Depois das Seis

Texto e arte por Geuvar Oliveira, para o Duplo Expresso

Chegamos àquela cidade, um lugar pequeno, uma cidadezinha qualquer no interior do Maranhão. Nem vou citar o nome porque o lugar me traz lembranças desagradáveis. Como já faz bastante tempo, não me recordo de onde a família estava vindo. Meu pai tinha sido destacado para aquele lugar. Ficamos por um dia na casa de uma tia, irmã de minha mãe, e meu pai já procurava uma casa para alugar pelas redondezas. A delegacia era próxima.

Na casa da tia, tive contato com a primeira HQ na vida. Ainda não sabia ler, e minha idade era de apenas 8 anos lá em 1976. A história era de um caubói chamado Tex Willer. Ao todo meus irmãos são sete, mas nesse tempo não estavam todos nesta dimensão. Ainda faltavam dois que chegariam mais tarde.

Chegou a notícia que havia encontrado a casa para alugar, acertaram tudo e fomos para lá. Lembro-me da minha relação com a novidade, sem dar muita importância para aquilo tudo, não sei se pela tenra idade ou por não fazer muito sentido toda aquela agitação. A HQ do Tex era a única coisa que me roubava toda atenção. Chegamos na casa, entramos, e era uma casa enorme, com muitos quartos. Parecia mais um hotel, ou uma pensão. Uma construção no formato de “U” com quartos dos dois lados. Em um deles ficavam alguns quartos e a cozinha junto com a dispensa – um quartinho onde se guardavam os alimentos. Sob a luz do dia, a casa parecia só uma casa grande comum e antiga, no meio das pernas do “U” ficava uma espécie de lava-roupa: uma pedra enorme.

Naquele lugar eu iria passar os piores momentos da minha infância. Depois da mudança, já era fim de tarde. A casa não tinha energia elétrica. Havia um lampião e algumas lamparinas a querosene. Minha querida mãe – hoje com 86, mas na época com 35 anos – já arrumava a dormida da turma. Para o meu azar, ela tinha a mania de dormir cedo.

A cidade, apesar de pequena, parecia grande para um garoto de 8 anos. Minha tia acabou mudando para a beira do rio, perto do cais. A cidade tinha a companhia do Rio Parnaíba, do outro lado o Estado do Piauí com cidade de Floriano. Bem maior que aquela em que eu estava morando. A tia tinha um bar, um marido alcóolatra e mais um monte de filhos (ais que os meus irmãos). Eram primos mais velhos e, quando dava alguma briga no colégio ou no campinho, eles vinham e davam uma ajuda rachando os outros na porrada.

Eu tinha três irmãos mais velhos, e o segundo mais velho gostava de se meter em encrenca. Os primos estavam lá para segurar a peteca. Meu irmão mais velho era bom de briga e bom de bola, tanto que o chamavam de Pelezinho. E o nego era bom mesmo. Tinha um primo da idade dele que vira e mexe trocavam uns socos.

Certa vez, eu fui escalado para ir comprar os pães. Cedinho, no trajeto de volta, um menino mais velho me parou e, com arrogância, disse: “– Ôh, diz para aquele teu irmão neguim que eu estou esperando ele para encher a cara de porrada!” Era época de eleições, estavam na rua os partidos Arena um e Arena dois, com suas músicas altas, comício e tudo mais. Olhei o moleque meio de banda, continuei andando e, enquanto seguia, pensava se daria ou não o recado.

Cheguei, todos já estavam esperando à mesa, pus os pães em cima, minha mãe estava na cabeceira, hesitei um pouco, mas acabei contando, ele olhou para a mãe, que só olhou de volta e não disse nada, sangue de cearense, piauiense e maranhense, não iria dizer para o moleque não ir. Ela sempre foi, “pistola” na linguagem de hoje. Nunca arregou na vida. Batia em homem nas festas, quando ainda era nova, segundo o relato de suas irmãs.

A senhora de 35 anos viu seu filho, um garoto de 13 anos, o mais velho dos cinco, se levantar da cadeira e pedir para eu dizer onde o menino estava. Ninguém mais se moveu das cadeiras. Caminhamos até a frente da quitanda onde tinha comprado os pães e ele perguntou: “– Cadê, Vá?” Até uma certa idade os irmãos chamavam-se por apelidos meigos. Depois, na adolescência, por apelidos sacanas… Não, eu não vou dizer qual era o meu. Apontei o menino que fazia pose de valentão e ele já foi em cima dando porrada, sem dar chance do pivete se defender. O cacete comendo e a música da ditadura rasgando.

Em pé, eu observava o pau comer. O Má jogou o desafiante no chão e imobilizou-o. Então, saiu um camarada da turma de adultos que estava vendo a briga e, gritando feito louco, separou-os dizendo: “– Rapaz, tu chamas o outro para a briga e não aguenta? Sai, vai embora!”

O moleque ficou dizendo impropérios, mas saiu desmoralizado. O mano disse algumas coisas também e me chamou para voltarmos. Chegamos em casa, todos nos olharam. Sentamos. O Bone (cujo nome real não tem nada a ver com o apelido) perguntou: “– Bateu?” Eu tive que servir de narrador, porque ele não disse nada. Minha mãe só olhou para ele; também não disse nada.

Como dizia, a minha mãe tinha a mania de pôr a gente para dormir cedo. Nossa sorte é que estava morando conosco uma tia, irmã mais nova da mãe, além de duas filhas dela. À boca da noite, ela contava histórias para a gente. Era um excelente programa antes de dormir, com histórias que lembro até hoje.

A primeira noite, foi tranquilo. Todos dormiram e acordamos pela manhã doidos para conhecer a casa. Corríamos pela casa inteira, entrávamos nos quartos vazios. Seriam uns 9 ou 10 quartos, mas só três eram usados para dormir. Desses quartos, tinha um que nenhum menino ou menina entrava: era fechado direto, e a gente não entrava porque tinha medo mesmo. Olhávamos pelo buraco da fechadura, mas não se via nada. E assim seguia o dia.

Nessa casa, eu descobri algo em mim que ainda não tinha percebido. Ao fechar os olhos, eu era imerso em um infinito mar de energia. Lembrava como quando a televisão analógica saia do ar. Na época eu não entendia e nem sabia dar um nome para aquilo. Como não sabia explicar, não contava para ninguém. Era só fechar os olhos, não importava onde estivesse, aquilo estava lá. Era como se tivesse com água até a cintura, olhando para o horizonte, mar adentro, mas aquela massa de energia envolvia por todos os lados. Não fazia mal nenhum, nem oferecia alguma sensação desagradável. Pelo contrário, era bom.

Quando eu não estava correndo com a turma por todos os cômodos da casa, estava numa rede balançando com os olhos fechados. O balançar da rede me oferecia a emoção de voar naquela massa. O escuro dos olhos fechados era substituído pela massa cinza e brilhante. Contudo, tinha a consciência de onde estava e sentia o pano da rede em minhas mãos. Ainda ouvia as conversas dos demais em outro cômodo, perguntando por mim: “– Cadê o Vá?” “– Está lá na rede, balançando!” Não estava ausente, apenas sentia uma percepção incomum até o momento.

Não lembro quando tudo mudou, mas foi de repente. Não sei se quando a tia que contava história foi embora, ou enquanto ela ainda estava lá. Fui atacado pela primeira vez logo que fomos deitar à noite. Corujas sobrevoavam a minha rede. A relação do maranhense com a rede é de muito apego: Pode ter cama, mas é muito difícil entrar na casa de um e não encontrar uma rede. No caso da minha família, era devido à relação entre o tamanho do contingente e o salário do milico. Eram várias corujas sobrevoando e, apesar de serem apenas pássaros, corujas são estranhas. Imagine na frente de um garoto à noite, então! Elas pareciam saber o que estavam fazendo comigo.

Os pais dormiam no outro quarto e eu, com os irmãos, naquelas redes emparelhadas. Enquanto todos dormiam, eu era assustado. Pegava-me nas extremidades da rede e as fechava sobre mim, como se fosse um casulo. Mas continuava a ouvir o barulho das asas dos bichos, tão real quanto a massa de energia que via de dia, mas não tinha essa noção. Ficava à noite toda acordado. E a noite, gasta assim desse jeito, era longa e quase sem fim. A felicidade era quando via a luz do dia surgir nas frestas das telhas em cima. Aí que eu ia dormir um pouco, quase na hora de acordar.

Passava o dia brincando, correndo. Às vezes via minha mãe pintando panos de pratos ou porta talheres. Ainda não estudava. Quando começava o findar da tarde, voltava a preocupação. Sorte que tinha a tia que contava histórias, e assim eu ganhava tempo antes de ir para o quarto. Era o jeito para que a noite não ficasse tão longa… Mas eram raras as noites que eles não vinham. Às vezes apareciam rostos bem feios, outra vez, corujas vinham como gente (uma gente bem estranha, parecida com aquelas pinturas de rosto do artista holandês Hieronymus Bosch). Tinha vezes que ficavam em pé, parados ao lado da rede ou andando. Eu me enrolava na rede, mas ainda ouvia o barulho do pisar delas no chão. O som parecia com o de um cachorro andando pela casa. A rede tremia com as batidas do coração, mas para mim, era como se fosse eles a sacudir o pano. Isso acontecia muitas e muitas noites. Eu sempre pegava no sono somente depois do sol reluzir entre as telhas e o cantar do galo. A partir daí, eles iam embora acompanhado das muriçocas.

Durante a correria pela casa, brincávamos de várias maneiras. A mais interessante era “pula macacão” ou, como muitos conhecem, amarelinha. Uma vez, por volta das 9 horas e com o dia já bem claro, um dos irmãos teve a ideia de entrar no quarto. Naquele quarto. Mas ninguém teve a coragem de abrir a porta e entrar junto. Então, não sei por que cargas d`água, assumi para mim essa tarefa: Peguei a chave, meti e torci e empurrei uma das bandas da porta.

Um arrepio veio simultaneamente com uma sombra que se esgueirava pelo chão em direção da janela. Dei um salto para trás, assustado. Os demais fizeram o mesmo. Falei que tinha visto uma sombra. Todos ficaram apavorados. Ninguém quis olhar para dentro do quarto. Ficamos um tempo encostados na parede tentando convencer um ao outro para entrar, mas ninguém quis. E não iam entrar mesmo. Novamente, fui e empurrei a outra banda da porta até a claridade entrar no recinto e iluminar boa parte do ambiente.

Todos olharam para dentro desta vez. Eu tomei coragem e entrei – claro que todo cagado de medo –, mas o arrepio voltou. Isso enquanto caminhava para a janela que estava tão perto e parecia que nunca chegaria. Abri as duas bandas e a outra janela. O sol entrou de vez, afastando a sombra e o medo. Todos entraram, andaram pelo quarto olhando os recantos. Depois de muitos dias, o tal quarto era, enfim, área dominada.

Fizemos o desenho do macacão no chão e pulamos o dia todo. Depois, saímos. Ninguém tinha coragem de permanecer no quarto sozinho, mesmo com as janelas e porta abertas. Nunca íamos lá sozinhos, em hora nenhuma. Mesmo quando eu me arriscava, saía rapidinho. Era como se tivesse uma presença ali. Deixávamos ele aberto o tempo todo.

Uma vez meu pai viajou. Ele, de vez em quando, dormia fora por causa do serviço. Falei para minha mãe o que enxergava à noite, então ela deixou-me dormir com ela naquela vez. Deitei e fiquei olhando para o rosto dela. Ela estava doente porque quebrara a clavícula durante uma lavagem de roupa há alguns anos. Como ela ficou com receio de ir ao médico, estava tentando cicatrizar com sumo de mastruz e reza. Era durona, mas tinha medo de ir ao médico. Apenas um médico passara lá em casa para vê-la, a pedido do meu pai.

Naquela noite, ela estava deitada de lado e virada para mim. Eu olhava para o seu rosto, que começava a cochilar. Vi que seres diminutos e brilhantes, do tamanho da metade do meu dedo mindinho, pegavam um dos olhos dela e levavam. Faziam um trajeto entre o rosto e o espelho da cama. Sumiam no espelho, voltavam e pegavam novamente o olho dela e levavam-no. Ao tocarem no olho, eles pegavam um outro, reluzente igual a forma deles, levantavam à altura das cabeças e seguiam. Não eram o olho dela realmente, apenas uma cópia de luz.

Vendo isso, disse a ela: “– Mãe! Olha, tem um monte de ‘neguinhos’ levando seu olho por aqui…” E apontei o trajeto. Ela perguntou: “– Você está vendo isso?” “– Sim! Bem aqui!” Ela disse que não via. Tentei encostar o dedo neles, mas meu dedo atravessou aqueles corpinhos como se atravessasse um raio de sol entrando pela janela. Eles continuavam fazendo o mesmo serviço sem parar. Como ela não deu muita bola por causa do sono, mandou-me dormir. Peguei no sono vendo, ao invés de carneirinhos pulando cerca, aqueles “neguinhos” de luz levarem o olho dela repetidamente.

“Neguinho” era só uma forma de falar da criança. Não que fossem negros. Apenas brilhavam. Era como dizer, bonequinhos, serzinhos, mas o termo devia ser parte de um vocabulário pejorativo de época, internalizado pelo meu eu pirralho.

Naquela noite, as assombrações de corujas e rostos feios não apareceram. Foi a primeira vez que tive uma noite completa de sono na casa. Pela manhã, ela perguntou-me pelos bonequinhos reluzentes, talvez para confirmar a história que ouvira modorrenta. Repeti-a. Minha mãe é médium. Para quem não entende, médium é uma pessoa que possui o dom da mediunidade – condição de sentir, ver ou falar com entidades não local, ou seja, não física.

Um dia ela assustou-me sem querer ao relatar que viu alguém em cima, na travessa da cozinha. As casas antigas têm uma estrutura de madeira em forma de triângulo que sustentam o telhado e tem, no vértice superior, a linha da cumeeira da casa. Ela falou isso para uma amiga, mas eu estava por perto e ouvi. Andei até a cozinha e fui olhar para a tal travessa. Mas nada, nadica. A cozinha não me metia medo, só aquele quarto.

Pensei que, talvez, quem me assombrava no quarto tenha ido dar uma volta na cozinha procurando algo para alimentar outra coisa que não o próprio espírito. Da cozinha, mirei o quarto por cima da mureta – talvez fosse lá que ele dormisse. A amiga dela já deu uma ideia como solução: Ela devia procurar um terreiro para fazer uma limpeza, tanto na casa quanto nela mesma. Foi a partir daí que ela passou a frequentar um terreiro de Umbanda nas redondezas.

Meu pai não gostou muito da ideia, principalmente quando soube que tinha que desembolsar uma grana para custear a Ialorixá (Mãe de Santo). Mesmo indo ao terreiro, as assombrações não desistiram de mim. Pelo menos eu tinha as noites que dormia com a minha mãe. No terreiro tudo era muito alegre, nêgo rodando de branco, as mulheres com aquelas saionas redondas, aquele cheiro de vela acesa e o cheiro perfumado de incenso. Sempre que ela deixava, eu a acompanhava. Era novidade e, às vezes, as tias e os primos iam. Meu pai foi uma vez, que eu me lembre. Ele era polícia e polícia na ditadura era gente grande, não se misturava assim tão fácil não.

Passou um tempo deste tratamento que foi tranquilo para minha mãe. Eu continuei sendo assombrado depois das seis e ouvindo os pisados de cachorro – mesmo sem que houvesse cachorro na casa –, e o quarto continuou vazio de gente viva. Aquela casa enorme e estranha ficou no passado, mas aquela massa de energia acompanhou-me ainda por muito tempo. Fechava os olhos e tchum! Tinha gente (e ainda tem) que se danava gastando dinheiro com maconha, pinga, chá de cogumelo. Eu só precisava fechar os olhos. Mas isso não durou tanto assim. Quanto mais eu crescia, mais perdia aquela sensação boa. Aos 12 anos quase não via mais, ou vibrava muito rápido e logo ficava escuro, o normal que acontece com os olhos fechados. Até que desapareceu de vez aos 18 anos.

Aí vieram outras coisas. Como aquilo de falar com alguém que não está exatamente ao seu lado, saca? Mas então eu já era grandão e não sentia nenhum medo. Só não respondia, fazia que não era comigo e apenas ouvia. O que vem em som, eu tenho que decifrar sozinho. Apesar destes “contatos imediatos de terceiro grau”, escolhi as artes para canalizar a energia que chega em mim de algum lugar.

No texto anterior fiz uma menção da Mecânica Quântica e recebi alguns comentários, contrários ao que escrevi. Fiquei contente com o feedback, mas o que é esta Física Quântica se não um olhar para dentro de nós mesmos? Ao fechar os olhos, aquele garoto se via envolvido por uma onda de energia. O que seriam os átomos e suas partículas, se não apenas energia pura? A massa que vibrava ao redor daquele garoto talvez não vibrasse na mesma frequência dele quando com os olhos abertos, mas se fechados, ele via tudo aquilo. Só depois de começar a estudar a Mecânica Quântica, descobri a teoria de um experimento que se parecia com isso. No Experimento da Dupla Fenda de Thomas Young, observando-se algo, é uma coisa, sem observar, passa a ser outra. Talvez por isso o garoto não enxergava a onda de energia com os olhos abertos, e conseguia com os olhos fechados.

Como o assunto é um pouco técnico, vou pedir para quem tiver curiosidade e ainda não saiba, que dê uma pesquisada. Quem já tiver uma noção, ótimo. Estarei sempre disposto a trocar ideias, conversar e aprender sobre este tema.

A lua de mel não foi para sempre entre minha mãe e a dona daquele salão. Houve um desacerto e ela deixou de frequentar o terreiro. Meu pai alugou uma casa menor em outro lugar, e nos mudamos daquela. Passou o tempo e ainda tive muitos pesadelos com aquela casa. A Ialorixá dona do terreiro morreu em um dia de carnaval, e adivinha para onde ela foi depois das seis? Mas essa fica para uma outra vez.

 

 


* Geuvar Oliveira é maranhense de Imperatriz, mas mora em Palmas – TO. Funcionário público, cartunista, quadrinista, escritor. Tem várias obras publicadas, entre as mais conhecidas estão: Mugambi (da qual está produzindo o último capítulo), Liga do Cerrado e Viagem ao Centro da Gramática. Formado em Letras e Arte Cênica, trabalhou em alguns jornais impressos do Tocantins como cartunista. Atualmente, publica suas charges nas redes sociais e aqui na Caixa de Pandora do Duplo Expresso, porque os jornais têm medo de fazê-lo.

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