COVID-19: doença ou cura?
procura-se: vivo ou morto
sozinhos, os vírus não se alimentam, não respiram, não se locomovem, não se reproduzem. de acordo com a esmagadora maioria das definições: não estão vivos!
os vírus precisam penetrar em uma célula hospedeira, da qual utilizam o metabolismo e o mecanismo de replicação para gerarem cópias de si mesmos. ao se reproduzirem: estão vivos!
seja como for, nenhuma biosfera existe por si só separada das demais.
a vida não é uma característica singular de indivíduos isolados, e sim o resultado de um processo complexo de interdependências dinâmicas, auto-regulado através de retroalimentação positiva.
mesmo as condições físico-químicas ambientais que dão suporte à existência da vida em nosso planeta, como a precisa combinação de gases na atmosfera, são mantidas em proporção equilibrada devido justamente à existência de vida.
dito de outro modo: apesar de atendidas todas as condições físico-químicas necessárias, nenhuma espécie de vida existente atualmente na Terra sobreviveria sozinha sem a presença de outras.
a vida gera as condições para sua existência, é o próprio planeta como um todo que está vivo!
“Os indígenas tzeltal de Chiapas têm uma teoria da pessoa em que sentimentos, emoções, sonhos, saúde e temperamento de cada um são regidos pelas aventuras e desventuras de todo um monte de espíritos que habitam ao mesmo tempo nosso coração e o interior das montanhas, e que passeiam por aí.
Nós não somos belas completudes egóticas, Eus bem unificados, somos compostos de fragmentos, estamos repletos de vidas menores.
A palavra “vida”, em hebreu, é um plural, assim como a palavra “rosto”. Porque em uma vida há muitas vidas e porque em um rosto há muitos rostos.
Os vínculos entre os seres não se estabelece de entidade a entidade. Todo vínculo se dá de fragmento a fragmento de ser, de fragmento de ser a fragmento de mundo, de fragmento de mundo a fragmento de mundo.”
“Agora: Motim e Destituição”, Comitê Invisível
os vírus são maioria
mais de 90% da biomassa marítima é constituída por micro-organismos. inertes ou vivos, estima-se haver 1031 vírus só nos oceanos, superando enormemente todos os outros organismos no planeta.
poucos organismos, além dos humanos, causam tanta mortalidade quanto os vírus: cerca de 20% da população total de bactérias marinhas é morta diariamente por efeito de infecções virais.
entretanto, tamanha letalidade tem papel fundamental na regulação de um importante ciclo geo-bioquímico.
quando uma bactéria morre por uma infecção viral, sua parede celular explode e o carbono é liberado. parte dele acaba sendo seqüestrada nas profundezas do oceano.
alguns cientistas chegam a especular se algum dia os vírus poderiam ser usados para ajustar o ciclo do carbono, reduzindo a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera.
por nos vermos separados do meio-ambiente, não nos consideramos uma biosfera conectada a todas as demais, com uma integração sistêmica capaz de se auto-sustentar.
a evolução não se baseia na “sobrevivência do mais apto”, trata-se de uma concepção mecanicista e de evolucionismo reducionista. a evolução também não é linear, sendo esta uma abordagem tributária do antropocentrismo.
a evolução se dá pela simbiose, pela cooperação, pela criatividade, pelas mutações. mitocôndrias e cloroplastos são disto o exemplo definitivo.
à profundidade da pele
cada eco-sistema, cada biosfera, se mantém em equilíbrio dinâmico por um processo de constantes rearranjos e auto-ajustes.
quando o equilíbrio dinâmico é rompido, o organismo fica predisposto às enfermidades. ao se manifestar fisicamente, aquilo de denominamos como “doença” vem a ser a derradeira tentativa de um corpo de se reequilibrar. a chance final de superação de um modo de viver causador dos desequilíbrios que originam as patologias.
para preservar sua integridade, o organismo se vale da manifestação cutânea dos sintomas, exteriorizando-os. os sintomas melhoram com o aparecimento de erupções na pele e pruridos nas mucosas, preservando as zonas mais importantes: os órgãos internos.
“Se o médico destruir o sintoma local pela aplicação tópica de remédios externos, debaixo da crença que então cura toda a doença, a Natureza compensa a sua perda, excitando a enfermidade interna e os outros sintomas que existem previamente num estado latente lado a lado com a afecção local; quer dizer, aumenta a doença interna.“
“Organon”- Samuel Hahnemann
um modo de vida virulento
sendo impossível serem combatidos com antibióticos, os vírus são apontados como causadores de várias doenças humanas com alta taxa de letalidade:
– sarampo, catapora, caxumba, rubéola, varíola, poliomielite, hepatite, febre amarela, raiva, HPV, AIDS, ebola, marburg, hantavírus, rotavírus, dengue, zika, chicungunha, gripe espanhola, gripe aviária, gripe suína, SARS, MERS, COVID-19…
por outro lado, o fundamental na eclosão física da enfermidade não é a agressão efetuada pelos agentes patológicos externos, mas sim a suscetibilidade do organismo ao propiciar a manifestação da doença.
da supressão dos sintomas exteriores do desequilíbrio, sem a correspondente superação de suas causas, surgem as condições para a doença se estabelecer e se agravar.
no caso do COVID-19, tem-se o seguinte roteiro de adensamento, estagnação e interiorização:
– coriza, congestão nasal;
– catarro, garganta inflamada;
– fibrose, infecção pulmonar.
a coriza é a primeira linha na defesa do organismo, com espirros e tosse impedindo a estagnação do prurido no nariz e garganta.
caso o fluxo da coriza seja bloqueado, com a mucosa nasal cessando em drená-lo, do adensamento do prurido ocorre congestão nasal e surge o catarro.
a estagnação do catarro na garganta provoca inflamação, dando origem ao pus.
a infecção invade o pulmão, provocando destruição de tecidos, septicemia e morte.
este quadro é resultado da combinação de sistema imunológico deficiente, concepção de tratamento inadequada e um modo de vida doentio, sendo este a principal causa dos desequilíbrios e enfermidades.
a doença é a cura
seja ou não resultado de bio-engenharia bélica, o COVID-19 só tornou-se uma pandemia por encontrar as condições favoráveis para sua propagação.
a biosfera planetária está em grave desequilíbrio, acometida por uma devastadora enfermidade – cujo nome é: Capitalismo.
ao impor quarentena à grande parte da população mundial, o COVID-19 ataca o cerne do capitalismo contemporâneo: a cadeia de suprimentos.
os fluxos estão bloqueados, a logística emperrou, as máquinas estão condenadas a parar.
o necro-delírio de acumulação infinita do Capital já não pode continuar, sob pena de provocar nossa extinção.
já não mais inertes, os vírus estão vivos e são maioria. mas o modo de vida virulento é o nosso. a mensagem do COVID-19 é clara: “basta! estamos fartos de vocês!”
os seres da Terra
as condições ambientais estáveis dos últimos 12 mil anos favoreceram o desenvolvimento da auto-denominada “civilização humana”. sob tal estabilidade ambiental ergueu-se o mito de ser possível uma separação conceitual entre Natureza e Cultura.
com a irrupção messiânica de Gaia no cenário geopolítico da história moderna, descobre-se que tal estabilidade ambiental pode ser alterada. como se reagisse às ações sobre ele infringidas, o planeta modifica seu equilíbrio para condições menos favoráveis à existência da espécie humana e de outras muitas que o coabitam.
o mundo natural e o mundo social já não podem mais estar separados. o humano se desumaniza ao se tornar força natural – pelas alterações que sua “civilização” provoca na natureza – enquanto a natureza se torna um agente respondendo a estímulos – convertendo-se numa ameaça política à continuidade da “civilização humana”.
do mesmo modo que ocorreu no Renascimento com o Heliocentrismo, o Antropocentrismo já não nos serve mais. os sonhos da Razão geraram monstros: o Capitalismo, o Antropoceno, o Antropozóico.
uma nova mudança em breve vai acontecer. um inexorável desaparecer, como, na orla do mar, o desvanescer de um rosto de areia: o ocaso do Humanismo e do Racionalismo.
adeus à Humanidade, bem vindos sejam Os Seres da Terra.
“Imagine um daqueles filmes B de ficção científica em que a Terra é invadida por uma raça de alienígenas, que se fazem passar por humanos para dominar o planeta e utilizar seus recursos.
Em geral, nestes filmes os alienígenas se alimentas dos próprios humanos: de seu sangue, ou sua energia mental, algo desse gênero.
Agora, imagine que essa história já aconteceu. Imagine que a raça alienígena seja, na verdade, nós mesmos.
Fomos invadidos por uma raça disfarçada de humanos, e descobrimos que eles ganharam: nós somos eles.”
“Há mundo por vir?”, Déborah Danowski e Eduardo Viveiros de Castro
vídeo: de: COVID-19. para: a Humanidade.
arkx é um nickname presente na Internet desde seus tempos primevos, na época dos BBS antes da Web. algumas poucas vezes arkx é nosotros, mas sempre não é um autor. |
.
anteriormente em Hy-Brazil:
América Latina: a Revolução negada
*
*
*
Canal do DE no Telegram: https://t.me/duploexpresso
Grupo de discussão no Telegram: https://t.me/grupoduploexpresso
Canal Duplo Expresso no YouTube: https://www.youtube.com/DuploExpresso
Áudios do programa no Soundcloud: https://soundcloud.com/duploexpresso
Link para doação pelo Patreon: https://www.patreon.com/duploexpresso
Link para doação pela Vakinha: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/643347
Duplo Expresso no Twitter: https://twitter.com/duploexpresso
Romulus Maya no Twitter: https://twitter.com/romulusmaya
Duplo Expresso no Facebook: https://www.facebook.com/duploexpresso/
Romulus Maya no Facebook: https://www.facebook.com/romulus.maya
Grupo da Página do DE no Facebook: https://www.facebook.com/groups/1660530967346561/
Romulus Maya no Instagram: https://www.instagram.com/romulusmaya/
Duplo Expresso no VK: https://vk.com/id450682799
Duplo Expresso no Twitch: https://www.twitch.tv/duploexpresso
Duplo Expresso no Spotify:
https://open.spotify.com/show/5b0tFixIMV0k4hYoY1jdXi?si=xcruagWnRcKEwuf04e1i0g
Facebook Comments