Declaração de guerra do 1%: e quando o mercado não precisar mais da economia de mercado?, por Romulus
Por Romulus & Núcleo Duro
– A nossa distopia é a utopia deles, e vice-versa.
– O início: do The Guardian – “empresa japonesa substitui trabalhadores do seu escritório por inteligência artificial”.
– A transição (hoje): precarizam-se grandes parcelas populacionais nos países centrais – o grande mercado consumidor do fordismo nos “30 (anos) gloriosos” – mas essa perda é compensada pelo poder de compra das (novas) classes médias no restante do mundo, fruto direto da liberalização globalizante do comércio, mas também do fluxo de capitais.
– Amanhã: com a independência do capital em relação à mão de obra, o discurso da “espiral da prosperidade” do Adam Smith morre. E com ele a justificação ética para a economia de mercado.
– A justificativa política (e legal) – ao menos a alegada – de “incentivar a pesquisa” com direito de propriedade intelectual é justamente o “bem comum”, coletivo, de chegar-se, enquanto sociedade, ao progresso que, sem o incentivo, supostamente não existiria.
– O pós-dinheiro: o ouro já nada representará quando não puder ser cobiçado e não cumprir mais seu papel de segregador. De que adiantaria andar “nas ruas de ouro” dos céus bíblicos?
– Pois amanhã , nem mesmo a ~ cobiça ~ – do “99%” – será mais necessária!
– A luta: a única estratégia política para esse horizonte de tempo é martelar, até convencer o tal do “pobre de direita”, tese neo-newtoniana de que donos do capital “só viram longe porque se apoiaram nos ombros de bilhões durante 10 mil anos” para expropriar os meios quando a “declaração de independência” (e de guerra!) chegar.
– E é para hoje: essa deslegitimação do discurso da apropriação tem de começar bem antes do “juízo final” chegar.
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