“São muitos os senhores que podem entrar na concorrência por uma alma subordinada”
Por Maria Eduarda Freire, para o Duplo Expresso
Duplo Expresso, almas rebeldes, que condensam o espírito dos subversivos, como aqueles do “Círculo Petrachévski” que faziam oposição ao severo regime militar e burocrático do czar Nicolau I e que se reuniam às sextas-feiras para discutir as grandes questões libertárias, dedicadas a libertar o campesinato russo da escravidão e fundar uma nova Era de Justiça Social na Rússia. Mas, assim como eles, o Duplo Expresso, deixou a pretensão de “melhorar” o mundo nos sonhos infantis.
O Duplo Expresso adverte sobre aqueles que se apresentam como “melhoradores da humanidade”, e revela o segredo que estes pretendem: substituir-se a sua experiência de liberdade e calar a consciência humana. O Duplo Expresso é anti-guru, e anti tudo aquilo que nos libera do esforço de pensar por nós mesmos. O Duplo Expresso não oferece “soluções mágicas”, simplesmente, porque acredita profundamente que nascemos para a liberdade. E o mal-estar que acompanha a responsabilidade por essa liberdade é disputado por muitos senhores, “falsos profetas”, com promessas de “felicidade”, para arregimentar “rebanhos”. O Duplo Expresso não nos trás essa sensação de alívio de consciência, mas de mal-estar, o combustível do movimento, e da independência, já dizia, outra alma rebelde: “Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”. O Duplo Expresso continuará contra-majoritário, tendo como causa única: A luta pela Democracia.
Duplo Expresso, a chama em ameaça, que o mundo insiste em tentar apagar, e que carrega dentro de si a liberdade.
“A chama, já que voa, é um pássaro. – Onde pegareis o pássaro, além de dentro da chama – Pergunta um jovem poeta“.
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