A Venezuela no contexto geopolítico global
Por Lejeune Mirhan*, para o Duplo Expresso
Boa parte das pessoas encara e até mesmo analisa o que vem ocorrendo na Venezuela como se fosse algo mais localizado em termos de geopolítica latino-americana. Estão enganados. Como a Venezuela é detentora da maior reserva de petróleo provada no mundo, e geograficamente próxima dos EUA, ela passa a ser cobiçada pela potência imperialista hegemônica.
Neste novo vídeo eu tento mostrar a relação do conflito lá existente, criado de fora para dentro e que tem em alguns “venezuelano” o total apoio, inclusive para pedir que uma potência estrangeira bombardeie seu próprio país (vimos isso na Síria), guarda uma relação direta com o que vem ocorrendo no Oriente Médio.
É o mesmo método usado. Os EUA só “apoiam democracias” e “ajudas humanitárias” para países que são os maiores detentores de petróleo. Eles jamais aceitaram a estatização do petróleo iraniano em 1953 e mais que isso: não se recuperaram do golpe sofrido em fevereiro de 1979 quando perderam o Irã.
Mais recentemente, em termos históricos, em 1991 e 2003, nas duas vezes, tentaram controlar o petróleo iraquiano. Na segunda agressão até que conseguiram em parte do tempo. Mas, hoje, o Iraque é governado por uma coalizão de partidos anti-imperialistas.
Eles destruíram a Líbia, mas não levaram seu petróleo. Aliás, conseguiram dividir novamente o país em três partes que vivem em conflito hoje e não conseguem se unificar para formar um novo e estável governo.
Por fim, mostrando dois gráficos e tabelas eu menciono o estratégico estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico (e arábico também), bem como o clima geral de tensão no mundo a partir dos conceitos chamados DEFCON (defense readiness condition, que quer dizer condição de prontidão da defesa).
Assista:
* Lejeune Mirhan é sociólogo, escritor e analista internacional. Foi professor de Sociologia da Unimep (por 20 anos). Presidiu a Federação Nacional dos Sociólogos do Brasil (1996-2002). É colaborador dos portais Fundação Grabois, Vermelho, do Duplo Expresso, entre outros, e da revista Sociologia, da Editora Escala.
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