Coronavírus: quem é o responsável, a quem beneficia e quem paga a conta?
Por Alejandro Acosta.
O número oficial de casos de infestados pelo Coronavírus na China, tem se mantido em pouco mais de 83 mil e o número de mortos em 3.300, com uma taxa de mortalidade inferior aos 3,5%.
Nos Estados Unidos, os casos já superam os 600 mil e o número de mortos os 26 mil; um recorde mundial que vá da mão dos maiores resgates dos grandes capitalistas de toda a História.
Nos países onde foram realizados testes em setores da população que não apresentavam sintomas, como a Alemanha, a Coréia do Sul e a Islândia, as taxas de mortalidades ficaram abaixo dos 0.6%, muito inferior aos 12% que pelas normas vigentes da OMS (Organização Mundial da Saúde) devia ter sido o índice para que a situação de pandemia fosse declarada.
Em escala global, o percentual hoje se encontra em torno a 6%. Dentre os casos positivos, entre 50% a 80% têm permanecido como “sem sintomas”, inclusive entre os mais idosos.
De acordo com os dados da própria OMS (Organização Mundial da Saúde), os casos sérios de gripe somam cinco milhões de casos sérios que deixam entre 300 mil a 600 mil mortos. Somente por causa de diarreia morrem um milhão de crianças todos os anos.
A enorme propaganda tem buscado criar o pânico generalizado entre as pessoas para encobrir o maior repasse de recursos públicos ao grande capital em crise (as 30 mil empresas controladas pelas 150 famílias que dominam o mundo) e o aumento dos mecanismos de controle policial da população que agora estão sendo justificados como medidas para controlar o Coronavírus, mas que continuarão em pé depois.
Trata-se de uma nova onda de Doutrina de Choque, conforme a socióloga canadense Naomi Klein definiu o “estado de choque” desatado após os atentados às Torres Gêmeas do 11 de setembro de 2001, que foi usado para impor brutais ataques contra o povo norte-americano e em todo o mundo.
As taxas de mortalidade são baixas quando comparadas com doenças às quais a propaganda da burguesia nem sequer presta alguma atenção, tais como o câncer, as doenças cardiovasculares, a diabetes, a AIDS, a obesidade, a diarreia e até certos tipos de gripe, que afetam centenas de milhões de pessoas e matam ou descapacitam vários milhões de pessoas em todo o mundo.
Obviamente, por detrás desta situação há outros objetivos. Tudo indica que o vírus deve ter sido mutado e disseminado intencionalmente; e apesar das dificuldades para demonstra-lo é muito claro para o que a pandemia está sendo usada.
Supervacinas do terror contra a população mundial
A campanha de terror generalizada avança. Nada é falado sobre as medidas profiláticas básicas que deveriam ser adotadas para conter o Coronavírus, como serviços públicos de boa qualidade, boa alimentação, saúde pública gratuita e de qualidade, empregos bem remunerados ou redução do estresse com a eliminação da entrega dos recursos dos países latino-americanos ao imperialismo.
A “solução” seria a vacinação em massa e obrigatória, controlada pelos grandes laboratórios (iniciativa de vacinação compulsória: GAVI, Global Alliance for Vaccines and Immunization, Aliança Global por Vacinas e Imunização) que inclui vários controles policiais até a introdução de nanochips nos organismos humanos (iniciativa ID2020).
A Fundação Bill e Melinda Gates participa ativamente dessas iniciativas; desenvolveu testes com vacinas na África durante as últimas duas décadas.
Entre 2014 e 2015, no Quênia desenvolveu um programa de vacinação contra o tétano, patrocinado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e a UNICEF, que usou o chorionicgonadotropin (BhCG), causando infertilidade permanente a meio milhão de mulheres entre 14 e 49 anos.
Essas organizações fazem parte da GAVI das quais participam também os grandes laboratórios. Recentemente, dois desses grandes laboratórios (GlaxoSmithKline e Sanofi) se uniram para desenvolver uma super vacina que deverá ser comercializada a partir de 2021, portanto sem testes.
Essa iniciativa está alinhada com o ID2020 que tem como objetivo criar um “passaporte digital” a partir da introdução de nanochips no organismo humano até 2030, a partir do qual seria controlado toda a movimentação de pessoas.
Esse programa está alinhado com o programa das Nações Unidas SGD (Metas de Desenvolvimento Sustentável) que tem como objetivo, por meio de 17 metas a serem atingidas até 2030, controlar a pobreza no mundo por meio de programas assistências para os pobres e que inclui como Meta 3 as vacinas obrigatórias.
O Coronavírus atual tem 7 mutações conhecidas, o que implicaria na necessidade de que a super vacina deverá ser atualizada com frequência. Um “passaporte digital” seria atualizado frequentemente a partir de um centro que impediria a livre mobilidade. O controle das redes sociais continuaria se tornando cada vez mais rígido.
O fortalecimento da candidatura de Joe Biden nos Estados Unidos, agora apoiada até por Bernie Sanders e Barack Obama, visa aproveitar o “estado de choque” para impor a derrota da reeleição de Donald Trumpe impor um novo governo muito mais alinhado com a alta burocracia estatal, o chamado deep state (ou estado profundo), que é controlado de perto pelos grandes capitalistas.
Terceira onda “neoliberal” com terceira onda da “Operação Gládio”
O capitalismo enfrenta a maior crise da história. O gigantesco parasitismo impede a implementação de uma nova política que possibilite a resolução dos problemas estruturais ocasionados pela contradição entre os processos de produção altamente socializados e a apropriação dos lucros por um punhado de grandes famílias.
A política do grande capital hoje passa pela imposição de uma terceira onda “neoliberal” e uma terceira onda da Operação Gládio. Esta foi a política ultra agressiva encabeçada pela OTAN que infiltrou praticamente todas as organizações de esquerda e as organizações de massas na Europa depois da Segunda Guerra Mundial.
Dentre as suas políticas, faziam parte assassinatos, atentados terroristas, torturas, os mesmos métodos que conhecemos na América Latina, principalmente no Chile de Pinochet.
Não é possível saber exatamente de onde veio o Covid-19 tipo A, a partir do qual deviam ter mutado as demais versões, principalmente o tipo C que se manifestou na China. Mas o acúmulo de “coincidências” é escandaloso.
Nos Estados Unidos é onda a sequencia de “misteriosas” coincidências é mais escandalosa. Vai desde o fechamento do Forte Detrick, ou a “estranha” participação do time que representou o país nos jogos militares de Wuhan, em outubro do ano passado ou a revelação de que a inteligência militar sabia que havia o vírus e até onde procura-lo desde pelo menos o segundo semestre do 2019.
Na Itália, o Coronavírus se manifestou como “misteriosas” doenças pulmonares desde outubro até estourar na pandemia.
Na França, Emmanuel Macron declarou “Estamos em guerra” e até ordenou a compra de 650 novos drones.
Em Espanha foi declarado o estado de alarma nacional, foi colocado o Exército nas ruas e a Secretaria de Estado de Digitalização e Inteligência Artificial está desenvolvendo um aplicativo para localizar remotamente, via celular, todas as pessoas. Na Itália, um aplicativo similar visa detectar os casos de contágios e a sua mobilidade.
No Japão, foi declarado o “estado de emergência” em todo o país por um mês, dando ao governo o poder de aplicar medidas repressivas de vários tipos.
Na China, o aplicativo Suishenban permite localizar as pessoas e permiti-lhes o acesso a determinados locais, como prédios públicos; uma espécie de passaporte digital, que inclui uma base de dados com acesso aos vários ministérios, operadores de telecomunicações, linhas aéreas, o Crédito Zhima de Alibaba que permite a avaliação de crédito conforme pontuação de bom comportamento etc.
A China poderia ter detonado a crise do Coronavírus?
Na China, o governo aplicou uma política de guerra para controlar o vírus e escalar posições na luta pelo controle do mercado mundial com bastante sucesso, apesar dos custos envolvidos, o que tem levado alguns analistas sérios a levantar a hipótese de que o vírus tenha sido disseminado pela própria China.
Devido ao forte controle da informação imposto pelas potências capitalistas, toda hipótese deveria ser avaliada, mas dentro do contexto da crise capitalista mundial e, principalmente dos resgates “obscenos” do grande capital.
Como elementos principais para sustentar a hipótese de que a China terá detonado a “pandemia” do Coronavírus haveria o Instituto de Virologia de Wuhan e a relativa rapidez com que o vírus foi controlado até o presente momento em Wuhan e toda a China, enquanto continua se espalhando nos países ocidentais.
O Instituto de Virologia de Wuhan foi construído em 2017 com o apoio tecnológico do Instituto Pasteur e da Fundação Merieux da França, como um dos laboratórios mais avançados do mundo.
Ver:
https://www.researchgate.net/institution/Chinese_Academy_of_Sciences/department/Wuhan_Institute_of_Virology e https://www.nature.com/news/polopoly_fs/1.21487!/menu/main/topColumns/topLeftColumn/pdf/nature.2017.21487.pdf?origin=ppub
O Coronavírus foi tornado público no dia 23 de janeiro pela imprensa chinesa com números validados pelo governador de Wuhan ZhouXianwang.
Uns dias antes mais de cinco milhões de pessoas teriam abandonado a cidade por causa das festas do Ano Novo Chinês e portanto, elas não teriam passado por testes. A seguir 15 cidades das regiões vizinhas foram declaradas em quarentena envolvendo 56 milhões de pessoas.
A partir do dia 3 de janeiro de 2020, o governo chinês começou a enviar informações à OMS (Organização Mundial da Saúde) e para outro países, incluindo os Estados Unidos.
A partir do dia 11 de janeiro, o Centro de Controle de Doenças e Prevenção da China compartilhou online cinco sequencias completas do genoma
Em fevereiro, a metade da população da China, 700 milhões, entrou em algum tipo de quarentena, com a paralisação das viagens, atividades nas empresas, hotéis, cinemas, museus, restaurantes e teatros.
Por meio de uma operação militar, a construção de hospitais em tempo recorde, testes em massa e controle estrito dos infectados e suspeitos, o Coronavírus foi controlado deixando um número de pouco mais de 3.300 mortos e 80 mil infestados.
Ao mesmo tempo, o Coronavírus se espalhou com muita velocidade em Ocidente.
Embora a trilha do dinheiro, conduza aos Estados Unidos, praticamente todos os governos têm se aproveitado do estado de choque criado pela crise do Coronavírus para implementar as políticas que beneficiam as classes dominantes e conter os trabalhadores e o movimento de massas.
As escandalosas “coincidências” [EM BOX]
O Congresso 201, que ocorreu nos Estados Unidos, em Nova York, em 18 de outubro de 2019, que simulava um “exercício de pandemia de alto nível”, semelhante ao coronavírus deixou nas simulações, um saldo de 65 milhões de mortos; contou com a participação da Fundação Bill e Melinda Gates, do Fórum Econômico Mundial e do Centro John Hopkins de Segurança da Saúde, buscando mostrar a necessidade de “acordos público-privados” no caso de pandemias graves para evitar “as consequências sociais e econômicas de alto impacto”.
O fechamento do laboratório de pesquisa bacteriológica militar do Forte Detrick, alguns dias antes do início da crise do coronavírus também não foi explicado.
O mesmo aconteceu com os jogos militares que ocorreram na Província de Wuhan, na China, dos quais participaram militares de uma divisão bacteriológica dos Estados Unidos, que obteve o super modesto 35º lugar na competição.
Na China, o coronavírus tipo 19-C apareceu, sem que tivessem aparecido antes os tipos A e B, a partir dos quais ele deve ter evoluído por meio de uma mutação genética.
A pandemia de coronavírus foi declarada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com menos de 5% dos casos de mortes em relação aos infectados.
No caso da Itália, atingiram 10%; de acordo com as regras, uma pandemia é declarada após as mortes excederem 12% dos casos.
De acordo com o relatório de 31 de dezembro de 2017, a OMS recebeu mais de US$ 2,5 bilhões do Banco Mundial, da União Europeia e de ONGs vinculadas a grandes capitalistas, como a Fundação Bill. e Melinda Gates, que financia a GAVI (Aliança pelas Vacinas), que doou mais de US$ 300 milhões e participa de investimentos em grandes laboratórios.
As empresas doadoras privadas incluem vários grandes laboratórios que por trás da GAVI, incluindo GileadScience, GlaxoSmithKline, Hoffmann-LaRoche, Sanofi Pasteur, Merck Sharp e DohmeChibret e Bayer AG.
Em 16 de março de 2018, DonaldTrump demitiu toda a equipe de Resposta Rápida às Pandemias dos Estados Unidos.
Em 30 de junho de 2019, um tipo de pneumonia grave foi identificado em Springfield, Virgínia, perto de FortDetrick, que é um importante laboratório bacteriológico.
Entre os dias 12 e 17 de julho de 2019, doenças respiratórias não identificadas apareceram em um centro médico perto de FortDerrick, deixando um saldo de 54 casos e três mortes.
Mais tarde, apareceu como uma epidemia de pneumonia inexplicável em Burke, a 56 minutos de Fort Derrick.
No dia 6 de agosto de 2019, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças – cdc.gov) fechou o laboratório de guerra bacteriológica do ForteDetrick, o principal laboratório dos Estados Unidos por razões de “segurança nacional”, sem fornecer explicações.
No mês de setembro de 2019, uma pneumonia misteriosa foi relatada em várias partes dos Estados Unidos, com os mesmos sintomas do Covid-19.
Entre os dias 17 e 18 de setembro de 2019, ocorreu o UrbanOutbreak de 2019, liderado pela Universidade de Serviços Uniformados em Ciências da Saúde (USUHS), do Centro Nacional de Medicina de Desastres e Saúde Pública (NCDMPH – Centro Nacional de Medicina de Desastres e Saúde Pública) e a Faculdade de Guerra Naval dos Estados Unidos (NWC) no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (JHU-APL) em Laurel, Maryland.
Essas simulações foram desenvolvidas como jogos analíticos pelo Programa de Resposta Humanitária (HRP) da NWC como resultado de seu Workshop de Resposta Humanitária Cívico-Militar realizado em 2018.
Entre os dias 14 de setembro e 10 de outubro de 2019, 325 soldados que formaram parte da equipe militar dos Estados Unidos, treinaram para os Jogos Militares de Wuhan em FortBelvoir, localizado a 15 minutos de FortDerrick que foi fechados, sem explicações, por razões de “segurança nacional”.
No dia 30 de dezembro, a Província de Wuhan anunciou uma “doença viral desconhecida”.
No dia 3 de janeiro de 2020, a China enviou informações atualizadas ao governo dos Estados Unidos. No mesmo dia, os Estados Unidos assassinaram o general iraniano QasemSoleimani, que se encontrava em uma missão oficial em Bagdad, capital do Iraque.
No dia 8 de janeiro, a China anunciou que o vírus tinha sido sequenciado e que se tratava do Sars-Cov-2.
Depois do Coronavírus: mega depressão e mega repressão
A crise capitalista atual representa uma nova grande depressão, muito maior que a de 1929. O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê uma contração da economia mundial de 5% a 10% para 2020. Na China, no primeiro trimestre deste ano, a contração oficial foi de 6,8%, mas da indústria manufatureira foi de 10,2%.
Os regastes do grande capital, das 30 mil grandes empresas que são controladas pelas 150 famílias que dominam o mundo, são aproximadamente cinco vezes maiores que os resgates da crise de 2008 nos países desenvolvidos.
O BCE (Banco Central Europeu) liberou 750 bilhões pelo Programa de Compras de Emergência da Pandemia (PEPP) até o final de 2020, reativou 500 bilhões de euros do Programa ESM (Mecanismo de Estabilidade Econômica), que é usado para resgatar estados quebrados, com repasses que vão diretamente para uma conta do BCE em Luxemburgo.
Os estados membros têm liberados recursos numa escala como nunca o fizeram antes.
O governo do Japão liberou US$ 1 trilhão para resgatar o grande capital.
Nos Estados Unidos, já foram repassadas em torno de US$ 6 trilhões, ou quatro vezes a produção anual do Brasil, mas só em 2 meses, há 16 milhões de desempregados novos que deverão somar 30 milhões até metade deste ano.
Os mais dos US$ 349 bilhões repassados às pequenas empresas já foram todos gastos e a economia está muito longe de dar sinais de vida.
Os governos estaduais deverão ficar com um déficit adicional de aproximadamente US$ 500 bilhões, além dos três repasses já realizados.
As cadeias produtivas globais anteriores, controladas pelo grande capital não irão se manter. Provavelmente virá a “globalização 2.0”, o divórcio dos Estados Unidos com China com o aumento das tarifas de importação com o objetivo de que as empresas voltem aos Estados Unidos.
Novas cadeias produtivas com mão de obra muito barata deverão ser colocadas em pé a partir da América Latina.
Por esse motivo, a escalada dos ataques contra os trabalhadores e as massas latino-americanas estão atingindo níveis históricos.
Para o imperialismo, bastaria manter 20% da população dentro dos processos de consumo para fazer a economia funcionar. O restante iria para programas assistenciais de renda mínima.
O desenvolvimento tecnológico empurra nesse sentido, mas a pressão pelo controle do mercado mundial atua como contra-tendência.
A chamada “quarta revolução industrial” é outros dos pilares do aumento das contradições, principalmente com componentes tecnológicos como o 5G e o 6G que estão na base do desenvolvimento da Inteligência Artificial, um dos pilares do Programa Made in China 2025.
Os chineses já colocaram a indústria para atender o mercado interno. Apenas 20% das exportações vão para os Estados Unidos.
Por isso, aumenta a importância da Nova Rota da Seda, com a implantação de rotas rápidas para o envio de mercadorias chinesas à Europa, incorporando toda uma série de países a essa política.
O imperialismo norte-americano se contrapõe frontalmente a essa política e o imperialismo europeu a aceita com reservas, como apareceu claramente quando a Itália se converteu na primeira potência imperialista ocidental a aderir.
Com o objetivo de estabilizar o controle das moedas centrais, o imperialismo norte-americano busca alternativas para apontalar a ditadura mundial do dólar, como por exemplo, por meio de moeda digital.
Mas Rússia e China também trabalham no mesmo sentido e de maneira contraditória já que o principais componentes da economia mundial continuam dominados pelas potências imperialistas.
Os Estados Unidos precisam de uma guerra para impulsionar o setor da economia mais sadio, o complexo industrial militar, o que planteia a necessidade da militarização total da sociedade para impedir a desestabilização social.
Mas não tem força para impor uma guerra aberta neste momento contra a Venezuela ou o Irã, por exemplo, e muito menos contra a Rússia ou a China. Aplica por enquanto, a política de “tropas em campo” para, por meio de manobras, ir ganhando posições no controle do mundo.
O cenário que ainda deverá ser visto acontecerá mais para o final do ano, principalmente no período próximo às eleições em outubro, quando Donald Trump poderá buscar apresentar resultados ou no próximo ano, quando a política do imperialismo deverá endurecer consideravelmente.
A maior crise de superprodução capitalista da história
Desde 2008, vários grandes capitalistas, como Warren Buffett, têm recomendado a leitura de O Capital de Karl Marx, enquanto a campanha da imprensa burguesa de todo o mundo tem procurado encontrar na febre (a crise sanitária do Coronavírus e a queda das bolsas) as causas da doença (queda da taxa de lucro na produção industrial mundial e sobretudo norte-americana).
A maior crise do capitalismo do pós-guerra é apresentada com um problema de homens maus ao leme de um sistema que seria o melhor possível.
O ex presidente George W. Bush Jr. disse, em 2008, que se não fosse autorizado o repasse de trilhões à General Motors ou ao Bank ofAmerica, as maiores empresas da maior economia do mundo teriam falido e arrastado o capitalismo mundial para uma grande depressão.
Estes valores, conhecidos como os «helicópteros de dinheiro» que Ben Bernanke, o então presidente da Reserva Federal norte-americana, entregava a Wall Street levaram em paralelo, à queda real de 25% dos salários desde 2008. Houve manifestações na porta de Wall Street com cartazes como «Jump, youfuckers!» — aludindo aos suicídios de acionistas em 1929.
O capitalismo norte-americano foi salvo porque foram usadas os maiores repasses de recursos públicos de toda a história da Humanidade.
A mesma história voltou a repetir-se com a crise de 2008, numa escala ainda maior, com os maiores repasses de recursos aos grandes capitalistas da história junto com uma política de guerra civil, de enorme aumento da repressão contra os trabalhadores, para conter os protestos e rebeliões populares.
Agora a crise é a maior dos últimos 500 anos, os repasses de recursos públicos para resgatar o grande capital muito maiores e a repressão é de fazer inveja ao próprio Adolf Hitler.
E com a crise sanitária do Coronavírus, a crise capitalista fica semi camuflada e os protestos contidos, pelo menos por enquanto.
Está colocado cada vez mais, o acirramento da luta de classes entre a burguesia imperialista e a classe operária mundial; uma luta de vida ou morte que vai aparecendo de maneira cada vez mais clara.
O capitalismo pode recuperar-se da crise, mas …
Os ciclos económicos da produção capitalista, descritos em O Capital de Marx, que ocorriam no século XIX sensivelmente a cada dez anos, têm um ciclo de vida que podemos descrever assim: período de crise, expansão, pico de acumulação, nova crise…
A origem das crises cíclicas é a desvalorização da propriedade devido ao aumento do capital constante (investimentos em máquinas, tecnologia etc.) na comparação com o capital variável (mão de obra).
No modo de produção capitalista, as crises são de superprodução de capital e não de escassez, como na Idade Média.
Quando o custo da mão de obra, a única origem do valor das mercadorias, sobe em relação ao capital constante, há uma crescente desvalorização da propriedade, cai a taxa média de lucro. É a crise.
Normalmente no final do ciclo, antes de se entrar em crise (ou seja, antes de se dar uma queda na taxa de lucro, deflação de preços na produção etc., que muitas vezes se manifesta com quedas nas bolsas ou crises financeiras), há uma alta taxa de empregabilidade da mão de obra ou do custo unitário do trabalho.
Nesta crise, o desemprego atinge níveis baixos, o que implica na desvalorização dos capitais e a necessidade de acionar medidas “contra-cíclicas” mais devastadoras.
Na etapa atual do desenvolvimento do capitalismo, os períodos de crise são cada vez maiores e os períodos de desenvolvimento cada vez mais curtos.
O ciclo não acontece mais em círculos, mas em espiral, com crescentes rachaduras nas estruturas do sistema. Os espasmos do sistemas são cada vez maiores.
A pressão do desenvolvimento tecnológico e a política do salve-se quem puder perante o aprofundamento da crise, com o aumento da luta pelo controle da riqueza social mundial, aumenta muito a luta pela estabilização das taxas de lucro.
Os métodos para manter as grandes empresas funcionando depende de maneira intrínseca dos repasses cada vez maiores de capitais a partir dos estados. A reprodução ampliada do capital depende de maneira umbilical da especulação financeira, do complexo industrial militar e das atividades “ilegais” principalmente o tráfico de drogas, de armas e de pessoas.
Da crise financeira ou sanitária à crise capitalista
Nos Estados Unidos, as taxas de desemprego de 1929 só foram revertidas quando o país entrou na Segunda Guerra Mundial, em 1941. Foi a economia de guerra, ou seja, a transformação dos desempregados em soldados, forças produtivas em fábricas de máquinas de destruição, que reverteu a crise de acumulação.
É justamente a repetição de essa política que o imperialismo busca impor novamente e com métodos muito mais duros.
O exército industrial de reserva tem se tornado cada vez maior e mais crônico devido ao sensível aumento da composição orgânica do capital (aumento do capital constante em relação ao capital variável), o aumento da concentração da riqueza em um polo e da pobreza no outro polo e ao tensionamento de todas as leis do funcionamento do capitalismo.
As medidas para «sair da crise», para recompor a taxa média de lucro, assentam-se na destruição de riqueza, na destruição de produtos e das forças produtivas em grande escala, na destruição da produção e riqueza e provocar milhões de desempregados e miseráveis.
O que vulgarmente é denominado «descer o custo do trabalho» tem como contrapartida, nunca explicitada, «aumentar a rentabilidade do capital investido». São duas faces da mesma moeda. O rebaixamento dos salários está colocado principalmente na América Latina.
A crise aparece como «oportunidades» para o grande capital, para as grandes famílias que dominam o mundo.
A concentração das grandes empresas, as compras a baixo custo têm escalado. Mas os chineses também têm ido às compras, o que representa mais um fator do aumento das contradições intercapitalistas.
Quais são os perigos para os trabalhadores?
Como toda a crise cíclica que ocorre no sistema capitalista desde o início do século XIX (este tipo de crise é um exclusivo do capitalismo, uma vez que as crises pré-capitalistas eram crises de escassez, de penúria, provocadas por maus anos agrícolas, guerras, etc.), esta manifesta-se em primeiro lugar por uma superprodução de capital.
Uma expressão disso mesmo seriam as bolhas financeiras, mas num nível mais profundo temos, por exemplo, a quantidade física de casas produzidas muito além do necessário, com preços muito acima do razoável.
Observa-se, igualmente, um aumento no custo unitário do trabalho, muito em particular nos Estados Unidos, que são o motor do sistema capitalista mundial, e fazem que a crise seja globalizada.
Olhando por outro ângulo, vemos uma deflação (queda do valor) tanto no preço da propriedade como dos bens enquanto a emissão de moeda sem lastro produtivo é enorme.
Ora tudo isto é, para um trabalhador, o melhor que poderia acontecer: queda dos preços.
O mesmo não é possível dizer para os bancos e a indústria (seja de bens ou de serviços) que dependem dos preços dessas propriedades para garantir os juros, dividendos ou rendas que remuneram os capitais aí investidos.
Por isso, estes reagem à crise com medidas “contra-cíclicas” (intervenção do estado), que visam reverter o ciclo de queda do lucro.
Os bancos centrais têm cortado as taxas de juros para criar liquidez; as empresas despedem ou fecham para estancar a queda do lucro e os governos despejam os seus “helicópteros” cheios de dinheiro na grande banca e indústria para trocar os ativos desvalorizados por outros valorizados.
Troca-se assim riqueza real, salários e bens públicos, por papéis desvalorizados. É precisamente nesse movimento de combate à crise de valorização do capital que começa a crise de (des)valorização dos salários.
É importante compreender que não se trata de uma mesma crise, não estamos todos no mesmo lugar do barco, há gente no porão, a maioria, alguns no convés e outros ao leme.
A crise atual coloca ao grande capital a necessidade de rebaixar sensivelmente o custo da mão de obra, principalmente na América Latina para onde o imperialismo norte-americano precisa mover as cadeias produtivas a partir da China.
A especulação financeira em xeque
A crise aberta pela Guerra do Vietnam foi principal fator que provocou a aceleração do endividamento dos Estados Unidos.
Em 1971, o presidente Richard Nixon aplicou o mega golpe que desconheceu os Acordos de Bretton Woods de 1944, que previa a paridade do dólar com o padrão ouro. O Tesouro Norte-americano passou a “imprimir” dinheiro em quantidades colossais.
Era o fim dos “Anos Dourados” do capitalismo na fase imperialista, cujo motor foi a reconstrução do desastre provocado pela Segunda Guerra Mundial, a partir da reconstrução da Europa e o Japão por meio do Plano Marshall.
O grosso da economia capitalista é composta pela especulação financeira. Um gigantesco volume de capitais fictícios, que não encontram aplicação na produção, são direcionados para esse tipo de operações.
O mundo foi transformado numa espécie de cassino, onde os apostadores são sustentados e resgatados pelo estado.
A política do TBTF (Too Big ToFall), ou Muito Grande Para Falir que favorecem aos maiores empresas do mundo, tem direcionado trilhões para os monopólios que faliram a partir de 2007. De acordo com um relatório de uma das comissões do Congresso norte-americano, somente entre 2007 e 2010, foram direcionado para o resgate dos monopólios US$ 16 trilhões.
Os estados burgueses, que se super endividaram nos resgates dos últimos dez anos, agora voltaram aos resgates com ainda maior quantidade de recursos.
Quem irá pagar a conta? A “saída” será aumentar a velocidade da “maquininha de fazer dinheiro”, passar a conta para os trabalhadores na ponta dos baionetas e buscar aumentar o controle do mercado mundial o só pode conduzir à guerra
A deflação é um fenômeno próprios da época em que o padrão ouro impedia emissões extraordinárias de papel moeda. Os bancos centrais imperialistas lidam com crescentes dificuldades com o “arsenal” monetarista para conter a crise.
As mesmas receitas, que fracassaram estão sendo repetidas em outros países.
Por exemplo, o chamado “quantitative easing” (ou alívio quantitativo), que fracassou nos Estados Unidos e na Europa de maneira estrondosa, agora está sendo aplicado com intensidade muito maior.
O chamado ZIRP (Zero Interest Rate Policy ou Política de Taxa de Juros Zero), que implica em entregar para os grandes bancos quanto dinheiro eles quiserem a taxas de juros zero, continua a todo vapor, considerando que todas as grandes empresas possuem divisões financeiras que, em quase todos os casos, são a principal fonte dos lucros. Essas políticas são evidentemente hiper inflacionárias.
A escalada do parasitismo financeiro atingiu níveis gigantescos, com os derivativos financeiros (o principal componente da especulação financeira) movimentando 20 vezes o PIB mundial que já é muito parasitário.
Para esses esquemas, que são vitais para a reprodução do grande capital, continuarem funcionarem todo tipo de anabolizantes têm sido usados. Agora o chamado método “helicóptero” está no centro: os tesouros emitem títulos que entram na especulação financeira, perdem valor para, a seguir, serem comprados pelo valor cheio pelos bancos centrais. O efeito colateral é a generalização do endividamento e a necessidade de apertar ainda mais os trabalhadores devido à crescente dificuldade para extrair lucros da produção.
Quando o governo tem problemas para garantir as datas de pagamentos, esses títulos são renegociados e trocados por novos títulos, numa operação conhecida como “rollover”. Os recursos assim obtidos são repassados para os grandes bancos, a taxas irrisórias, que os aplicam imediatamente na especulação financeira.
Esses títulos são qualificados pelas agências qualificadoras de risco, que são controladas pelos monopólios, com a maior nota possível devido a que, supostamente, oferecem a “maior segurança” para a criação de mais dívidas.
De acordo com o BIS (Bank of International Settlements) esses papéis podres seriam o “Capital Nível 1”, a garantia de crédito de quem os possui.
A ditadura mundial do dólar está ligada aos chamados petrodólares, o acordo por meio do qual o grosso das vendas de petróleo é realizada em dólares norte-americanos. Mas conforme a crise capitalista se aprofunda, os mecanismos de controle apresentam rachaduras.
A Arábia Saudita, que é um dos principais pilares dessa operação, começou a comercializar com a China em moedas locais.
Os chineses e os russos encabeçam a busca por um “mundo multipolar” a partir da OCX (Organização de Cooperação de Xangai). As tendências centrípetas têm aumentado na Europa.
É a política do “salve-se quem puder” perante o aprofundamento da crise mundial.
O resgate da especulação financeira a 10 mil por hora
A especulação imobiliária nos Estados Unidos superou os níveis de 2008. A Reserva Federal dos Estados Unidos já repassou quase US$ 6 trilhões para o grande capital e deverá passar outra soma igual ou ainda maior até o final deste ano.
Os recursos contemplam a compra de títulos da especulação financeira cada vez mais podres. Por exemplo, no último lote de US$ 2,3 trilhões, há o compromisso de comprar os títulos que tinham sido qualificados até o dia 22 de março com a nota BBB-, o que contempla os títulos recentemente degradados, como os da Ford e até ETFs (Exchange Traded Funds, ou fundos cotizados).
A Reserva Federal poderá deter até o final deste ano US$ 10 trilhões, mais de 40% da dívida pública norte-americana.
Com essa política, a própria especulação financeira é salvada ao mesmo tempo que é colocada em xeque.
A subida dos juros nos Estados Unidos no ano passado, se relacionou com a queda das taxas de lucro dos títulos especulativos mais podres, os high yields, que haviam caído de 15% em 2011 para quase 3%.
Ao mesmo tempo a farra dos repasses de recursos nos Estados Unidos e em todo o mundo coloca novamente a possibilidade da volta da hiper inflação no cenário da maior depressão econômica dos últimos 100 anos, a estagflação.
Os operadores do governo federal da especulação financeira dos Estados Unidos estão mais contaminados do que nunca: Fannie Mae detém US$3.5 trilhões de títulos podres ,Freddie Mac US$ 2,2 trilhões e Ginnie Mae US$2 trilhões.
No total, são aproximadamente US$ 10 trilhões ou US$ 1 trilhão a mais que a especulação imobiliária movimentava em 2008.
Uma economia global à beira do precipício, nas países desenvolvidos e nos chamados países emergentes sendo resgatados com tudo o que há e mais um pouco. Quem irá pagar a conta?
Endividamento das empresas não financeiras nos Estados Unidos, disparando como um foguete nos últimos anos. A mesma situação acontece em escala mundial.
A especulação financeira tomou conta de tudo
Fuga de capitais dos investimentos em títulos abertamente podres (high yields) nos países desenvolvidos devido à queda dos lucros.
O grande capital busca refúgio nas dívidas públicas, mas com isso, os próprios mecanismos de funcionamento do capitalismo enfrentam crescentes travas para funcionar.
O papel do estado só aumenta devido às crescentes dificuldades das grandes empresas funcionarem.
Assistimos à crescente dor do parto de uma sociedade nova, que ainda aparece de maneira pouco clara.
Mas as gigantescas empresas que somente podem funcionar em escala planetária e com a ajuda estatal e na ponta das baionetas e buscando a guerra, simplesmente mostram que colocar 8 bilhões de pessoas em função dos privilégios de 150 grandes famílias se torna a cada dia mais insuportável.
O motivo pelo qual a Reserva Federal entrou no mercado de títulos municipais nos EUA: enorme queda dos lucros. A especulação financeira tomou conta de tudo; sem ela o capitalismo não funciona mais. E não há volta atrás, devido ao desenvolvimento tecnológico, ao aumento da pauperização das massas e ao tensionamento de todas as leis do capital.
Os instrumentos da especulação financeira têm crescido de maneira extraordinária a partir da crise de 2008 devido à impossibilidade de fechar a crise.
Somente os derivativos financeiros movimentam mais de US$ 2 quadrilhões, por meio de operações de apostas e contra-apostas, o verdadeiro “casino” em que os grandes capitalistas transformaram a economia capitalista mundial com o objetivo de obter lucros a qualquer custo.
A título de exemplo, vejamos um desses “instrumentos” especulativos, o das fianças para obter empréstimos, que têm como origem fundamental os recursos repassados pelo estado.
O Banco Credit Suisse, um dos maiores da especulação financeira, participa no mercado de CLOs (collateralized loan obligations ou objetos de empréstimos colateralizados), espécie de fianças da especulação financeira, que movimenta US$ 1,3 trilhões e que agora está sendo comercializados para empresas altamente endividadas.
Como funcionam os CLOs: De acordo com a figura do Jornal Finantial Times, (1) os bancos vendem os empréstimos a um gerente de CLOs, ou seja a um grande especulador financeiro especializado. (2) O CLO divide os títulos por grau de risco. (3) Conforme os empréstimos vão sendo pagos, os ingressos vão para os especuladores que compraram o CLO.
Em resumo, lucros fáceis para um pequeno grande número de gigantescos capitalistas que atuam a partir de enormes fundos especulativos como por exemplo, o BlackRock, que detém US$ 7 trilhões, que quebrou em 2008, foi resgatado e que agora é o responsável por gerir os repasses dos trilhões que Estado norte-americano repassa ao grande capital.
Hiperinflação ou deflação? “Estagflação”
O capitalismo tem sido atingido pela pior recessão da história mundial. A recessão tem atingido em cheio todas as principais economias. Além dos Estados Unidos, também o Japão, a Alemanha, a Inglaterra, a França e toda a Europa.
Os chamados países emergentes, principalmente a China, a Rússia, o Brasil e a Índia, se debatem no aprofundamento da crise.
Alguns dos demais países atrasados também têm sido atingido em cheio, como a Argentina, o México, a Coreia do Sul, a Turquia e a África do Sul.
A bonança dos altos preços das matérias primas, para onde migraram enormes volumes de capitais especulativos, a partir da crise do mercado imobiliário, chegou ao fim há vários anos; apesar de continuar anabolizados em alguns setores, a queda dos preços do petróleo criou uma situação semi apocalíptica.
Os “anabolizantes” da injeção de dinheiro podre na economia, com o objetivo de salvar os lucros das grandes empresas, têm funcionado como uma espécie de combustível adulterado. As engrenagens do capitalismo mundial estão engasgando de maneira crescente.
A demanda tem caído enquanto os mercados têm sido inundados por mercadorias que têm se tornado mais simples de serem produzidas por meio do acelerado aumento da robótica e da tecnologia.
Os gigantescos investimentos, para os quais foram direcionados crescentes volumes de capitais, provocaram a disparada da produção que agora não encontra saída, principalmente na China, Ásia e em outros mercados emergentes.
Os estoques estão superlotados, com dificuldades para controlar os preços nos níveis requeridos pelo capital, obrigando a baixar os preços para desovar os estoques. Esse seria um componente da “deflação” que acontece em todos os setores da economia.
A propaganda da imprensa burguesa gasta rios de tinta para tentar ocultar os gravíssimos problemas que corroem o sistema capitalista.
A inflação e o desemprego atuam como um câncer que têm o potencial de colocar em movimento as massas trabalhadoras. Por esse motivo, é justamente sobre essas duas questões que as manipulações estatísticas são realizadas com maior intensidade.
A farsa de que a economia estaria pressionada na direção da deflação está muito longe de acontecer nos países atrasados.
Na América Latina, a inflação se acelera a passos largos em direção à hiperinflação, mas o mesmo se coloca para todo o mundo até porque nos Estados Unidos os bancos foram liberados para realizar empréstimos sem qualquer tipo de lastro.
O grau de parasitismo do capitalismo é enorme. A dependência do estado é absoluta. E não teria como ser diferente. Somente a especulação com os chamados derivativos financeiros supera em cerca de 30 vezes o PIB mundial.
O chamado acordo Basileia III, que teria como objetivo reduzir a exposição ao risco do sistema financeiro, entrou em colapso. Uma das medidas principais seria aumentar o volume de ativos próprios de 3% (nível de 2007) para 11%.
Os chamados “ativos” são papéis, títulos financeiros, que teriam notas melhores das agências qualificadoras de riscos.
Para chegar nesses percentuais os títulos do governo norte-americano recebem uma qualificação de risco de 0%. Os títulos dos demais bancos recebem uma qualificação de risco de 20%.
Ou seja, a própria contabilidade é tão podre que, no caso da bancarrota de uma peça do sistema, ele todo vem abaixo. Uma nova bancarrota em cascata, como a detonada a partir da bancarrota do Lehman Brothers em 2008, mas em proporções muito maiores está colocada para o próximo período.
Os trilhões repassados para os grandes capitalistas implicam na necessidade de que para serem aplicados na especulação financeira se fazem necessários enormes volumes de recursos destinados a funcionarem como colaterais (espécie de fiança), que hoje estão dimensionados, pelo TBAC, em US$ 11,2 trilhões nos Estados Unidos.
Isso quer dizer que conforme o capital fictício aumentar, mais capital fictício será necessário, numa adição parecida com a de um dependente de crack que antes tenha sido usuário de cocaína.
Devido aos gigantescos repasses de recursos para os grandes capitalistas, aumenta muito à pressão à generalização da hiper inflação, ao mesmo tempo que a depressão econômica pressiona à deflação, ou queda dos preços devido à queda do consumo.
Ou seja, o pior dos mundos para a economia capitalista, a “estagflação”: a depressão econômica com a hiper inflação. Um alto combustível tóxico para o sistema capitalista, como efeito colateral do salvamento dos grandes capitalistas, com a necessidade de controlar as rebeliões populares e os protestos por meio de métodos de guerra, por meio das ditaduras pinochetistas e do fascismo.
A conta da crise sobre a América Latina
O imperialismo norte-americano, a principal potência mundial, enfrenta crescente enfraquecimento na disputa do mercado mundial.
Principalmente, a partir da crise de 2008, os Estados Unidos têm enfrentado crescentes dificuldades para conter a aproximação da Rússia e da China, o fortalecimento da OCX (Organização de Cooperação de Xangai), o aumento das contradições com o imperialismo europeu e, principalmente, conter a crescente queda das taxas de lucro.
A nova política busca fortalecer-se na América Latina que é considerada o próprio quintal traseiro.
O imperialismo norte-americano precisa manter e até aumentar o controle do mercado mundial na disputa com as demais potências capitalistas, principalmente o bloco China-Rússia. Por esse motivo, busca precisa impor um governo mais forte e mais duro, mais ligado ao complexo industrial militar a partir das eleições de outubro.
A América Latina tem sido direciona ao salvamento do grande capital. O Brasil, após ter direcionado R$ 1,2 trilhões para salvar os grandes bancos, por meio da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 10-2020 permitirá ao Governo resgatar os bancos norte-americanos nos próprios Estados Unidos com o dinheiro dos brasileiros.
Em paralelo com as Medidas Provisórias 936 e 905, há a tentativa de converter os trabalhadores que ainda têm o privilégio de ter um emprego formal, em párias, reduzindo o salário e os direitos trabalhistas. É a política de estabelecer salários entre US$ 100 a US$ 200 na região para facilitar a movimentação das empresas imperialistas a partir da Ásia.
No Chile, os repasses dos trabalhadores aos capitalistas por meio dos fundos de pensão e dos planos de saúde forem aumentados de aproximadamente 17% dos salários para 26%. Se contar os bilhões que têm sido repassados diretamente para os bancos.
Na Argentina, o presidente Alberto Fernández fez grande propaganda sobre a política de evitar atacar frontalmente os trabalhadores e buscando renegociar US$ 83 bilhões da dívida externa, aceitando pagar juros maiores.
Para convencer os credores não se falou nada em pelo menos auditar e desconhecer o endividamento brutal e criminoso do governo Macri e da Ditadura Militar; até se cogita em utilizar US$ 13 bilhões, do empréstimo de US$ 57 bilhões contratados por Maurício Macri do FMI (Fundo Monetário Internacional) como “adoçante” para “convencer” os fundos abutres.
Agora até o FMI aceitou apolítica de adiar os pagamentos dos países mais endividados. Resta saber o que já é sabido: quem irá pagar a conta?
Em toda a região, esse tipo de políticas avançam porque se trata de uma política regional do imperialismo: impor uma nova onda de ditaduras pinochetistas para arrancar até a última gota de sangue dos trabalhadores.
Se faz necessário, mais do que nunca, uma política para resistir e derrotar o imperialismo.
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Alejandro Acosta – Editor do jornal Gazeta Revolucionária |
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