadamente apresentados no trabalho de Ceci Juruá. Um livro para ler e refletir sobre o Brasil que poderíamos ter, não fosse a pressão do poder do financismo inglês e da subserviência e corrupção do Império.
* Pedro Augusto Pinho é avô e administrador aposentado
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