A “Dossiecracia Transnacional” de Romulus Maya

Por Oswaldo Bezerra*

A teoria do terrorismo econômico, para a dominação geopolítica, não é nova. No livro do ex-agente da CIA, John Perkins, intitulado “Confissões de Um Assassino Econômico”, é mostrado todo o mecanismo de guerra jurídica (lawfare) associada a facilidades de movimentação para lavagem de dinheiro de corrupção.

O jovem advogado internacionalista Romulus Maya do site Duplo expresso, que vive atualmente em Berna, na Suíça, cunhou o termo “Dossiecracia”. Este termo mostra como o esquema, demonstrado por John Perkins, foi montado e é mantido no Brasil. O intuito do esquema seria o de manter reféns, grande parte da elite do país, aos ditames vindos do estrangeiro.

Romulus Maya foi o primeiro a vazar a lista das CC5 do Banestado. Este que foi o maior esquema de lavagem de dinheiro que se tem conhecimento no mundo. Na época, início dos anos 2000, os valores lavados eram superiores às reservas cambiais do Brasil. O vazamento teve repercussão internacional, recentemente, ao ser publicada matéria referente no site Asia Times.

O tema também voltou à baila com o recente acordo multibilionário de delação premiada, negociada com o “doleiro dos doleiros”, Dario Messer. Este doleiro é o laço entre o Banestado e a Lava Jato. Ele também tem grande significado no jogo político brasileiro e geopolítico internacional.

Segundo Romulus Maya este acordo não é nada mais, nada menos, que uma revalidação por mais uma década, da chantagem que agora coloca 400 nomes, de personagens poderosos, em uma lista que fica nas mãos do Ministério Público Federal. É a chamada lista “evergreen”.

Deltan Dallagnol traduziu e se apropriou do termo usado na operação “Mãos Limpas da Itália”, conhecida como “propinocracia”. Segundo Maya, o que Dallagnol não explicou é que dentro do montante da corrupção, a propina é só uma pequena parte dela. É só um pedágio que permite a livre passagem dos grandes agentes da lavagem de dinheiro da corrupção, sobretudo do tráfico.

Para o advogado, a união de todos os fatores da corrupção e chantagem deveria se chamar “Dossiecracia Transnacional”. O que veio a se comprovar depois, pelas publicações na impressa, sobre o envolvimento da “Lava Jato” com o Departamento de Estado norte-americano. Lembremos também que o embaixador dos Estados Unidos em Roma, entre 1993 e 1997, admitiu ao jornal La Stampa, que a investigação italiana foi partilhada entre o Ministério Público italiano e a CIA.

Dario Messer, o doleiro, é referenciado como o “Banco Central Paralelo do Brasil”. O Banco que pertence a ele se chama Evergreen. O nome “sempre verde” talvez tenha um significado, que a chantagem nunca chega ao fim. Ela vem de órgãos como FBI, CIA, NSA e o Departamento de Estado Norte-americano, junto com parte do poder judiciário local.

Para Romulus Maya, esta nova delação de Messer faz com que estes órgãos estrangeiros segurem “pelo saco” a elite brasileira. Messer é sabidamente, segundo Maya, um ativo da CIA e do Mossad. Sua lista da vez, a “evegreen” tem uso para inteligência e chantagem. Do mesmo modo que foi a lista da Odebrecht para políticos da Lava Jato, ou a listas de Jeffrey Epstein, e os seus vídeos de políticos com meninas menores de idade nos EUA.

Vários são os exemplos de pessoas com posse de listas comprometedoras. Alguns deles são J. Hawilla, do esquema de propina da Copa do Mundo pela Globo, o francês Frederic Pierruci, pelo esquema da Alstom para que esta fosse entregue a GE, Carlos Ghosn da Renault-Nissan para tombar este que foi o maior conglomerado internacional de montadoras para favorecimento de empresas norte-americanas, e finalizando a lista, Pablo Escobar com a lista dos cartéis colombianos.

A “Dossiecracia” sequestrou a elite brasileira. Como estas elites financeiras e políticas do Brasil se livram desta chantagem? São usadas as riquezas do nosso país como pagamento de fiança. O grande problema ai é que estas falcatruas não são cometidas só no Brasil.

Todos estes doleiros ou facilitadores de lavagem de dinheiro procuram realizar seus negócios envolvendo os EUA. Por exemplo, as CC5 do Banestado seguiam primeiro para Bancos nos EUA, para depois irem para paraísos fiscais e para o Afeganistão. Essa passagem pelos EUA é onde ficava a armadilha, que deixa nossa elite política e financeira de rabo preso.

RG 15 / O Impacto

*Artigo originalmente publicado em O Impacto.

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