As precisas análises políticas de Rui Costa Pimenta, do PCO
As precisas análises políticas de Rui Costa Pimenta, do PCO
Portanto, Rui denuncia o oportunismo – míope e suicida – do PSOL, que acha que pode ser “o novo PT”.
Também diferentemente do PSOL, o PCO não ambiciona eleger deputados… poder nomear apaniguados como assessores parlamentares.
Quer dizer…
Se ambiciona, ao menos subordina essa ambição ao que julga ser ‘o’ principal:
– A luta da classe trabalhadora contra a exploração pelo capital.
Quem foi que disse que trotskistas não podem ser pragmáticos?
Ao menos quando o bicho pega?
Tenho acompanhado há meses as análises políticas semanais do Presidente do Partido da Causa Operária – PCO, Rui Costa Pimenta.
Surpreendi-me muito, inicialmente, ao constatar que concordo com quase 100% do diagnóstico e uns 90% das previsões dele.
A surpresa não se deu propriamente por Rui ter formação marxista ou mesmo por pertencer à vertente trotskista…
Mas sim por, antes disso, conhecê-lo tão somente como o candidato do PCO à Presidência da República.
Via-o na TV, de 4 em 4 anos, por uns 30 segundos, com uma plataforma que me fazia…
– … sorrir.
Lembro por exemplo, na campanha de 2002, da defesa da estatização imediata do sistema financeiro e da adoção do salário mínimo “emergencial” de R$ 1.500,00.
Hoje não parece um valor tão… hmmm… “onírico”, certo?
Bem…
Caso aplicássemos o mesmo percentual de reajuste do salário mínimo de 2002 (de só R$ 200,00, Fernando Henrique!!!) até chegarmos ao valor vigente em 2017 (R$ 937,00), o singelo valor de “1.500” passaria para…
– R$ 5.528!
rs
Mas então…
Vendo esse tipo de proposta, acreditava ser o Rui mais um dentre a miríade de candidatos nanicos de extrema-esquerda (PSTU, PCB, etc.) que estavam lá apenas “para constar”.
Contudo…
Ao ver uma análise política dele sobre o golpe de 2016, constatei que não era nada disso!
Há uma separação entre as plataformas eleitorais do PCO, como o tal “salário mínimo emergencial”, e a orientação dada aos filiados para a atuação política prática, dada a ~realidade~ da correlação de forças conjuntural da sociedade brasileira.
Diferentemente de PSOL e PSTU, o PCO não visa a crescer em cima dos cadáveres do PT/ CUT.
Sabe perfeitamente bem que esse binômio é a última trincheira de resistência da classe trabalhadora.
E não se ilude: sabe, também perfeitamente bem, que quem quer destruir o PT/ CUT ~não~ quer substitutos.
É para extinguir e, em seguida, “salgar a terra”…
Para que, tal qual Cartago, nada mais (re) nasça em cima.
Portanto, Rui denuncia o oportunismo – míope e suicida – do PSOL, que acha que pode ser… “o novo PT”.
Num truísmo perverso, se não houver mais o PT, não ~vai~ mais haver… “PT”.
Nem o velho nem o novo.
Ponto.
O PSOL, os “psolismos difusos” na sociedade, bem como o que o Rui chama de “teatro parlamentar” das suas (micro) bancadas, só são tolerados enquanto servem ao propósito específico de fustigar o PT e de dividir o voto de esquerda.
Sem PT, sem serventia.
Simples assim.
Também diferentemente do PSOL, o PCO não ambiciona eleger deputados…
Poder nomear apaniguados como assessores…
Quer dizer…
Se ambiciona, ao menos subordina essa ambição ao que julga ser ‘o’ principal:
– A luta da classe trabalhadora contra a exploração pelo capital.
*
Assim, parece-me que o PCO consegue se equilibrar no fio da navalha que enxerguei, lá atrás, como o correto para a “esquerda da esquerda”:
“ESQUERDA DIVIDIDA: complicada relação PT x PSOL”
por Romulus
no @JornalGGNhttps://t.co/rWKmkFTvox pic.twitter.com/W9fUFNgh0K— rommulus_ (@rommulus_) August 15, 2016
Isto é:
– Exercer o papel de crítica sistêmica, “radical” e não-conciliatória – vetor ~necessário~ para a resultante política final da sociedade pender mais para a esquerda…
Mas…
– Sem usar isso como a ~sua~ contribuição para o esforço do capital de inviabilizar, política e eleitoralmente, a…
– … “esquerda que quer (de fato!) governar”.
– E que, portanto, aceita fazer “o que precisa ser feito” para tanto.
*
Pois bem.
Partindo dessa premissa, não é lá tanta surpresa que concorde com a maior parte das falas do Rui.
Afinal, nada superou o marxismo na análise das contradições inerentes ao capitalismo.
O problema foi…
– … a “solução” proposta!
E, principalmente, as experiências históricas da sua “implementação” (entre aspas mesmo).
*
Em vista de tudo isso, recomendo fortemente:
Mais uma vez mto boa a análise política da semana, do @Ruicpimenta29
Análise Política da Semana – 15/07/2017 https://t.co/hmRU3m4j8I— rommulus_ (@rommulus_) July 16, 2017
*
P.S.: Devo acrescentar, ao final, que o Rui costuma enquadrar suas análises da realidade brasileira também dentro do contexto internacional.
Assim, não raro inicia as suas falas com a análise dos acontecimentos no centro do capitalismo. Especialmente nos EUA e na Europa.
Tendo coberto exaustivamente (vocês bem sabem!) a eleição francesa aqui no Blog, posso dizer que salta aos olhos que Rui está muito bem informado sobre o que se passa por aqui na Europa. E isso para além das narrativas que se leem na grande mídia internacional. Percebe-se que ele realmente faz “o dever de casa”.
Aliás, na análise de duas semanas atrás, Rui externou uma opinião semelhante à minha:
– Devemos todos olhar com muita atenção os desdobramentos do “experimento” tentado – com sucesso – na França com a “bolha” político-midiática Emmanuel Macron.
Não tenho dúvida – e Rui também não – de que tentarão reproduzir a receita em muitos outros países.
Inclusive o nosso Brasil:
AULA DE FRANCÊS:
MARINA? DÓRIA? QUEM É O “MACRON” BRASILEIRO PARA 2018?A eleição deste ano na França tem …https://t.co/m4fWgOhT6k pic.twitter.com/GVFl69UcnV
— rommulus_ (@rommulus_) May 2, 2017
A esse respeito, permito-me emendar o Marx “do Rui” para dizer que, às vezes, a História se repete como farsa ~e~ tragédia.
Ao mesmo tempo!
A primeira parte do vídeo da semana passada é toda dedicada aos desdobramentos na França:
O leitor Des quis saber a minha opinião.
Respondi o seguinte:
Mas ninguém baseado no Brasil tem feito análises da política europeia da qualidade das do Rui. Dá pra ver q ele realmente busca se informar.
* * *
– Pois você não está só! Clique nos links para estes artigos e chore as suas mágoas:
Que p… é essa? Ora, essa p… é ‘Romulus’, por… o próprio!
No @JornalGGN
Onde apanho d tds p/ estilo “caótico”https://t.co/hGK8TVWABe pic.twitter.com/T72gQvOM3W— rommulus_ (@rommulus_) October 7, 2016
R O M U L U S br: “Q po##@ é essa?” vol. 2: metalinguagem – análise política entre millennials e babyboomershttps://t.co/7UkLN0ZJgQ pic.twitter.com/mMJ23IHx5w— rommulus_ (@rommulus_) December 5, 2016
?GLOBO na MIRA do FBI,
BANCOS na do DALLAGNOL
E BLOGS de ESQUERDA “PERDIDINHOS”: o “CAOS” da IRRACIONALIDADE? …https://t.co/5mwn7FcS3y– pic.twitter.com/X9VNSpxr6O— rommulus_ (@rommulus_) June 26, 2017
A tese central do blog:
Estado brasileiro na encruzilhada. Já sabemos o que a Globo quer… e você? https://t.co/eqM6oWdFBt pic.twitter.com/kYlIV93ael— rommulus_ (@rommulus_) December 6, 2016
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