Coletes Amarelos: Terceiro Ato

Por Patrícia Vauquier*, para o Duplo Expresso:

O terceiro Sábado

No sábado, 1º de dezembro, ocorreu mais um dia de manifestação dos coletes amarelos em toda a França. Em alguns lugares foi a terceira semana consecutiva em outros foi a retomada de uma manifestação que tem acontecido todos os sábados e se dilui durante a semana para ganhar força no sábado seguinte.

As imagens de violência entre policia e manifestantes rodaram o mundo, o que se vê é o Arco do Triunfo em chamas, pichado, fumaça para todos os lados, mortos, feridos todo o estrago devidamente explorado pela Main Stream Media, da qual os canais franceses fazem parte.

Durante todo o fim de semana, a cobertura jornalística dava ênfase à violência atribuída ao movimento dos coletes amarelos.

Gilets Jaunes, por © Olivier Ploux

Aqui, transcrevo o depoimento de um militante membro do Comité Lula Libre de Paris que estava em Paris na manifestação (publicado no Jornal do Parti Ouvrier Independente – POI, numero 532 du 06 ao 12/12/2018.

É inegável que em Paris, o governo colocou em prática um dispositivo policial sem precedentes para bloquear a grande Avenida Champs Élysée de maneira a impedir que “Coletes Amarelos” se reunissem. Chegando em ondas de todos os cantos da França e da região de Paris, os “Coletes Amarelos” foram agrupados e empurrados para a Place de l’Etoile que se tornou uma verdadeira armadilha para milhares deles. Apenas algumas centenas de “coletes amarelos”, permitidos na avenida, só puderam testemunhar, atordoados, a armadilha montada pelo governo. E como no sábado anterior: fogo contínuo de gás lacrimogêneo, granadas de som e canhões de água para repelir os milhares que vieram manifestar pacificamente.

Reagindo aos “Coletes Amarelos” que conseguiram entrar na Champs Élysées, “indefesos” policiais dispararam contra eles, empurrando-os para trás na Place de l’Etoile:

Um manifestante

– Eles organizam a ratoeira. É difícil de acreditar, eles alegam que temos o direito de manifestar mas, na verdade, eles nos proíbem de manifestar.

Outro

– É como estar em uma guerra. Eles são loucos, não estamos nem armados e eles atiram em nós se fôssemos bandidos!

Um terceiro

– Se não é provocação, o que é isso?

Um jovem empregado

– Nós viemos da Normandia em 150 pessoas. Eles bloquearam os ônibus nos portões de Paris para que não chegássemos à Champs Élysée.

Um jovem manifestante da Bretanha com um grupo

– Eles nos impediram de entrar no Champs Élysée porque nós tínhamos proteção contra o gás lacrimogêneo por causa do que aconteceu no último sábado. Máscaras de pó descartáveis, máscaras de proteção para trabalhadores da construção civil, máscaras de esqui. Há garotas no grupo, olhe, elas trouxeram seus óculos de natação; nós não somos black blocs. Nós viemos pacificamente.

No início da tarde, milhares de coletes amarelos decidem deixar a Place de l’Etoile transformada em ratoeira e teatro de violenta repressão. Na grande procissão que desfila a Avenue de l’Opera:

Um jovem empregado da antiga SNECMA[1], em Corbeil

– Estou feliz por termos decidido deixar a Place de l’Etoile. É uma armadilha deliberadamente montada. Agora nós manifestamos onde eles não esperavam… Isso vem acontecendo há muito tempo, não é mais possível. Todo mundo sabe que a coisa vai arrebentar, então, desculpe, mas estourou agora. Não tenho nada contra a esquerda. Votei no Hollande e ele usou o 49 ter e aprovou a lei El Khomri (lei de precarização do trabalho)… “Macron DEMISSÃO!” Ele retoma a plenos pulmões com os milhares que desfilam.

Funcionária aposentada de La Rochelle, integrante do FO [force ouvrière, sindicato]

(por acaso, conta que participou da reunião do Comitê de Resistência e Reconhecimento dos Atos de 1936 e 1945, realizada em 10 de novembro)

– Somos todos “Coletes Amarelos”, o povo está revoltado. O que queremos é a retirada do imposto sobre o carbono e o retorno do Imposto Sobre a Fortuna. Não haverá trégua, voltarei a cada semana, se necessário. Eu cheguei ontem a Paris para estar na hora da manifestação, e vi alunos do ensino médio da Lycée Charlemagne bloquearem seu estabelecimento. Todos os partidos e sindicatos que se sentem solidários devem se juntar ao movimento, mas sem querer se aproveitar dele e tirar vantagem, sem tentar se recuperar.

14 horas, encontro com La France Insoumise em St Augustin. Trinta militantes do La France Insoumise se reuniram na Place Saint Augustin. Vestindo coletes amarelos com um adesivo dizendo “Devolva o Imposto Sobre a Fortuna primeiro! Eles se juntam aos milhares marchando em direção ao Louvre.

Um grupo de 15 a 20 apoiadores de François Ruffin[2] se manisfesta separadamente.

Na procissão parisiense da CGT, vários ativistas vestiram coletes amarelos nos quais afixaram o emblema de seu sindicato. “Vocês são coletes amarelos ou CGT? Pergunta um jornalista da França 2 a dois faxineiros da cidade de Paris, ativistas do FTDEEA. A resposta é direta: “Somos solidários com os ‘Coletes Amarelos’; Macron removeu o Imposto Sobre Fortunas; estamos aqui pelos aposentados, pelos jovens e por nós mesmos. Mas a CGT não está aqui para recuperar o movimento de ‘Coletes Amarelos’, mas para estar com eles porque esse movimento diz respeito a todos. “

A grande revelação destes e de outros depoimentos, é a ação da policia. Ela conduz os manifestantes a um cerco sem saída, e em seguida solta todo o arsenal repressor sobre uma multidão que não tinha para onde fugir. Outro fato estranho e propositalmente omitido pela mídia, foi a falta de isolamento do Arco do Triunfo, que estava muito bem protegido com barreiras e policiais nos dois sábados anteriores.

Há ainda outros depoimentos de manifestantes que afirmam que não era possível diferenciar os agentes infiltrados da polícia dos black blocs: ambos estavam de preto com máscaras, impossível distinguir um do outro.

O mais curioso é que todos os partidos políticos franceses juntaram-se ao movimento: a extrema-direita do partido da família Le Pen – a Rassemblement National (União Nacional), o partido de esquerda de Jean-Luc Mélenchon – a France Insoumise (França Insubmissa), o Parti Socialiste (Partido Socialista), o partido Les Republicains (Os Republicanos) de direita, e todos os outros pequenos partidos, sejam os de esquerda ou de direita.

 

A reflexão de Emmanuel Todd

Emmanuel Todd é historiador e sociólogo demográfico. Sempre fez excelentes análises sobre o contexto dos países desenvolvidos – França, EUA e Japão. Em 1975, previu o fim da União Soviética e, nos anos 90, previu a grande crise de 2008.

Todd também é conhecido pela critica ácida aos presidentes franceses. Por este motivo, desde a eleição do jovem Júpiter (Macron), ele não era mais convidado para participar das discussões políticas da rede de comunicação estatal. Até que a eclosão do movimento dos coletes amarelos criar a oportunidade para ele ser novamente convidado a participar de vários programas.

Um deles foi organizado pela France TV 2 no domingo à noite, em “Gilets Jaunes : L’Émission spéciale”.

Duas horas de programa conduzido pela jornalista Léa Salamé (macronista declarada desde antes das eleições de 2017). Três mesas redondas compuseram o programa, dividido em duas partes no meu ponto de vista, onde duas personalidades se destacaram: Thomas Piketty, economista autor do livro O Capital no século 21, e o já citado historiador Emmanuel Todd que teve uma participação bem picotada pela apresentadora macronista.

Daqui pra frente, os pontos que vou elencar, apesar de abordarem a realidade francesa, podem ser aplicados para uma reflexão sobre o contexto atual brasileiro. Logicamente, os dois países são incomparáveis, mas é curioso notar medidas governamentais, palavras de ordem ou comportamentos em comum. Seriam simples coincidências? No decorrer do texto, cada um dos pontos que fazem a correspondência com o Brasil serão comentados.

Piketty e Todd explicitam um ponto em comum em relação à atuação de Macron: o resgate da política econômica do liberalismo dos anos 90. Macron mira a privatização do que resta das empresas estatais e o fim dos direitos sociais. É exatamente a mesma política econômica que Temer implantou no Brasil após o golpe de 2016: a retomada da política ultraliberal de FHC.

Piketty argumenta que há uma defasagem de 20 anos na aplicação de uma política ultraliberal no atual contexto de recuperação nacionalista, em que a principal nação imperialista – os EUA –, volta-se para ela mesma.

Outro elemento flagrante citado por Piketty, são as medidas no sentido de favorecer a classe dominante, e sobrecarregar as demais: o fim do imposto sobre a fortuna e o aumento do imposto sobre os aposentados, por exemplo. É a primeira vez que um presidente toma partido de uma classe política logo no inicio do seu governo, num contexto de hipercapitalismo[3] com ampliação das desigualdades sociais. Isso dá toda legitimidade aos coletes amarelos.

No Brasil, em dois anos, a desigualdade social retomou o estado anterior ao governo Lula. A PEC da morte, por exemplo, impossibilita o investimento em saúde e educação. É necessário reconhecer que, no Brasil, as medidas tomadas foram ainda mais duras para a classe trabalhadora. Após a supressão da lei trabalhista e da legalização da terceirização das atividades fins. A ausência de impostos sobre os dividendos, favorece a elite rentista, pois os acionistas não pagam imposto. Ao mesmo tempo, as taxas de juros do rentismo desencorajam o investimento na produção industrial.

Piketty, até o final da sua participação, pede informações ao representante do governo presente no programa, Gabriel Attal, sobre o porquê da supressão do imposto sobre as grandes fortunas.

Todd participa num segundo bloco a partir da segunda metade do programa, e apresenta-se com uma postura ainda mais critica, afirmando que quem começou com a violência foi o presidente Macron:

  1. Na política de austeridade sustentando um estado com 10% da população desempregada.
  2. Uma violência que ele demonstra, como a perversidade com a qual ele humilha pessoas simples na TV, num total desprezo às classes inferiores, fazendo sermões ou declarações estúpidas;
  3. Total falta de respeito e consideração com dirigentes africanos, visivelmente considerados como seres inferiores;
  4. E, por último, o caso Benalla (que retratou a mente violenta do presidente e do que ele é capaz de fazer quando se trata da sua própria segurança pessoal).

Nestes quatro pontos percebe-se que a violência das classes dominantes não é uma exclusividade da elite brasileira. Há vários membros da classe média alta que estão a serviço da elite financeira mundial achando que fazem parte daquele clube apenas porque têm acesso a alguns privilégios. Senhor Moro que o diga…

Aliás, Todd acha muito estranho essa “ingenuidade” da grande mídia, que divulga a “violência” causada pelos Coletes Amarelos como se na própria história francesa nunca houvesse existido infiltrados ou disfarçados que provocassem determinados atos para que os comunistas fossem culpados, por exemplo. No entanto, a análise mais importante de Todd não está nesse programa, mas numa conferência intitulada “O que é o Macronismo” que ele fez à Science Politique no dia 03 de outubro, um mês e meio antes da primeira manifestação dos Coletes Amarelos.

Durante toda a exposição ele explica diversos pontos da sociedade francesa e dos presidentes, apontando as características do ”Jovem Júpiter” Macron.

Ele identifica uma mistificação, uma lenda em torno do jovem presidente como alguém superdotado extremamente inteligente que conseguiu ascender à presidência do pais muito jovem, reiterando a escola École Nationale d’Administration – ENA como a formadora dos dirigentes do estado francês.

Ao contrário da maioria admiradora de Macron, Todd destaca a percepção totalmente distorcida da realidade que faz do presidente quase uma caricatura, com uma visão simplista do mundo, totalmente desconectado do mundo real. Lembrou-me demais a caracterização do regime Bolsonaro feita pelo Embaixador Samuel Moreira Guimarães: em que a inexperiência, a ignorância, o simplismo, o voluntarismo e a espontaneidade causam vários constrangimentos no Brasil e no mundo. Macron deve ser mais dócil a sua assessoria de imprensa que o Bozo, e acatar os conselhos da equipe de comunicação e marketing.

E como o garoto maroto é bem esperto, para compensar a sua ignorância e a sua inexperiência, Macron compôs seu governo com políticos experientes da direita francesa. Isso acabou por desestruturar o tradicional partido de direita, agora sob o nome de Les Republicains.

Se, durante a organização do seu governo, o novo presidente desestruturou o partido tradicional de direita, foi durante a sua campanha que ele aniquilou o tradicional partido de esquerda, o Partido Socialista. Ministro da economia do governo Hollande, ele demitiu-se do Ministério da Economia para lançar seu próprio movimento. Foi seguido por uma grande maioria de “socialistas” que viam em Macron uma esperança de renovação, ou mesmo um oportunismo simplista para conservar seus cargos.

Esse desmonte da estrutura partidária tradicional é identificada por alguns sociólogos como um dos fatores mais inquietantes da atuação na política. Na prática, Macron implementou um antigo princípio da extrema-direita representada pelo partido da Rassemblement National, União Nacional (antigo partido Front National, Frente Nacional): a direita e a esquerda são, na realidade, o mesmo partido. Seriam um só, o que eles chamam Union pour un Mouvement Popular Socialiste – UMPS. Uma mistura das siglas UMP (antigo Les Républicains) e PS (Partido Socialista). Uma das hipóteses levantada dessa desestruturação na organização politica é a perda da identidade partidária, o que justificaria essa adesão tão forte ao movimento apartidário dos coletes amarelos.

 

Barbárie versus civilização

Após o 3o dia nacional de manifestação dos coletes amarelos, a narrativa da grande imprensa destaca a radicalização e o aumento da violência, o que os manifestantes negam categoricamente. A presença de agentes infiltrados que nada tem a ver com o movimento e que se misturam aos manifestantes para justamente quebrar tudo é evocada. Seriam os famosos black blocs?

Uma hipótese de Todd é que esses agentes infiltrados estariam a serviço de Macron justamente para criar um ambiente de caos. Com isso, o governo garantiria a democracia e a ordem social (civilização) contra a barbárie do movimento dos coletes amarelos liderados pela extrema direita. Esse discurso deu muito certo nas eleições, em que Macron aproveitou-se da rejeição da população à extrema-direita como um espantalho no milharal para eleger-se.

Esse jogo com a extrema-direita é identificado por alguns sociólogos que concordam com Todd. Entre eles estão Alexis Spire e Jerome Fourquet que debateram o movimento no programa de TV “Arrêt sur images”.

Nós brasileiros conhecemos esse discurso sobre a barbárie versus a civilização/democracia. Não sei quem copiou quem aqui, mas as atitudes do povo brasileiro e dos franceses face a esse discurso revela algumas das diferenças fundamentais entre a situação econômica e a consciência política da população dos dois países. A França ainda guarda bastante do Estado de bem-estar social, ainda que em queda livre devido à desindustrialização do pais, e a população resolveu aproveitar a oportunidade dos coletes amarelos e manifestar. No Brasil, em uma análise bem simplista, a barbárie é a realidade da maior parte da população há séculos.

A decadência da França como país desenvolvido ainda não alcançou o fundo do poço. A privatização das empresas públicas da década de 90 deu lugar à terceirização e à evasão das indústrias em direção aos países em desenvolvimento. Ou seja, para aqueles com leis sociais e ambientais menos rígidas. Regiões inteiras se tornaram verdadeiros desertos econômicos com cidades-fantasmas. Algumas ainda sobrevivem com esforço durante a primavera e verão como polos turísticos.

Há quem levante outra hipótese, que a taxa foi estabelecida justamente para dividir a sociedade entre quem é a favor e quem é contra. Como se esta taxa fosse realmente salvar o planeta das mudanças climáticas.

Faz quase três semanas desde o primeiro artigo em que chamava a manifestação dos coletes amarelos de “manifestações de vento”. Nesse primeiro momento, eu fazia parte de muitos que desconfiavam do movimento ”espontâneo” que emergia da sociedade francesa.

Independentemente de quem insuflou esse movimento, o que importa é que talvez tenha sido fruto de uma dualidade entre a extrema direita e o próprio governo. O mais importante agora é a sua evolução, que acabou por despertar outros setores da sociedade:

  1. Os estudantes do segundo grau estão no quarto dia consecutivo protestando contra a reforma do ensino que modificou o acesso à universidade. Vídeos chocantes foram publicados nas redes sociais dos estudantes de joelhos com as mãos na cabeça, como na escola secundária de Saint Exupery em Mantes la Jolie;
  2. Os condutores de ambulância e paramédicos, que já fizeram várias operações tartaruga na marginal de Paris protestando contra a reforma proposta pelo governo, a qual mudará a forma de contratação do serviço;
  3. O sindicato dos funcionários públicos (incluindo a policia que não quer se opor ao quarto dia de manifestação dos Coletes Amarelos, no sábado 8 de dezembro, e que protesta contra as condições de trabalho cada vez mais precárias) anunciou uma greve que começa amanhã e que está programada para continuar até no mínimo o final do ano.

Dia 08 de dezembro está marcado o quarto dia do movimento. O desprezo do governo eleito revoltou ainda mais os manifestantes, que agora exigem uma nova política social favorecendo a distribuição justa dos impostos segundo a renda.

Emmanuel Todd e, em seguida, o presidente, chamaram à negociação e à calma para preservar… as instituições e a democracia. Todd sinaliza um risco de golpe de estado. Em uma sociedade dinamitada e atomizada como a francesa atualmente, a única coisa que resta é o estado. Isso pode forçar a calma, com ou sem Macron… Quem mandou o garoto desprezar o general Pierre de Villiers?

Seguimos acompanhando…

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* Patrícia Vauquier é arquiteta brasileira residente na França, mestra em Engenharia Civil, doutora em Administração de Empresas e comentarista de infraestrutura do Duplo Expresso às quartas-feiras.

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Os coletes amarelos foram também o tema do comentário do antropólogo João de Athayde no Duplo Expresso da última sexta-feira:

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[1] A antiga SNECMA é a atual Safran Aircraft Engines. Uma fabricante francesa de motores aeroespaciais sediada em Courcouronnes, França. Projeta, fabrica e mantém motores para aeronaves comerciais e militares, bem como motores de foguetes para veículos de lançamento e satélites. Entre os projetos mais conhecidos da antiga companhia, destacam-se o M88 para o Rafale, o Olympus 593 para o Concorde,  e os motores Vulcain para o Ariane 5. Na cidade de Corbeil (30km ao Sul de Paris) está a Evry-Corbeil, uma divisão focada em motores militares.

[2] François Ruffin é jornalista, político e ativista social francês. Fundador e editor do satírico trimestral Fakir e diretor do documentário “Merci patron!”. Ele desempenhou um papel fundamental na formação do movimento Nuit débout, e é membro da Assembleia Nacional da França desde 2017, representando o departamento francês de Somme.

[3] Hipercapitalismo é um novo ciclo do capitalismo, iniciado na década de 1980, a partir da eliminação de mecanismos de controle do mercado. Este sistema atua em um nível acima do controle dos banqueiros, das instituições e dos governos, promovendo a livre-troca absoluta. Apesar das promessas de trazer desenvolvimento interno, estabilidade econômica e redução da pobreza, a realidade comprova o agravamento das diferenças socioeconômicas entre países e, dentro destes, entre seus habitantes.

 

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