De papel passado: Exército controla redes de telecomunicação civis e de Estado – a “NSA Tabajara”
Por Piero Leirner
Trata-se de plasmar numa mesma via as COMUNICAÇÕES de celular em 4G/LTE do Exército, GSI e PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:”O acordo tem por objetivo a implementação do uso compartilhado do Sistema de Radiocomunicação Digital Troncalizado (SRDT), de sistemas de comunicação 4G/LTE e de outros meios de comunicação do Exército Brasileiro, pela Presidência da República, englobando o intercâmbio de informações técnicas e operacionais das redes, as atividades de capacitação em recursos humanos e o apoio logístico e financeiro para a manutenção e a ampliação dos sistemas e equipamentos e o apoio operacional no uso das redes às atividades da Presidência da República e seus diversos órgãos”.Claro que deve ter uma explicação técnica, mas em tempos de General Pujol bradando “afastamento” entre instituição de Estado e Governo seria interessante saber o porquê resolveram fazer isso em março de 2020. Lembrando que esse é o tipo de coisa que fica também para depois, portanto o menor dos problemas é Bolsonaro estar “controlado” por essa rede, já que isso é uma redundância.
SISNACC, o HAMR da CIA Tabajara e suas pontas soltas.
[complemento à postagem de Piero Leirner sobre: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=4069908946369820&id=100000522644355 ]
Sucessor do Sistema de Radiocomunicação Digital Troncalizado (SRDT) utilizado pelas FFAA nos grandes eventos dos anos de 2013 e 2014, o Sistema Nacional de Comunicações Críticas encontra-se atualmente instalado nos 27 estados brasileiros. Trata-se de um sistema de comunicação que além do compartilhamento de rede de rádio troncalizada, também prevê o compartilhamento da faixa de 700 MHz do 4G/LTE, passando, assim, a ser utilizado não somente pelas FFAA, mas também por demais órgãos (PF, Receita Federal, Ministério Público, Secretarias de Segurança Pública, entre muitos outros) (1).
Utilizado em muitos casos como suporte ao SISFRON nas áreas de fronteira (!?!?!?), o SISNACC foi projetado para garantir que a comunicação entre órgãos de segurança e correlatos fosse integrada e interrupta. Para tanto, ainda no ano de 2014, mediante licitação, a empresa Control Teleinformática foi contratada pelo valor de R$ 7.005.925,49 para a “elaboração de projeto básico, subprojetos de coberturas estaduais e/ou regionais e demais artefatos” necessários à implantação do Sistema (2).
A Control pertencente ao casal Helen Virginia Lisboa de Almeida e Marcelo de Almeida (3) trata-se de uma empresa do ramo de teleinformática que mantém diversos contratos com a administração federal, passando pelo próprio Exército, diversas universidades, ministérios, PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, Senado e etc. No caso do Senado esta mesma empresa, ou mais especificamente os seus donos, guardam relações que vigoram desde 2003 e que passam por um esquema complexo de superfaturamento dos equipamentos fornecidos para a Casa (processo que exigiu que Marcelo Almeida criasse a própria Control para “apagar” o histórico de irregularidades identificadas pelo TCU) (4), e de emprego em sua estrutura de parentes de servidores do Senado, driblando determinações do STF (5).
Todo esse histórico não impediu que a Control fosse contratada pelo EB para elaborar o SISNACC e nem mesmo para realizar em 2013, SEM LICITAÇÃO, a “execução do serviço de apoio à fiscalização do contrato na implantação e integração dos subsistemas do sensoriamento e de apoio à decisão da fase inicial do projeto piloto do SISFRON”. Isso tudo por intermédio de um contrato orçado em R$ 9.473.399,82 e que terminou saindo por INCRÍVEIS R$ 68.127.792,72 (mais de 7 vezes maior) (6).
Uma empresa com o histórico de relações não convencionais com o Senado, participando de projeto de comunicação do EB que por sua fez são integrados à uma miríade de órgãos, incluindo a interligação entre SISNACC e GSI de Augusto Heleno ano passado (7).
Duas via complementares se abrem: a) seria o SISNACC um projeto que permitiu muito mais do que sinergia entre EB e demais órgãos, um sistema utilizado para colher informações, realizar dossiês e porque não, promover grampos na Presidência da República para além da administração Bolsonaro, tendo em vista o contrato com o GSI exposto acima? Quase como o HAMR da nossa CIA tabajara, o GSI de Heleno, Romulus Maya?
b) Seria o nosso HAMR tabajara, que pode estar operante não somente dentro do sistema comunicacional da administração pública, mas também nas redes civis (por quê não?), uma ponta solta do sistema com contratos superfaturados que eram a especialidade da empresa contratada, a Control Teleinformática?
As portas estão abertas para que qualquer um de vcs de lancem na net e mergulhem nessa história (aos interessados tenho sugestões de caminhos a serem seguidos).
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Fontes
(1) https://www.defesanet.com.br/laad2015/noticia/18790/SISNACC-integrara-sistema-de-comunicacoes-criticas/
(2)http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/diarios-e-boletins/diario-oficial-da-uniao-1/2014/dou3_2014_11_28.pdf
(3) http://cnpj.info/Control-Teleinformatica-Ltda-Control
(4) https://fenapef.org.br/22942/
(5) https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1907200907.htm
(6) http://portaldatransparencia.cgu.gov.br/contra
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