Cera fria: como depilar um pavão
Cera fria: como depilar um pavão
Por Romulus
(resposta ao comentarista Clever em um post do Nassif, explicando o porquê da pertinência da implicância com o Min. Barroso – tanto minha como do Nassif)
Caro Clever,
Quanto ao Min. Barroso, creio que tanto eu como o Nassif venhamos a discordar de você quanto à pertinência ou não de uma atenção “especial” ao caso dele.
Como advogado e ex-aluno, posso te dizer que havia uma grande expectativa na comunidade jurídica – estimulada também pelo próprio com a alimentação de uma “aura” – quanto ao dia em que “a profecia” seria realizada… e Barroso – “o maior advogado constitucionalista da geração” – chegaria ao STF… “para redenção geral do Direito brasileiro”.
Bem “Sebastianista” mesmo… como o Brasil adora…
A primeira tentativa “séria” dele de concorrer foi quando Ayres Britto acabou sendo o nomeado.
Houve movimento e tudo – iniciado por próximos a ele – em favor de sua candidatura.
Não deu:
– Junto com o “primeiro negro” (Joaquim Barbosa), Lula queria “um nordestino” para suas duas primeiras nomeações (ambos empossados em 25/6/2003).
(imaginem o que não pensou internamente o “príncipe do constitucionalismo”, campeão da “meritocracia” à brasileira…)
Lembro de ele, em sala, agradecer pelo apoio de todos na campanha e observar – com falsidade palpável – como era importante a “diversidade”… e registrar a “riqueza” que era ter, a partir daquele momento, alguém no STF que chegava usando ditos como “Oxi, com o andar da carroça é que os cocos se ajeitam”.
(quanta falsidade…)
(o tom? Algum lugar da condescendência… com uma mal disfarçada ponta de ironia)
(E sim… Barroso ousou entoar uma imitação de sotaque nordestino na sua interpretação de Ayres Britto, com “Oxi” e tudo…)
Como não é (nada!) difícil de notar, o maior defeito de Barroso é a vaidade ~suprema~.
É ela quem faz com que ele aquiesça ao golpe de Estado sim…
– … mas diga, cinicamente, “Meu Deus, é essa a nossa alternativa de poder?!”.
(que áudio vazado providencial, não?)
Ou seja:
– Ele deixa o “bando” passar sim, mas faz questão de registrar que “não faz parte dessa gente não, senhor…”.
– Ah, bom, Min. Barroso!
Ora, pois mil vezes fico eu com “essa gente”, autêntica nos seus vícios, em vez dele, dissimulado…
Mesmo porque, convenhamos:
– O resultado prático, como bem vemos hoje, é o mesmo, não?
E ao menos a tapeação para cima da gente é menor…
Por isso, penso sim ser válida toda a lembrança de que Barroso está arrolado no “bando” ~sim~… malgrado todos os seus melhores esforços retóricos (ainda assim sofríveis) para tentar vender o contrário a incautos.
– Não cola, Barroso!
E nós estaremos sempre lá para ~descolar~ mais ainda…
Que nem depiladora com cera fria na virilha!
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