ATENÇÃO: entrevista de (ex) Min. CALERO à FOLHA cheira a vacina
CALERO – ex-Min. Cultura – sai atirando: “meu único bem é a minha honra”.
Menos, Calero… menos… ¬¬
Por Romulus
A notícia do dia é o pedido de demissão do – agora – ex-Ministro da Cultura, Marcelo Calero.
Ele dá uma entrevista hoje à Folha no estilo “abrindo o jogo”, tell it all, como dizem os gringos.
Eis um extrato da entrevista – com alguns grifos meus:
Li a entrevista e imediatamente meu radar de “vacina” apitou:
– Duas menções a “grampos” e “gravações”?
– Relato, pelo próprio, de que ia sair “tranquilamente”… e de que só resolve falar quando procurado por repórteres com “informações contra si”?
– Relata – nos mínimos detalhes – o enredo que supostamente levou à sua saída? Inclusive com “transcrições” – quase completas! – de diálogos entre ele e outros “atores” da trama, devidamente situados por datas e eventos?
Meu alerta grita:
– Houve sim grampo;
– As tais “tergiversações” e “evasivas” a que Calero se refere – gravadas? – seriam (no mínimo…) “dúbias”;
– Poderiam, sem grandes problemas, ser interpretadas como aquiescência dele ao esquema de Geddel;
– Como ele mesmo relata, as pressões se seguiram. Provavelmente, já com alusões às respostas anteriores, (no mínimo…) “dúbias”, de Calero;
– Nessa hora, bate o medo. Ficar com o rabo preso indefinidamente por tão pouco? Um mero cargo num ministério secundário, num governo ilegítimo (assim passará à História) e com os dias contados?
– E, por esse pouco, ser objeto de chantagens para o resto de sua vida pública?
– Notem: o “garoto” é ambicioso!
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Qual a melhor maneira de lidar com uma chantagem?
– Expor tudo – antecipadamente! – ao público.
Ou seja:
– Uma vacina!
Ou, em termos midiáticos, uma entrevista…
– … abrindo o jogo! Telling it all!
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Já depois de fazer essa suposição, leio a – patética – resposta de Geddel Vieira Lima a Calero, também na Folha:
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Pergunta:
– Alguma dúvida de que houve grampo, minha gente??
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Atualização 18:45
Ou seja: se na entrevista já há acusação de prevaricação e assédio moral a Geddel, podem somar também a de (tentativa de) extorsão!
E Maria – leitora xodó e guru do blog – resolve comparar a atitude de Calero à de um ex-professor meu e dele, o Min. Barroso/STF:
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Abaixo, carta aberta que enviei (também) a Calero – esse meu ex-colega de faculdade! – quando soube que aderira ao Golpe:
– Discurso altruísta, menos verossímil que a
alternativa, é muito comum entre colaboracionistas com problemas de consciência
e de censura entre os pares.
– Poupe-se do esforço das entrevistas e do vexame de tentar novamente aplicar photoshop à foto em que saiu muito mal.
– Interlocutor: “Vergonha eu tenho da Piovesan. De gente carreirista como ele (Calero) só se espera isso mesmo. O cara que não sabe nada e topa qualquer coisa”.
– A diferença entre identificar uma oportunidade e ceder ao oportunismo.
(…)
Na verdade, lamentou-se muito mais a aceitação [de Flávia Piovesan] do convite do que aquela de um egresso da UERJ e da diplomacia – Marcelo Calero – para a Secretaria da Cultura. Calero é pessoa totalmente alheia à área cultural.
Para não ser injusto baseado tão somente no estranhamento entre ele e a Cultura, fui me informar sobre sua passagem – de menos de 1 ano! – como Secretário de Cultura no Rio.
Disseram-me:
– Sua gestão representou uma melhora sim. Mas não é difícil ser melhor quando o que havia antes era terra arrasada. É totalmente alheio à área cultural e só chegou à secretaria do Rio em dança das cadeiras. Porque tinha afinidade com a chefia e foi lá encaixado para permanecer próximo.
Ainda a propósito dos convites aceitos pelos dois, vou reproduzir mensagem bem sintética que recebi de outro acadêmico do Direito Internacional:
– Vergonha eu tenho da Piovesan. De gente carreirista como ele só se espera isso mesmo. O cara que não sabe nada e topa qualquer coisa.
Depois disso fica difícil acrescentar qualquer coisa, não é mesmo?
Achou meu estilo “esquisito”? “Caótico”?
– Pois você não está só! Clique na imagem e chore suas mágoas:
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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.
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