Expresso da Meia-Noite – Caderno Semanal / Quinta Edição (27.05.2020)

Por Ricardo Guerra

Caros Expressonautas,

É um prazer reencontrá-los embarcando em mais uma edição do Caderno Semanal do Expresso da Meia-Noite (período de 21 a 27 de maio de 2020). 

Espero que tenham uma boa leitura e façam uma excelente viagem!

  • Uma semana repleta de turbulências no cenário político (mundial e nacional) levou os Expressonautas a debaterem a importância do envio de navios petroleiros Iranianos – sob escolta Russa – para a Venezuela, e as possibilidades históricas que esse evento abre: Seria uma guinada geopolítica e o fim de uma era de imposições de embargos econômicos? Já a notícia de que a justiça americana autorizou a venda de filiais petroleiras venezuelanas nos Estados Unidos foi pontuada da seguinte forma: “Pirataria moderna. Os caras roubaram e depois legalizaram a venda do produto do roubo”.
  • A divulgação do vídeo da reunião entre Bolsonaro e Ministros causou um aparente desânimo relativo à falta de capacidade para afetar a estrutura do governo, mas rapidamente se transformou em um chamado para que os Expressonautas reforcem o engajamento na luta contra os ataques promovidos contra os direitos dos trabalhadores, a economia e a Soberania Nacional. Foi lembrado que o Duplo Expresso já havia discutido a possível nulidade da importância do conteúdo do vídeo, ao contrário do que vinham fazendo os representantes da mídia tradicional e dos blogs de esquerda (pinças que operam a favor do imperialismo no Brasil). Inclusive, Romulus e Piero alertaram que o vídeo poderia ser uma peça articulada para operar em favor do governo, como só agora muita gente está falando (mais um CQD de Romulus), e ficou evidente a chamada “sinergia” militares-judiciário.
  • Discutiu-se a necessidade de se levar a sério a guerra cultural bolsonarista e foi apresentada uma preocupação quanto a forma, bem-sucedida e arrasadora, que o grupo que o sustenta está fazendo sobre a máquina do Estado, organizando uma estrutura para a permanência no poder, revelados, principalmente, nas falas de Guedes (sua preocupação em entregar todo patrimônio brasileiro de forma rápida e a sua proposta de formação da juventude bolsonarista), de Onix (dizendo “vamos vender tudo”) e Salles (com sua boiada de reformas infralegais). 
  • Nesse momento, foi feito feito um apelo quanto a necessidade de se somar energias para o enfrentamento das forças do atraso que estão no comando do Nosso País: Não desprezar a importância de quadros importantes da política, da economia, das artes, da educação, etc, no sentido de mobilizar os cidadãos que estão indignados com o estado de calamidade no qual o Brasil se encontra, inclusive os dissidentes do bolsonarismo. 
    • Vamos precisar de Lula, de Ciro, do economista youtuber, do blogueiro, da cantora e do ator famosos que só agora começaram a discutir política, do financista progressista, dos representantes e seguidores das mais diversas religiões, dos sindicatos, dos movimentos sociais, e também do cara da esquina, da senhora do pastel, do nosso vizinho, do amigo “isentão”, enfim: Vamos precisar de todo mundo!
  • Discutiu-se a importância das pessoas saírem de trás dos livros e transcenderem a redoma dos aparelhos eletrônicos e da rotina dos aplicativos, para se engajarem em atividades políticas e ações de cidadania em associações, sindicatos, movimentos sociais, programas de apoio social e de solidariedade, assim como na discussão dos termos e ações práticas para viabilização da Revolução Brasileira (RB).
  • Um projeto de financiamento privado para cooperativas e pequenos produtores foi percebido de forma cautelosa pelo grupo, visto que já existe Sistema Nacional de Crédito Rural com recursos de 100 bilhões de reais anuais, destinados para financiar a produção agropecuária. O problema é que esse Sistema de Crédito só disponibiliza recursos mediante instituições financeiras identificadas pelo Governo como instituições de fomento, mas, na prática, essas instituições dificultam o acesso ao crédito rural, produto menos rentável que os empréstimos  convencionais.
  • O sistema eleitoral foi abordado, sendo discutido a quem interessa o fim do voto de legenda. Foi identificado que o fim do voto de legenda pode promover uma desvinculação entre partido e candidaturas e foi lembrado que Bolsonaro está construindo uma imagem de “político sem partido”, como forma de incutir na população que partidos são desnecessários. Candidaturas sem partido seriam uma forma de concentrar ainda mais a política nos grandes grupos empresariais que seguem financiando as campanhas, pontuaram os Expressonautas.
  • No esteio desse debate, foi levantada a ideia de se estudar modelos de sistema eleitoral, tais como o sistema distrital e o sistema em lista e proporcional visando valorizar a democracia partidária e o surgimento de novas lideranças, para o que, também foi proposta uma discussão sobre Reforma partidária.
  • A chegada do economista Gustavo Galvão (comentarista do D.E.) ao grupo provocou um movimento pela criação de um espaço voltado para o esclarecimento de verbetes da área econômica, numa linguagem acessível a todos, e também intensificou os debates sobre temas relacionados a economia no ambiente do grupo.
  • Uma publicação revelando que o Brasil superou os EUA em números de mortes diárias por Covid-19, passando a ser líder nesse aspecto no mundo, foi lamentada, principalmente porque o país poderia estar vivendo uma situação diferente se o governo brasileiro tivesse outra postura frente à pandemia. 
  • Por fim, foi reconhecida a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo ressaltado que, mesmo com o subfinanciamento histórico pelo qual tem passado, os resultados obtidos são expressivos e vêm minimizando os problemas causado pela pandemia. A entrega diária dos profissionais de saúde foi exaltada.
  • No apagar das luzes desta edição, surgiu um sagaz comentário sobre a disputa Bolsonaro x Witzel: “Guerra de quadrilhas”. E assim fechamos a publicação.

Esperamos que tenham gostado. Teçam seus comentários e divulguem. 

Forte abraço!
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