Goldman Sachs confirma: Objetivo é dilapidar a Petrobras

Por Cláudio da Costa Oliveira*, da Redação do Duplo Expresso:

A Money Times informou que nesta quinta-feira (06/12) o Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimentos do mundo, enviou relatório a seus clientes informando da análise do novo Plano de Negócios e Gestão – PNG da Petrobrás, divulgado na quarta-feira (05/12), conclui-se que a empresa pretende fazer uma distribuição adicional de dividendos, no período 2019/2023, no montante equivalente a US$40 bilhões.

“Dividendos: Petrobras pode se alinhar às maiores do mundo, avalia Goldman Sachs” | Gustavo Kahil para a MoneyTimes (06/12/2018)

Há muito tempo venho alertando que os PNG’s elaborados à partir da entrada de Pedro Parente escondem de maneira sórdida e sorrateira os verdadeiros objetivos das premissas sob as quais são montados.

Em janeiro de 2017 denunciei o PNG 2017/2021 como a prova do crime de lesa-pátria em andamento:

“Petrobras: Plano de Negócios (PNG 2017/2021) conduz a empresa para fosso” | da Redação d’O Cafezinho (23/01/2017)

Em julho de 2018, estarrecido demonstrei que o PNG 2018/2022, havia sumido com US$25 bilhões da Geração da Caixa, sem nenhuma explicação. Uma verdadeira fraude.

“PNG 2018/2022 da Petrobras sumiu com US$25 bilhões da geração de caixa” | Cláudio da Costa Oliveira para a AEPET (26/07/2018)

Na última semana, com a divulgação do PNG 2019/2023, publiquei artigo (vide abaixo) constatando que o rombo cresceu para US$60 bilhões. Tudo disfarçado com informações irrelevantes, mostrando total falta de compromisso com a transparência.

“PNG Petrobras 2019/2023: falta muita transparência” | Cláudio da Costa Oliveira para a AEPET (06/12/2018)

Passado todo este tempo, até hoje não li uma linha sequer, escrita por comentaristas econômicos brasileiros ou estrangeiros, sobre este verdadeiro escândalo.

Agora aparece o Goldman Sachs, que a Wikipedia diz ser conhecido como “a hidra” por sua habilidade de infiltrar-se nas altas instâncias dos Estados, cujos técnicos avaliam existir um adicional de US$ 40 bilhões de pagamentos de dividendos no PNG 2019/2023.

Na minha estimativa, considerei que este adicional seria de US$60 bilhões, uma diferença de US$20 bilhões para o cálculo da Goldman Sachs. Creio que os técnicos desta empresa não consideraram que grande parte da Geração de Caixa futura virá da Cessão Onerosa, onde a companhia é isenta do pagamento da “participação especial”.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse em recente entrevista: “A Petrobras não tem recursos para explorar o Pré-sal.”

É claro, se a empresa destina um adicional de US$60 bilhões para pagamento de dividendos não vai sobrar nada para o Pré-sal. Hoje, se a Petrobras quiser, num estalar de dedos, consegue captar mais de US$100 bilhões para investir no Pré-sal.

É uma questão de opção:
a) Pagar dividendos excessivos para os fundos abutres e entregar o Pré-sal para as petroleiras estrangeiras;
OU
b) Investir no Pré-sal gerando empregos, renda, tecnologia e impostos no Brasil.

Caberá ao novo governo a decisão.

 


* Cláudio da Costa Oliveira é economista aposentado da Petrobras.

 

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